_ Eu preciso atender a uma emergência, querida. _ Stephan explicou a moça que esperava por ele na mesa de jantar. _ Sinto muito por isso, mas prometo recompensá-la.
Disse ele colocando uma grande quantia em dinheiro sobre a mesa para que ela pagasse a conta e pedisse um taxi para casa.
Sem esperar pela resposta da aturdida moça, Stephan pegou seu casaco e saiu às pressas do restaurante.

Menos de quinze minutos depois ele saia do carro e dava a volta para abrir a porta para Lauren.
Ela havia chorado, ele percebeu ao ver seus olhos inchados.
_ Ei, fique tranquila. Não deve ser nada grave. _ ele tentou tranquilizá-la enquanto iniciavam o percurso para o hospital, o mais rápido que o trânsito intenso lhe permitia seguir.
Lauren fungou, esfregando o rosto de maneira desajeitada para secar uma lagrima que lhe escorrera dos olhos.
_ Ela está em estado crítico, Stephan. _ ela explicou.
E se não fosse uma situação tão séria, ele teria rido e a provocado por tê-lo chamado pelo primeiro nome.

_ Vai ficar tudo bem, você vai ver...
Ele tentou tranquilizá-la pousando a mão sobre a sua.
Aquela era uma situação nova para ele.
Atender a um pedido de ajuda e ainda por cima confortar alguém.

Ele não tinha sido capaz nem mesmo de confortar sua mãe quando seu pai morrera.
Pete foi quem cuidou dela durante todo o tempo enquanto ele preferiu se afastar e tentar diminuir a dor com algumas doses de uma bebida forte qualquer.
Então porque com aquela garota, que não tinha importância nenhuma em sua vida, ele agia de forma diferente?
Lauren não respondeu, muito menos se afastou do toque dele.
Ficou lá olhando para a estrada a frente, ansiosa e ao mesmo tempo temerosa do que viria a seguir.
Giulia tinha saído para mais uma entrevista de emprego.
O que dera errado para que se acidentasse daquela forma a ponto de ficar em estado crítico?
Chegaram no hospital e Lauren correu para a área de emergências.
Parou uma enfermeira no caminho, que olhou para ela da mesma forma que seus colegas de trabalho olhavam todos os dias, julgando-a por suas roupas.
_ Giulia Hawking. _ ela disse para a enfermeira que olhou para a prancheta em suas mãos.
_ Está passando por cirurgia. _ respondeu. _ Você tem algum parentesco com a moça? _ ela quis saber.
_ Sou irmã dela. _ respondeu e a enfermeira assentiu. _Pode aguardar na sala de espera. Mas apenas parentes são permitidos. _ disse ela lançando um olhar por sobre o ombro de Lauren e foi então que ela se lembrou que Stephan ainda estava ali.
Estava tão preocupada que se esquecera dele completamente.
_ Obrigado pela ajuda, Stephan. _ disse ela. _ Desculpe se interrompi eu descanso...ou qualquer outra coisa. Prometo que pagarei de alguma forma...
Stephan meneou a cabeça,negando.
_ Não interrompeu nada e não precisa me pagar por qualquer coisa. _ respondeu.
Lauren apenas assentiu antes de se virar e seguir rapidamente a enfermeira para dentro do longo corredor do hospital.
Stephan a observou se afastar, colocando as mãos nos bolsos da calça enquanto olhava em volta procurando por uma máquina de café expresso e um lugar para se sentar.
A noite ia ser longa e ele não pretendia deixar Lauren ali sozinha sem antes saber como sua irmã estava.
Vira a fragilidade em seus olhos, que ele descobrira terem várias nuances de verde.
Seu irmão o mataria se a deixasse ali sozinha naquele momento tão difícil, porque parecia gostar muito da moça.
Pegou um pouco de café na máquina e encontrou uma cadeira dura e desconfortável em um canto, onde ele se sentou com um suspiro.
Sua noite não seria em nada comparada ao que planejara mais cedo, mas tudo bem, pensou ele conformando-se.
Era por uma boa causa...