Capítulo 20
1568palavras
2023-10-12 00:11
Alguns dias haviam se passado, desde a transa com o pai dos meus filhos.
Estava tudo normal entre a gente, nada que nos deixasse constrangidos, Jordan ainda brincava perguntando se eu queria dar mais uma. Confesso que quase cedi, mas não o fiz, não quando se tem mais alguém no meio.
Hoje acordei com saudades de casa, o lugar que cresci onde tem as lembranças da mamãe, senti falta do Sean também, fazia um tempo que não nos víamos e meu coração até doeu ao se lembrar disso. Meu irmão às vezes poderia agir como babaca, mas ele também sabia agir como amigo, tínhamos nossos momentos antes de todas estas coisas acontecerem e, sinto falta deles.
Meu pai não me procurou desde o casamento, sequer se fez presente. Não sei exatamente o que aconteceu, porque ele não era assim, sempre foi amoroso comigo mesmo sempre estando longe de casa e agora, se comporta como um verdadeiro estranho, como se eu sequer existisse. Os pais de Jordan, estão sempre em contato, não só com o filho mas também comigo. Sempre que podem, eles ligam para saber como está o bebê e eu, ainda não os contei sobre serem gêmeos, Jordan está tentando a aprovação dos pais na carreira em que quer seguir e, decidiu por fazer um jantar em nosso apartamento daqui dois dias, para aproveitar e contar a novidade, então as pessoas mais próximas há nós dois virão, exceto por meu pai.
— Um beijo por seus pensamentos.— escuto sua voz, assim que ele entra na cozinha.
— Acho que eles não valem tanto assim.— falo e ele sorri se aproximando, deixando me encurralada.
— Você está bem?— pergunta olhando em meus olhos.
— Hm, estou sentindo saudades de casa mas, irei sobreviver.— digo para ele.
— Quer ir visitá-los? Posso te levar e...— o interrompi.
— Não, não será necessário. O jantar se esqueceu? Daqui dois dias poderei ver meu irmão, inclusive, não quero ir até lá e topar com meu pai. Se ele não quer saber de mim, não correrei atrás dele, apenas o Sean está de bom tamanho.— falo e ele concorda comigo.
— Tudo bem. Bom, e como estão os bebês?— fala ao tocar minha barriga, que por sinal, após sabermos da gestação gemelar, ela cresceu da noite para o dia e já pode nota-la por cima da roupa.
— Eles estão bem, mas você precisa ficar tão perto assim?— falo e ele morde o lábio inferior.
— Gosto de ficar grudado em você — fala e se aproxima cheirando meu pescoço— Sentir esse teu cheiro gostoso e, beijar sua pele.— diz ele ao depositar um beijo em minha clavícula, fazendo me arrepiar.
— Jordan você não vale nada.— falo ao empurrar ele, que sequer sai do lugar.
— Qual é Sammy, tu gosta disso.— diz ele convencido e reviro os olhos.
— Me deixa passar.— peço e ele nega.
— Um beijo primeiro.— dou uma risada.
— Está falando sério?— pergunto e ele confirma.
— Só um beijo e você estará livre.— passo a língua entre os lábios, e respiro fundo. Coloco minha mão em seu rosto e, o puxo para mim. Encosto nossos lábios por alguns segundos, e distribuo alguns selinhos nele, logo sou pressionada na bancada e arfo com isso, fazendo com que minha boca se abra e a língua de Jordan a invade. Correspondo ao seu beijo, que até então estava tranquilo, mas que logo foi se aprofundando e ficando mais violento, me deixando excitada. Eu o queria muito, mas não deixaria passar daquele ponto. Quando sentir suas mãos me tocarem, me afastei imediatamente dele, olhando para mim, vi o quão duro ele estava, suas pupilas dilatadas e sua respiração acelerada, aquilo era tão gostoso de se ver, mas ele sabia que não continuaria com aquilo.
— Preciso dar uma volta, nos vemos mais tarde.— falei e sai rapidamente dali e fui até meu quarto, pegando minha bolsa e saindo. Cada passo que eu dava, sentia a umidade na minha vagina me incomodar, e meu corpo louco para voltar e deixar ele me foder como nunca antes. Balancei minha cabeça e fui até a garagem, pegando meu carro, precisava espairecer um pouquinho naquele maldito momento...
