(Ponto de vista de Nikolai)
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Meu coração começou a bater rápido quando a vi segurando aquela m*ldita bolsa vermelha dela. Eu deveria tê-la jogado fora. Eu deveria ter acorrentado essa mulher à cama se era isso que ela planejava fazer.
Depois do que aconteceu nos últimos dois dias, eu não podia acreditar que ela estava deixando-me. Eu não ia deixar que isso acontecesse.
Eu fechei minhas mãos em punhos. Eu estava fazendo tudo o que podia para me acalmar. Meus olhos estavam olhando para ela o tempo todo enquanto ela se levantava lentamente e se virava para me encarar.
Teddy estava se escondendo atrás das longas pernas sensuais dela, que cobriam o rosto dele. Ele contou para ela? Era para ser o nosso segredo.
Eu não queria que a Ashley soubesse o que ela havia feito, pois iria assustá-la. Eu tabmbém estava assustado. Contudo, com todo o amor que sempre tive por ela, eu estava disposto a aceitá-la como ela era. Foi exatamente assim que ela também me aceitou como eu era.
Eu me perguntei se ela realmente queria estar comigo.
Eu não me importava! Eu queria que ela ficasse e não a deixarei ir embora. Nunca!
Antes de abrir minha boca e dar alguns passos em direção a ela, senti uma mão sendo colocada no meu ombro. Era o Ivan, quem então falou comigo por meio de conexão mental: "Se acalme. Não na frente do menino, Niko. Raiva não é a solução aqui."
Meus olhos estavam fixos na Ashley, a qual finalmente olhou para mim e separou seus lábios sensuais para falar comigo: "Nikolai, o que tá acontecendo aqui? O que... como vim parar aqui? Por que você...", ela cobriu os ouvidos do Teddy com as mãos e disse sussurrando, "Por que você pediu para o meu filho mentir pra mim?"
Olhei para o Teddy, que estava de costas para mim enquanto abraçava as pernas de Ashley com força. Ele estava com medo de mim? Eu pedi para ele guardar segredo, pois eu não queria que a Ashley entrasse em pânico. Eu estava planejando contar a ela do meu jeito.
"Teddy, vá com o Ivan. Ele vai te levar pra tomar um sorvete. Você gosta de sorvete?", eu disse calmamente, mesmo sabendo que eu já estava ficando vermelho de raiva, tentando o meu melhor para não gritar com ninguém ou socar a parede repetidamente.
"Ele não vai a lugar nenhum sem mim", ela disse com firmeza e gentilmente colocou o Teddy atrás dela. Eu me perguntei do que ela estava com medo. Eu que deveria estar com medo dela, não o contrário.
"Preciso de falar com você em particular. Ele tá mais seguro com o Ivan", eu dei um passo adiante, o que a fez recuar dois passos. Então parei e suspirei para então falar: "Não torne isso mais difícil, Ashley. Tô fazendo o que é melhor para o Teddy."
"Tô fazendo o que é melhor para o meu filho. Pra trás! Você não pode me manter aqui como uma prisioneira. Eu vou embora e você não pode me impedir. Saia da frente!", eu estava preocupado que ela dissesse essas coisas. Eu estava fazendo o possível para ficar calmo, e ela não estava ajudando nisso.
"O que aconteceu comigo há dois dias, Nikolai?", ela parecia preocupada e, depois, deu uma olhada no Teddy, que ainda segurava suas pernas, "Por que você pediu para o meu filho guardar um segredo de mim?"
"Você não se lembra?", eu a vi balançar a cabeça e olhar para mim com uma cara de preocupação, "Qual é a última coisa de que você se lembra?"
Ela levou um momento e colocou a mão nas orelhas do Teddy novamente. Olhando para mim, ela disse com um tom suave: "Estávamos no seu carro fazendo..."
Ela fez uma pausa e olhou para mim por um instante como se quisesse que eu entendesse. Entretanto, eu queria que ela dissesse tudo.
"Coisas íntimas. Depois disso, não me lembro de muita coisa. É um borrão na minha mente. Eu... machuquei alguém? Eu machuquei você... ou o Ivan?", ela deu uma olhada no Ivan, o qual estava parado atrás de mim. Ivan provavelmente estava na posição de me proteger de ser morto pela Ashley.
Ivan e eu tínhamos hematomas no corpo. Ivan até quebrou a mão depois do que a Ashley fez com ele e com os meus homens há dois dias. Foi bem violento, e ela quase matou dezenas dos meus homens mais fortes.
Eles estavam com medo de se aproximar dela, exceto o Ivan e o Drake. Ambos estavam dispostos a ficar ao meu lado para enfrentar a Ashley. Eu me sentia grato por isso.
Eu não tinha medo da Ashley. Eu queria entendê-la, para ajudá-la a controlar esse poder forte que ela tinha dentro dela. Eu sabia que existia uma maneira de ajudá-la, pois encontrei uma forma de suprimir o mal que há em mim.
Mas eu precisava que ela confiasse em mim primeiro.
Eu então ofereci minha mão para que ela a segurasse: "Por favor, venha comigo. Precisamos de conversar em particular. O que vou dizer não vai ser bom para o Teddy ouvir. Por favor, querida. Confie em mim. Por favor, fique."
Ela mordeu os lábios e assentiu com a cabeça lentamente. Abaixando a cabeça, eu a vi sussurrando algo nos ouvidos de Teddy e o abraçando com força.
Teddy finalmente se virou e encarou-me com seus adoráveis olhos redondos apontando para mim: "Eu não contei pra ela."
Suspirei e assenti com a cabeça antes de falar: "Eu sei. Agora, por favor, siga o Ivan. Preciso de falar com sua mamãe."
"Mamãe não é uma pessoa ruim. Ela só não tá bem. Ela precisa de tomar o remédio dela e vai ficar tudo bem de novo. Você vai machucar a mamãe?", o menino perguntou enquanto continuava perto de Ashley, pois não queria sair do lado dela.
Ele era um garoto protetor. Isso me fez sorrir um pouco.
"Eu não vou machucar você, nem sua mamãe. Eu a amo e te amo também, rapazinho", minhas palavras fizeram com que a Ashley olhasse para mim. Ela ficou surpresa por eu ter dito essas palavras na frente do filho dela. Eu sorri para ela e ofereci minha mão novamente para que ela a segurasse: "Me deixe explicar o que aconteceu com você há dois dias atrás. É melhor conversarmos sobre isso em particular. Eu não vou te machucar, Ashley."
Ela fez uma pausa e olhou para um espaço vazio. Esperei que ela respondesse e minha mão ainda estava no ar, esperando que ela a segurasse. "Ashley, por favor, fique. Eu preciso de você. E eu sei que você precisa de mim", eu falei.
Ela olhou para cima, e na minha direção, com tristeza nos olhos. Partiu meu coração ver suas lágrimas caindo de seu rosto. Eu me perguntei o que estava passando pela cabeça dela. Do que ela estava com medo?
E, então, eu senti a mão dela na minha. Ela assentiu com a cabeça lentamente e pediu ao Teddy que seguisse o Ivan.
Eu a puxei gentilmente para perto de mim e a abracei em meus braços. Pude sentir suas lágrimas molhando meus ombros, e isso fez com que eu suspirasse de alívio, principalmente quando senti suas mãos envolvendo minha cintura.
"Nikolai, eu matei alguém?", as palavras sussurradas dela fizeram com que eu pensasse se ela já havia feito aquilo antes.
Eu deveria ficar preocupado?
Eu acariciei as costas dela gentilmente e beijei sua cabeça antes de falar: "Vamos conversar."