(Ponto de vista de Ashley)
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Eu estava sob muito estresse. Muita coisa estava acontecendo na minha vida naquela noite. Eu nem percebi que havia dito tais palavras em voz alta. Então, dei uma olhada no rosto muito bonito dele e fiz minhas sobrancelhas franzirem. Ele não tinha o direito de sentir ciúme do meu beijo com o Philip. Ele fez o mesmo com a Pamela!
"Philip me beijou", repeti, o que fez com que ele virasse seu corpo para o lado a fim de me encarar com um grunhido, "Mas eu não o beijei de volta como... como quando você beijou a Pamela no meu jantar de comemoração do prêmio ou sempre que você permitia que ela o beijasse em suas entrevistas ao vivo. Então, não se atreva a me julgar."
"O quê?", ele perguntou e franziu a testa para mim, como se eu estivesse falando grego. O fato era que eu estava falando com ele na língua de Averna, na qual eu sabia muito bem que ele era fluente.
Eu pensava que era a única ruim em atuar.
"Não finja que não sabe do que tô falando. Eu sei sobre seu relacionamento com a Pamela e não é nada como você disse antes... Não sei o que você quer de mim, Nikolai. Não sei por que você tá mentindo pra mim sobre a Pamela", respirei fundo e tomei coragem de olhar em seus olhos para continuar falando, "Não sei o que você pensa que sou pra você, mas não vou ser sua amante quando você se casar com a Pamela. E é melhor eu sair da sua casa o mais rápido possível. Eu já tenho drama o suficiente na minha vida pra cuidar do seu com a Pamela."
Por um instante, ficamos olhando nos olhos um do outro, até que ele bufou e balançou a cabeça: "Então, você beijou o Philip pra se vingar de mim?"
"Eu já disse que foi o Philip quem me beijou. Eu não o beijei de volta", eu exalei e sentei na cadeira. Revirei os olhos e olhei pela janela lateral para evitar o olhar mortal dele antes de continuar: "Só me leve de volta pra sua casa. Vou sair com o Teddy amanhã pela manhã, pois, claramente, não tá dando certo entre nós. Não sou um brinquedo com o qual você pode brincar quando fica entediado. Passei por isso com o Philip e não vou passar por isso de novo. Por favor, dirija."
Prendi a respiração para conter minhas lágrimas, as quais fariam com que eu parecesse fraca, mas minha voz saiu um pouco trêmula no final das contas. O que havia de errado comigo? Eu estava ficando muito emotiva com coisas pequenas ultimamente.
Eu podia sentir que o Nikolai estava tentando segurar minha mão, mas dei um tapa na mão dele e falei: "Não me toque. Eu mandei dirigir. Se não, vou sair e pegar um táxi."
"Já é tarde da noite, você não vai pegar um táxi", ele suspirou, e eu senti que ele estava aproximando-se de mim. Eu me afastei dele, pois eu estava começando a me sentir desconfortável com a nossa proximidade.
"Eu já te disse várias vezes antes. Eu não amo a Pamela e não vou me casar com ela. Meu coração pertence a você. Somente a você", ele segurou minhas bochechas com uma mão e fez com que eu olhasse para ele, "Eu te amo, Ashley. Posso não ser capaz de te dar uma vida de princesa, como disse sua avó, mas vou te tratar como minha rainha, minha Luna. Como você realmente é a minha companheira, eu espero que você abra seu coração pra mim."
Ele pegou minha mão e a colocou em seu peito: "E meu coração bate por você. Te perder me deixaria fraco. Eu te perdi por cinco anos e parecia que minha vida tinha virado um inferno pra mim. Podemos, por favor, parar de brigar? Eu não sei o que tá acontecendo nessa sua linda cabecinha, mas eu te prometo que não existe mais ninguém, além de você, com quem eu quero passar o resto da minha vida."
"Você dormiu com ela?", e então fechei a boca, pois eu não queria parecer uma mulher desesperada e ciumenta. Eu queria poder retirar o que eu havia acabado de falar.
Como houve alguns segundos de silêncio da parte dele, suspirei e balancei a cabeça: "Chega. Você não precisa de responder, porque eu já sei a resposta. Por favor, só dirija. Tô cansada. Eu só quero voltar para o meu filho."
Ele respirou fundo e exalou alto: "Ashley, eu dormi com muitas mulheres, inúmeras. Mas elas não significavam nada pra mim. Era só sexo."
Tomei coragem e olhei para ele a fim de perguntar: "Sou só sexo pra você?"
"Não. Não, querida. Jamais", ele segurou minha mão e levou-a aos lábios, "Você não é como elas. Eu te amo. Olhe pra mim, Ashley."
Eu não sabia por que eu estava agindo como uma garota boba, mas eu estava realmente com ciúmes do fato de ele ter ficado com a Pamela. Ela era definitivamente muito mais sexy do que eu. Se eu houvesse nascido homem, eu escolheria a Pamela, em vez de uma garota toda acabada como eu, sem pensar duas vezes.
"Eu não ligo se você dormiu com outros homens no passado. Tá tudo no passado. Vamos seguir em frente juntos. Eu vou ser leal a você como espero que seja comigo. Quero que você e o Teddy morem comigo. Eu vou cuidar de vocês e os protegerei com minha vida. Eu vou tratar o Teddy como se fosse meu, se você me permitir", suas palavras comoveram-me. Aquilo foi a coisa mais doce que já ouvi vindo de um homem.
Com uma lágrima escapando dos meus olhos, olhei para ele e esperei que, um dia, ele entendesse minhas palavras: "Eu só dormi com você e com o pai do meu filho. Eu estava ocupada criando o Teddy sozinha como mãe solteira. Não foi fácil, Nikolai. Saí da minha vida de princesa para uma vida... de pobre. Tive que trabalhar em dois empregos pra pagar meus estudos e cuidar do Teddy. Foi... foi uma vida difícil. Porém, eu estava feliz. Eu estava livre."
"Ninguém teve a coragem de me deixar morar junto. Minha avó, a Rainha, certificou-se de que destruiria qualquer um que tentasse me ajudar. Eu estava sozinha, Nikolai. Eu ainda posso viver sozinha. Eu não preciso de ninguém além do meu filho. Não posso deixar que ninguém o tire de mim", senti-o puxando minha cabeça gentilmente para mais perto dele, a fim de me ver melhor, e acabou dando-me um beijo na testa.
"Você não tá mais sozinha, Ashley. De agora em diante, você tem a mim. Vou cuidar de você e do Teddy. Só, por favor, não vá embora, Ashley. Eu preciso de você", meu coração disparou ao ouvir essas palavras sendo pronunciadas com tanto amor, o que fez com que eu realmente sentisse o amor dele por mim.
"Você tá falando a verdade, Nikolai?", meus lábios estavam tremendo quando senti seu hálito quente nas minhas bochechas. O rosto dele estava a apenas alguns centímetros de mim, e isso me deixou nervosa ao pensar no que ele faria comigo a seguir.
"Posso te beijar?", ele perguntou e sorriu para mim.
"Você realmente precisa de perguntar?", eu respondi e sorri de volta para ele.