Capítulo 74
1054palavras
2023-06-11 00:02
Ponto de vista de Xavier:
Dois dias se passaram e ainda não obtivemos quase nenhum resultado em nossa busca para descobrir onde o maldito noivo da minha companheira havia a levado.
Pela primeira vez, todos os meus poderes se mostraram praticamente inúteis e essa não era uma sensação muito boa, especialmente quando eu mais precisava deles para salvar minha companheira.
Até agora, tudo o que a Inara impostora havia feito desde a sua chegada foi bajular o rei. Eu tive a oportunidade de ler sua mente duas vezes.
Embora ela não soubesse de quase nada, ainda não havia a descartado como uma possível aliada depois que vi o conflito em sua mente a cerca do maldito príncipe.
Ela também queria descobrir porque ele estava fazendo tudo isso e algo me dizia que ela não o apoiaria se soubesse. Essa seria a nossa chance de atraí-la para o nosso lado.
Tentei várias vezes me encontrar com o tal príncipe, mas ele parecia fazer questão de evitar o rei ou os novos convidados que chegaram mais cedo para o seu próprio casamento.
Evidentemente, nós éramos os supostos convidados e esse encontro seria apenas um artifício para mantê-lo sob nossas vistas, mas ele sempre ia embora antes que pudéssemos alcançá-lo.
Magnus, por sua vez, vinha sendo bastante prestativo e produtivo durante nossa curta estadia no palácio.
Ele encantou vários guardas ao redor do lugar para que lhe revelassem tudo o que sabiam sobre o príncipe e Inara. Imagine nossa surpresa quando descobrimos que vários deles foram pagos pelo próprio Armand para espionar a princesa e o rei para ele.
Ele os recompensou generosamente com pedras preciosas raras e as melhores mulheres que esse tesouro podia pagar.
Onde foi parar a lealdade dessas pessoas?
No entanto, nada me preparou para a quantidade de m*rda que eu ouviria a seguir.
Segurando com força os braços do assento que eu ocupava, ouvi um dos ex-guardas de Inara confessar como o príncipe os subornou para fechar os olhos para o assédio que minha companheira sofria toda vez que Armand estava por perto para visitá-la, mas essa não foi a pior parte.
O pior foi ouvir como o covarde se aproveitou da princesa em seus próprios aposentos enquanto distorcia a história para fazer parecer que havia sido ela que se jogou sobre ele, forçando-o a tirar sua virtude.
Como se isso não bastasse, Armand fez com que os guardas apresentassem falsas testemunhas com relatos a seu favor de que a princesa havia ameaçado matá-lo caso ele a recusasse.
Os mesmos guardas que deveriam protegê-la a venderam por algumas pedras preciosas, como se ela não fosse nada além de um par de botas sendo vendidas no mercado de pulgas.
A raiva implorando para ser liberada dentro de mim não era nada comparada ao ódio que senti quando ouvi a insinuação que o guarda fez sobre sua conexão com o covarde.
Foi ele quem demitiu os guardas anteriores e os substituiu por esses traidores que relatavam cada passo de Inara para ele.
Por pouco não consegui evitar que Santiago e meu outro eu escapassem e matassem o guarda depois de ele confirmar que Armand havia tomado meu direito à virtude de minha companheira à força com o único propósito de engravidá-la de um filho seu apenas para que ele pudesse obter uma parte do poder de Moira ou do blodsvreden como eles chamavam.
Eu estava sedento por sangue. Só de imaginar rasgar o príncipe e seus comparsas em pedaços me fazia salivar. Sabia que devia estar parecendo um psicopata louco e perturbado, mas eu realmente não me importava.
Eu queria matar a todos. Nenhuma mulher merecia ser tomada contra sua vontade, independente do fato de que poderia gerar bebês cheios de poder ou não.
Nenhuma mulher, muito menos minha frágil e inocente companheira, merecia ser estuprada e depois levar a culpa por instigar esse ato imundo.
Eu gostaria muito de tê-la aqui agora para que pudesse consolá-la, confortá-la e lhe dar todas as garantias que precisasse.
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Ponto de vista do narrador:
Após alguns dias, eles finalmente conseguiram obter alguma informação sólida dos planos daqueles cretinos, mas não era nada do que eles esperavam.
Na verdade, era bem pior. A dor que Xavier sentiu em seu peito foi diferente de tudo o que ele havia experimentado antes.
O olhar sombrio no rosto de Magnus revelava que ele se sentia tão enojado e perturbado quanto o seu amigo e estava pronto para drenar cada um daqueles babacas.
Ainda assim, eles tentaram investigar mais para descobrir qual era a jogada final de Armand. Foi aí que as novidades acabaram.
Parecia que tudo o que o guarda sabia era sobre os planos que Armand tinha para Inara e o reino de seu pai, mas nada além disso.
O príncipe era um cretino inteligente ao que tudo indicava. Ele deu aos seus comparsas o suficiente para parecer que estavam por dentro de seus planos, mas, ao mesmo tempo, isso era só a pontinha do iceberg, tornando-os descartáveis à menor provocação.
Essas novas descobertas não eram tudo, mas eram mais do que suficiente. Mais do que tiveram desde o dia em que chegaram.
Como não podia matar o guarda e dar a qualquer um dos aliados de Armand no palácio uma dica de quem ele era, Xavier simplesmente se levantou e desapareceu da sala por um portal.
Ele foi parar em frente ao mesmo vulcão, onde ele havia conhecido suas companheiras.
Deixando escapar um suspiro cansado, ele se sentou no chão e dobrou os joelhos na frente do peito.
Nesse momento, ele precisava de seu tio Luke mais do que tudo. No entanto, voltar para sua casa ou chamá-lo até este reino seria como jogar migalhas de pão para um roedor seguir. Conhecendo bem seu avô, ele certamente as seguiria sem pensar duas vezes e Xavier não precisava disso agora.
Ele ainda pensava em como se sentia sozinho e no que podia estar acontecendo com sua companheira em seu cativeiro quando, de repente, uma sensação quente o fez se sentir tonto do nada.
Sua cabeça girou tanto que tudo o que ele sentia vontade de fazer era fechar os olhos e dormir. No entanto, ciente de que esse desejo não partia dele, Xavier tentou resistir inutilmente, pois em pouco tempo ele estava fechando os olhos e caindo no sono.