Capítulo 11
1832palavras
2023-02-22 19:43
Tribo Fire..
Mais tarde, após Félix ter descansado um pouco e ter tomado um bom banho com ervas para ajudar com alguns ferimentos que ainda não cicatrizaram devido a pedra Ônix, o homem de cabelos longos decide ir se juntar ao seu pai na reunião que está prestes a começar…
O lobo anda lentamente olhando para os lados, os criados do castelo andam apressados, pelo ao ver de Félix parecem ansiosos por algo.
O homem ignora isso por um breve momento e segue pelo corredor até a sala de reuniões.
Ao passar por vários corredores, Félix vira a direita e olha de relance para a porta que está encostada, ele respira profundamente e abre a porta entrando no local, ao olhar ao redor ele vê todos da alcateia, alguns de seus amigos e colegas e seu pai que já o observa de longe, o filho assente a cabeça para o pai e se senta no seu lugar, uma cadeira bem próxima ao Alfa.
A reunião começa…
— Todos devem saber, que o Lorde Sírio, aquele descarado, quer todos nós mortos, e tentou sequestrar, torturar e até mesmo matar meu filho, o herdeiro desse castelo, o herdeiro desse reino e futuro Alfa da nossa alcateia, nos empenhamos muito para resgatá-lo, mas meu filho conseguiu sair das garras daquele Lorde e de seus filhos sozinho … Aqueles humanos nojentos não prestam… Eles nos julgam por sermos quem somos, um ser forte que não é dominado por ninguém, somos superiores e eles são vermes nojentos que gostam de culpar todos nós pelos erros deles…
Todos a mesa ficam sérios, apenas ouvindo Diego atentamente, todas da alcateia respeitam muito o alfa, por isso, não ousam dirigir palavra alguma a Diego.
Após um curto silêncio, o alfa continua.
— Pois bem… Aqueles… nojentos, sabem da nossa fraqueza, não sei como eles descobriram, mas eu juro que darei um jeito de resolver isso, não vou deixar que eles vençam, vamos provar a eles que nós, lobos, não temos culpa dessa loucura criada por eles, nós não temos culpa se as mulheres não engravidam, isso é coisa deles, e não nossa. Pois bem, vou estudar com cuidado sobre o que vamos fazer, pois não vamos nos dar por vencidos, se eles vierem novamente vamos mostrar quem somos, todos comigo?
Diego ergue o punho olhando sério para todos ao redor, todos os lobos presentes o acompanham erguendo a mão bem alto e gritando…
— Sim, alfa!
Diego sorri torto olhando para todos e diz se levantando.
— Certo, podem se retirar, mais tarde a janta será servida, bebam à vontade nas tabernas e não esqueçam, tenham muitas concubinas, nós temos que procriar…
Após dizer isso, Diego ri baixo, todos o acompanham na risada e se levantam se retirando da sala.
Quando Félix vai se retirar, seu pai o chama.
— Filho, ainda não me disse… Como conseguiu escapar?
Félix se vira para seu pai e fica pensativo se fala a verdade, ele deve, pois seu pai sempre fez tudo por ele, o filho não deve enganar o pai, Félix abaixa os ombros suspirando um pouco e diz…
— Fui jogado ao chão antes deles me prenderem e pude aproveitar a brecha para fugir do castelo, acabei me escondendo na floresta próxima e uma mulher apareceu, ela me viu machucado e veio até mim me dando um local para passar a noite.
Félix não conta sobre o que aconteceu depois, seu pai jamais iria o perdoar, o Alfa tem rancor e nojo dos humanos, mas não Félix, ele não tinha nojo ou qualquer sentimento ruim sobre a humana, ele estava sentindo algo que jamais sentiu na vida por aquele ser frágil.
Seu pai fica irado e diz quase gritando.
— E porque ela te ajudou? – ele continua encarando o filho esperando a resposta, e o lobo responde.
— Não sei pai.
O alfa resmunga e diz…
— Bom, pelo menos ela foi útil em algo, que bom que está bem meu filho– O alfa faz uma pequena pausa pensativo e continua.
— Vamos nos preparar para o jantar, os outros lobos devem estar famintos e loucos para se deitarem logo com suas concubinas.
O pai de Félix tinha várias concubinas, mais de dez mulheres, ele não se deitava com elas pois respeitava sua falecida esposa, Freya sempre foi seu único e verdadeiro amor, o Alfa assinava contrato com as mulheres apenas por conta dos acordos entre as tribos, nada passava de negócios, já Félix tinha somente uma, mas naquele momento, ele não queria ir para a cama com ela pois as lembranças e toques da humana que ele conhecera não parava de ecoar em sua mente.
Pai e filho saem da sala e caminham juntos até a sala de jantar, todos comem e se retiram para seus quartos para relaxar, o dia havia sido longo e logo teriam investigações a serem feitas, era preciso descobrir como os humanos haviam descoberto sobre a pedra ônix e dar um jeito de tirá las de suas mãos, eles sabiam que caso acontecesse uma guerra todos os lobos iriam estar em desvantagem e aquilo não poderia acontecer.
No dia seguinte…
Félix sai para treinar com um de seus grandes amigos, o que ele mais confia, o Tomas, eles são amigos desde que sua mãe faleceu.
