Capítulo 30
1041palavras
2023-10-12 00:15
A revelação de Rebecca, me pegou totalmente desprevenida.
Eu poderia listar e imaginar tudo, o que ela poderia ter feito, mas não engravidar, principalmente de um desconhecido. Mas afinal, quem era eu para falar algo sobre está questão, não é mesmo?
Minha amiga estava feliz por ir a Irlanda, mas estava sofrendo pela confusão em que se meteu. Dei o suporte que ela precisava naquele momento, fui amiga da mesma forma que ela havia sido comigo e, mesmo sabendo que era um erro que ela mesmo procurou por falta de confiança, eu fiquei ali para ela e ficarei até o último momento.

Confesso que meu coração e minha mente também estava em Sean, meu irmão. Por enquanto tempo ele vêm escondendo isso de mim? Na verdade, porque ele escondeu de mim?
Foi então que me lembrei do nosso encontro no cemitério, no túmulo da mamãe, lembrei das palavras deles ao dizer em como foi parar lá.
Aquilo era um sinal para ambos, eu estava sofrendo por causa do Jordan, com aquele maldito sufoco da Jéssica dentro de casa, e ele estava sofrendo por causa da Rebecca. Não contamos nada um para o outro do que havia acontecido, mas acredito que dê alguma forma foi a nossa mãe que nos uniu ali, para sabermos que, mesmo em meio aos problemas ou desentendimentos que às vezes tínhamos, éramos sangue, irmãos, família e que um estaria ali pelo outro... Ao constatar aquilo, meus olhos se encheram de lágrimas e eu apenas falei para Becca que precisa ir embora, que tinha algumas coisas para resolver. Me ofereci para deixá-la em casa e em seguida, fui até meu irmão, em seu trabalho.
Ao chegar na recepção me identifiquei e ao confirmar quem eu era, a senhora me deixou passar me entregando um crachá de visitante. Subi até o décimo nono andar e, andei até a próxima recepção, a garota que estava ali naquele momento notificou meu irmão, mas quem apareceu foi Jordan, todo lindo com aquele terno.
— O que faz aqui?— pergunta ao se aproximar e depositar um beijo rápido em meus lábios.
— Preciso muito conversar com Sean, ele está?— questiono ele e o mesmo confirma.

— Claro, mas no momento ele está finalizando uma reunião com meu pai. Aconteceu algo? Você está bem? E os bebês?— ele pergunta preocupado, fecho os olhos quando sinto seu toque em meu rosto, e em minha barriga.
— Estamos bem, eu só preciso mesmo falar com ele.— insisto.
— Certo, me acompanhe até a sala de reunião, ele já deve terminado.— diz ele e me puxa pela mão.
Minha cabeça girava em cada passo que dávamos, meu peito doía e eu queria muito abraçar Sean, dizer que podia contar comigo, que ele podia dizer qualquer coisa para mim. Passei os olhos rapidamente pelo local, nunca havia vindo aqui, sempre tive curiosidade em vir conhecer, mas não assim, desta forma.

Jordan para e me olha nos olhos mais uma vez, aperto sua mão.
— Em casa conversamos, está bem? Só preciso falar com ele agora.— falo para ele e o mesmo assente.
Meio minuto depois, alguns homens saem pela porta de vidro, meu irmão e Jeremy são os últimos a passarem por ela.
— A cada dia você tem me surpreendido Sean, você será um ótimo administrador.— diz Jeremy e meu irmão sorri orgulhoso.
— Obrigada Jeremy, tenho aprendido muito com vocês.— diz ele e logo levanta o olhar e me nota, sua feição fica confusa ao me ver.
— Ora Sam, que bom finalmente vê-la aqui conosco!— fala Jeremy e sorrio.
— Se for assim, prometo vir mais vezes.— brinco com ele.
— Será uma honra minha nora. Bom, se me permitem, preciso me retirar, preciso resolver algumas questões. Me acompanha Jordan?— diz meu sogro.
— Sim pai— Jordan diz e vira-se para mim— Te vejo em casa?— pergunta.
— Com toda certeza.— falo e ele se despede de mim e sai em seguida, indo ao lado do pai. Era bom vê-los assim, unidos.
— O que faz aqui?— pergunta Sean, tirando-me dos meus pensamentos.
Ao olhar para ele, reparei em seu olhar fundo e sem vida, como era antes quando estava com Rebecca. Meu coração doeu tanto ao vê-lo daquela forma, que não me contive e pulei em seus braços. De início ele estranhou, mas logo sentir seus braços me apertarem.
— Hey, o que houve maninha?— me pergunta baixinho.
— Eu sei de tudo Sean, sobre você e a Becca. Porque não me contou nada?— ele me afastou e olhou para mim, seus olhos brilhando, querendo chorar.
— Quem te contou?— pergunta.
— Me encontrei com ela hoje. Rebecca vai embora, quis me contar sobre ir para a Irlanda. O resto tirei dela.— falo e ele respira fundo.
— Não quero falar sobre isto.— diz, e muda a postura.
— Sean...— ele me interrompe.
— Não quero falar sobre isto, me entendeu? Sua amiga está morta para mim, já deu.— queria forçar ele a me contar como se sente, mas não faria aquilo. Ele tinha o direito de guardar suas dores, seus medos. Mas se um dia ele quisesse se abrir, eu estarei aqui para ele, aja o que houver.
— Certo. Mas Sean, saiba que quando estiver pronto, estarei aqui para te escutar, tudo bem?— meu irmão sorriu de lado e depositou um beijo em minha testa.
— Certo maninha, agora deixa eu voltar para o trabalho.— ele fala e sai pelo corredor.
A dor de Sean é nítida, palpável ao ar.
Sei que algumas vezes ele foi estúpido com minha amiga, e até mesmo comigo, mas cara, perder o amor da sua vida e ainda mais desta forma impulsiva, é tão ruim. Sinto as lágrimas descer e, as seco rapidamente. Sigo o caminho para o elevador, e ao tocar o botão para descer ao térreo, sinto seu cheiro atrás de mim, me fazendo respirar fundo e inalando mais seu perfume.
Seus braços me rodearam, e sua boca tocou minha bochecha. Eu estava em meu lar agora, me sentindo forte, segura e paz. Jordan vem causando mais sensações em mim, do que eu gostaria e confesso que não me importo tanto, quanto antes.
Afinal, agora eu sei o quão apaixonada por ele, eu estou.