Capítulo 14
1557palavras
2023-02-12 03:46
_Acha que ela ficará bem? _ Cassandra perguntou a Pete assim que se deitaram para dormir, preocupada com Lauren e Sophia.
Pete suspirou, apertando os braços em volta do corpo de sua noiva.
_ Não é fácil perder alguém que você ama, e Lauren já perdeu a tia não faz muito tempo. _ contou. Mesmo que fosse apenas sua funcionária e não conversassem sobre nada além do trabalho, isso não queria dizer que Pete não prestava atenção no que acontecia ao seu redor.
Quando Lauren entrara na empresa, parecia uma garotinha frágil e assustada, mas completamente qualificada para o trabalho que exercia hoje como sua assistente. Fazia pouco tempo que tinha perdido a tia e se mudara para Manhattan em busca de uma oportunidade.
E ele lhe dera.
E essa era a melhor escolha que Pete havia feito em sua vida.
Por isso não se importara em passar quase toda a noite no hospital agilizando tudo o que fosse necessário para fornecer um enterro decente para sua irmã.
Mas não podia deixar de ficar surpreso por saber que seu irmão estava lá com ela.
De início levou um tempo para acreditar quando Stephan ligou avisando que estava no hospital com Lauren.
Pete ficou preocupado naquele momento, mas também confuso com toda a situação.
Estava preocupado de que Lauren pudesse estar machucada, mas então se perguntou porque Stephan estaria lá com ela.
Os dois faltavam avançar no pescoço um do outro desde o momento em que se conheceram, quando Lauren ingressara na empresa.
Quer dizer, Lauren sempre ficava a um passo de avançar no belo pescoço de seu irmão, pois tudo para Stephan era sempre diversão.
Então Stephan lhe contou o que tinha acontecido.
Mas ainda assim não acreditava que ele havia ficado lá.
Ele poderia simplesmente tê-la deixado no hospital e voltado para seu compromisso com sabe-se lá quem! Pensou.
Mas não só ficara, como também ligara para ele pedindo ajuda pois estava preocupado de que Lauren não seria capaz de fazer tudo sozinha, não quando tinha uma criança envolvida na história.
Aquele não era o seu irmão...
_ Que bom que Stephan está se dando melhor com ela e está ao seu lado em um momento tão difícil... _ Cassandra comentou, ajeitando a cabeça em seu peito.
_ É exatamente com isso que estou preocupado. _ admitiu, fazendo Cassandra erguer a cabeça e fitar o noivo com evidente confusão.
_ O que quer dizer com isso? _ ela quis saber.
Pete lhe ajeitou uma mecha de cabelo para trás da orelha.
_ Viu a maneira como ele olhava para ela hoje quando a deixamos em casa? _ ele perguntou e Cassandra franziu o cenho. _Eu conheço meu irmão melhor do que qualquer outra pessoa e posso afirmar que nunca o vi olhando daquela maneira para ninguém.
Cassandra sorriu.
_ Talvez ele esteja se tornando humano, afinal de contas. _disse pousando um beijo na pele exposta de seu peito.
Pete ergueu uma sobrancelha.
Nem mesmo ela acreditava no que tina acabado de dizer...
_O que eu quero dizer é que meu irmão parece ...interessado em minha assistente e não creio que isso terminará bem.
Cassandra se mexeu e se posicionou sobre o futuro marido.
_ Então temo um romance no ar... _ ela sugeriu se aproximando para beijá-lo e Pete gemeu quando ela rebolou sobre ele, fazendo seu corpo reagir no mesmo instante.
_É isso mesmo o que eu temo. _ ele admitiu. _ Porque Stephan não assume responsabilidades. E Lauren está frágil demais nesse momento...
_E talvez você só esteja vendo coisas e a intenção de Stephan seja apenas ser solidário com ela nesse momento tão difícil. _ Cassandra retrucou, mordiscando -lhe o lóbulo da orelha antes de Pete girá-la sobre o colchão colocando-se sobre ela.
_ Eu me lembro de um outro alguém querendo ser solidário... _ ele provocou, lembrando-a de como os dois se conheceram e isso fez Cassandra rir maliciosamente.
_ Nosso caso foi diferente...
_Espero que esteja certa. _ Pete disse para encerrar o assunto, pois ele tinha coisas mais importantes para fazer naquele momento do que se preocupar com a vida romântica de seu irmão...ou a falta dela!
Lauren se mexeu na cama no dia seguinte pela manhã, sentindo os braços doloridos. Então abriu os olhos e notou a pequena cabecinha loira de Sophia e se lembrou de que as duas tinham adormecido juntas.
Tentou se mover lentamente para retirar o braço de debaixo dela e se levantou da cama.
Sophia ainda chorara por mais algum tempo toda vez que falavam da mãe dela e Lauren sabia que seria assim por um bom tempo.
