Capítulo 17
1457palavras
2023-05-26 19:56
Dante conseguiu estacionar em frente ao meu apartamento. Eu saí do carro, ajudei Dante a descer e subimos as escadas até chegar no meu apartamento. Vou te contar, o homem era bem pesado para a minha estatura, sem contar que eram escada. Chegamos ao meu apartamento, abri a porta e o coloquei sentado no sofá até eu conseguir medir a febre e pegar o remédio de febre e a água. Coloquei o termômetro embaixo do seu braço esquerdo, medi a febre e deu 38 graus. Peguei o remédio e a água e os levei até ele que bebeu em segundos.
— Como você está se sentindo? - Eu perguntei.
— Exausto. - Disse ele encostando a cabeça no sofá.

— Parando para analisar, você já estava meio estranho quando foi me encontrar no restaurante.
— Estava? - Disse ele abrindo os olhos e me olhando fixamente.
Senti um arrepio pelo corpo todo, parecia que ele via a minha alma, meus sentimentos e até lia a minha mente.
— Sim, você estava escorado na parede no lado de fora do café. - Eu disse ignorando meus pensamentos.
— Eu nem me toquei que o cansaço extremo que eu estava sentindo hoje pela manhã era fruto de uma febre.
— Você anda se alimentando direito? Eu falei cruzando os braços.

— Você diz instânanos? - Disse ele sorrindo sem um grau de culpa.
— Continua assim que daqui a pouco você vai parar no hospital!
— Vai cuidar de mim se eu for?
— Vou te socar se você não melhorar a sua alimentação e começar a se cuidar mais.

