Capítulo 115
972palavras
2023-07-22 00:02
Ponto de vista de Inara:
Soltando uma risada, ele perguntou: "Está melhor agora?"
"Sim... sim... obrigada."
"Você não precisa me agradecer. Se alguma coisa te deixar desconfortável, basta me dizer, tá?" Ele me tranquilizou enquanto suas mãos subiam e desciam pelas minhas coxas de maneira reconfortante.
Suas palavras fizeram meu coração derreter. "Tá."
Em seguida, meus olhos voltaram a cair sobre os seus lábios e, por reflexo, acabei lambendo os meus, o que chamou sua atenção. A chama que se acendeu nos olhos de Xavier enviou uma onda de calor pela minha espinha, o que me fez enrijecer em seu colo.
"Eu... eu... eu", gaguejei.
"O que você quer, minha pequena?" Ele perguntou, rouco.
"Eu... eu... eu... quero..." Tentei dizer, mas não consegui completar minha frase.
"Venha cá", ele ordenou enquanto subia uma de suas mãos para descansá-la em minha cintura e movia a outra para a parte superior das minhas costas, incentivando-me a me aproximar mais dele, o que me deixou bastante contente. Só então percebi que não gostava de qualquer espaço entre nós.
"Você está bem, meu amor?" ele questionou.
"Uhum", murmurei.
"Palavras. Use suas palavras."
"Eu... eu... estou bem, Xav.”
"Esse é um bom começo. Agora, diga-me o que você quer."
"Eu... eu..." As palavras pareciam presas na minha garganta, não importava o quanto eu tentasse forçá-las a sair, assim como o rubor que parecia ter se tornado meu novo tom de pele natural. Bastou um olhar para o meu companheiro para que eu pudesse ver seus olhos ardentes, mas o que me acalmou de verdade foi a ternura em seu rosto, reconfortando-me e aliviando a tensão que não sabia que tinha.
Então, em vez de continuar com minha tentativa patética de falar, apenas apoiei minhas mãos em seu peito e me inclinei para beijá-lo. O gemido que escapou de seus lábios foi minha ruína. Querendo ouvir mais daquele som, aprofundei o beijo e corri meus dedos pelos seus cabelos que, para minha surpresa, estavam soltos hoje.
Seus fios pareciam mais macios e estranhamente quentes. Talvez minha mente estivesse me pregando peças ou o beijo me distraindo, mas senti seu cabelo fazer cócegas e deslizar pelos meus dedos. Antes que pudesse pensar mais sobre isso, senti algo me cutucar. Não precisava ser um gênio para saber do que se tratava.
Deixei escapar um gritinho ao desfazer nosso beijo. A pequena risada do meu companheiro trouxe um sorriso para o meu rosto ruborizado. Na minha tentativa de me afastar, acabei me mexendo demais em seu colo. Neste instante, ele parou de rir, lançando-me um olhar que me deixou toda quente e perturbada de novo. Eu mesma podia sentir o cheiro da minha excitação.
"Vamos com calma, meu amor. Assim, você vai piorar as coisas", ele murmurou entre os dentes.
"Ah, me desculpe!"
"Não precisa pedir desculpas", ele esclareceu, forçando um sorriso. Então, seus olhos voltaram a fazer aqueles movimentos estranhos que os faziam parecer dois redemoinhos. Aquilo prendeu minha atenção até que, de repente, Xavier se endireitou na cama. Eu quase escorreguei, mas ele foi rápido o suficiente para me segurar com força.
"Calma, amor..." Ele balbuciou com uma voz extremamente grave. Embora ele ainda soasse como ele mesmo, parecia haver algo diferente nele.
Segui seu olhar para encontrá-lo fixo onde eu estava sentada em seu colo, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele me deu um beijo rápido na testa e sussurrou:
"Assim que eu te soltar, desça as escadas correndo. Não precisa ter medo. Apenas me dê alguns minutos, então, eu descerei e explicarei tudo."
Por alguma razão, eu não estava com medo. Eu tinha plena convicção de que ele jamais faria nada para me machucar. No entanto, também sabia que ele não me pediria uma coisa dessas sem nenhum motivo. Algo me dizia que isso tinha a ver com o que estava me cutucando lá embaixo.
Corada como um tomate, anuí e deixei que ele me ajudasse a sair de cima de si antes de sair correndo do quarto. A risada que ele deu após ver o meu rosto me fez ficar ainda mais vermelha, como se isso fosse possível.
"Tão fofa." Esta foi a última coisa que meus ouvidos registraram enquanto corria escada abaixo e me deparava com o rosto confuso de Magnus.
"Ei, ei, acalme-se. Você está bem? Onde está Xavier? Aconteceu alguma coisa? Por que está correndo?" Ele disparou uma série de perguntas ao me analisar dos pés à cabeça.
"Ah... não, não. Está tudo bem. E... e... Xavier está lá em cima. Ele vai descer logo."
"Espere, por que está gaguejando? E por que está tão corada?" Magnus perguntou com os olhos semicerrados.
"Venha cá, vamos nos sentar", ele acrescentou enquanto me dava uma mão para descer o último degrau da escada e me guiava até o sofá. Em seguida, ele saiu para pegar um copo d'água para mim. Fiquei muito grata pelo seu gesto. Aquilo iria me ajudar a acalmar meus nervos, sem falar nos meus hormônios.
"Obrigada", murmurei após beber toda a água que havia no copo.
"Disponha. Agora, diga-me, o que a fez descer as escadas correndo apesar do seu estado atual?" Ele perguntou com um olhar nitidamente divertido.
"Eh... onde está Meissner?" Eu o questionei ao invés de responder.
"Ah... ah... ah... Eu sei o que está fazendo, mas esse truque não vai funcionar comigo, querida! Quanto a Meissner, ele está dormindo agora", Magnus retrucou.
"Eu... eu... eu... nada. Não aconteceu nada."
"Então, você desceu as escadas correndo por nada? Não foi nada que deixou seu rosto tão vermelho quanto sangue fresco? E seu coração batendo a mil por hora, não foi nada também?"
"Ah... oh... É... bom..."
"Bom, o quê? Desembuche de uma vez!"
"Ah... tá... você sabe..."
"Espere! Já sei! Os dois pombinhos aprontaram, não é? Ah, como vocês são safadinhos!"
"Não, não..."
"Sim, sim, sim!"