A dor da perda já era terrível para um adulto, seria pior ainda para uma garotinha de quatro anos.
Foi diretamente para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes e quando se olhou no espelho quase teve um ataque.
Seus olhos estavam vermelhos pelo choro do dia anterior. Bolsas escuras apareceram sobre eles, evidenciando ainda mais sua pele extremamente branca e as sardas no nariz.
Tentou melhorar a situação dando leves beliscões nas maçãs do rosto, mas isso pareceu piorar ainda mais a situação.
Desistindo, escovou e trançou os cabelos em uma trança frouxa que deixou caída sobre um ombro.
Sempre lhe sobrava tão pouco tempo para cuidar de si mesma que preferia amarrar os cabelos sempre em um coque para facilitar todo o processo.
Giulia gostava de provocá-la com isso, dizendo que a fazia parecer uma senhora de meia idade, mas Lauren não podia fazer nada a respeito.
Foi para a cozinha, tentando ignorar a dor que sentiu em seu coração ao pensar novamente na irmã e tratou de fazer o café da manhã para quando Sophia acordasse.
Talvez se lhe fizesse uns biscoitos poderia distraí-la um pouco, pensou ela abrindo o armário e encontrando um pouco de farinha dentro do pote.
Nota mental, ir ao mercado fazer compras! Pensou com um suspiro.
O problema era: Com que dinheiro?
Então se lembrou da pequena quantia que ela havia deixado guardada dentro do guarda-roupas para o caso de alguma emergência.
Pena que isso não lhe servira de nada na emergência duas noites atrás...
Quando estava retirando a primeira fornada de biscoitos do forno, Sophia apareceu na porta da cozinha, segurando a boneca e com o dedo na boca.
Ela e Giulia levaram um bom tempo para fazer a menina largar o hábito de chupar dedo, mas pelo visto ele havia retornado, pensou com frustração.
Não podia culpá-la. Ela tinha acabado de perde a mãe.
_ Querida, acabei de assar esses biscoitos maravilhosos...
Sophia a observou em silêncio por um longo tempo antes de sair do lugar e se aproximar devagarinho.
_ São de chocolate, os seus preferidos. _ ela informou à menina, sorrindo gentilmente para ela.
Sophia observou os biscoitos antes de se sentar em uma cadeira e pegar um da travessa, dando uma pequena mordida.
_Está uma delícia, titia. _ ela disse depois de um tempo. _ Faz tanto tempo que não assa biscoitos. Mamãe teria adorado...
Lauren sentiu a garganta apertar quando a menina olhou para ela rapidamente.
Era visível a dor em seus olhos a cada vez que falava de sua mãe.
_ Então já teremos alguma coisa para contar para ela quando formos visitá-la, não acha? _ Lauren disse, tentando amenizar um pouco a situação.
Sophia a encarou com esperança nos pequenos olhinhos.
_ Acha que ela vai poder ouvir? _ ela quis saber e Lauren se ajoelhou a sua frente, tomando as pequenas mãozinhas nas suas enquanto a fitava fixamente.
_ Não é porque ela não está aqui com a gente nesse momento, que não esteja cuidando de nós. _ respondeu e Sophia sorriu levemente.
_ Mas era você quem cuidava da gente... _ Sophia lembrou e Lauren brincou, dando-lhe um leve aperto na ponta do nariz.
_ Bem, agora ela é quem vai cuidar da gente. _ disse, erguendo-se novamente. _ Mas enquanto isso, o que acha de tomar o seu café da manhã e então ir me ajudar a fazer umas comprinhas?
Sophia deu mais uma mordida no biscoito enquanto assentia, um pouco mais animada agora.
As duas comeram e logo em seguida Lauren a ajudou a se trocar para que pudessem sair. Pegou o dinheiro guardado na pequena lata dentro do guarda-roupa e então as duas saíram de casa em direção ao supermercado.
Claro que o pouco dinheiro que tina não fez milagres já que moravam em um bairro onde tudo era mais caro, mas ela comprou o máximo que conseguiu.
Agora que Sophia ficaria com ela, precisava lhe dar um lar organizado e comida saudável na geladeira. Precisava fazer o possível para cuidar bem da garotinha, caso contrário a perderia para o sistema de adoção.
Ou então iniciariam uma busca pelo pai dela e somente de tocar no nome dele já era o suficiente para fazer Giulia ficar completamente agitada.
Lauren vivia se perguntando o que acontecera entre os dois, mas aceitava a explicação de Giulia de que ele simplesmente havia partido quando Sophia nascera.
Estava tão absorta em seus pensamentos que não notou o carro familiar parado em frente ao prédio onde morava, por isso se assustou quando chegaram no andar onde seu apartamento ficava e se depararam com Stephan parado na porta com as mãos nos bolsos da calça, como se esperasse por elas.