Capítulo 129
997palavras
2023-05-16 20:11
Tribo Fire
O dia do parto de Sandy se aproximava, era seu último mês de gestação, ela adorava trocar as suas experiências com sua nova amiga Cateline, mesmo que nem sempre das vezes tivessem as mesmas coisas para falar, já que a gravidez de Cateline estava sendo totalmente diferente do que a dela.
Todas estavam doidas para irem visitá-la logo, Joaquim mandava presentes para o seu sobrinho, na maioria das vezes pequenos moletons azuis, ele jurava de pés juntos que seria um garoto saudável, que seria um grande lobo como o seu pai.
O Alfa fazia vista grossa a maior parte do tempo, pelas cartas e presentes recebidos, ele sabia que aquilo ajudava Cateline a se sentir melhor, estava sendo doloroso demais para a humana, e ele sabia que ela sentia saudades de todos, mas mesmo assim permanecia ali, respeitando todas as regras.
Com o tempo Diego começou a admirar a humana em segredo, ele ainda sentia que se demonstraria ser fraco caso descobrissem seus verdadeiros sentimentos.
O oitavo mês quase chegava ao fim, e os curandeiros sabiam que a hora chegava, a criança ensaiava para nascer, Cateline sentia contrações quase insuportáveis, e com os dias passando mal, a humana raramente conseguia sair da cama, Cristina estava preocupada, mas permanecia presente o tempo todo, ela não via a hora de conhecer o pequenino.
A noite, quando Cateline sentia as dores mais intensas, Felix acariciava a barriga de sua amada, e sentia a criança relaxar, ele beijava a enorme barriga de sua esposa e sentia o calor através da pele, seria uma criança forte, em alguns momentos, quando o lobo esforçava para ouvir o coração do pequeno, conseguia ouvir algo a mais, era confuso e difícil de entender, o lobo não sabia muito bem se a quantidade de batimentos era normal já que nunca havia ouvido o batimento de um bebê no ventre de alguém antes, ele achava que tudo não passava de uma pequena confusão que ele mesmo fazia em sua cabeça, será que aqueles batimentos eram de mais de uma criança?
Felix toda manhã após fazer as massagens em Cateline, ia até a sala de seu pai ajudá-lo com a papelada, o Alfa fazia sempre as mesmas perguntas e parecia estar de bom humor.
Felix entrava na sala de seu pai comendo um pedaço de pão, e o Alfa mal esperava seu filho sentar para perguntar sobre sua nora.
— Como ela está?
Diego perguntava diretamente, ele evitava falar o nome da mulher, mas Félix sabia que era apenas tentativas de parecer uma pessoa forte. O alfa continuava a olhar fixo para o filho, impaciente pela resposta.
Félix se sentava na poltrona à frente do pai com o pão em sua boca.
— Ela está daquele jeito… a qualquer momento o bebê irá nascer, Zebeu acredita que ele vai nascer prematuro, mas Thedeu bate o pé no chão e diz que Cateline aguenta mais uns meses..
O lobo falava preocupado, ele via como estava difícil para a sua amada, ele não gostava de vê-la naquela situação, ela estava cada dia mais fraca, e ele não sabia como as coisas iriam ser dali em diante. Ela estava com a aparência abatida, olheiras nos olhos, muitas das vezes fraca, mas mesmo assim, forçava um sorriso e sempre dizia que estava bem, ele sabia que não estava, e mesmo assim, ela estava se fortalecendo por ela e pelo bebê. E isso fazia Félix ficar extremamente feliz pela sua esposa, e também muito preocupado.
As reuniões aconteciam todas as manhãs e parecia que a Tribo ICE havia sumido da face da terra, Diego sabia que não podia descansar e que eles estavam à espreita.
Mas agora com a chegada de seu neto, estava mais difícil de focar no trabalho, ele passava a maior parte do tempo andando pelo o castelo, perto do quarto de sua nora, ele contava os segundos para ver o filhote, a noite, ele até mesmo sonhava e ouvia os choros do bebê, ele estava feliz, tudo seria perfeito se sua Freya estivesse ali, ela seria uma avó excelente, ele sabia disso, Freya era uma mulher incrível e foi uma ótima mãe para Félix…
Em seu quarto no meio do escuro da noite, ele andava até a janela, onde a claridade da lua entrava, e olhava para a imensidão congelada, sentindo a fria brisa bater em seu rosto, ele lembrava de quando sua amada era viva, ela havia partido quando Félix era um adolescente, ele tinha apenas 14 anos, Diego e Freya adoravam pensar no futuro, em um dia quando Félix casasse com uma loba forte e a casa se enchesse de filhotes.
Diego sorri ao lembrar de certas lembranças, e no mesmo instante, ele cobria a sua boca segurando algo, soluços vieram a tona, e lágrimas corriam, ele havia prometido nunca mais chorar e ser forte, mas agora que ele via seu filho se tornando homem e via que sua amada esposa não estava mais ali, ele se sentia só, tinha apenas ele para recordar daqueles sentimentos, e apenas ele para vivenciar aquela maravilhosa sensação que Freya tanto sonhava passar junto a ele.
Ele permanecia ali por um tempo, se escondendo de todos, ali ele podia ser ele mesmo e desmoronar em prantos. Ele abaixava a cabeça por um momento, sentindo as lágrimas escorrerem, suas mãos estavam em seu rosto e ele tentava chorar em silêncio, apenas sentindo as lágrimas salgadas pelo o seu rosto, seu nariz estava entupido e os cabelos cobrindo os seus olhos, o alfa levantava a cabeça jogando seus cabelos para trás e olhava para a lua lá fora e dizendo baixinho, querendo que sua Freya escutasse.
— Seremos avós, meu amor, sei que está comigo em algum lugar. Eu vou ser o melhor avô, te prometo, minha loba.
Ele deixava mais algumas lágrimas escorrerem e as limpava rapidamente, ele fungou o nariz apreciando a noite por mais um momento, e virava seguindo para sua cama… Ele queria descansar por um momento…