Capítulo 31
1313palavras
2023-10-12 00:16
— Porque não me contou que o seu médico, era agora o médico tarado?— pergunta Jordan ao sairmos da consulta.
— Que diferença faz?— pergunto e entro no carro.
— Toda diferença Sam! O cara deu em cima de você, na minha frente, enquanto você estava acamada e sem poder sequer reagir. Sabia que isso poderia ser qualificado como assédio?— dou risada dele.
— Por acaso está com ciúmes Jordan?— falo.
— É claro que estou, você é minha mulher porra. Não gosto da ideia, de que existam outros caras dando e cima de você, principalmente na minha frente.— fico surpresa com sua confissão.
— Desde quando se preocupa com isto?— pergunto para ele e o mesmo respira fundo.
— Desde o momento que você topou ficar comigo, me dar uma chance, desde o maldito momento em que me apaixonei por você. Satisfeita?— meu coração da pulos de alegria e em meu estômago, borboletas voam.
Ouvir ele dizer aquilo em voz alta, era um pouco constrangedor porque, nunca havíamos falado de verdade sobre o que sentimos em relação um ao outro. Mas também era incrível e aquecedor escutar aquelas palavras.
Continuei a olhar para Jordan, ele estava todo vermelho, achei tão fofo ele sentir com vergonha ao me falar como se sentia, e era minha vez de mostrar que era recíproco. Com a barriga, não seria possível pular em seu colo dentro do carro, mas me aproximei dele e o puxei para um beijo, lento, tentando transmitir para ele tudo o que eu vinha sentindo.
— Eu estou completamente apaixonada por você Jordan Brenner, então não precisa ficar com vergonha. Pode dizer qualquer coisa para mim, que estarei aqui te ouvindo e, mandando a merda também se você encher meu saco.— falo e ele ri, voltando a me beijar.
Um tempo depois chegamos em nosso apartamento, fui até a cozinha beber água e comer um pedaço de torta. Escutei a porta ser aberta, e estranhei pois Jordan disse que iria tomar banho. Chamei seu nome, porém ele não me respondeu, deixei pra lá e continuei a comer. Ao terminar de comer e lavar a louça, sigo para a sala e me deparo com uma caixa de presente. Ela estava toda embrulhada num papel infantil, me perguntei algumas vezes em como aquila foi parar ali e fui até Jordan. Será que era obra dele? Mas como ele conseguiu esconder isto de mim?
— Jordan?— chamei por ele ao entrar em nosso quarto. Mas não obtive resposta, só escutava o barulho da água do chuveiro caindo, entrei no banheiro e o chamei novamente.
— Oi.— responde ele, pondo a cabeça para fora do box.
— Quando foi que você trouxe aquela caixa de presente?— pergunto.
— Que caixa?— pergunta confuso.
— Larga de ser mentiroso! Sabe do que estou falando.— falo sorrindo.
Ele desliga o chuveiro e se enrola na toalha, saio do banheiro indo em direção a sala e, logo noto ele me seguindo pelo corredor.
— De onde veio isto?— ele diz ao ver objeto em cima da mesa.
— Serio mesmo? Não foi você?— falo já ficando assustada.
— Não mesmo.— ele diz baixinho e resolve abrir a caixa.
Jordan tira todo o embrulho, colocando ao lado da caixa, e abre a mesma, onde tem uma caixa de sapato rosa dentro. Me aproximo com curiosidade, e pego a mesma em minhas mãos, a caixa estava leve, mas ao balançar podia notar que havia algo dentro dela. Meu coração estava acelerado, tomei coragem e abri a caixa. O susto que tomei foi tão grande, que tenho certeza que meu grito foi ouvido do outro lado do mundo. Dentro da caixa de sapato, tinha um feto, realmente era um feto. Poderia dizer, que tinha em torno de 5 meses, era uma menina. Ela estava com o pescoço cortado, e a caixa estava cheia de sangue, já frio.
Caída no chão, olhando para aquela caixa, eu não conseguia parar de chorar, e foi quando as dores vieram.
