Capítulo 87
1032palavras
2023-06-24 00:01
Ponto de vista de Xavier:
Eu me ofereci para levar a maga de volta ao seu quarto. Assim que nos aproximamos da porta, ela se abriu para revelar o homem mais famoso do momento.
Maldito Armand!
"Espero não estar interrompendo nada", ele disse enquanto dava uma olhada superficial ao redor da sala.
"Não, você não está, até porque eles já estavam de saída", o rei interveio, irritado.
"Ah, sim..." Armand respondeu com um sorriso, claramente interpretando mal a quem era destinada sua irritação.
"Oi, meu amor", ele cumprimentou a maga ao deixar um selinho em seus lábios.
Embora soubesse que ela não era minha companheira de verdade, não pude evitar a raiva que tomou conta de mim. Ela podia não ser minha Inara, mas ainda usava o seu rosto e se parecia com ela. Impostora ou não, ver Armand a beijando quase me fez explodir.
Pela primeira vez desde que minha mãe chegou, senti Santiago se contorcer sob minha pele. Ele sempre desaparecia sem dizer uma palavra quando ela estava por perto e só voltava depois que ela ia embora. Contudo, Armand era tão irritante que ele não conseguiu se controlar.
Virando-se para mim, ele estendeu a mão e disse: "Sou Armand, príncipe herdeiro de Sallysynt Guld e noivo de Inara."
Segurei a mão dele com firmeza antes de responder: "Príncipe Xavier River. Estes são o meu tio, minha mãe e meu irmão."
Não pude deixar de notar a maneira como ele me avaliou, assim como todos os outros que mencionei. Seus olhos, no entanto, demoraram-se um pouco demais sobre minha mãe e acabei deixando escapar um rosnado que não consegui conter. Rapidamente, ele desviou o olhar.
Minha mãe parecia eternamente jovem. Com suas tatuagens e seu olhar indiferente de sempre no rosto, sem falar nos cabelos brancos e trajes de batalha, ela parecia mesmo incrível, uma bela visão. Por um lado, não podia culpar Armand pelos pensamentos sujos que passaram em sua mente.
O mais engraçado era que minha mãe partiria o desgraçado ao meio se ele ousasse tocar nela. Se tivesse sido ela na posição de Inara, esse show de horrores já teria acabado há muito tempo e provavelmente Armand estaria agora em uma masmorra para ser torturado pelo resto da vida.
Embora pudesse ver todas as suas perguntas queimando em seus olhos, ele fez uma escolha sábia ao não fazê-las.
No entanto, ele questionou: "Estão aqui para o casamento?"
"Na verdade, viemos discutir algumas questões pendentes com o rei. Só fomos informados depois sobre o casamento. Ficaríamos se tivéssemos sido convidados."
"Ah, não seja por isso. Gostaria muito que ficassem para o casamento, se não se importarem. O rei certamente permitirá", ele disse com um sorriso malicioso no canto dos lábios.
Aquele aperto de mão bastou para que pudesse ver o que se passava em sua mente e tinha que admitir que ele realmente precisava de ajuda psiquiátrica. Podia ouvir seus pensamentos como se tivessem sido conectados a um auto-falante. Definitivamente não eram coisas que queria escutar no momento.
"Se o próprio noivo está nos convidando a ficar, então, ficaremos", respondi.
"É ótimo ouvir isso. Bom, vim passar um tempo com Inara, se vocês não se importarem. Já faz dias que não nos vemos e estou com saudades", explicou ele.
Até parece! Argh, como eu queria poder deformar seu rosto com um soco bem dado.
"Ah, claro, não nos importamos nem um pouco. Você pode conversar com ela", consenti entre dentes e com o sorriso mais falso que consegui dar.
Todos esperamos até seus passos desaparecerem pelo corredor antes de soltarmos um suspiro em conjunto.
"Por que ele está aqui hoje?" Minha mãe indagou.
"Sua espiã lhe disse que não paramos de discutir com o rei desde que chegamos aqui, então, ele veio fazer novos aliados."
"Tem certeza de que não se lembra que problema ele tem com você?" Magnus perguntou ao rei com seriedade.
"Tenho... Até onde eu sei, não somos amigos por conta da nossa diferença de idade, sem falar que nem sou amigo do pai dele. Somos apenas conhecidos."
"De um jeito ou de outro, vamos descobrir isso em breve. Bom, esses últimos dias foram bem agitados e gostaria de descansar um pouco. Acho que vocês deveriam fazer o mesmo. As coisas só devem piorar de agora em diante", argumentei, abafando um bocejo. Os acontecimentos do dia e o estresse estavam começando a me afetar. Precisava descansar antes de que algo me tirasse do sério e eu perdesse o controle.
"Como estou em um novo reino, vou sair por aí e explorar um pouco mais antes que a bomba estoure e as moças bonitas se escondam", Magnus avisou enquanto balançava suas sobrancelhas malditas. Pelos grunhidos que ouvi ao redor da sala, todos sabiam o que ele queria dizer com "explorar".
"Eu vou ficar aqui com o rei", minha mãe comentou, fazendo-me levantar as sobrancelhas para ela, que revirou os olhos em resposta. Tentei ler sua mente, mas tudo o que consegui encontrar foi uma imagem de mim quando era criança, nu e com uma carranca no rosto. Meu rosto corou imediatamente conforme ela e tio Luke soltavam uma risada.
"Vamos, Magnus. Eu vou explorar com você. É melhor aproveitar enquanto ainda posso", tio Luke disse, fazendo Magnus soltar um gritinho animado.
Ponto de vista de Armand:
A empolgação correndo em minhas era indescritível. Simplesmente não conseguia acreditar na minha sorte! Esses novos convidados não eram apenas intimidantes, eles pareciam ter saído direto de um pesadelo, e a mulher com eles era algo de outro mundo.
Ela era o tipo de mulher digna de um grande governante. Era com alguém como ela, que parecia ter sido forjada pela guerra, que deveria me casar ou ter em meu destino, não Inara. Embora minha noiva tivesse seu propósito, não conseguia tirar aquela mulher da cabeça.
Talvez seu filho tenha percebido meu interesse se seu rosnado fosse algum indício disso. Além do mais, ele mencionou que era um príncipe, o que significava que eles deviam pertencer a algum tipo de realeza. Isso era um bônus, sem dúvida. De fato, hoje estava sendo um dia repleto de surpresas.
Aliados como eles faria toda a diferença nessa guerra que estava por vir.