Capítulo 22
1202palavras
2023-04-21 11:28
(Ponto de vista de Ashley)
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"Por que você quer esse bracelete, Helen?", perguntei e andei em direção a Helen, que estava agarrada aos braços de Philip como se sua vida dependesse disso.
Eu me perguntei por que ela queria aquele bracelete que deveria ser meu por direito de nascença. Eu me perguntei por que aquele bracelete estava à venda. Minha mãe me odiava tanto ao ponto de vendê-lo para alguém?
Espero que essa última suposição não tenha sido o caso.
"Não sei. Se você não é a Ashley, por que tá interessada no bracelete? Você tá admitindo que é a Ashley agora?", Helen perguntou e olhou para Philip com um sorriso.
Claro que ela queria parecer elegante na frente de Philip. A verdade é que a Helen nunca foi a inteligente da nossa dupla. Ela era uma aluna lenta na escola e mal se formou com suas notas não muito altas.
Eu a ajudava a estudar a maior parte do tempo.
Contudo, eu quis saber como ela tirou tudo de mim tão facilmente. Agora, quem era a burra? Dedos pareciam estar apontando para mim.
"Quando é o leilão, Helen? Não me faça perguntar de novo", eu disse com os dentes cerrados em um tom de raiva.
O rosto de Philip ficou vermelho e ele levantou a voz de repente: "Não gosto do seu tom, Srta. Winters. Fale assim com a Helen de novo e vou fazer você se arrepender de ter voltado pra Averna."
Suas palavras foram dolorosas de se ouvir para mim. O que havia de errado com ele? Por que seu humor mudava de repente sempre que a Helen estava presente?
Eu queria muito saber por que eles queriam o bracelete. Não teria nenhuma propriedade mágica em uma humana como a Helen. O bracelete tinha propriedades mágicas as quais protegeriam aqueles que estavam na linhagem dos guerreiros de Yenzen.
Uma linhagem da qual eu fazia parte. Com certeza, não serviria para aquela v*dia encrenqueira da Helen!
Além disso, eu precisava disso para ajudar o Teddy a controlar suas habilidades, que estavam ficando mais fortes a cada dia. Temia pelo dia em que não poderei ajudá-lo a controlar seus próprios poderes.
Isso seria um desastre.
Percebendo que eu estava perdendo o meu tempo ao tentar obter respostas do Philip e da Helen, me virei e saí do prédio com raiva. Entrei no carro e nem me dei ao trabalho de me despedir do casal mais irritante da minha vida.
No carro, peguei meu celular e liguei para alguém que poderia me dar algumas respostas.
Depois de alguns sons de discagem, a ligação foi finalmente atendida: "Olá, Loraine. Sou eu."
"Eu sei que é você, seu nome brilhou na tela do meu celular, bobinha."
Eu ri e continuei minha conversa com minha madrinha, Loraine Winters: "Encontrei uma solução para o Teddy. O bracelete de rosas de charme. Acho que pode ajudá-lo, porém tenho um problema."
"Então, você me ligou pra perguntar se eu sei onde encontrar esse bracelete, minha querida?", Loraine perguntou. Eu sabia que ela não era uma bruxa comum e também que ela provavelmente já tinha conhecimento de tudo antes mesmo de que eu fizesse a ligação.
Às vezes, Loraine me testava com relação a escolhas de vida. Certa vez, ela disse que eu precisava aprender a escolher o caminho certo sozinha. Dizia-se que ela tinha a capacidade de ver um pouco do futuro.
Entretanto, o futuro nunca era fixo. Ele dependia, em grande parte, das minhas ações.
"Por favor, me diga que sabe", soei desesperada. E eu sabia que, provavelmente, estava deixando Loraine chateada comigo por fazer isso.
"Bem, eu estava prestes a falar pra você usar aquele feitiço que mostra a localização das coisas, mas, como estamos meio sem tempo, vou facilitar um pouco pra você. O bracelete vai ser leiloado em uma venda privada e beneficente em Averna nesta noite de quarta-feira", ouvir o que a Loraine disse me deixou com raiva de mim mesma por ter acreditado nas palavras de Helen, pois ela tentou me enganar dizendo que seria leiloado em Amberose, que era uma cidade longe de Averna.
"Aquela v*dia me falou outra coisa", eu chiei de raiva e senti vontade de tacar fogo na Helen até transformá-la em uma pilha de cinzas.
"Não deixe que a sua raiva controle o seu destino. Se acalme. Lute contra seus inimigos estando no controle das suas emoções. Você deve estar bem preparada pra guerra que tá por vir. Muito bem, querida. Tenho que ir. Se cuide", Loraine encerrou a ligação antes que eu pudesse continuar com mais perguntas.
De que guerra ela estava falando?
Loraine sempre me deixava sozinha para que eu encontrasse as minhas próprias respostas. Isso era irritante às vezes.
"Quarta à noite? Isso era perto. Preciso conseguir ingressos pra venda beneficente", liguei para o Finley a fim de perguntar se ele poderia me ajudar a conseguir os ingressos para o leilão privado.
"Ash, faltam só dois dias para o evento. Os ingressos estão esgotados. Você já deveria saber que o leilão que vai acontecer é um evento popular em Averna. Não consigo arranjar esses ingressos pra você, mas sei quem pode", disse Finley praticamente cantando.
"Quem? Você poderia, por favor, conseguir os ingressos pra mim? Eu preciso muito disso. Pelo Teddy", implorar não era o meu forte, mas eu estava dando o meu melhor para obter alguma ajuda do Finley. Ele tinha boas relações com os ricos e famosos. Relações melhores que as minhas, sem dúvidas.
Tive mais inimigos do que amigos.
"Nikolai Wulfgard. Ele é um dos maiores doadores que vão estar lá este ano. Tô lendo isso no site em que tenho certeza de que você tá com preguiça de lê-lo pra encontrar as respostas sozinha", revirei os olhos ao ouvir o Finley zombando de mim.
"De todas as pessoas, por que logo ele?", eu discuti com o Finley antes de encerrarmos a ligação. Ele me convenceu a pedir esse favor ao Nikolai.
E eu tive outra escolha?
Então, liguei para ele. Nikolai certamente levou o tempo que queria para atender a minha ligação!
"Olá, Nikolai. Sou eu, a Tiana", talvez esse fosse apenas o meu hábito de me apresentar nas ligações.
"Senhorita Winters, que prazer em ouvir sua voz de novo. Se você tá ligando pra me agradecer por não ter te denunciado devido ao que você fez na apresentação dos seus desenhos, não se esqueça de que você ainda me deve uma por isso", as palavras de Nikolai fizeram com que eu mordesse os meus lábios e esperasse poder voltar no tempo.
Eu ia definitivamente o esfaquear com uma faca de prata.
Mas agora não. Eu precisava da ajuda dele.
Além disso, voltar no tempo para mudar a história exigiria muito poder para ter sucesso. Isso drenaria as minhas energias por dias. Ou pior, posso até morrer se tentar.
Antes de eu continuar com o meu pedido, ele continuou primeiro: "Querida, você nem pagou o preço do ingresso do Baile de Máscara."
Eu não soube o porquê, talvez pela maneira como ele falou aquilo.
De repente, fiquei excitada ao ouvir a voz dele.
Que maravilha! Por que ele precisa me lembrar daquela noite quente que tivemos no carro dele!