Capítulo 41
1583palavras
2023-03-31 18:59
CAPÍTULO 41
Igor Smith
Eu já estava muito tempo andando de um lado para outro dentro daquela casa, batendo os sapatos e discando números... e nada de saber da Luana! A mulher simplesmente sumiu daqui de casa e ninguém viu nada, e eu estou desesperado por não saber aonde ela está. Ela teria ficado tão chateada assim, para ter ido embora? Nem me deixou explicar, e saiu?
Disquei muitas e muitas vezes o mesmo número e passei para que a Edineide também tentasse com o telefone fixo, e nada! Ninguém sabia de nada, ninguém viu nada, eu já estava a ponto de pirar quando vi que ela entrou pela porta.
A minha vontade era de reclamar e brigar por ela ter feito isso, ainda mais quando comentou que estava dentro de um bar! Claro que ela disse isso em meio a uma frase e outra, mas não me passou despercebido!
O que uma mulher casada e grávida, estaria fazendo em um bar? Eu não sei o que aconteceu comigo, mas fiquei nervoso demais e acabei falando o que não deveria, e talvez isso a tenha ofendido.
Tudo que eu disse é verdade, foram coisas que realmente aconteceram, mas também ela não me deixou se explicar e contar a ela que de qualquer forma eu não venderia a ilha mais...
Eu sempre quis que ela agisse assim, e se defendesse, e dissesse tudo o que pensa, mas confesso que me assustei um pouco com ela gritando e muito mais quando voltou para sala com uma mala na mão. Eu não esperava...
Me olhou revoltada, e disse que iria embora, eu apenas a olhava e não consegui dizer nada, virando o rosto quando ela partiu.
Fui para o meu escritório, e servi uma dose de Uísque, e comecei a beber, mas no terceiro gole...
— MERDA! O QUE ESTOU FAZENDO DA MINHA VIDA! — ataquei o copo com bebida e tudo na parede, coloquei as mãos na cabeça, e passei por cima dos meus fios de cabelo.
O que eu havia feito? Claro que fiz merda! Porque falei aquilo tudo? Nem é verdade, na verdade eu nem sei qual é a verdade... só sei que não quero a Luana longe de mim, e deveria pelo menos uma vez na vida ter sido paciente, e explicado as coisas pra ela, mas não... fiz merda outra vez, e meti os pés pelas mãos...
Saí rapidamente do escritório, e fui para o jardim, olhei para todos os lados e nada dela... então me assustei com uma voz que parecia do além...
— Se está procurando pela senhora Luana, ela se foi! — procurei pela dona da voz, me assustando ao ver que havia alguém ali no escuro do jardim.
— E, desta vez vou contar tudo para a dona Olga, pois a menina esqueceu de me pedir segredo! Seu bocó! — claro que era a puxa saco da Luana, a tal Edineide...
— Linguaruda! Me diga pra onde ela foi que vou buscá-la! E nem pense em me enganar, pois você sabe que é perigoso ela ficar andando por aí de madrugada! — falei, mas aquela mulher estava de cara bem feia.
— Se soubesse não diria! Tomara que arrume outro, e te deixe chupando dedo! Eu vi muito bem como falou e o que falou pra ela! Ela ligou pra alguém e sumiu! — me mostrou o dedo do meio. — E, não precisa me demitir, a dona Olga falou que eu voltasse pra lá se algo acontecesse, então... fui! — falou desaforada.
— Era só o que me faltava mesmo! Será que a minha vida ainda pode piorar?
Deixei a doida ali sozinha, e corri até o meu carro saindo em alta velocidade procurando por todas as ruas próximas a minha casa. Depois de ter andado por algumas quadras, avistei a Luana entrando em um carro preto junto com uma amiga grávida que eu vi lá no hospital hoje à tarde, então respirei melhor e pensei que talvez ela queira um tempo para pensar e respirar melhor também, e decidi que não tiraria isso dela por hoje... fiquei ali parado olhando até o carro partir e então voltei para casa.
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Luana Smith
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Logo que passei pelo jardim, liguei para uma das mulheres do grupo! Ela me disse que qualquer coisa que eu precisasse poderia contar com ela, então pensei que não teria problema nenhum de ir para casa dela essa noite, ao invés de ir para a minha, que inclusive era bem mais longe.
Ela demorou para chegar, então eu fui caminhando até a próxima quadra, porque não queria mais ficar no mesmo lugar que o Igor estava, aquela casa estava me fazendo mal, e embora estivesse já bem escuro preferi ficar sozinha, do que mal acompanhada.
