Capítulo 69
931palavras
2023-06-06 00:02
Ponto de vista de Xavier:
"Você nos deu um tapa?" Ele rosnou.
"Bom, eu tinha que fazer algo antes que você colocasse os pés pelas mãos!" Magnus reclamou.
"E por que não me socou então?"
"E arriscar quebrar meus ossos frágeis? Sem chance!"
A risada grave que escapou de Santiago não era familiar, mas era bem-vinda. Magnus não pôde evitar o sorriso que surgiu em seus próprios lábios em seguida.
"Você realmente é tão louco quanto ele sempre falou..."
"Eu sei... eu sei", Magnus concordou presunçosamente. "Faz parte do meu charme. Então, agora que você se acalmou, vamos deixar o rei explicar a situação para que possamos encontrar sua companheira e a paz poder voltar a reinar, tá?"
"Tá", ele resmungou.
Ao nos virarmos para o rei, ele nos encarava com várias perguntas refletidas em seus olhos esbugalhados.
"Quem di*bos é você, Xavier River?" Ele exigiu saber.
"Não fale conosco desse jeito", rosnou Santiago.
"Conosco?" O rei estava claramente confuso.
"Acho melhor você deixar o outro Xavier assumir, San", Magnus sussurrou.
"Tudo bem", ele concordou, embora não tivesse desaparecido por completo. Magnus soube disso ao notar que um dos meus olhos continuou dourado enquanto o outro voltava para o vermelho.
"Será que alguém poderia me dizer o que está acontecendo?" O rei vociferou.
"Meu nome é Xavier River..."
"Você já disse isso!" Ele o cortou.
"Deixe-o terminar, por favor", Magnus pediu.
"Sou neto do rei Chaos, herdeiro de seu trono, príncipe herdeiro e Senhor da fonte e outros reinos..."
"Caramba! Você deveria ter dito isto desde o começo. Agora tudo faz sentido... A propósito, você disse que minha filha é sua companheira?"
"Sim, ela é. Então, agora me diga, onde ela está?"
"Acho que ela foi sequestrada. Seu noivo acabou de entrar aqui alguns minutos atrás com uma mulher idêntica a Inara, mas não era ela. Atrás de ambas as orelhas, minha filha tem uma marca de nascença que se assemelha a uma lua de fogo. No entanto, sua sósia não tinha nada. Sei disso porque eu mesmo verifiquei."
"Por que você acha que, além de sequestrá-la, o noivo dela se daria ao trabalho de substituí-la por uma sósia?"
"Porque ele se casará com ela em breve para ter acesso ao meu trono e nossas reservas de ouro."
"Tá, mas por que ele chegaria ao ponto de sequestrá-la? Sinto que há algo que não estamos vendo."
"Eu penso o mesmo, mas não faço ideia de que motivo ele teria para sequestrá-la."
"Deixe isso comigo. Eu só preciso colocar meus olhos nele, talvez trocar algumas palavras e, então, descobrirei onde ele prendeu minha Inara."
"Você está com sorte porque ele ainda deve estar por aqui, mas não acho que um confronto direto seja a melhor solução. Dessa forma, talvez a gente nunca descubra qual é o seu verdadeiro plano."
"Então, o que propõe? A última coisa que eu quero é ficar aqui parado enquanto minha companheira pode estar sendo torturada ou coisa pior..."
"E você acha que isso é fácil para mim como pai? Preciso lembrá-lo de que ela é minha única filha e basicamente tudo o que tenho neste maldito reino? Eu também não gosto da ideia de ficar parado, mas nossas opções são limitadas e, se não jogarmos bem nossas cartas, acabaremos perdendo Inara e o colocando o reino todo em risco!"
"Dr*ga!" Murmurei enquanto me levantava rapidamente do meu assento e começava a andar de um lado para o outro.
Magnus e o rei prenderam suas respirações conforme assistiam minha luta para me controlar. Como sempre, meu amigo não conseguiu se conter.
"Quer parar de andar de um lado para o outro desse jeito? Você está me deixando tonto. Desde que te conheci, nunca te vi tão descontrolado.
"Posso não saber como é ter uma companheira ou coisa do tipo, mas prometo ajudá-lo de todas as formas possíveis a encontrá-la para que possam ser melosos juntos e fritarem meu cérebro com toda essa breguice que companheiros gostam", ele brincou, obtendo de mim a reação que esperava ao me ver parar e lhe lançar um olhar exasperado antes de sorrir discretamente.
"Seu maluco", eu disse com uma risada.
"Você me ama mesmo assim", Magnus respondeu presunçosamente.
"Vocês dois têm uma dinâmica bem estranha, rara de se ver em um relacionamento entre espécies diferentes", o rei comentou enquanto nos olhava, admirado.
"Relacionamento entre espécies? Que nojo. Falando assim até parece que estamos namorando ou algo do tipo. Só para constar, o grandalhão aqui não saberia lidar com um menino levado como eu, nem se me servissem em uma bandeja de prata para ele", Magnus zombou.
Caímos todos na gargalhada com o seu comentário, o que fez dissipar rapidamente a atmosfera tensa sobre a sala.
Após traçarmos um plano, ficou decidido que eu e Magnus nos apresentaríamos como convidados representantes de outros reinos que haviam chegado um pouco mais cedo do que o esperado para o casamento.
Durante esse tempo, ficaríamos de olho em Armand, na sósia de Inara e em qualquer outra pessoa que agisse de forma suspeita.
Um plano de contingência também havia sido decidido para depois que Inara fosse resgatada. Afinal, uma guerra seria declarada a partir de então. Pelo o que fomos informados, o pai de Armand era tão ganancioso quanto o filho e veria esta como uma oportunidade perfeita para conquistar outros reinos e aumentar seu poder sem se importar com nada à sua volta.
Eles só não faziam ideia do que acontecia a quem ousava tocar na minha companheira. Mesmo sem saber, eles teriam um acerto de contas comigo.
E assim demos início ao nosso plano...