Jordan me pegou no colo, e me levou até o quarto, vi ele correndo de um lado para o outro, tentando me acalmar, logo vi ele no telefone conversando com alguém.
Depois disso, não lembro de mais nada.
Sinto um calor em minha mão, dedos a acariciam, abro os olhos e uma claridade me toma. Mais uma vez estou no hospital, deitada naquela merda de maca, cheia de fios e medicamentos na veia. O bipe do aparelho ao lado, me desperta dos pensamentos e olho para o lado, vendo Jordan, com a cabeça apoiada no braço enquanto, usa a outra mão para segurar a minha.
— Ei.— falo baixinho e rapidamente ele levanta a cabeça.
— Sam! Você está bem? Está sentindo alguma coisa?— pergunta desesperado, enquanto me olha de cima a baixo.
— Estou me sentindo bem, porém estranha. Aquilo...— não termino de falar ao lembrar do ocorrido, motivo pelo qual me encontro aqui.
— Está sendo investigado. Estão coletando as imagens das câmeras, para saber quem fez aquela merda.— diz ele e respiro fundo.
— E os bebês?— pergunto e passo a mão em minha barriga.
— Bem, o médico tarado cuidou bem de vocês.— dou uma risada leve, por causa de seu comentário.
— Não vai esquecer isso nunca, não é mesmo?— pergunto e ele balança a cabeça, concordando.
— Nunca mesmo.— diz e sorri.
Fecho meus olhos novamente, e tento relaxar, mas as imagens daquele feto, daquele bebê decapitado não saem de meus pensamentos. Quem poderia ter feito aquilo? Além de ser uma covardia tirar um inocente, ainda por cima fazer aquela atrocidade cortando seu pescoço... Quem fez aquilo, tem sérios problemas, pode ser considerado um monstro.
— Vamos achar achar o culpado Sam, tenta só não lembrar daquilo.— fala Jordan, ao se aconchegar ao meu lado.
— É praticamente impossível Jay, você viu que monstruosidade fizeram? Aquela cena não irá sair tão cedo, da minha cabeça.— confesso para ele.
Antes que ele fale qualquer coisa, a porta é aberta e vejo Emma entrando pela mesma, seguida por meu irmão.
Minha cunhada se aproxima e, deposita um beijo em minha testa, logo em seguida acariciando minha barriga. Meu irmão, olha em meus olhos e repete o mesmo gesto, sorrio para ambos, feliz por vê-los ali.
— Sean e eu demos uma geral no apartamento, depois que a polícia liberou o local.— fala Emma.
— Você nos deu um baita susto maninha, o louco do seu marido quase ficava nesta mesma situação, em que você se encontra agora.— fala Sean brincando e olho para Jordan, que semi cerra os olhos para ele. Desde quando criaram está intimidade?
— Mentira dele Sam, seu irmão está aumentando as coisas.— fala o loiro ao meu lado e dou risada.
— Como se sente Sam?— interrompe Emma, os olhos dela brilhavam, minha cunhada estava quase chorando.
— Emma, eu estou bem. Os seus sobrinhos também, não precisa ficar assim.— seguro em suas mãos.
— Eu fiquei com medo, tipo, muito medo de algo acontecer com vocês.— ela chora e meu coração se aquece por saber o carinho enorme que, ela tem por mim e pelas crianças, que sequer nasceram.
— Fica tranquila, realmente estamos bem.— afirmo para ela e ela sorri e aperta minha mão.
Noto pelo canto de olho, Jordan fazer um sinal para Sean e meu irmão concorda, saindo do quarto logo em seguida.
— Vou resolver uma coisa e já volto.— diz Jordan ao me dar um selinho.
— Tudo bem.— falo baixinho.
— Cuida dela pra mim, Emma.— diz ele e sua irmã revira os olhos.
Ele mostra a língua para ela, e sai do quarto logo em seguida. Emma começou a conversar comigo, mas confesso que minha mente voou longe... O que será que Jordan tinha para conversar com meu irmão, que não podia ser em minha frente?
O que aqueles dois estavam aprontando?