Capítulo 25
2014palavras
2023-04-23 11:46
Ponto de vista de Chaos:
Acordei hoje com um sorriso no rosto. Por mais que tivesse perdido algo importante, ganhei outra coisa de volta.
O treinamento vinha sendo maravilhoso. As novas recrutas davam sinais de que tinham um futuro promissor pela frente.
Com a maneira como Kiara e eu cuidávamos delas, elas seriam capazes de conquistar qualquer coisa e até mesmo nos acompanharem quando fôssemos visitar nosso reino natal.
Mas esta notícia seria dada depois. Elas já estavam muito animadas para o que aconteceria hoje. Sabia que algumas haviam chegado mais cedo do que o normal, mas não dei atenção a isso.
Elas veriam as novas armas quando eu quisesse. Estava ciente de que algumas pessoas planejavam aparecer de penetra, mas lidaria com elas quando chegasse a hora.
Ontem havia sido um dia um pouco agitado. Eu não era muito boa em lidar com situações muito emotivas, portanto, quando os membros do alto escalão de River vieram até mim para se desculparem, deu uma trabalheira danada, mas acabei os perdoando.
O fofinho do Leone foi a cereja do bolo para mim. No meio disso tudo, eu também recebi um bilhete de desculpas do meu companheiro e era como se ele soubesse que não queria vê-lo ainda, apesar de ser impossível evitá-lo por muito mais tempo com a conferência de alfas que estava para acontecer.
Mas era bom que ele não estivesse me pressionando a perdoá-lo ou eu poderia explodir e condenar a todos nós.
Ao pular para fora da cama, corri para o chuveiro, não porque já tinha ouvido Kiara me gritar lá debaixo, mas porque já estava quase na hora do treino.
Depois de me arrumar, desci correndo as escadas e me dirigi para a sala de armas, onde todos estavam esperando por mim.
Óbvio que ninguém queria fazer pressão. Imagine! De toda forma, levei meu tempo para chegar, mesmo sabendo que estavam todos impacientes à minha espera. Matthew saía de cinco em cinco minutos para checar se eu já estava vindo.
Este homem era pior do que uma criança ansiosa para comer doce quando ficava animado com alguma coisa.
Pelo bem de todos, apressei meus passos e ri baixinho ao ouvir os suspiros de alívio que ecoaram por toda a sala.
Essas pessoas não sabia disso, mas foi graças a elas que não congelei completamente.
"Você demorou muito", Stephanie resmungou.
"Eu só queria aproveitar esse dia lindo e guardá-lo na memória, você sabe", gracejei.
"Tá, mas chega de conversa. Apenas me mostre as armas", Matthews reclamou.
"Você sabe que, tecnicamente, não é um de nós, portanto, não tem o direito de falar ou exigir nada, não é?" Cindy o lembrou.
"Desde quando vocês se tornaram um ‘nós’? Eu faço parte desse 'nós' também", Matthews contrargumentou.
"Nada disso."
"Sim, eu faço."
"Não."
"Tá, vocês dois parem de brigar. Sei que estão todos cansados de usar pedaços de madeira para treinar e mal podem esperar para experimentar as novas armas.
"Eu entendo. Mas saiba que, no momento em que eu as entregar a vocês, sua missão será tratá-las como se fossem seus bebês. Todo cuidado é pouco!
"Por precaução, ninguém levará suas armas para casa. Pelo menos não até o apartamento de vocês ficarem prontos", dei minhas instruções suavemente.
"Nossos apartamentos ficarem prontos?" Cindy perguntou, curiosa.
"Ah... Era para eu ter falado sobre isso mais tarde. Bom, eu pedi ao meu tio para construir um apartamento a poucos metros da minha casa.
"Vocês não são obrigadas a viverem lá, mas cada uma terá um apartamento.
"Meu tio virá para cá enquanto eu estiver na conferência dos alfas para anotar como vocês querem que seu apartamento fique."
"Teremos tudo o que quisermos?" Mariana perguntou timidamente
"Claro. Qualquer coisa que queira e ainda poderá manter suas armas no apartamento."
"Mas por quê?" Stephanie perguntou com a voz trêmula.
"Encare isso como uma recompensa por aguentarem o treinamento das v*dias sádicas que eu e minha prima somos."
"Muito obrigada", todas disseram em uníssono.
"Ei, não precisam agradecer. Agora, vocês querem ver seus bebês ou não?"
