Capítulo 42
1149palavras
2023-04-27 13:32
(Ponto de vista de Nikolai)
.
Sentei-me à mesa com cinco juízes, um de cada espécie dominante em Averna: os lobisomens, os vampiros, as bruxas e os feiticeiros, as fadas e, claro, os Humanos.
Um competidor em particular era do meu interesse, a minha linda Ashley.
Ela estava me evitando desde a última vez que nos encontramos na minha cobertura. Poderia tê-la irritado por causa do assunto referente a Pamela.
Eu queria falar com ela e fazê-la entender que nunca tive sentimentos pela Pamela, eu só estava fazendo exatamente como a minha mãe queria, isto é, me casar com uma mulher perfeita e formar a minha própria família.
Eu era o único filho dela. Tive uma irmã mais velha que morreu quando era adolescente. Uma morte causada por uma doença incurável. Minha falecida irmã era de um caso que o meu falecido pai teve com uma mulher a qual ele havia conhecido antes de minha mãe.
Ele não sabia que ela estava grávida dele, com sua filha na barriga.
Eu não queria que a história se repetisse. Eu queria ter certeza de que Teddy Winters não era meu filho. A verdade sobre a Ashley iria ser revelada em breve. Eu me certificaria disso.
Eu precisava acalmá-la e fazer com que ela confiasse em mim. Ela precisava entender que eu nunca a machucaria, nem em um milhão de anos. Meu coração batia somente por ela.
"A competidora número três tá pedindo pra ser a última a mostrar seus desenhos hoje à noite. Parece que o motivo tem algo a ver com um problema com a modelo dela", eu ouvi Julian Belfire, um príncipe vampiro bem conhecido conversando com o Príncipe Philip, o humano idi*ta.
Eu não suportava nem falar com Philip, o qual machucou a Ashley por causa de uma mulher que não chegava aos pés da minha Ashley. Por outro lado, talvez eu tivesse que agradecê-lo por ter feito isso. Ele podia ser a razão pela qual conheci a Ashley pela primeira vez há cinco anos.
Eu me perguntei o que havia acontecido naquela época entre os dois que fez com que a Ashley fugisse.
"Quem é a competidora número três?", Philip perguntou preguiçosamente enquanto checava seu celular. Eu não tinha escolha senão ser legal com ele.
Havíamos resolvido nosso desacordo algumas horas atrás devido ao Tratado de Paz.
Best*ira! Nunca tive confiança naquele Tratado de Paz.
A luta entre as espécies ainda estava acontecendo e eu tinha certeza de que a Rainha de Averna sabia de tudo. Ela estava perdendo o controle de seu povo, e eu continuava esperando pelo momento certo a fim de derrotá-la um dia!
Contudo, por enquanto, meu foco era conquistar o coração de Ashley, minha companheira e Luna. Eu precisava dela.
"Competidora número três... Ah! Eu a conheço. Senhorita Tiana Winters. Ela é de Mystic, assim como eu", as palavras de Julian fizeram com que eu sorrisse. Então, era lá que a Ashley se escondeu todos esses anos.
À menção de Tiana Winters, vi que Philip parou de brincar com o celular e deu uma olhada em mim. Não era um rosto amigável que ele estava me mostrando. Muito pelo contrário.
"Que foi? Desculpe desapontá-lo, Philip, não curto homens. Tô saindo com alguém", sorri para ele ao dizer isso e eu sabia que ele havia ficado irritado.
"Eu não sou gay, seu ot*rio!", Philip disse com os dentes cerrados enquanto fechava a mão em formato de punho. Ele também estava controlando sua raiva. "Qual é a sua relação com Tiana Winters?", ele perguntou.
"Mais do que só sexo casual", eu escolhi essas palavras propositalmente para irritá-lo. Por alguma razão, eu poderia chutar que Philip já sabia quem Tiana Winters realmente era. Estava estampado na cara dele.
"Você a ama?", Philip me perguntou, o que me fez finalmente olhar para seu rosto chato.
"Eu faria qualquer coisa por ela. Sem dúvidas, eu não a machucaria como o ex fez com ela. Ele não a merecia de jeito nenhum", eu então me levantei para encerrar minha conversa acalorada com Philip antes que acabássemos dando socos na cara um do outro.
Eu podia sentir que ele não estava feliz por eu ter sido visto saindo com a Ashley. Adorei aquele olhar de ciúme pintado no rosto ridículo de Philip.
Enquanto eu fingia ir até o banheiro, virei-me para os bastidores, onde cada estilista tinha um quarto para preparar seus desenhos e vestir sua modelo.
Sem que ninguém me notasse, entrei depressa no quarto de Ashley.
Ela estava sentada em uma cadeira, com a cabeça voltada para o teto. Até naquela posição estranha, eu ainda a achava muito sexy.
"Ashley, como você tá?", minha voz a assustou, fazendo com que ela se levantasse de repente.
"O que você tá fazendo aqui? Você não pode vir aqui, Nikolai. Você é um juiz", ela me disse enquanto dava alguns passos para trás.
"Quero te ajudar, ouvi dizer que você precisa de uma modelo."
"Eu não preciso da sua ajuda. Por favor, vá embora. Você tá perdendo seu tempo aqui."
"Ashley, por favor, deixe-me te ajudar. Eu sei que você quer muito vencer esse concurso. Posso encontrar uma modelo pra você mostrar seus desenhos."
"Como eu disse antes, não preciso da sua ajuda, Nikolai. não posso e não quero. Por favor, saia."
Suspirei e me aproximei dela. Tentei segurar sua mão, mas ela se afastou de mim e disse: "Nikolai, por favor, vá embora."
Ela não estava olhando para mim. Eu podia sentir a tristeza se formando em seu coração. Ela não havia entendido ainda que eu podia sentir sua dor e tristeza, então eu disse: "Sinto muito se alguma vez te magoei. Ashley, eu me importo com você. Não quero que briguemos mais. Pare de me evitar, por favor."
Ela foi provavelmente a única mulher, além da minha mãe, a quem eu disse 'por favor' na minha vida.
"Nikolai. Preciso de vencer esse concurso sozinha. Eu tenho que vencer. Por favor, vá embora, preciso de tempo pra pensar sozinha", ela finalmente olhou para mim com seus olhos tristes.
Eu assenti com a cabeça e me aproximei dela. Eu então levantei minha mão para acariciar suas bochechas, e, por mais incrível que pareça, ela não me afastou. "Se precisar de ajuda, sabe onde me encontrar. Eu sempre estarei aqui pra você se precisar de mim, minha querida", concluí.
Os lábios dela estavam tremendo, e eu podia sentir que algo estava incomodando sua mente, e foi quando ela disse: "Nikolai, eu já te devo demais. Não posso continuar com isso."
"Você não me deve nada", eu então dei um beijo em sua testa antes de soltá-la, "Boa sorte. Tenho que ir. O evento vai começar em breve."
Ela assentiu com a cabeça e suspirou.
Antes de sair, eu a vi se olhando no espelho. Ela então sorriu para si mesma.
Eu me perguntei o que estava se passando na mente dela.