Assim que ela chegou, me senti aliviada, ela abriu a porta do carro dela para que eu entrasse, e o seu marido não estava com ela, então nós duas fomos nos bancos da frente. O carro começou a ir em direção à casa dela, mas uma coisa muito estranha aconteceu...
Um carro preto, aparentemente bem caro parou bem em frente ao carro da minha amiga, e três homens saíram dentro dele, e começaram a abrir as portas do lado aonde eu estava, me deixando muito assustada.
— Luana Smith? É, qual das duas? — perguntou um deles, enquanto os outros já puxavam eu e a Luiza pelas portas laterais.
— Me soltem! O que querem comigo? Me larguem! — eu reclamei, e tentei me soltar, fiquei preocupada com a Luiza que está com uma barrigona, e tentei defendê-la, mas eu nem conseguia me soltar, e então apenas ouvi...
— É a dos óculos pretos! Levem-na!
Nem vi como fizeram, mas quando dei por mim já estava dentro de um carro. Eu avistei de longe, a minha amiga do lado de fora com o outro segurança, se debatendo, tentando fugir, mas eles a trouxeram também, a colocando do meu lado, e vi que estavam nos levando para outro lugar.
— O que estão fazendo? Porque estão nos levando? — perguntou a Luiza.
— Shii! Para de fazer perguntas! Logo você vai saber, então se deseja proteger esta criança, colabore conosco! — falou um senhor, e vi que se tratava do mesmo que eu vi no bar mais cedo, mas, porque ele estaria fazendo isso, se o acordo já estava feito?
Decidi obedecer o que eles falavam e fiquei em silêncio, assim como a Luiza! Vi que estávamos nos distanciando muito dali, e estávamos indo para um lugar oposto dos lugares que eu e o Igor costumamos frequentar.
Quando o carro parou, vi que nos levaram para dentro de um grande barracão, cada um deles segurou em um dos meus braços e me fizeram caminhar um longo percurso, e o outro puxava a Luiza, até entrarmos naquele lugar, e quando abriram as portas fomos andando por dentro e passamos por muitas salas, e eu vi que se tratava de uma empresa, mas o cheiro era bem ruím.
Me colocaram amarrada em uma cadeira, e a Luiza na outra, e eu estava apavorada.
O homem mais velho, me entregou o celular e me mandou que ligasse para o Igor...
— Vamos! Ligue para o seu maridinho, e conte a ele, que você e a sua amiga grávida vieram me fazer companhia! E que assim que ele me vender a ilha, deixarei irem embora, mas o avise que esse lugar não é o mais seguro para gestantes! — sorriu junto com os outros.
— Como assim? Eu ouvi quando falaram que o meu marido venderia a ilha, então porque agora estão falando essas coisas? — perguntei.
— Ele não quer vender! Se quisesse já teria vendido! Você além ouvir conversa alheia, ainda ouve mal? Deveria prestar mais atenção! — Falou o homem.
— Então... ele não quer vender? E, isso? — perguntei.
— Sim! Agora, vê se liga logo para o Mauricinho, que eu não tenho tanto tempo assim, e preciso resolver essas coisas... sem contar que este lugar não é nada agradável para você...
— Não vai adiantar nada eu ligar! Ele não se importa comigo! Nunca se importará! — falei.
— Para com isso, Luana! Não fale assim! — Luiza falou.
— Você não viu que acabou? Eu estava até com uma mala...
— JÁ CHEGA! PEGUE ESTE TELEFONE E COMECE A LIGAR! — gritou um rapaz mais jovem, e eu e a Luiza ficamos com medo, mas eu não ligaria.
O fato de saber que me enganei, me deixou preocupada com o Igor agora, até que o nervosismo dele anteriormente tinha cabimento, eu acabei vindo parar nas mãos de pessoas ruins por ter me descuidado na rua, talvez se eu estivesse lá com ele, não passaria por isso, mas acabei acreditando em tudo que ouvi e perdendo o Juízo.
Agora ficou uma situação complicada, pois estou aqui nesse lugar que eu nem sei onde é, e ainda trouxe a Luzia junto comigo, e o marido dela deve estar apavorado, e nem sei o que vou fazer para sair dessa.
Não pretendo Ligar para o Igor, não importa o que ele faça comigo, eu não ligarei... não darei a esse homem ruim a oportunidade de ficar com a nossa Ilha, nem que seja a última coisa que eu faça... eu defenderei a ilha, principalmente depois de saber lá no bar, que a intenção deles é destruir a ilha com poluentes, então vou precisar esperar para ver o que acontece.