Capítulo 22
1162palavras
2023-10-12 00:12
— Estava preocupado com você Sam. O jantar que vocês dariam foi desmarcado, não falaram o motivo e você simplesmente sumiu.— disse meu irmão.
— Não foi nada intencional, estava me sentindo mal durante esses dias. Seus sobrinhos estão fazendo uma bagunça dentro de mim?— falo e ele arregala os olhos.
— Sobrinhos? Mas o que? Sam!— dou risada da cara dele.
— Estou grávida de gêmeos, um casal.— acaricio minha barriga e ele sorri de lado.
— Caralho! Sabe que sua vida vai dar um giro de 360 graus né?— brinca ele.
— Já deu irmãozinho, já deu.— apoio minha cabeça em seu ombro e fecho os olhos por um tempo, até Sean puxar um assunto novamente.
Passar uma tarde com meu irmão, não estava nos meus planos, mas só de poder o ver me senti um pouco mais feliz, aqueceu meu coração.
Perguntei sobre nosso pai e segundo Sean, ele sequer aparece mais em casa, vive viajando e demonstra uma felicidade que não era vista a tempos. Com isso, cheguei a conclusão de que provavelmente ele estaria se envolvendo com alguém, espero que ele seja feliz e um dia se arrependa de ter sido péssimo comigo, só por causa de dinheiro e crescimento próprio.
Um tempo depois o assunto se tornou meu marido, um assunto o qual eu sequer queria falar com no momento, mas conhecendo o irmão que tenho, resolvi falar um pouquinho sobre meu relacionamento com o Brenner.
Omiti as partes mais dramáticas do início do casamento, contei apenas como ele me trará ultimamente, como tem sido atencioso em relação as crianças e somente isso. Sean me olhou desconfiado porém não disse nada, ele sempre tinha mania de julgar os outros com o olhar, ou quando estava agitado soltava umas piadas bem diretas, creio que seja por isso que ele e Jordan não se deram tão bem, porque ambos possuem o mesmo gênio e temperamento.
Meu celular começou a vibrar sem parar e, ao olhar vi que era Jordan me ligando. Não atendi na hora, mas logo chegou uma mensagem onde ele se dizia preocupado comigo porque já estava tarde e, eu ainda não havia chegado em casa. Suspirei e olhei para o céu, realmente estava tarde. O céu estava quase escuro, nem sei como não percebi aquilo antes, quanto tempo fiquei ali conversando com meu irmão? Suspirei e fui me levantar para me ajeitar, Sean fez o mesmo e me puxou para um abraço.
— Eu não iria vir aqui hoje Sam, na verdade você mais do que ninguém, sabe que detesto vir aqui ainda mais sozinho. Mas hoje quando estava saindo para almoçar, meu coração apertou tanto que senti sua falta e da mamãe imediatamente. Apenas entrei no carro e, quando vi já estava entrando pelas portas do cemitério e me separando com você aqui também.— conta ele e me aperta, correspondo seu abraço.
— Ela sabia que eu precisava de alguém hoje, e me enviou você.— falei e senti meus olhos lacrimejar.
— É, pode ser.— falou Sean e logo se afastou de mim.
— Obrigada pela conversa maninho.— digo.
— Se precisar, só me chamar maninha.— ele depositou um beijo em minha testa e logo saiu.
Minutos depois eu já me encontrava dirigindo, em direção ao apartamento e meus pensamentos estavam longe. Estava agradecida por ter visto meu irmão, por ter ido visitar a mamãe, mas só de imaginar chegar em casa e saber que provavelmente Jordan não me escutou e permitiu Jéssica entrar, já me deixava desanimada e quase que eu mandava uma mensagem para ele falando que dormiria na Becca, só para não ter que pisar lá. Mas não posso também ceder as coisas, estou casada com ele, aquele apartamento é nosso e ele tem sim de impor limites. Mesmo que não tenhamos uma vida como casal, mas ainda tenho meus direitos e quero que ele resolva todos seus problemas longe dali, não quero fazer parte daquela bagunça.
Abro a porta da sala e Jordan da um pulo do sofá e vem até a mim, e me puxa para um abraço. Que merda está acontecendo?
— Jordan? Quê isso?— falo e o afasto.
— Estava preocupado porra. Você saiu e não disse onde ia, não atendeu minhas ligações ou minhas mensagens.— fala rápido e sorrio.
— Está tudo bem, só fui visitar o túmulo da minha mãe.— falo enquanto olho em seus olhos.
— Você está bem? E os bebês?— diz e toca minha barriga, aquilo me queima por dentro.
— Estamos bem. Mas e você? Está bem?— falo e ele morde os lábios.
— Não se preocupe comigo, eu estou legal.— diz mas o olho desconfiada.
O puxo pela mão e vou em direção ao sofá, sentamos e me viro para ele. O pergunto mais uma vez, se ele está bem e dessa vez ele respira fundo.
E então ele desabafa sobre a briga que teve com o pai e com Jéssica, um pouco depois que eu saí. Seu pai o está pressionando mais que tudo para ele começar a trabalhar na Brenner Enterprise, praticamente está o obrigando a iniciar na próxima semana e não aceita que ele queira seguir os passos da mãe. Já a discussão com sua ficante ou namorada, seria por motivos de ciúmes, Jéssica apareceu aqui e surtou com ele, não só em relação a mim, mas também em relação a outras pessoas. Me aborreci um pouco afinal, eu nunca a tratei mal mesmo ela sendo uma folgada e insuportável comigo, não sou uma ameaça para ela, desde que falei com Jordan que não me envolveria com ele, enquanto ele não resolvesse a vida dele. Mesmo que não seja fácil, estou lutando contra o desejo que sinto por ele, para não magoar Jéssica mesmo que eles não tenham nada sério no momento.
— Jordan, converse com ela. Diga que realmente não temos nada, que o que nos liga só são nossos filhos. Ela vai entender você, principalmente se contar que após o nascimento deles iremos nos divorciar.— falo para ele.
— Não temos nada? Tem certeza disso?— pergunta ele me olhando fixamente.
— Você sabe muito bem qual foi nosso acordo. O que temos é uma espécie de contrato entre nós dois, se lembra o que conversamos no dia em voltei do hospital?— o questiono e ele assente.
— Eu me lembro muito bem do que propus para você naquele dia, mas as coisas estão diferentes agora.— diz ele e fico confusa.
— Diferentes? O que mudou Jordan?— meu coração se acelera.
— Gosto da Jéssica, mas também estou gostando de você. Estava apenas tentando levar as coisas por causa dos bebês, mas agora estou ficando louco por não te ter de verdade.— prendo a respiração.
— Jordan, não.— falo e me levanto.
— Por que não? Me diz.— se aproxima de mim.
— Porque sei que irei me apaixonar de verdade por você e, também sei, que uma hora ou outra você irá quebrar meu coração.