Capítulo 49
1551palavras
2023-03-31 19:03
CAPÍTULO 49
Luana Smith (uma semana depois)
Os dias foram passando, e tenho estranhado o comportamento do Igor! Ele tem estado muito presente na minha vida e na vida do meu filho, me trata bem, e todos os dias me traz um agrado quando chega da empresa. Sempre parece preocupado e incomodado que algo não esteja bem comigo, se preocupa com os meus sintomas, com os meus exames e com as minhas consultas.
O problema é que a gente nunca mais falou de sentimentos, e ele também não demonstrou nenhum sentimento entre homem e mulher comigo, apenas como um bom amigo. Só que o cuidado dele é excessivo, e de vez em quando eu percebo olhares diferentes e esquisitos em mim, ele me olha como se estivesse interessado em mim, mas quando eu pergunto se está tudo bem, ele age como um pai amoroso agiria com a mãe do seu filho, e nada mais que isso.
Eu tenho estado bem, e aproveitado o bom momento em que estamos vivendo. A Dona Olga vive aqui em casa, e a Edineide é uma graça... me faz rir todos os dias, e até já me acostumei com a casa, é como se eu já morasse aqui há bastante tempo, como se fosse minha.
— Aonde vai? — perguntou o Igor, quando eu estava pronta para sair.
— Vou até a praça! Preciso caminhar um pouco...
— Eu vou com você! Só espere eu trocar de roupa! — falou e já foi saindo, e eu estranhei ele me disse que tinha compromisso neste início de noite.
Fiquei esperando e ele voltou rápido todo pronto, colocou tênis e uma roupa esportiva.
— Vamos! — falou, empolgado.
— Vamos! — concordei.
Saímos pelo portão, e fomos caminhar enquanto conversávamos.
— Como está esse bebê? Te deu trabalho hoje, mamãe? — perguntou, sorridente olhando para a minha barriga.
— Não... esse bebê está mais bonzinho esta semana! Não fez a mamãe vomitar nenhuma vez, não é pequeno? — passei a mão na barriga, perguntando.
— Que bom! Amanhã vou te levar em algumas lojas que eu conheço... vamos comprar umas roupas mais confortáveis, já vi que as suas começarão a te incomodar.
— Ainda servem, a barriga não cresceu muito.
— Mas agora começa, né? Perguntei para o doutor Harris, e ele falou que vai começar a aparecer, logo! — falou me surpreendendo, pois agora ele sabe de quase tudo, e está em todos os lugares em que estou, e nunca mais falou da bailarina, e por respeito, eu também não perguntei.
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Igor Smith
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Não sei o que tem acontecido comigo, mas me acostumei demais com a companhia da Luana. Eu até tento deixar ela resolver algumas coisas por si própria, mas o problema é que estar perto dela, com ela, e ajudando ela... se tornou algo prazeroso e eu não consigo simplesmente ignorar, tenho vontade de estar em tudo, a sua companhia me faz bem, se ela sai eu vou junto, e aonde vou... eu dou um jeitinho dela ir também.
Ontem fomos comprar roupas novas, e a cada vez que ela provava uma, eu me divertia com a imitação de modelo que ela fazia, a gente se diverte muito juntos!
Às vezes eu tenho dúvida se isso tudo é só por causa do meu filho, que está na barriga dela, pois me sinto confortável perto da Luana, e não consigo identificar o que possa ser isso de ter os meus sentimentos tão confusos, mas por enquanto estou adorando compartilhar a minha vida ao lado dela.
Sentado em meu escritório aqui na empresa, me surpreendo com a visita da minha avó, pois faz dias que ela não vem para me cobrar nada, já que está sorrindo aos quatro ventos, por perceber que eu e Luana, estamos tão bem ultimamente.
— Cadê o meu neto lindo? — falou ao entrar.
— Que decadência... antes eu era o preferido, o que aconteceu agora? — brinquei.
— Nem adianta tentar competir com a Luana! É uma briga perdida! — brincou.
— Isto é injusto! — reclamei.
— Não é nada! — falou.
— A que devo a honra? — perguntei.
— Eu vim avisar que a nossa família fará uma festa beneficente, e desejo que leve a Luana, ela gosta desses eventos!
— Claro! Eu até já me acostumei a sair com ela, seria estranho ir sozinho! — falei, e percebi que foi em voz alta.
— Combinado! A noite eu passo lá, e combino tudo com ela. Fico feliz que vocês estejam se dando bem
— Tá bom!
