Capítulo 21
1115palavras
2023-10-12 00:11
As idas de Jéssica ao apartamento têm se tornado constantes.
Jordan sequer faz ou fala algo, eu queria chegar e colocá-la para fora mas, eles estavam juntos antes mesmo de imaginar que poderia estar grávida. Não iria proibi-los, mas também não ficaria ali de vela. O pai dos meus filhos tentou conversar comigo também, porém não quis, não queria desculpas vindas dele, só desejava que ele mantivesse a palavra de estar comigo e os bebês até os primeiros meses de vida de ambos.
Para completar, sonho todas as noites com o revival que tivemos e, meu peito dói sem explicação, não queria sentir aquilo por alguém que não fosse meu. Como pude em pouco tempo criar sentimentos por aquele idiota?
— Samantha? Tudo pra você, se eu pegar esse vestido emprestado? Vou dar uma saída e não trouxe nada para cá.— a morena entra em meu quarto, sem nem sequer bater na mesma.
— É meu vestido favorito Jéssica.— falo e ela revira os olhos e pega o vestido mesmo assim.
— Qual é Sam, não cabe mais em você. Olha como seu corpo está, como você engordou. Me empresta vai?!— fico sem reação ao escutar o que sai de sua boca, e ela sequer se importa. Não digo nada, saio do quarto e vou para a varanda que tem na sala. Sento em uma das cadeiras que tem lá fora, e mal vejo o tempo passar... Como fui ficar tão idiota assim? Não posso continuar aceitando estas coisas, não enquanto eu estiver morando aqui.
— Tchau meu amor e Sam, obrigada pelo vestido. Ficou incrível em mim.— diz ela descaradamente e sai batendo a porta.
Um tempo depois, Jordan se aproxima e senta se ao meu lado. O ignoro.
— Por que deu seu vestido pra ela?— o olhei incrédula.
— Dei?— soltei uma risada, já sentindo meus olhos marejados.
— Sim, porque?— pergunta.
— Nunca daria meu vestido favorito para ela. Aquela louca simplesmente entrou no meu quarto e já foi pegando ele.— falei.
— E por que você deixou?— questiona mais uma vez.
— Não deixei, meu Deus! Falei que era algo que eu gostava muito e, ela simplesmente disse que eu estava gorda e que não serviria em mim. Ela tomou posse assim como...— respiro fundo e me calo.
— Você está uma delícia, isso sim.— solta ele de repente.
— É só isso que têm a dizer?— pergunto e ele me olha confuso.
— O que mais posso fazer?— me levanto na hora e me aproximo dele.
— Chega Jordan, chega! Tem dias que tenho engolido sua namorada aqui dentro, e eu não quero mais isso. Estou cansada, me sentindo mal com a presença dela aqui. Nunca te proibi de nada, nunca te exigi nada mas hoje isto muda. Amanhã estarei trocando a fechadura da porta, e neste apartamento a Jéssica não entra mais, não enquanto eu estiver aqui dentro.— falo e já posso sentir as lágrimas descerem.
— Você deveria me falar que ela estava incomodando.— diz ele.
— EU NÃO DEVERIA NADA! Você que deveria se tocar, e impor limites nela Jordan. Eu estou grávida, quase perdi nossos filhos uma vez e, não é querendo me vitimizar mas eu não estou me sentindo a vontade, não estou me sentindo bem nestes últimos dias.— falo em meio as lágrimas.
— Droga Sam, eu juro que estava tudo bem para você. Não sabia que estava te afetando tanto, eu sinto muito mesmo.— diz ele e se levanta, pega minhas mãos e acaricia meu rosto.
— Entenda por favor, que aqui é meu refúgio, é meu lar. Ao menos aqui dentro, desejo ter nem que seja um pouquinho de paz.— falo e ele concorda.
— Claro, é todo seu esse direito.— diz. Ficamos em silêncio por um tempo e, ele coloca sua testa encostada na minha. Fecho meus olhos, e apenas escuto nossa respiração.
Jordan beija minha bochecha, depois minha testa, meu nariz e meu queixo. Segundos depois sinto seus lábios nos meus, meu coração foi de zero a mil no mesmo instante. Seus dedos tocaram minha bochecha, e ele moveu os lábios, cedi a passagem para ele, aquilo não deveria acontecer, mas eu queria tanto. Subi minhas mãos para sua nuca e puxei alguns fios de seu cabelo, o fazendo arfar em minha boca. Ele desce uma de suas mãos até minha bunda, e a aperta, puxando me para mais perto dele, fazendo com que eu sentisse seu volume e que ele já estava excitado.
O afastei rapidamente, respirando fundo e olhei em seus olhos.
— Só faça o que te pedi.— disse e sai dali, fui até meu quarto e peguei uma blusa de frio e uma bolsa. Quando passei pela sala, ele ainda estava na varanda, o olhei mais uma vez e sai dali, precisava conversar com alguém que, mesmo não vendo ou não escutando mais sua voz, sabia que ela me ouviria seja onde ela estiver.
Ainda estava cedo quando cheguei ao cemitério. Fazia um bom tempo que não pisava ali, e aquilo me doeu um pouco. Passei em uma floricultura e comprei as flores que ela mais amava, segui pelo caminho estreito e cheguei em seu túmulo. Havia algumas pessoas visitando seus entes queridos ali também, hoje era o dia de saudades, só podia.
Me sentei de frente para a lápide dela, e demorei um pouquinho para colocar os lírios ali. "Jane Ellen Pierce, Esposa e mãe maravilhosa" era o que estava escrito ali. Mordi meus lábios e deixei as lágrimas descerem sem nem me preocupar, senti uma dor tão grande me invadir, meu peito doía tanto que não tinha explicação. Só queria o abraço dela, o carinho da pessoa que me colocou no mundo, que cuidou de mim. Queria tanto minha mãe de volta, precisava tanto dela comigo nesses momentos.
— Oi mãe —falei enquanto secava meu rosto— Perdão por ter sumido, é que nós últimos meses minha vida virou uma bagunça. Pra começo de conversa, eu estou grávida... Isso mesmo, a senhora será vovó e de gêmeos, um casal. Não foi nada planejado sabe, aconteceu e bom, eu os amo mais que tudo. O papai me obrigou a casar e, meu casamento foi um verdadeiro inferno no início mas hoje o pai dos bebês melhorou bastante. Sinto muito sua falta mãe, você era minha melhor amiga, estou perdida aqui sem você. Tenho a Becca mas, era a minha mãe para estar aqui, era do seu colo que eu mais precisava, que mais preciso. Eu te amo muito mãezinha, te amo muito.— falo baixinho e volto a chorar.
— Também sinto muito a falta dela.— olho rapidamente para cima, e meu choro aumenta.
— Sean.