Capítulo 131
1672palavras
2023-05-16 20:18
Reino de Wisdy
Cateline e Félix Fire
Era de manhã, e como sempre nos últimos dias Felix fazia massagem nos pés de sua amada, ela estava cada dia mais inchada e com dor, Cristina tricotava sentada próxima a sua mestra, sempre com um sorriso no rosto, ansiosa para a chegada do pequeno filhote.
— E então… como meu bebê está hoje?
Felix perguntava manhoso, acariciando a barriga de Cateline, que sorria boba.
— Faminto! Cada dia mais! Não é meu pequeno? —ela dizia colocando a mão na barriga, junto a Félix, que beijava a mão de sua amada, feliz.
Nos últimos dias Cate estava muito cansada e com sono, por conta da insônia e dores nas costas, os chutes do bebê ficavam cada vez mais intensos, parecia que havia uma batalha acontecendo em seu ventre.
— Ele será um grande lutador!
Cristina fazia um comentário vendo Félix acariciar a barriga, já estava indo para o nono mês de gravidez, o filhote parecia gostar de carinho.
Eles conversam felizes, estava quase na hora do café da manhã e Félix precisava ir a reunião com o seu pai, ele não poderia comer com sua amada aquela manhã.
Ele se vai, e deixa Cateline com Cristina a sós, elas iriam aguardar os curandeiros como faziam todas as manhãs, como o parto estava próximo eles estavam dando a humana mais vitaminas para que ela se preparasse para o dia.
Cateline se alimenta bem no café da manhã e após algumas horas os curandeiros chegavam, ela tomava os seus chás e ficava pronta para a caminhada matinal, era quase uma regra dada pelos curandeiros.
Ela andava sempre com Cristina, o guarda Fredy e os curandeiros ao seu lado, todos preparados para o tão esperado momento.
Eles andavam pelo jardim congelado, e de alguma forma, Cateline sentia que já havia se acostumado com tudo aquilo, o frio já era familiar e ali era a sua casa, ela sorria olhando ao redor, se lembrando do dia que havia chegado, cansada e fraca, a mulher passava a mão agora em sua barriga e sentia o quanto ela havia crescido, não parecia ter passado tanto tempo assim, mas ela sentia que ali era o seu lugar, como se sempre pertencesse ao lado de Félix, em Wisdy.
Após andar por alguns minutos, o sino de alerta tocava, o mesmo som do dia da invasão na prisão.
Cateline levava um choque na mesma hora, e quase caia, Cristina que estava tão assustada quando sua mestra a segurava fortemente.
— A senhora está bem?
A criada perguntava amedrontada.
— Sim… eu apenas assustei com o barulho…
A humana segurava forte a sua barriga, ela estava com medo, sem saber o porque de toda aquela agitação
— Vamos retornar… aqui não é seguro…
Thedeu dizia indo até Cateline, segurando em seu braço a ajudando a se apoiar, o guarda Fredy ficava atento a sua volta, ele sabia que aquilo era um péssimo sinal.
Zebeu, que não entendia nada, apenas ficava próximo a Cateline, ele sabia que a mulher precisava ficar calma, ele tentava deixá-la relaxada até que voltassem ao quarto.
— Está tudo bem, Cate… vamos voltar por agora..
O velho curandeiro humano falava atento, ele procurava Félix com o olhar mas tudo que ele via eram soldados correndo até o portão de entrada.
— Vamos!
Fredy dizia sério, ele precisava tirar todos dali.
Eles andavam de volta ao quarto e Cateline dava uma cambaleada enquanto andava, apoiando o seu peso em Thedeu.
— Você está se sentindo bem?
O curandeiro lobo perguntava vendo a palidez da mulher.
— Sim… eu apenas fiquei um pouco tonta… não é nada demais.
Thedeu olhava para Zebeu e os dois ficavam cada vez mais preocupados, eles percebiam que a mulher tentava controlar o seu nervosismo, mas os sinos de alerta tocavam cada vez mais alto.
Diego e Félix Fire, sala de reuniões
Félix havia acabado de sair do quarto de sua amada, ele estava com um enorme sorriso no rosto, o lobo nunca esteve tão feliz em sua vida.
— Vejo que está bem animado hoje…
Diego falava sorrindo, era raro vê-lo assim, mas nos últimos dias, todos estavam se surpreendendo com a mudança no Alfa.
— Digo o mesmo… parece até que você viu um passarinho verde…
Felix brincava com o seu pai e os dois davam gargalhadas, haviam anos que eles não se davam tão bem, finalmente a família estava em paz e unida.
Eles passaram algumas horas ali, o trabalho havia rendido muitos nos últimos dias com a ajuda de Félix, e Diego via que seu filho havia mudado, estava mais responsável e maduro.
— Obrigado filho…
Diego falava meio seco, sem olhar para Félix, que se assusta ao ouvir tais palavras saindo da boca de seu pai.
—O que o senhor disse?
Felix o questionava com um sorriso confuso em seu rosto. Ele queria que o seu pai repetisse, mas ele não o faria de novo.
— Pare de brincadeiras! Eu sei que você ouviu!
