Capítulo 67
949palavras
2023-06-04 00:02
Ponto de vista de Xavier:
Por alguma razão, aquela pareceu a viagem de portal mais longa que já fiz e, pelo risinho irritante de Magnus, percebi que ele estava achando tudo muito divertido. Por fim, o portal finalmente se abriu em frente a um vulcão gigantesco.
Não estava nada surpreso de ele ter nos trazido até esse lugar, já que foi aqui que coloquei meus olhos em Inara pela primeira vez. Levei um minuto inteiro para olhar em volta e perceber que o local estava praticamente deserto.
"Montanhas Rochosas à distância, vulcões por toda parte... Você só pode estar de brincadeira! É claro que você tinha que ser companheiro de um maldito de dragão! De todas as espécies deste mundo, você tinha que arrumar um dragão! Pelo visto, eles não estão tão extintos quanto fomos levados a acreditar."
"Em primeiro lugar, eu não escolhi ser companheiro de um dragão, não que eu esteja reclamando. Em segundo, algumas pessoas acreditam que os vampiros também estão extintos, mas cada um acredita no que quer, certo?"
"Argh! Por que você continua olhando para um lado e para o outro? Você está esperando alguém ou alguma coisa?"
"Mais ou menos."
"Não me diga que suas companheiras lhe deram o endereço errado!" Ele debochou.
"Cala a boca, Magnus!" Eu rosnei.
"Oohh, parece que alguém está nervoso. Ela te deu mesmo o endereço errado, não é?"
"Não! O plano era poder acessar Moira daqui, mas algo parece errado. Eu não consigo sentir nenhuma delas."
"O que quer dizer com não conseguir senti-las?"
"Exatamente isso. Eu tentei entrar em contato com elas, mas nada... Dê-me mais um minuto", eu disse antes de me mover apressadamente em direção ao vulcão.
Respirando fundo, coloquei minhas mãos sobre ele e me conectei à sua energia, bem como sua ligação com Moira. Eu sabia que algo tinha dado errado, mas não estava preparado para o quão ruim a situação realmente era.
Eu cerrei os dentes quando vi cena a cena do que aconteceu com elas do momento em que nos conhecemos até o instante em que foram encurraladas e raptadas. A conexão com Moira e Zya foi repentinamente cortada sem deixar acesso a nenhuma memória ou rastro delas.
Quem as pegou sabia bem o que estava fazendo e isso deixou um gosto amargo na minha boca.
Ao deixar o vulcão, respirei fundo outra vez, tentando me livrar da raiva e ansiedade que crescia dentro de mim.
Estava em um território desconhecido, sem saber onde estava minha companheira e não gostava nada dessa sensação. Fui pego de surpresa ao não conseguir acessar informações além do que restava da nossa conexão.
Podia sentir Santiago se contorcer sob minha pele, querendo sair. A outra entidade não estava facilitando em nada minha situação, já que também queria tomar conta do nosso corpo.
A vontade deles era virar tudo e todo mundo de cabeça para baixo até descobrirmos quem estava com nossa companheira. Depois de resgatá-la, iríamos torturar os responsáveis até a morte, mas por mais que eu gostasse desse plano, não podíamos enfrentar essa situação movidos pela raiva. Precisávamos agir de forma racional, independente do quão difícil isso fosse.
"Você está bem?" Magnus perguntou, preocupado.
"Não, não estou. Não consigo encontrar minhas companheiras e sinto que entramos no meio de uma tempestade de merda."
"Então, o que fazemos agora?"
"Vamos refazer os passos delas. Na visão que tive, ela tinha saído do que parecia ser um palácio. Posso nos levar até lá. Tenho certeza de que iremos encontrar mais pistas quando chegarmos lá."
"Isso já é um começo. Mostre o caminho então."
Juntos, fizemos o caminho até as portas pelas quais Inara havia escapado. O ar ao nosso redor estava carregado de tensão e surpresa.
******
Depois de encontrarmos a entrada, examinei a área à procura de qualquer tipo de ameaça. Então, meneei a cabeça para Magnus prosseguir. Havia três pessoas por perto que levantou minhas suspeitas, mas não cheguei a esbarrar com elas. Algo simplesmente não parecia certo sobre suas auras e sabia que teria uma conversa ou duas com esses seres assim que os encontrasse.
No entanto, ainda não conseguia sentir a presença das minhas companheiras.
Conforme entrávamos furtivamente no palácio, eu, que caminhava na frente, não sabia o motivo, mas tive a sensação de que alguém precisava de ajuda e me senti compelido a ir naquela direção para dar uma mãozinha.
Após darmos voltas e mais voltas, tentando ao máximo evitar o que pareciam ser servos e guardas, encontramos um par de portas imponentes com guardas aglomerados diante delas.
Sabendo que caminhar até eles e pedir permissão para entrar estava totalmente fora de cogitação, agarrei Magnus e abri um portal para dentro da sala.
Ao chegarmos, nos vimos no que parecia ser uma sala do trono. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Magnus passou à minha frente como o esperado.
"Parece uma sala do trono", ele murmurou.
"Eu tenho olhos Magnus. Posso ver isso", respondi, revirando os olhos.
"Então, é seguro afirmar que sua companheira pode ser uma princesa ou até mesmo uma rainha, não é?"
"Não vamos tirar conclusões precipitadas! Eu preciso focar Magnus!" Respondi, exasperado. O cretino apenas olhou para mim com as sobrancelhas levantadas e um brilho divertido no olhar, sem falar no sorriso presunçoso estampado em seu maldito rosto jovem de vampiro.
Eu estava prestes a bater nele quando detectei um som discreto de alguém se movimentando.
"Você ouviu isso?"
"Ouvi o quê?"
"Há alguém atrás daquelas paredes."
"Tem certeza? Talvez seja apenas um rato ou algo do tipo."
Antes que pudesse respondê-lo, a parede atrás do que parecia ser um trono se moveu para o lado enquanto um pequeno gigante saiu pela passagem que se abriu.