Capítulo 42
1562palavras
2023-03-31 18:59
CAPÍTULO 42
Igor Smith
Depois que voltei para casa, fiquei mais de uma hora em baixo do chuveiro tentando me acalmar, e depois que me deitei demorei horas para conseguir dormir, pois estava confuso demais e também estressado com tudo aquilo.
A minha noite foi péssima, mas acordei com a cabeça fria, e pensei que aquele médico tinha razão e eu fui mesmo um idiota! Eu deveria ter tomado uma posição de homem, e conversado civilizadamente com o médico, e nunca misturar a situação minha pessoal com a Luana, com a situação profissional, aonde ele é o médico que trabalha para um dos meus investimentos.
Então pensando melhor decidi voltar ao hospital e conversar direito com ele, mas dessa vez sem ofender a conduta do médico.
Cheguei de supetão no hospital, junto com o meu assistente, pois se eu tivesse agendado um horário certamente ele não me atenderia, então quando me viu, respirou fundo e deixou o corpo parado na porta de forma tensa.
— O que quer agora, senhor Smith? Já não foi o suficiente o papelão que passaram ontem? — perguntou inconformado.
— Eu vim em paz, doutor Harris! Eu comecei de forma errada, mas gostaria de alguns minutos para me explicar... — falei, e ele suspirou.
— Não trouxe mais dinheiro, hoje, não é? — perguntou olhando para as minhas mãos.
— Não, doutor! Apenas quero conversar! — falei.
— Tudo bem! Então entre, mas não posso demorar muito, tenho uma paciente agendada para daqui a pouco! — falou, e então eu e o Ruan entramos.
— Pode começar...
— Eu vim dizer, que administrarei este hospital cautelosamente! Tomarei mais cuidado, organizarei muitas coisas que os outros médicos já questionaram, e realmente espero que os assuntos pessoais entre nós, não alterem a sua visão e perspectiva quanto ao hospital! Também darei um jeito para que outros médicos do hospital também trabalhem duro, e sejam honestos e prestativos como o senhor! Eu...
Eu estava falando quando batidas fortes foram ouvidas na porta, e um homem entrou rapidamente e com um semblante completamente desesperado no local.
— Me falaram que o senhor Smith está por aqui! — disse com a respiração falha, parecia cansado.
— Sim, sou eu... mas como me encontrou...
— A Luzia, a minha esposa... ela não voltou pra casa! Saiu ontem a noite me falando que buscaria a sua mulher... Luana Smith, não é? E, não voltou mais, eu já estou desesperado... ela está grávida de seis meses, e só agora os policiais me ligaram que encontraram o meu carro, e estava vazio... — o homem começou a chorar, e eu também me desesperei, pois pensei que ela estava bem, estava segura, e na casa de uma amiga, nunca imaginei que pudesse ter acontecido algo assim com ela!
— Se acalme, senhor! Vamos encontrá-las...
— ME ACALMAR? COMO VOU ME ACALMAR? — colocou o rosto contra a parede. — Você sabe o quão difícil a gravidez é para uma mulher? É
difícil até para andar. Ainda por cima minha esposa foi sequestrada. Muitas mulheres morrem em trabalho de parto! O que estão fazendo com ela? Meu Deus! — o homem chorava desesperado.
Todas as palavras que ele falou me serviram para pensar que ele realmente tem razão. Será que só eu que não sabia que uma mulher grávida passa por tantas coisas? Quantas coisas mais, tem passado a Luana e eu ainda não sei? Eu preciso fazer algo por ela, preciso descobrir o que aconteceu e tirar ela de lá ela não deve estar se sentindo nada bem!
— O senhor está bem, senhor Smith? — perguntou o médico, e eu apenas neguei com a cabeça. — Caramba! O senhor está branco, sente-se aqui, vou pegar uma água!
A minha cabeça parecia pesada, e chegou a me dar um sono muito estranho, então me apoiei na mesa do médico.
— Me dê o seu braço, senhor Smith! Vou verificar a sua pressão! — o médico pegou o meu braço e começou a fazer umas coisas ali, mas a minha cabeça estava em outro lugar, estava pensando em quem poderia querer levar a Luana consigo, e a única pessoa que me veio na cabeça no momento, e que tem um estilo bem cruel... seria o senhor Thompson, mas será que ele levaria as coisas a esse extremo?
A Luana comentou ontem que ouviu uma conversa dele. Será que ele não a seguiu logo depois disso e ela nem percebeu, e depois que viu ela saindo na rua, deu um jeito de levá-la?
— Pressão quinze por nove! Se não melhorar, terei que interná-lo, senhor Smith!