O Alfa falava sério já se irritando com seu filho, que dava gargalhadas.
O momento em família é interrompido por um barulho ensurdecedor que vinha do sino de alerta do enorme muro do castelo.
Diego ainda lembrava de cada detalhe do último dia que aquele sino havia sido tocado, seus nervos saltavam, e seu punho se fechava.
O mesmo acontecia com Félix que lembrava da dor dos familiares e de seus amigos que haviam perdido parentes na batalha na prisão.
Os dois se levantam com olhares sanguinários, e saiam já sabendo do que se tratava, a primeira coisa que os dois lobos faziam era ir diretamente para o quarto de Cateline, eles precisavam deixar a mulher em um local seguro, onde os malditos ICES não pudessem a encontrar.
Havia uma sala quase impenetrável, que podia ser aberta apenas por um par de chaves, Diego sempre carregava elas consigo, ele iria pedir para que Cateline ficasse lá até que tudo se acalmasse.
Eles correm e veem a movimentação no castelo, de longe Félix via a sua amada rodeada pelos curandeiros, Cristina e o guarda, ela estava no jardim.
O Alfa e seu filho corriam até ela, e finalmente Cateline se acalmava um pouco vendo o seu amado.
— Felix!? O que está acontecendo?
Cateline perguntava em desespero correndo até o seu marido, os dois se abraçam forte, sentindo o calor um do outro.
— Que bom que você está bem! Iremos verificar agora.. fique tranquila, está bem?.
O lobo dizia apertando a mulher em seus braços, o Alfa ia até o guarda e lhe entregava a chave.
Cristina e os curandeiros ficavam atentos a tudo ao redor.
— Leve Cateline e os outros para a sala emergência, eu irei retornar em breve…. não deixe nada acontecer com ela, ouviu?! Mate qualquer um que se atrever a se aproximar, independente de quem seja!
O Alfa urrava de ódio enquanto falava, ele queria degolar os malditos ICES.
O guarda assentiu firmemente com um gesto, e Diego se virava para sair, ele olhava para Zebeu no último momento e falava antes de sair dali.
— Cuide bem do meu neto!
Diferente de como havia falado com o guarda, dessa vez ele dizia de igual para igual, ele sabia que Zebeu era importante a Cateline, e que ele faria de tudo para proteger a moça.
O curandeiro assentiu, assim como Thedeu, que pareceu aceitar a ordem de alguma forma, Félix se despede de sua amada, lhe dando um intenso beijo, ela retribuía e antes dele sair, ela acariciava o rosto do homem, como despedida, Felix corria junto a seu pai.
O lobo alcançava seu pai, e ao olhar para trás uma última vez, dizia mais uma coisa.
— Cristina! Proteja a minha Cate!
Cristina sorria, feliz em saber que seu mestre a achava capaz, e o respondia.
— Sim senhor! Irei cuidar dela e dos filhotes!
Ela sorria, Cristina achava que nasceria mais de um bebê, mesmo com os curandeiros dizendo que não.
Diego e Félix seguiam até o enorme portão, o sino ainda tocava.
Eles se assustam com a grande movimentação de fora dos muros do castelo.
— O que está acontecendo aqui?!
O Alfa gritava assim que chegava ao local.
— Senhor! Alguns dos homens dos povoados vizinhos chegaram a cavalo, eles estão cobertos de ferimentos, alguns quase mortos, a última coisa que um deles nos disse era que a tribo ICE estava atacando e matando a todos!
Um guarda dizia agoniado, eles estavam se preparando para levar um grupo de soldados até lá, infelizmente com a batalha anterior eles haviam perdido muitos homens e sabiam que apenas aqueles não seriam o suficiente.
— Droga! Aqueles sarnentos!
Diego rosnava, suas veias saltavam em seu pescoço de raiva.
— Vamos ir rápido! Precisamos pegar todos aqueles cães e trancá-los na prisão novamente!
Felix dizia decidido! Ele se sentia mal por não estar ali da última vez, o povoado mais próximo era pequeno, e não muito longe dali, eles voltariam logo, se tudo aquilo fosse verdade, os ICEs estariam fazendo uma chacina no local.
Diego olhava para o filho, ele não iria obrigá-lo a ir, não mais.
— Você tem razão?
Diego aguardava uma confirmação, Cateline iria para a sala de emergência e estava cercada de aliados, a humana estava segura.
— Não permitirei que mais nenhum de nossos aliados morram…
Felix dava a sua última resposta, seus amigos também estavam ali, antes de se transformar e partir com seu pai, Félix pedia um favor a Tomás.
— Por favor, fique de olho na Cateline por mim…
Tomás dava um tapa nas costas do amigo, ele sabia que o filho do Alfa tinha as suas responsabilidades.
— Pode deixar! Lutarei com a morte se for preciso para protegê-la!
Tomás dizia sorrindo, e Félix mais Diego seguiam com o restante dos lobos, sumindo entre a vegetação congelada.
O homem voltava para dentro, e procurava pela a humana, Diego havia lhe dito onde ela ficaria, Tomás seguia rápido, e a medida que avançava, percebia algo estranho.