Capítulo 92
982palavras
2023-06-29 00:02
Ponto de vista do narrador:
Mãe e filho passaram o resto do dia recuperando o tempo perdido e consertando seu relacionamento outrora frágil. Ao mesmo tempo, Luke os observava das sombras. Ele não poderia estar mais feliz.
Este reencontro não só demorou muito para acontecer, como ele o aguardou apreensivamente. Afinal, ele havia visto vários futuros possíveis sobre isso, cada um pior do que o outro, mas ele deveria ter previsto que seria diferente.
Os dois seres mais obstinados que ele conhecia dariam um jeito de trilhar seu próprio caminho e jamais permitiriam que as coisas saíssem exatamente como o destino planejara.
Bom, dane-se o destino! Luke gostava mais deste resultado.
Ele ficou animado de vê-los tão à vontade, rindo e apenas curtindo a companhia um do outro. Ambos mereciam isso e muito mais. Ele estava feliz por tê-los ajudado a chegar neste momento.
Um relacionamento já havia sido reparado, agora faltava mais alguns.
Olhando uma última vez para eles, Luke se virou e caminhou até o vampiro impaciente que esperava atrás dele.
"Eles estão bem?" Magnus perguntou, lançando um olhar para o jardim.
"Melhores do que nunca", Luke respondeu com um sorriso.
"Vamos festejar então!" O vampiro comemorou enquanto esfregava as mãos umas nas outras e molhava os lábios.
O que, ou melhor, quem ninguém notou, observando tudo por trás de outra abertura na parede, foi o rei. Só de ver mãe e filho darem os primeiros passos para remendar seu relacionamento desgastado, ele se lembrou de sua situação com sua filha, sua única filha.
Ele sempre sentiu que havia falhado com ela de alguma forma depois que confiou a Marleigh a vida de Sapphire sem saber que estava fazendo um acordo com uma diaba. Ele nunca se perdoou por esse erro e temia o dia em que precisaria contar a verdade à filha, sabendo como o relacionamento deles já estava em frangalhos.
No entanto, olhar para Xavier e sua mãe lhe deu esperança de um futuro melhor. Independente de quanto tempo demorasse, ele continuaria tentando reparar seu relacionamento com Inara, pois ela era tudo o que ele tinha. Seria uma maldição se ele a perdesse, mas primeiro, ele precisava tirá-la das garras de Armand.
De certa forma, ele estava feliz por sua filha ter Xavier como companheiro. O rapaz não parou de tentar encontrá-la desde que chegou neste reino e, com tanta determinação e devoção, ele sabia que sua filha seria bem cuidada e protegida.
Depois de olhar uma última vez para o jardim, ele voltou para o seu quarto para descansar um pouco. Ele sabia que uma vez que todos tivessem recuperado o fôlego, eles entrariam em ação para resgatar sua filha.
******
Em Sallsynt Guld, Inara passava seus dias comendo e dormindo, não que ela tivesse qualquer controle sobre isso. Ela chegou a um ponto de sentir tanta fome que precisou receber várias refeições por dia por causa dos seus desejos. Quando não conseguia o que queria, seu mau humor chegava a níveis mais elevados do que o habitual. Diante disso, os magos aprenderam da maneira mais difícil a não negar seus desejos ou atrasar suas refeições por medo de como ela poderia ficar.
Conforme sua barriga começava a crescer, ela passou seus dias conversando com o bebê lá dentro. Ela não via Meissner ou Armand há algum tempo e, embora não devesse se importar, era bastante estranho que os dois tivessem sumido durante o mesmo período. Inara não dava a mínima para o que príncipe fazia, mas ela não podia deixar de se perguntar sobre Meissner e desejou que ele estivesse em contato com o mago disposto a ajudá-la.
De sua cela, ela ouviu uma conversa entre os magos de que Armand havia voltado de seu reino muito bem-humorado. Apesar de ninguém saber o que tinha acontecido, ele parecia muito feliz com o que encontrou lá.
Para Inara, o bom era que ele não tinha aparecido para incomodá-la com sua presença. Ela ficou muito grata por isso.
Na maior parte do tempo, quando não estava dormindo, ela se perdia em seus pensamentos, imaginando o que aconteceria com ela e seu bebê; se ela sairia deste lugar e o que seria de seu relacionamento inexistente com Xavier.
Ela tentava evitar pensar nele ou mesmo no que aconteceria quando ele descobrisse que ela estava grávida de outro homem. Será que ele ainda a desejaria e a este vínculo? Tais pensamentos intrusivos a mantinham acordada na maioria das noites e, devido à sua condição atual, suas lágrimas não paravam de jorrar como se ela fosse uma torneira quebrada.
Ah, Xavier! Ele parecia ser do tipo de homem que teria ido até o fim do mundo por ela, um clássico macho alfa. Ironicamente, este era o tipo homem que ela evitava em seu reino, mas havia algo sobre Xavier que simplesmente a atraía. Talvez fosse o vínculo de predestinados, mas o que quer que fosse, ela tinha certeza de que isso não importaria mais depois que ele soubesse a verdade, o que partia seu coração.
Armand, por outro lado, estava nas nuvens e não parecia que desceria de lá tão cedo. Ele não conseguia parar de pensar em sua visita ao império Drakkon desde que voltou, não que ele quisesse esquecê-la. Ele não tirava a mãe do príncipe da cabeça e nem sequer sabia o nome dela. Talvez ela fosse sua companheira ou algo assim. Ele não fazia ideia, mas iria descobrir.
E agora que sabia que a fonte estava a seu favor, ele estava mais do que pronto para dar início a esta guerra de uma vez. Considerando o quão fraco e desinformado o rei era, ele tinha certeza de que não demoraria muito para que a guerra acabasse. Então, ele seria o rei do império Drakkon e talvez, depois disso, ele tivesse a chance de conhecer melhor a mãe do príncipe.
Ele decidiria o que fazer com Inara posteriormente.