Félix ainda era um jovem adolescente na época do infortúnio e Tomas foi uma das pessoas que mais ficou a seu lado, o Alfa não tinha muito tempo para cuidar do filho por conta de toda aquela bagunça, e o único lugar que o jovem lobo conseguia conforto e felicidade era ao lado de seus amigos, aquela era uma das amizades que fez com que o lobo sorrisse mais e crescesse forte após o luto.
Os dois apertam as mãos ao se verem e Tomas logo diz a seu amigo.
— E aí, como foi ontem cara? Você sumiu depois da reunião, bebeu e foi aproveitar a noite com a sua lobinha?
Tomas sorri de forma sugestiva ao perguntar, Felix o responde com uma careta e fala caminhando ao lado de seu amigo.
— Eu bebi bastante com meu pai, a noite foi boa, vimos algumas mulheres dançarem, mas depois disso fui dormir, não estava afim ontem, sabe como é..
— Por causa das suas feridas? Eu fiquei sabendo sobre oque aconteceu, são profundas ?
Tomas pergunta preocupado, ele havia ouvido alguns boatos pelos corredores do castelo sobre o estado em que Félix havia chegado após ser sequestrado.
Félix respira fundo e responde amigavelmente.
— Estão melhorando, vou ficar bem logo, vamos treinar, depois conversamos mais, tenho que ficar em forma logo da próxima vez que eu ver aqueles humanos quero estar preparado para fazer eles pagarem.
— Vamos lá.
Tomas dá um tapa no ombro do amigo e os dois se preparam para começar a treinar, Tomas se afasta de Félix e levanta seus punhos, o lobo então sabe que o outro está pronto para avançar contra ele…
Ele fica atento aos golpes do amigo, os lobos são ágeis e qualquer deslize ele perderia a luta.
Félix vê que Tomás avançou em sua direção, pensativo Félix desvia para o lado para não ser atingido e tenta contra atacar tentando acertá-lo.
Tomas dá uma rasteira nele, mas Félix puxa o braço de seu amigo o levando junto, os dois caem no chão, e começam a rir alto…
— Essa foi boa, mas temos que prestar mais atenção, se fosse em uma batalha estaríamos mortos… onde estava com a cabeça vindo pra cima de mim daquela forma?
Pergunta Tomas rindo de Félix dando um salto se levantando, Félix faz o mesmo e responde.
— Em nada, só não estou em forma, vamos de novo, depois treinamos transformados… vamos …
Tomas concorda e os dois pegam distância novamente para irem mais uma vez…
Os dois se olham de forma séria por um momento e eles correm ao mesmo tempo dando início a luta…
Ambos sentem o vento frio ao redor de si, Tomás tenta saltar para cima de Félix na tentativa de o derrubar, o outro prevendo o que o amigo ia fazer, se abaixa e agarra o seu pé o puxando para baixo o derrubando ao chão, ele prende o amigo com o seu corpo e diz o encurralando …
— Achei que era mais forte, Tomás… Bom, hoje eu venci, mesmo não estando cem por cento.
Félix ri baixo e Tomás tenta bater no amigo, mas suas mãos estão presas, por isso ele xinga o amigo.
— Ok, idiota, você venceu. Sai de cima cara.
Félix se levanta e continua a sorrir para o amigo. Tomás faz uma careta e diz.
— Não fica se achando, amanhã eu te derrubo.
— Vai vendo.
O lobo responde e bate no ombro do amigo.
Tomás limpa suas calças que sujaram e pergunta.
— Vamos aos fundos do castelo nos transformar? Sabemos que não podemos ir na floresta, pois são ordens do seu pai, mas nós fundos podemos… o que acha??
Félix dá de ombros dizendo.
— Ok, só tente não destruir nada…
— Ok mano.
Os dois caminham até os fundos do castelo.
Antes dos dois chegarem lá, Félix vê sua concubina olhando agora ele, Amanda, ele é loira, de olhos azuis e cabelos até os ombros lisos, ela vai até ele apressada e Tomás fica para trás, deixando os dois terem certa intimidade …
— Oi, Félix, desculpa incomodar, queria saber se está bem, eu não te vi ontem, fiquei preocupada…
Antes do que aconteceu entre Félix e Cateline, os dois se relacionavam toda semana, Amanda já estava tendo sentimentos fortes por Félix, mas ele não, para Félix tudo não passava de tentativas de reprodução, seu pai havia ordenado que os lobos tivessem pelo menos um mulher com quem dormir, não havia sentimentos envolvidos ali e todos sabiam.
Após a intensa noite com a humana desconhecida, o lobo mal conseguia pensar em se deitar com Amanda, era uma sensação estranha que Félix nunca havia sentido, era como se Cateline tivesse roubado seu coração e todo tesão que ele sentia.
— Olá Amanda, me desculpe, não estava me sentindo bem, estou me recuperando ainda e tentando voltar a rotina de antes, estou treinando para ficar cem por cento e não perder o hábito. Assim que me sentir melhor, mando te chamar para o meu quarto, certo?
Um brilho nos olhos da garota surpreende Félix, ela assente com a cabeça e beija a bochecha dele, Félix sorri para ela e a mulher sai dali, deixando os amigos a sós novamente…
— Olha só, ela já está caidinha por você.
Brinca o amigo, Félix dá de ombros e segue andando.
— Vamos treinar logo.
Ele não queria que a loba passasse por aquilo, no momento ele não queria ter relações com ela, Félix não queria magoá-la, por hora, ele iria descobrir quem é a mulher que não deixa sua mente em paz, após descobrir isso, ele poderia resolver o que fazer a seguir…