"Claro! Sem dúvida... Deixe-nos ver!" As mais variadas respostas puderam ser ouvidas.
Após respirar fundo, fui até a parede e depois de mover uma pedra solta, o mecanismo de segurança apareceu.
Eu digitei o código e dei um passo para trás para que as portas se abrissem. Os demais também fizeram o mesmo enquanto eu e Kiara assistíamos seus queixos caírem. Então, começaram os gritinhos entusiasmados.
A expressão em seus rostos era revigorante. Eu e minha prima nos afastamos para que todos pudessem correr para dentro da sala oculta, no entanto, antes que tocassem em qualquer coisa, eu os impedi.
"Não toquem em nada ainda. Aqui há cinco mil adagas de prata, duzentos arcos altamente tecnológicos que são extremamente flexíveis, inquebráveis e dobráveis para poderem caber em seus bolsos.
"Além disso, há quatro mil flechas de prata, cem espadas de prata, quinhentas armas de fogo, inclusive Maxim 9 feitas sob medida, que nada mais é do que uma pistola 9x19mm com uma abundância de balas inflamáveis.
"Essas balas estouram no momento em que entram no corpo, liberando prata líquida e outras substâncias venenosas na corrente sanguínea, portanto, tenham cuidado.
"Quando terminarem de ver tudo, por favor, saiam para que eu possa distribuir as armas a vocês."
Antes mesmo que pudesse terminar de falar, elas deixaram o lugar como se estivessem perseguindo uma presa deliciosa.
Ao entrar na sala oculta com Kiara, parei para admirar a obra do nosso tio. Mais uma vez, ele tinha se superado e, pelo olhar orgulhoso no rosto de Kiara, sabia que ela pensava o mesmo.
Então, fui até onde as luvas eram guardadas e, depois de pegar um punhado, pedi a Kiara e Matthews, que havia nos seguido enquanto tirava fotos de tudo, para pegarem o restante.
Rapidamente, distribuímos as luvas para todo mundo antes de guardar as sobras.
"Bom, essas são luvas enfeitiçadas, portanto, elas cabem em qualquer tamanho de mãos. Mas no momento em que vocês as colocarem, elas se tornarão apenas suas e não servirão em ninguém mais. Sendo assim, coloquem-nas agora."
Enquanto elas colocavam suas luvas, eu peguei seus trajes feitos de um couro preto estiloso. As vestimentas eram compostas por tops sem mangas, calças skinny, jaquetas e botas de salto alto.
Depois de entregar as roupas a elas, eu me virei para pegar as armas até que ouvi uma pergunta.
"E se não servirem?" Nadia quis saber.
"Elas servirão. Assim como as luvas, elas foram enfeitiçadas para caber em qualquer pessoa. Ah, e também são à prova de bala, fogo, lâminas, calor e muitas outras coisas", Kiara a respondeu.
Gritos animados e murmúrios puderam ser ouvidos por toda parte, o que aqueceu meu coração. Depois do treinamento pesado que elas passaram, isso era o mínimo que podia fazer para acalmá-las.
Não pude deixar de rir baixinho quando Kiara cobriu os olhos de Matthews conforme as meninas começaram a se trocar ali mesmo sem nenhum pudor.
Ao abrir os olhos novamente, Matthews xingou: "Que p*rra é essa! Antes vocês pareciam um bando de coelhinhas fofinhas, mas com essas roupas agora estão parecendo altamente perigosas."
"Tá, o tempo está passando, então, vamos acabar logo com isso. Quando eu dizer a arma de sua escolha, entrem para pegá-la.
"Lembre-se de não tocar em nenhuma delas sem luvas, pois todas são feitas de prata pura", eu as lembrei assim que estavam todas vestidas e, caramba, elas pareciam gostosas e duronas.
"Adagas!" Eu disse, mas não ouvi ninguém se aproximar. Ao olhar para trás, vi que estavam todas com as mãos levantadas, inclusive o idiota do Matthews.
"Tá, vamos fazer assim... Vocês virão em grupos de dez por vez e pegarão as armas que quiserem.
"Quero dizer, aquelas para as quais treinaram. Nos seus trajes, vocês encontrarão um lugar específico para as armas assim que elas entrarem em contato com a vestimenta."
"Legal", Matthews murmurou.
"Tá, pode vir o primeiro grupo", gritei enquanto Kiara lidava com o segundo.
