Capítulo 7
935palavras
2023-02-12 03:36
_ O estado de sua irmã é muito grave. _ o médico explicou à Lauren quando saiu da sala de cirurgia uma hora mais tarde para deixá-la a par do que és acontecendo.
Era grave, ele dissera...
Mas ainda haveria salvação, Não haveria? Ela se questionou internamente.
Seu coração estava acelerado no peito e ela de repente sentiu náusea.
Odiava hospitais.
Durante anos frequentara aquele ambiente quando sua tia havia sido diagnosticada com um tumor cerebral.
Anos observando sua tia definhando a cada dia mais e ficando cada vez pior a cada exame, mas quando pensavam que tudo estava resolvido, o maldito tumor crescia novamente .
Até que um dia Lauren chegou do trabalho e notou que sua tia ainda dormia no meio da tarde.
Estranhando aquilo ela se aproximou para verificar se estava doente.
E para seu desespero, descobriu que ela já estava morta.
Giulia ainda estava na escola quando recebeu a notícia e foi correndo para o hospital para onde a tia havia sido levada.
Elas amavam muito a bondosa mulher que havia cuidado delas como filhas e a aquele tinha sido o pior dia da vida delas.
E agora ,mais uma vez Lauren se pegava na mesma situação.
Mas desta vez era Giulia quem estava em uma mesa de cirurgia, entre a vida e a morte.
_ Por favor, salve a minha irmã. _ ela implorou, sentindo as lágrimas rolarem novamente por sua face, mas não se importou em limpá-las.
Não podia perder mais uma pessoa que amava.
O que seria de Sofia?
_ Estamos fazendo o nosso melhor, Srta. Hawking. _ o médico afirmou. _ Volto logo mais com mais noticias .
Lauren ficou ali observando a figura de jaleco branco se afastar .
A sala parecia ficar menor a cada minuto que passava e ela nem percebeu quanto tempo ficou ali parada de pé, olhando para a porta.
Tinha que sair dali.
Precisava respirar um pouco de ar fresco e se manter calma.
Tudo ficaria bem... ela dizia a si mesma enquanto saia da sala de espera para o corredor do hospital.
Mesmo que estivesse completamente aérea, ela seria capaz de notar a figura sentada em um canto.
Na verdade Stephan tinha o poder de ser notado em qualquer lugar para onde ia.
Não só pela sua altura e porte Atlético, mas pela beleza que possuía.
Os cabelos castanhos sempre bem aparados nas laterais e apenas um pouco maiores em cima, o que deixava um pouco bagunçado os fios.
Mas era uma bagunça charmosa.
Naquele momento, por exemplo, ele falava ao telefone, completamente concentrado, alguns fios teimosos lhe caindo sobre a testa.
Em nada se parecia com o cara irritante que gostava de tirá-la do sério todos os dias .
Se não o conhecesse bem, ele lhe teria chamado a atenção, assim como a de várias mulheres solteiras ou casadas a sua volta.
Mas o que ele ainda fazia ali?
Ela não tivera alternativa a não ser ligar para ele, pois sabia que seria o único que estaria disponível aquela hora da noite.
Não poderia ligar para Pete e acabar criando uma inimizade com sua noiva por tirá-lo de casa tarde da noite .
Cassandra sempre a tinha tratado bem, as vezes até mais do que o próprio Pete.
Só esperava não ter interrompido alguma coisa, considerando a cena que tinha visto mais cedo no trabalho antes de entrar no elevador.
Como se percebesse que olhava para ele, Stephan ergueu os olhos e encontrou os dela.
Encerrou a ligação rapidamente e veio até ela.
_ O que ainda faz aqui? _ ela perguntou, e quando percebeu que estava soando um pouco grossa demais, emendou :_ Não precisava ter ficado.
_ Não poderia ir embora sem ter certeza de que ficariam bem. _ respondeu parecendo realmente preocupado.
_ Eu agradeço a carona e peço desculpas por incomodá-lo, mas não quero atrapalhar ...
_ Lauren, chega! _ ele disse, interrompendo-a . _ Por mais que pense o pior de mim, eu não sou tão mau assim. E não irei a lugar algum.
Lauren suspirou.
Esse lado solícito era um que não conhecera ainda em Stephan.
Talvez porque ela ficava tão irritada com sua presença e provocações, que não tivesse percebido isso antes.
_ Eu não penso mal de você. _ retrucou, abraçando a bolsa contra o peito enquanto olhava em volta a procura de uma enfermeira ou medico que pudessem lhe dar notícias da irmã.
Stephan sorriu maliciosamente para ela.
_ Apenas não me suporta. _ ele concluiu e recebeu um olhar de Lauren que revelava que acertara em cheio.
Mas quando ela abriu a boca para responder, o médico que a procurara momentos antes voltou novamente, olhando em volta pelo grupo de pessoas ali na recepção da emergência até encontrá-la.
A sensação de enjoo voltou novamente e o sangue sumiu de seu rosto a medida que ele se aproximava.
Stephan notou sua reação e o sorriso morreu em seus lábios enquanto olhava na mesma direção que ela, avistando o médico.
_ Srta. Hawking, eu sinto muito... _ ele começou quando parou a sua frente. _ Sua irmã perdeu muito sangue e sofreu uma fratura craniana com a força do impacto. Fizemos todo o possível...
Ele continuou falando mas Lauren já não ouvia.
Fizemos todo o possível...
Ela sabia o que isso queria dizer, por mais que não quisesse aceitar.
Isso não podia estar acontecendo, não de novo....ela pensava enquanto a onda de náusea ia aumentando.
Teve a leve impressão de que Stephan pousava as mãos em suas costas e chamava seu nome, mas não passava de um som distante e abafado.