— Thompson! — disse firme, sentindo uma dor terrível na nuca.
— Não é Smith, o seu sobrenome? Será que está delirando? TRAGAM UMA MACA! RÁPIDO! VAMOS LEVAR O SENHOR SMITH...
— NÃO! Eu preciso ir! Thompson é quem poderia ter levado a minha esposa, preciso ir atrás dela! — falei, tentando me levantar.
— O senhor está muito nervoso senhor Smith, não posso deixar sair daqui assim! — reclamou o médico.
Vi que o Ruan tentava acalmar o outro marido, então me decidi.
— Me aplique algo, doutor! A Luana pode estar correndo perigo, você não vê? Se não tiver medicação, vou sair assim mesmo, preciso achá-la, preciso achá-la! — falei em desespero.
— Calma! Ficar nervoso não vai resolver em nada! Fique calminho aqui, que vou buscar um medicamento e já volto! Pelo visto me enganei em algumas coisas! Já vi que o senhor realmente gosta da sua esposa! — ele falou, e nos deixou sozinhos, então não pensei duas vezes, e falei ao Ruan:
— Vamos sair daqui! Tenho uma ideia de onde elas podem estar! — o marido da outra grávida, na mesma hora parou de chorar, e se levantou também, e mesmo ainda com a cabeça pesada, saímos correndo de dentro do hospital, e antes de cruzar a porta ouvi o doutor gritando:
— Boa sorte, senhor Smith!
Naquele momento eu não me importei com mais nada, apenas joguei a chave para o Ruan para que ele dirigisse, pois a minha cabeça não estava nada boa, e o outro homem que estava conosco também entrou pelo banco de trás.
Antes que Ruan ligasse o carro, recebi uma mensagem em meu celular e resolvi abrir antes de sair:
“Estou com algo seu... se quiser buscá-la, mande os contratos assinados pelo meu e-mail! Só não demore, pois o local não é propício à duas grávidas!“
— FILHO DA PUT@! — rosnei.
— O que foi? O que fizeram com elas? — o homem perguntou no banco de trás.
— Já sei quem foi que sequestrou! O idiota acabou se entregando nessa mensagem, aqui ele confessou que está com as duas e ainda me passou o local de onde estão! Eu jamais venderia a ilha para um desgraçado desses! — olhei para Ruan que ainda estava parado. — Liga logo esse carro, Ruan! E siga por aqui! — falei, e o Ruan começou a seguir todas as minhas coordenadas.
Eu já havia ido nas empresas que ficam aqui na cidade, mas essa é uma isolada que nunca ninguém soube do que se tratava, agora Juntando os pontos, desconfio que seja um dos locais aonde eles fazem descartes de materiais perigosos e tóxicos, certamente as mulheres estão correndo perigo lá, e isso me angustia, pois a culpa é minha, não deveria ter nem conversado com aquele aproveitador de uma figa!
Ainda no percurso peguei o meu celular e liguei para as autoridades daqui, não importa o que aconteça lá, de qualquer forma, a polícia estará lá em breve! Essas pessoas precisam ser punidas e receber o que merecem.
Pareciam pequenos sítios os locais aonde a gente estava passando, e quando chegamos em uma porteira, eu verifiquei que era o mesmo endereço que eu tinha da empresa dos Thompson então quando paramos o carro, tivemos problemas com os seguranças dali, a gente não estava preparado para encontrar com tantos deles logo ali mesmo na entrada então teríamos que improvisar.
— Ei! O que fazem aqui? — um dos homens perguntou, e logo percebi que outro deles pegou um rádio para avisar lá dentro.
Como vi que ele estava mais perto de mim do que dos outros quando abri a porta do carro, praticamente pulei em cima do homem, o derrubando no chão, dei um jeito de pegar o rádio e joguei muito longe do corpo dele. É claro que ele não aceitou e veio para cima de mim, foi quando o outro homem que estava conosco e o meu assistente, também entraram na briga e foram socos e pontapés para todos os lados, eu precisei dar alguns chutes e socos, e de certa forma, ainda levei um belo soco na barriga, mas me superei quando o derrubei de novo e o desmaiei com um chute.
A nossa sorte foi que nenhum deles estava armado... Mas eram quatro homens então foi uma briga difícil, mas o marido da outra grávida brigava bem demais, e deu conta de dois.
Então, quando eu e o meu assistente enfim conseguimos desmaiar dois dos seguranças, rapidamente fomos ajudar o outro homem e desmaiamos os outros dois ali mesmo na porteira, O problema foi que apareceram mais alguns homens e um deles estava armado, então começou a atirar sentido o meu carro, e precisamos nos esconder atrás dele rapidamente.