Na minha cabeça já estaria tudo certo, todos os lugares que eu vou que não seja trabalho, ela está comigo, e se ela vai sair eu sempre vou com ela então está tudo certo.
O problema é que quando eu cheguei em casa e conversei com ela, ela estava desanimada e não estava muito querendo ir.
— Eu não sei me comportar em lugares como este! Eu vou acabar te deixando desconfortável! — disse incomodada.
— Ah... mais se você não for, aposto que a festa ficará muito chata! — reclamei.
Fiquei um pouco mais feliz quando a minha avó chegou...
— Não acredito que a Luana não quer ir? Justo a festa aonde parte do dinheiro arrecadado será doado ao orfanato aonde você trabalha, minha neta? — disse a minha avó.
— Sério? Que legal! Então eu vou! — quando ela respondeu com empolgação fiquei um pouco frustrado... ela não iria por minha causa, e sim pelo orfanato... aquele lugar é mais importante do que eu, pra ela? Não entendo. Eu pensei que ela até sentisse algo por mim, mas pelo jeito me enganei.
Mas eu quero demais que ela vá comigo, então farei de tudo para que se anime, agora é uma questão de honra!
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No leilão...
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Logo que chegamos, eu trazia comigo uma joia caríssima, então deixei a Luana por um momento, e fui até os gestores do leilão, e doei a joia em nome de Luana Smith, e todo o dinheiro arrecadado seria doado para o orfanato em que ela trabalha como voluntária.
Eu não estava muito longe dela, e estranhei uma risada alta, de uma mulher que estava ao seu lado, e me atentei ao que ouvia, enquanto cautelosamente eu me aproximei.
(Gargalhada)
— Agora quer dizer que anda nos panos, Luana! Garanto que foi só por isso que compareceu a este evento! O que é... vai me dizer que alguém importante te trouxe aqui? — Debochou aquela mulher, e tive vontade de expulsá-la do leilão.
— Está tudo bem, querida? — abracei a Luana carinhosamente.
— Sim... essa é uma colega antiga, e acabamos de nos reencontrar! — falou meio desanimada.
— Muito prazer, senhorita! — estendi a mão. Sou o marido da Luana! Ela já te contou que teremos um bebê? — perguntei de modo irônico.
— Ahh. Eu não sabia que tinha se casado com um Smith! — falou sem graça. — com licença...
— Ela estava te incomodando, não estava? — perguntei.
— Na verdade já estou acostumada... é que estou longe disso tudo, porque não estou trabalhando, e estou na sua casa... mas a minha vida se resume a isto, e nunca vai parar.
— Você precisa se impor! Não permita, se defenda! Eu já falei sobre isso! — falei.
— Eu prometo tentar! — respondeu.
— Vamos entrar! Eu coloquei uma joia em seu nome, para doação ao orfanato que você é voluntária!
— Sério? As crianças estão precisando de tantas coisas! A madre ficará feliz! — disse mais animada.
— Sim! Você vai ver que vai dar tudo certo! — segurei em sua mão e fomos seguindo para dentro da área dos lances...
Já não ando mais me importando com que as pessoas nos vejam juntos, e nem que andemos de mãos dadas, acho que já me acostumei com tudo, principalmente com ela, tenho um carinho especial por Luana.
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Léa Martins
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Conheço a Luana a um bom tempo, e nunca vi alguém mais tapada que ela, e mal cuidada.
Sempre gostei de tirar uma onda, mas hoje quando a vi bem vestida me incomodei, não perdi a oportunidade de rir dela, isso é muito divertido, pois mesmo bem vestida, sempre será a desajeitada de óculos pretos de nerd.
Fiquei pasma quando vi que um Smith havia se casado com ela, e fiquei até sem rumo na conversa, quando vi que está até grávida dele.
Quando voltei para a bancada do leilão, e analisei os itens, verifiquei que um estava em nome de Luana.
— Quem deixou essa doação? — perguntei, pois sou a responsável da gestão de itens deste evento.
— Foi o próprio senhor Smith! E a doação irá em específico para um orfanato que está com o nome aí é baixo. — falou ela.
— Certo! Obrigada! — sorri sozinha com a nova brincadeira que eu faria.
Mais cedo entrou um colar semelhante, e custava muito menos que este, que faz parte da coleção Smith, então vou trocar os produtos e a idiota será ridicularizada, vou adorar rir da cara dela, quando derem lances baixíssimos e ela passar vergonha, nunca fui com a cara dela, mesmo...
— Pronto Valéria... pode levar! — falei entregando os itens da forma que eu queria.