Vinte minutos depois cheguei ao shopping, enquanto tomava um sorvete, fui andando e passando uma olhada nas lojas, e uma que chamou minha atenção, foi na lojinha de roupas infantis. Foi ali que percebi que, meus filhos não tinham nada. Nem uma roupinha, nem um sapatinho, nada mesmo e aquilo me atingiu em cheio, me xinguei mentalmente e não pensei duas vezes, joguei o resto do sorvete no lixo e entrei naquele lugar. Sorri apaixonada por cada coisinha que via ali, tanta roupinha, ursinhos... Quando vi, já tinha comprado praticamente tudo com o auxílio de uma vendedora, até mesmo o quarto completo dos bebês. Daria um jeito em meu quarto, que por ser grande, daria para colocar as coisinhas deles lá também. A vendedora me garantiu que amanhã mesmo, pela tarde, as coisas chegariam. Então daria a organização hoje às pressas, mal posso esperar para ver tudo ali do meu lado, enquanto espero por eles. Agradeci pelo atendimento e logo sai da loja, com várias sacolas em minha mão, direto para meu carro. Guardei todas as compras e retornei para casa, Jordan iria gostar, ao menos agora, já que tem se mostrado interessado pela gestação e pelos bebês.
Assim que cheguei no apartamento, já senti algo estranho. Caminhei pelo corredor e, uma música tocava no quarto do pai dos filhos. Bati na porta e nada, até cogitei que ele estivesse dormindo se não fosse pela risada, de uma mulher vindo de lá de dentro.
Porque meu coração doeu desse jeito? Merda Samantha, não me venha com essa agora, pelo amor.
Entrei rapidamente em meu quarto e tranquei a porta, coloquei as sacolas em cima da minha cama e, me sentei em seguida. Sentir meu rosto molhar, e as batidas do meu coração estavam tão lentas, na verdade tudo ficou lento. Tentei voltar a mim, mas era doloroso, tentava focar em outra coisa, mas era como se meu corpo estivesse travado. Quando conseguir me mover e voltar a ter meu foco, e respiração sob controle, fechei os olhos e permitir o restante das lágrimas descerem, após isso fui tomar um banho longo, tirando toda sujeira que estivesse impregnado em mim, em seguida fui até o closet e coloquei um vestido solto e confortável. Respirei fundo, destranquei a porta e segui para a sala, me separando com Jéssica sentada na mesa. Aquilo já era de se esperar, mas como ele pôde? Depois do acontecido de hoje mais cedo? Que belo filho da puta, ele é.
— Ah, oi!— diz ela ao me ver, dou um sorrisinho de lado.
— Oi, como vai?— pergunto educadamente.
— Muito bem —diz ela totalmente empolgada— Como vai a gravidez?— pergunta ao lançar um olhar para minha barriga, por instinto coloco a mão em cima da mesma.
— Bem, eles estão bem.— falo e ela olha confusa.
— Eles?— pergunta.
— Sim, acabei de descobrir que são dois. Um casal, na verdade.— falo e sinto uma mudança de segundos em sua feição, mas não deu para ver direito, sua expressão.
— Uau, meus parabéns.— diz. Agradeço e sigo para a cozinha, respiro fundo pela milésima vez e vou até a geladeira, pegando um queijo para por no pão. Após preparar meu lanche, opto por fazer um suco de morango com leite, e é nesse momento que ele entra, mas decido o ignorar por enquanto.
Sinto seu olhar me queimando, mas ainda assim não digo nada e nem quero, só penso em terminar aqui e ir para meu quarto.
— Está chateada.— diz ele um tempo depois.
— Porque estaria?— falo e coloco o liquidificador para bater.
— Sam —ignoro— Samantha caralho, eu não a chamei aqui, tá legal?— diz irritado.
— Jordan para, eu não tenho nada haver com isso. Não quero me meter em relacionamento seu, em nada.— falo para ele.
— Só estou dizendo para você, que ela apareceu aqui do nada, assim que você saiu. Nunca a traria para nossa casa, sem que você soubesse disso.— entendo o que ele quer dizer, apenas balanço minha cabeça, pego meu lanche e antes de passar por ele, digo algo, deixando bem claro.
— Como eu disse antes, não quero me meter em relacionamento seu, não vou ficar entre vocês. Desde o início disse que não daria certo, pois você tinha alguém e, esse alguém tem sentimentos por você. Posso ficar com você? Posso. Mas quando você, Jordan, decidir o que realmente quer da merda da sua vida. Enquanto isso, seremos bons conhecidos e bons amigos enquanto gero seus filhos, até chegar o dia do nosso pedido de divórcio, está me entendendo? Se resolva, e não complique minha vida.— falo e passo por ele, indo em direção ao meu quarto. Jéssica ainda estava lá, mas já estava toda esticada no meu sofá, como se ali fosse a maldita casa dela, passo por ela e reviro os olhos, assim que chego em meu quarto, tranco a porta novamente desejando que essa gravidez passe logo e que tudo isto termine de vez. Olho para meu quarto e, para as sacolas e decido organizar tudo ali dentro, afinal amanhã chegaria todo o restante das coisinhas que havia comprado para meus filhos, deixaria aquilo ali impecável.