Capítulo 73
1197palavras
2023-06-10 00:02
Ponto de vista de Inara:
"Sobre o que você quer falar?" Fui direto ao ponto.
"Primeiro, como você está? E o bebê? Ouvi dizer que seu apetite voltou", ele comentou com um brilho animado nos olhos.
"Estou tão bem quanto uma prisioneira pode estar. E como tem tanta certeza de que estou grávida? Quero dizer, além de não conseguir sentir Zya e minha blodsvreden, não percebi nenhuma mudança", eu indaguei, realmente curiosa.
"Eu... Eu tenho certeza porque... bom... eu me certifiquei disso." Ele tropeçou em suas palavras.
"O que di*bos você quer dizer com se certificou disso?" Eu gritei, não gostando nada de sua declaração.
Depois de ponderar por alguns instantes, ele suspirou e fez uma revelação que virou meu mundo de cabeça para baixo.
"Eu pedi a um mago para preparar uma poção e um feitiço como uma forma de garantir que se eu dormisse com você, isso resultaria numa gravidez..."
"Armand! Eu sempre soube que havia algo de errado com você, mas isso... isso passa de todos os limites! E quanto a mim? As minhas escolhas, minha vida, meu companheiro?"
"Você precisa se acalmar, Inara! Essa exaltação toda não é boa para a sua saúde, nem a do bebê! E eu não pensei em você ou em suas escolhas. Além do mais, as chances de alguém encontrar seu companheiro hoje em dia são nulas!"
"Claro que você não pensou em mim! Clássico da sua parte, Armand. Você só se preocupa com uma coisa, você mesmo!
"Você sempre foi egoísta e ainda se pergunta porque nunca gostei de você. E me poupe dessa palhaçada de isso ou aquilo não ser bom para a minha saúde.
"Se você se importasse, nem que fosse um pouquinho comigo, não teria me sequestrado, muito menos me estuprado com a intenção de me engravidar. E se quer mesmo saber, encontrar seu companheiro não é tão difícil assim, afinal, o meu já me encontrou!"
"Os detalhes de como você engravidou realmente não importam, mas o que quer dizer com seu companheiro já tê-la encontrado?"
"É isso mesmo o que você ouviu, Armand. Eu tenho um companheiro e ele já me reivindicou. Ele descobriu que eu existo, aí veio você, virando minha vida inteira de cabeça para baixo!"
"Como você o conheceu? Onde o conheceu? De que reino ele é? Qual é o nome dele? Isso muda as coisas. Na verdade, muda muitas coisas!"
"Você teria que me matar antes que eu lhe dissesse o nome dele. Mesmo assim, você nunca iria descobrir porque eu já estaria morta e não sei de que reino ele é.
"Nunca tive a chance de conhecê-lo e agora talvez jamais tenha. Qualquer esperança que eu tinha de ficar com ele, você arruinou com esta gravidez. Ele não iria me querer depois disso", sussurrei conforme as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
"Ele não te querer é a melhor coisa para todos nós. Assim, não teria que matá-lo e poderia até soltá-la desde que concordasse em ir para cama comigo, mas isso já seria uma mentira da minha parte porque nós dois sabemos que, de um jeito ou de outro, você me dará todos os filhos que puder até não conseguir mais conceber nenhum!"
"O quê? Por acaso eu pareço uma máquina reprodutora para você? O que o faz pensar que estaria disposta a continuar lhe dando filhos?
"Você vai ter que continuar me estuprando porque não há nada nesse mundo que me fará dormir com você de bom grado. Só se for por cima do meu cadáver."
"Isso é o que você diz agora, Inara, mas não há como evitar o que está por vir. Como você se comportará apenas decidirá se faremos as coisas do jeito mais fácil ou mais difícil. De qualquer forma, eu terei o que quero, mas gostaria que tentasse ver as coisas do meu ponto de vista.
"O que estou fazendo é para o bem maior. O que eu e você queremos não importa. Esta é a sua vida agora. Quanto mais cedo você aceitar isso, mais fácil será para todos nós."
"O que te dá o direito de decidir como será minha vida sem o meu consentimento? Eu sou um ser vivo e tenho meus próprios direitos!
"Eu não mereço ser tratada dessa maneira, muito menos para os seus propósitos egoístas. Prefiro morrer com esta criança no meu ventre do que viver para vê-la ser criada por um psicopata como você, Armand!"
Em um piscar de olhos, Armand surgiu na minha frente, colocando as mãos ao redor do meu pescoço.
Embora eu tentasse afastá-lo, foi inútil. Quanto mais eu lutava, mais ele aumentava a pressão em volta do meu pescoço. Ele continuou me sufocando até que comecei a perder o ar e a ver pontos pretos na minha frente.
Eu tive esperanças de que ele juntasse coragem para acabar comigo e toda essa farsa de uma vez.
Mas Armand não era apenas egoísta, ele também era um covarde. Afinal, ele não conseguiu ir até o fim.
Ao ver que estava prestes a desmaiar, ele tirou as mãos de mim. "Não ouse pensar nessas besteiras de novo. Se tentar machucar essa criança ou a si mesma, encontrarei uma maneira de fazer seu pai pagar, ou melhor ainda, seu novo amiguinho, Meissner.
"Ele daria um ótimo brinquedo para os jovens dragões crescendo em nosso fosso mastigarem. Apenas se lembre que qualquer decisão imprudente que venha a tomar terá consequências."
"Seu maldito! ISSO NÃO ACABA AQUI! QUANDO VIEREM ME SALVAR, ESPERO QUE ESTEJA PREPARADO PORQUE EU VOU TE MATAR ASSIM QUE SAIR DESSE LUGAR!"
"E quem vai te salvar? Seu pai ou o companheiro que não faz ideia de onde você está agora?"
Abri e fechei a boca várias vezes em busca de uma resposta, mas nenhuma parecia adequada. Afinal, eu não sabia quem viria em meu socorro.
"Meu pai irá me salvar..."
A risada maníaca e condescendente que escapou da boca daquele cretino me irritou ao extremo, mas me recusei a lhe dirigir a palavra.
"Você está falando do mesmo pai que está tão grato a mim por devolver a ele uma filha bem mais maleável? O mesmo pai que não saiu do lado da sua sósia desde que a deixei no palácio?
"Sabe, seu pai teria percebido que aquela não era você se não tivesse o mantido afastado por tantos anos. Foi você mesma que criou essa brecha para alguém como eu explorar.
"Por anos ele quis criar qualquer tipo de conexão com você e agora que a Inara impostora está lhe dando isso, ele não enxerga mais nada à sua volta."
Algo se rompeu dentro de mim ao ouvir essas palavras, mas por mais abalada que estivesse, eu não queria acreditar no que ele estava dizendo, pois isso significaria que eu jamais seria resgatada.
No entanto, não deixei essa informação me desestabilizar completamente. Sabia que Zya e Moira encontrariam uma maneira de chegar até Xavier. Esse era o meu único consolo agora.
"Vá embora, Armand!" Gritei antes de voltar para a cama e me virar para a parede.
Ele continuou no quarto por sabe-se lá quanto tempo e quando percebeu que eu não diria mais nada, ele se virou e foi embora.