"Cada pessoa pode ficar com dez adagas, quarenta flechas, um arco, uma ou duas espadas e quatro armas de fogo. Certifique-se de carregar cada uma das armas com balas e, em seguida, guarde uma para ter de reserva. Ah, lembrem-se de deixar as travas de seguranças acionadas. Afinal, todo cuidado é pouco."
Em seguida, sentei-me em uma cadeira próxima e observei enquanto cada uma pegava suas armas de escolha e as guardavam em seus trajes.
Sorri ao vê-las carregarem suas armas habilmente. Não podia estar mais orgulhosa delas. Essas mulheres possuíam uma força descomunal. Eu mal podia esperar até elas chutarem alguns traseiros.
Quando todas terminaram de se arrumar, enxotei-as para o pátio antes de levar Kiara para o vestiário nos fundos para trocarmos de roupa. Afinal, já estava quase na hora de irmos para a conferência dos alfas. Não conseguia acreditar que passamos tanto tempo admirando armas.
Argh!
Rapidamente, tiramos nossas roupas do dia a dia e colocamos nossos trajes especiais. Embora fosse parecidos com os das outras garotas, os nossos tinham detalhes dourados nas extremidades, assim como o de Stephanie também.
As outras talvez não tivessem percebido isso ou não se importavam o suficiente. Estava mais inclinada a acreditar na última hipótese.
Depois de ajustarmos nossas botas de salto alto, entramos na sala de armas para pegar algumas armas.
Afinal, não sabíamos o que podíamos encontrar pelo caminho com tantos lobos perdidos e enlouquecidos à solta.
Peguei um par de adagas e revólveres. Após fixá-los no meu traje, virei-me para encarar Kiara apenas para cair na gargalhada.
Ela tinha todos os tipos de armas com ela com exceção do arco e flecha.
"É apenas uma reunião, não uma zona de guerra", impliquei com ela.
"Com tantos alfas egoístas reunidos em um só lugar bem que podia ser", ela retrucou com um leve sorriso no rosto.
"Seja como for, vamos embora."
Ao sairmos, encontramos Matthews tirando fotos das meninas enquanto as instruía a fazer poses como se fosse um fotógrafo profissional no meio de uma sessão.
"Céus, esse será meu fim de novo!" Ele soltou assim que colocou seus olhos em nós, ou melhor, em Kiara.
Dava para ver a luxúria queimando em seus olhos, portanto, tive que intervir antes que eles começassem a encenar um filme pornográfico ali mesmo.
Agarrando-o pelo braço, comecei a caminhar em direção à saída com Kiara em nosso encalço. Podia jurar que ela estava andando de um jeito provocativo de propósito.
Antes de sairmos, parei e dei algumas instruções para Stephanie e o resto das garotas. Do lado de fora, fui recebida com assobios e palavrões dos membros do alto escalão, que estavam prestes a derrubar minha porta tamanha era a curiosidade deles em ver o treino.
"É isso o que chamam por aí de mulheres f*das", Richard comentou após assobiar.
"Sim! E olhe para aquelas armas, cara. Elas estão implorando para serem tocadas", James disse com um brilho no olhar.
"Quer um conselho? Não faça isso. As armas são feitas de prata pura. Por que você acha que elas estão de luva?" Matthews falou sério.
"Altamente perigosas!" Silas murmurou.
"Vamos falar de negócios. Tenho fotos da sala de armas e das garotas em seus trajes especiais. Por apenas cinco dólares, envio todas para vocês", ofereceu Matthews, estendendo a mão.
"Ah, fala sério, Matt. Cinco dólares só por algumas fotos?" Leone parecia inconformado.
"Deixa de ser mesquinho antes que eu desista de vender as fotos", Matthews fingiu ameaçar, não que seus amigos soubessem disso.
"Tá... Eu primeiro!" Richard soltou uma nota de cinco dólares na mão dele.
Assim que Matthews colocou o dinheiro no bolso, o celular de Richard tocou em um nítido sinal de que ele havia recebido o produto.
Todos ficaram parados enquanto o observavam pegar o celular. Após alguns segundos, ele checou as fotos, então, voltou-se contra o negócio lucrativo do amigo.
"Tá, repasso as fotos para vocês por três dólares", Richard anunciou presunçosamente.
"O quê? Você não pode fazer isso!" Matthews gritou.
"Ah, mas ele já fez", disse James, entregando três dólares a Richard e mostrando a língua para Matthews quando seu celular tocou ao receber as fotos.