Capítulo 102
1112palavras
2023-07-09 00:02
Ponto de vista de Xavier:
Eu sabia que o can*lha astuto iria aprontar alguma coisa, só não esperava que fosse demorar tanto, especialmente depois de ter sido tão espancado.
Não precisei parar para investigar o que era, pois antes que os magos aliados de Armand pudessem aparecer, nossa terça parte já estava bem atrás deles. Agora sabíamos porque ele havia se recusado se fundir a nós. Soltando um rosnado, ele pulou enquanto sua mandíbula se fechava a alguns centímetros do meu rosto. Precisei piscar algumas vezes para ter certeza de que o que via era real, mas logo minhas preocupações se dissiparam quando notei o braço pendurado entre os dentes dele.
O membro selvagemente amputado tinha uma adaga estranha e brilhante na mão, a qual podia afirmar com toda certeza que era destinada a mim e não no bom sentido. Ao me virar, encontrei o dono do braço arrancado, gritando a plenos pulmões conforme tentava estancar o sangramento com suas roupas. Pena que seu braço foi tudo o que ele perdeu. Eu pessoalmente teria mirado em sua cabeça, mas cada um com o seu próprio método.
Assim que o braço foi jogado no chão, em pouco tempo, várias partes de corpos diferentes se seguiram. No entanto, nada disso impediu aqueles magos de nos lançarem armas de todas as direções. Foi divertido evitá-las ou apanhá-las no meio ar. Embora algumas tivessem me acertado, meus ferimentos em nada se comparavam aos que sofri nas inúmeras batalhas que travei. Quando perceberam que suas armas eram praticamente inúteis contra mim, eles recorreram a feitiços e bombas mágicas, o que tornou as coisas bem mais divertidas.
Nossa terça parte fez questão de pegar a maioria deles antes que pudessem completar seus feitiços. Aqueles que conseguiram ser realizados, tratei de rapidamente anular seus efeitos antes que causassem algum dano real. Nossa terça parte pareceu gostar dessa tentativa fracassada de pique-esconde mortal. Não demorou até a sala se encher de gritos e o chão ficar repleto de poças de sangue, as quais achei fascinante de se ver. Entretanto, não tive muito tempo para apreciar aquela cena porque percebi um movimento na outra extremidade do lugar.
O can*lha do Armand estava tentando escapar.
Apesar de ter me apressado para diminuir a distância entre nós, antes que pudesse alcançá-lo, um mago de aparência bem esquisita o puxou para dentro de um portal longe do meu alcance. Droga!
Eu tentei segui-los através do portal, mas uma horda de magos saiu por ele, prontos para avançar sobre mim.
Eles logo formaram dois grupos, dividindo-se entre mim e nosso outro terço. Realmente, não importava o quão forte era um indivíduo, um grande número de pessoas em conjunto podia ser algo quase imbatível. No entanto, eu me certifiquei de enfrentá-los com tudo o que tinha.
Conseguimos reduzir o número dos magos pela metade, mas ainda havia muitos deles.
"Apenas o libere", Santiago sussurrou.
"Não... Você sabe o quão perigoso isso é", eu retruquei.
"Parece ser a nossa única saída agora", ele insistiu.
"Pessoas inocentes podem morrer. Esta mina é pequena demais pare evitar qualquer dano que isso causaria..."
"Bom, quando você coloca dessa forma, não me surpreende porque sei que você é um molenga empático, mas vamos trazê-lo de volta para cá e acabar com isso de uma vez por todas... Aquele idiota já se divertiu demais por uma vida inteira", Santiago cuspiu.
"Com prazer", murmurei antes de puxar nossa terça parte de volta. Eu o reabsorvi rapidamente e, pela expressão atordoada que havia no rosto dos magos, isso conseguiu me comprar algum tempo para me recompor.
Tudo aconteceu em uma fração de segundo, então, fui para cima deles novamente com sangue nos olhos, dilacerando-os como se fossem feitos de papel. Nenhum deles era páreo para nós três juntos. Embora alguns lutassem bem, só havia uma maneira de acabar com esse show de m*rda e era se apenas um lado sobrasse de pé. No entanto, seria necessário muito mais do que pedaços de aços mortais ou enfeitiçados para nos derrotar, o que era uma pena para eles.
Não importava o quanto eles lutassem, aquilo ainda parecia uma chacina. Em algum momento, a sede de sangue me consumiu e perdi qualquer noção de controle. Eu facilmente me fundi com a escuridão faminta e sedenta de sangue que emergia dentro de mim sempre que eu estava em um campo de batalha e deixei que ela conduzisse o espetáculo enquanto eu observava a tudo silenciosamente através de seus olhos.
Pude vê-lo descartar a espada e dilacerar os magos, membro por membro, tornando suas mortes desnecessariamente lentas. Então, ele os torturou antes de arrancar suas cabeças de seus corpos já desmembrados.
Os magos tentaram recorrer a feitiços quando perceberam que estávamos acabando com eles mais rápido do que podiam piscar. Entretanto, fomos espertos o suficiente ao criar um escudo protetor ao nosso redor. Afinal, da mesma maneira que esta era a nossa versão mais poderosa, ela também era a mais frágil, pois era um risco enorme ter apenas um de nós pilotando o nosso corpo.
A matança continuou até o último mago cair morto e esquartejado em pedaços bem pequenos. Foi assim que meu tio Luke me encontrou. Parado no meio da sala, banhado de sangue da cabeça aos pés com várias partes de corpos alheios espalhadas ao meu redor enquanto meus olhos giravam descontroladamente e minha respiração estava ofegante.
"Veja só quem se adiantou e ficou com toda diversão para si", ele brincou.
Um grunhido foi tudo o que ele ganhou de nós, mas isso foi o suficiente para que ele nos censurasse.
"Não se atreva a rosnar para mim, filhote! Agora devolva o controle para ele antes que eu te dê uma bronca pela bagunça que fez aqui", ele repreendeu nossa terça parte.
Por mais amigável que o tio Luke fosse, suas broncas eram algo que tentávamos evitar a todo custo. Antes que eu pudesse resistir, recebi o controle do meu corpo de volta a tempo de ter que enfrentar meu tio.
"Caramba, filho! Eu sabia que estava furioso, mas não desse jeito", ele murmurou com o cenho franzido.
"Eu também não sabia", admiti.
"Onde está sua mãe e sua companheira?"
"Eu as mandei para casa antes de todo esse show de m*rda começar..."
"Sábia decisão... Como não estou vendo o culpado nessa pilha de corpos, imagino que ele tenha fugido."
"Sim, mas não por muito tempo. Não importa onde ele esteja escondido, eu o encontrarei leve o tempo que levar."
"Sem dúvidas. Agora vamos levar você de volta para casa para que possa ver sua companheira. Eu darei uma passada no Império Drakkon para informar o rei sobre os últimos acontecimentos e pensar em novas estratégias..."