— Nossa, mas como é mandona né? - Disse ele todo dengoso.
— Sempre fui e me orgulho disso. Agora você vai tomar um banho que eu vou preparar a comida.
— Mas, eu nem trouxe roupas.
— Não tem importancia porque as minhas roupas te servem. - Eu disse piscando para ele.
Fui em direção ao meu quarto pegar as roupas e também a toalha para ele. Abri meu guarda-roupas e encontrei uma camiseta cinza sem estampa e um shorts bem largo que eu usava para dormir e como eram no tamanho G (grande), iriam caber certinho, até porque, eram masculinas. Peguei a toalha e retornei para a sala para lhe entregar as coisas e foi quando eu percebi que ele já estava dormindo sentado.
Decidi arrumar o sofá para deixá-lo dormir de uma maneira confortável. Coloquei um travesseiro encostado na guarda do sofá, peguei uma mantinha para deixá-lo aquecido, mas não tanto porque a febre precisava baixar e tentei acordá-lo só que sem sucesso. Então teria de me virar, fazer o que? Trouxe ele um pouco para a frente, tirei o casaco, abri um pouco os botões de sua camisa e tentei deitá-lo no travesseiro, mas foi aí que ele caiu por cima de mim. Sim, ele era pesado.
— Que droga! - Eu disse sentindo todo o peso.
Consegui sair de baixo dele (ainda não sei como), o arrumei certinho e tirei seus sapatos. Coloquei a mantinha por cima dele e medi novamente a sua febre que para a minha alegria, estava 37 graus. Comemorei com a minha dacinha (estranha) e fui para a cozinha preparar uma sopa. Lavei a louça, coloquei a água ferver, fui na geladeira pegar batatas, cenoura, chuchu e brócolis. Lavei, cortei todos os ingredientes e coloquei na água para serem cozidos com uma pitada de sal. Não quis encher de tempero porque ficaria muito forte para quem estava com a saúde debilitada. Quando os legumes já estavam quase cozidos, adicionei macarrão caseiro e esperei o tempo de cozimento para não ficar com a massa dura e nem empapada (ao ponto). Levei uns 50 minutos para deixar tudo pronto, mas como Dante ainda estava dormindo, comi uma tigela, deixei na panela tampada até ele acordar. Decidi tomar um banho porque ainda tinha que estudar para a prova de quinta-feira (amanhã). Fui para meu quarto, arrumei meu pijama de frio e fui tomar banho. Após o banho, arrumei o material do qual precisava estudar, uma coberta fina e fui para a sacada estudar porque não queria incomodar Dante, já que o mesmo estava dormindo profundamente. Dei uma olhada nas estrelas que já pairavam no manto negro do céu: “Que perfeição!” - Eu pensei.
Entrei, peguei um café e voltei para a sacada. Dei uma olhada no material e fiquei satisfeita por conta de ser novamente prova teórica.
— Viva! Assim vou indo de prova a prova satisfeita com o resultado. - Eu falei sorrindo.
Passei mais ou menos umas 3 horas estudando, revisei todo o material e como estava confiante, quis me dar umas boas horas de sono (bom, iria ter que acordar algumas vezes na noite para verificar a febre de Dante, mas tranquilo). Me espreguicei na cadeira, arrumei meu material, coloquei na mochila, me levantei e fui dar mais uma olhadinha na febre dele. Entrei pé por pé para não fazer barulho e acordá-lo, até aí tudo bem, eu só não contava com o meu tropeço na quina do rack da televisão. Eu quase chorei por causa da dor no meu dedo mindinho, mas respirei fundo e fui em direção ao sofá. Dei uma olhadinha por cima e Dante parecia não ter acordado com o meu descuido, então coloquei a mão em sua testa para medir a febre, que para a minha alegria, estava na mesma temperatura que a minha. Foi então que eu tirei minha mão de sua testa e fui me virar para sair que eu senti uma mão agarrando meu pulso e me puxando entre ele e o escoro do sofá.
— Você está acordado? - Eu disse com mixto de surpresa e irritação.
— Sim, acabei de acordar com o barulho do seu tropeço. - Disse ele sorrindo.
— Por que me puxou? Deixe-me sair. - Eu disse tentando empurrá-lo em vão.
— Não, preciso que você fique de olho em mim essa noite.
— Eu iriei ficar, porém vou dormir na minha cama.
— Será mesmo? - Disse ele aproximando seu rosto do meu.
— Óbvio que sim, mas não irei dormir com você, me recuso!
Dante levantou o meu queixo e se abaixou para poder alcançar os meus lábios. Eu fiquei imóvel, mesmo com a minha cabeça dizendo: “É errado Kyra, se afaste e lute contra isso!”, eu não conseguia. Dante me beijou delicadamente. Seus lábios eram tão mácios e convidativos que eu me sentia nas nuvens. Ele colocou a mão na minha cintura e me puxou para mais perto. Colocou uma das mãos na minha nuca e aprofundou mais o beijo. Eu correspondi ao beijo, coloquei as mãos em seus cabelos e o deixei controlar a situação. Foi quando ele desceu uma das mãos para a minha bunda que eu acordei do desvaneio.
— O que pensa que está fazendo? - Eu falei tirando a mão dele dali.
— Desculpa, foi involuntário. - Disse ele na defensiva.
— Sei. - Eu falei empurrando-o.
— Kyra, eu realmente não sei o que está acontecendo. Só sei que gosto de passar meu tempo com você, que me sinto à vontade e que seus lábios são um ima para mim.
— Você é descarado né? - Eu disse me levantando.
— Eu sou sincero.
— E do que valerá a sua sinceridade, se você nem me leva á sério?
— Você diz no quesito de namorar?
— Exatamente! Não sou seu tipo, você brinca comigo e acha que está certo?
— Não estou brincando com você.
— Então o que você está fazendo?
— Eu penso em te beijar sempre que a vejo, sinto sua falta e te desejo, talvez se aprofundarmos a relação, isso passe… Não concorda?
— Você é um idiota! Está me beijando para passar a vontade? Como ousa? - Eu disse super irritada.
— Kyra, eu não sei… Nunca passei por isso, tudo é novo. E eu…
— Chega! - Eu disse interrompendo-o. - Tem sopa na panela, as roupas estão aqui se quiser tomar banho. - Eu falei apontando para a guarda do sofá.
— Obrigada por cuidar de mim.
— Só me faz um favor ok?
— Qual?
— Me deixa em paz! Boa noite. - Eu disse brava e fui para o quarto.
Dante ficara sem entender o que havia acontecido. Nunca tinha passado por algo semelhante nem com Lola, o que o deixava totalmente confuso. O fato de não saber como lidar com os próprios sentimentos estava deixando-o quase louco. Como queria Kyra, mas isso parecia tão errado só pelo fato de ela ser mais nova? Ou pelo fato de ela ser uma aluna que o incomodava? Bom, o que posso dizer é que a “fera” é muito linda!