Capítulo 47
1080palavras
2023-05-01 00:02
(Ponto de vista do autor)
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Todos os problemas de Ashley desapareceram quando ela chegou em casa e recebeu uma ligação do menino mais precioso de sua vida.
"Mamãe, você conseguiu!", Teddy estava pulando de alegria enquanto batia palmas, "Eu sabia que você ia ir super bem. Você lutou contra aquelas pessoas más e mostrou pra elas os seus superpoderes."
Ashley riu, sentada no sofá e abraçada a um travesseiro, o qual ela estava fingindo que era seu filho. "Meus superpoderes? Não posso usá-los pra vencer, meu amor. Não devemos usar nossas habilidades pra machucar os outros", ela disse.
Teddy fez beicinho e balançou a cabeça: "Mas eles te machucaram, mamãe. Você não deveria machucá-los de volta? Você precisa mostrar pra eles como você é forte. E, então, eles não vão te machucar de novo."
"Violência não é a resposta, Teddy. Lembre-se do que eu te disse. Você pode usar pra autodefesa, mas não pra começar uma briga", Ashley sentiu que estava soando mais como sua própria mãe, e isso a fez sorrir.
Uma lembrança dos tempos em que seus pais a amavam surgiu na mente dela. Era a época em que seus poderes ainda eram pequenos e fracos. Tudo mudou quando ela ficou mais velha e mais forte. Até chegar ao ponto em que eles a temiam. Trancaram-na no palácio com um bracelete que poderia enfraquecer seus poderes.
Uma princesa enjaulada que era temida e odiada por muitos.
"Eu queria estar do seu lado, mamãe. Então, eu te protegeria desses valentões", Teddy então começou a dar socos no ar e chutes para o lado. Isso fez com que a Ashley risse de como seu filho protetor era fofo. Ela sabia que ele sempre seria seu protetor.
"Eu podia sentir você me apoiando de longe. Isso me deu força pra vencer, meu amor", ela tocou a tela da sua câmera como se estivesse tocando o rosto dele, "E tive a ajuda de alguém também."
Ashley queria muito contar ao Teddy que foi Nikolai quem a ajudou, mas era muito cedo para contar tudo a ele. Teddy era muito jovem para entender por que ela tinha que escondê-lo de Nikolai.
A família dele seria um problema para ela. Eles aceitariam o Teddy como um meio-sangue, mas isso não significava que a família dele a aceitaria como companheira de Nikolai.
Lendo sobre a história dos lobisomens, Ashley sabia que não seria fácil para uma pessoa que não fosse lobisomem como ela ser aceita como a Luna de um Alfa forte como Nikolai Wulfgard. O futuro Rei de todos os Alfas precisava de uma loba forte que devia ter o respeito de todas as alcateias.
Uma posição que estava relacionada ao dever e à honra. Em outras palavras, seria como estar em outra jaula no mundo dos lobisomens.
"Quem foi, mamãe?", Teddy sorriu mostrando suas covinhas fofas como as que seu pai também tinha. Isso fez com que Ashley sorrisse, com uma gota de lágrima escorrendo pelo seu rosto.
"Um cavalheiro legal. Talvez um dia eu o apresente pra você", ela disse, pois sabia que era algo que não poderia evitar. Contudo, enquanto pudesse, Ashley precisava explicar devagar as coisas ao Teddy para caso, um dia, Nikolai o quisesse levar para longe dela.
Ela precisava que Teddy entendesse que a prioridade era a segurança e a felicidade dele.
"Espero que não seja o homem que te magoou, mamãe. É o homem que fez você perder sua família?", Teddy falou e fez beicinho, pois pensou que sua mãe havia voltado com seu ex. Ele havia ouvido falar sobre o que Philip havia feito com sua mãe, mas não sabia qual era a verdadeira identidade dele.
Teddy então sussurrou para Ashley: "Ele te achou, mamãe? Eu vou mordê-lo e lutar com ele, mamãe."
Ashley riu da bravura demonstrada por Teddy e balançou a cabeça, dizendo: "Mordê-lo? Você não é um vampiro, Teddy. Você é um feiticeiro, como eu."
Ela não estava pronta para contar a verdade sobre a linhagem de lobisomem dele, mas, de alguma forma, Ashley sentiu que era hora de contar para ele sobre a sua verdadeira natureza. Um dia, o lobo de Teddy apareceria, e esse seria o tempo necessário para que Ashley levasse o Teddy para longe da sua família e também de Nikolai.
Eles conversaram mais um pouco até que se ouviu o som da campainha do apartamento dela.
Ashley deu um pulo e se perguntou quem teria pensado em visitá-la no meio da noite.
*****
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Ao mesmo tempo, longe de Averna, uma mulher ruiva de olhos cinzentos foi vista caminhando pelas ruas de Mystic. Um lugar que ela não visitava há muitos anos após a disputa que teve com a bruxa mais antiga da cidade.
Vestindo um manto vermelho com capuz, o qual também cobria sua cabeça, ela sussurrava um feitiço para não ser reconhecida pelos transeuntes que viam sua presença na cidade. Ela foi sozinha, porque o assunto a ser discutido era um assunto pessoal.
Um assunto que havia sido profetizado que aconteceria e que ela tentou evitar várias vezes. Não importava o que ela fazia, nada parecia ser capaz de impedir a guerra que estava por vir.
Assim que alcançou o grande portão da Mansão Winters, ela levantou a mão e sussurrou um feitiço para abrir o portão, um código secreto que permitiria a entrada dela.
Quando o portão foi aberto, ela sorriu, pois percebeu que a dona da Mansão já sabia da sua chegada. Caminhar pelo jardim cheio de flores desabrochando a levou a uma viagem à estrada da memória. Os bons tempos em que ela ficava na grande Mansão Winters eram algo de que ela sentia falta.
O lugar estava cheio de muito amor e desespero. Uma responsabilidade que estava sobre seus ombros sem que ela quisesse. Agora, era hora de ela admitir que ela poderia estar errada.
Pelo bem de seus entes queridos, ela teve que deixar seu ego de lado e trabalhar em conjunto para derrotar o verdadeiro inimigo dos Winters.
Enquanto ela estava parada na porta da frente, ela se abriu amplamente com uma mulher que parecia ter apenas cinquenta anos, apesar de sua idade ser de mais de um século. "Você envelheceu graciosamente, Loraine", a mulher misteriosa elogiou.
Sorrindo para sua visitante, Loraine abriu ainda mais a porta para deixar sua visita entrar em sua casa enquanto dizia: "Você tá atrasada, Rainha Anastasia Tatiana Bellarosa Regis. É uma honra, para mim, ter a Rainha de Averna na minha humilde casa."