Capítulo 13
1063palavras
2023-02-12 10:17
No aeroporto, Bianca ligou pra a secretária e pediu para completar para Gustavo. Quando ele atendeu, todo contente, ela o cortou
- Bianca, que milagre você fez? Aisha me mandou mensagem dizendo que me ama e que vai convencer a mãe...
- Senhor Gustavo, fico feliz que o senhor tenha resolvido suas pendências pessoais e esteja disponível para exercer o cargo que lhe foi confiado recentemente.

- Bia...
- Não sei se é de seu conhecimento, mas meu pai está viajando em dois dias para um severo tratamento de câncer. Eu vou com eles aproveitar com minha família o tempo que me resta com ele. Se o senhor puder tomar conta de tudo pra mim, como o vice presidente que meu pai elegeu, vou enviar Emily para me substituir e lhe auxiliar. O senhor pode se reportar a ela que será o mesmo que a mim, ok?
- Bianca! - Ele falou um pouco mais alto e Bianca apertou os olhos. Decisão tomada, não iria estragar sua pose. A noite, sozinha, poderia chorar.
- Alguma dúvida, senhor Namiato?
- Vamos conversar?
- Estamos conversando e o senhor está me atrasando. Se não é capaz de gerir o escritório em minha ausência, me avise que eu lhe substituo.

- Sobre nós, Bianca.
- Não existe um nós, Sr Namiato. Por favor dirija-se a mim como senhorita Duprat porque eu não lhe dei confiança. Recolha-se a sua posição, que é a de subalterno. E eu não fico discutindo assuntos pessoais com funcionários.
- Você não conseguiu me entender mesmo, não é?
- Estou bloqueando o seu número particular a partir de hoje e sugiro que o senhor faça o mesmo. Qualquer coisa que tenha pra me falar, fale com a Emily, por favor. Passar bem

Bianca desligou, bloqueou o número dele e ligou para Emily, pra se apresentar no escritório imediatamente para substituí-la. Conversou com a amiga, disse que precisava desse tempo e que negligenciou a situação do pai por conta de um homem casado. Foi super apoiada e Emília perguntou se ela a auxiliaria e quanto tempo pretendia ficar fora. Ela disse que estava aberta pra ela ligar 758 vezes por dia, não mais! As duas riram e ela disse que voltaria em dois ou três meses, que era o tempo de tratamento do pai.
Ligou para a mãe e pediu pra providenciar as coisas dela que ela iria com eles. A mãe atordoada perguntou e o Gustavo e ela disse que terminou o relacionamento por incompatibilidade e que a empresa ficaria a cargo dele e de Emily, que ela precisava estar perto do pai. Explicou que viajaria na manhã seguinte para preparar tudo para a chegada do pai com o jatinho.
E simplesmente sumiu!
Gustavo cansou de tentar ligar pra ela, na esperança de ela o desbloquear, sem sucesso. Ele estava furioso. Ela agiu como uma criança imatura fugindo antes de eles conversarem.
Dois meses depois entrou na sala de Emily, que vinha se mostrando uma ótima advogada, madura e preparada. Ele desconfiava que estava sendo orientada por Bianca a distância.
- Algum problema, Gustavo?
- Sim, todos. Estou com saudades dela, Emmy. - e desabou na cadeira a frente dela.
Emily o observou atenta. Desde que Bianca viajou, ela foi orientada a nunca falar com ele sobre o que aconteceu. Bianca também não explicou muito. Apenas que falou com a filha dele e colocou todos os pingos nos is, e que Gustavo era um assunto enterrado. Emily e Thales estavam mortos de curiosidade, mas tinham que respeitar a decisão da amiga.
Seu telefone tocou, era Thales. Ela sempre estava sozinha na sala e eles se falavam o tempo todo no viva voz, então por hábito ela colocou e ouviu a voz dele encher a sala:
- Amiga, viajo amanhã pra encontrar Bianca! Ela me ligou, me pediu pra eu estar lá. Aliás, me solicitou como profissional.
- Bicha, desculpe. Estou com o Gustavo na sala.
- Ah, não tem problema. Estou chegando no prédio pra informar a todos os sócios e colaboradores. Só queria te contar primeiro.
- O que é tão importante que te faz vir aqui?
- Meu tio vai tentar a cirugia.
- Mas não é inoperável? - Gustavo se meteu
- Deixe pra fazer suas perguntas quando eu chegar, estou falando com minha amiga. Depois te ligo, Emmy.
Depois que desligou, Gustavo perguntou a Emily o que estava acontecendo.
- Não sei, você não me deixou ter privacidade em uma ligação particular! Você quer mais alguma coisa?
Gustavo sabia que merecia. E que não poderia esperar simpatia dos dois melhores amigos de Bianca.
Teve que aguardar Thales chegar e explicar que o tio ia fazer a cirurgia delicada, que era 50/50 chance de eliminar as metástases e ressecar o tumor. Que Bianca gostaria de voltar, mas ia ficar para acompanhar a cirurgia e que todos torcessem pra o retorno ser com o tio. Ele viajaria pra lá pra acompanhar a cirurgia como o médico parente do paciente.
Depois que se despediu de todos, Gustavo pediu pra falar com ele. Ao entrar na sala, ele já foi logo falando:
- Não. Não vou levar nenhum recado para ela. Quando ela quiser, ela fala com você. Olha, Gustavo. Eu avisei que sou cirurgião, pra você não a magoar. Não é porque minha prima não me deixou te desmembrar, que não quero mais brincar com meu bisturi em você.
- Thales...
- Guarde suas explicações e mentiras para a sonsa de sua mulher. Você disse para Bianca que era um casamento de fachada, mas ela posta toda semana o amor de vocês. Como eu sei? Ela fez questão de me adicionar para que eu veja. Ela deve pensar como você, que sou garoto de recado. Avise a ela que se cruzar o caminho de Bianca, eu vou destripar ela todinha. E nem a Bia vai ser capaz de me impedir de gastar meu réu primário e jogar meu CRM no lixo.
Thales saiu e voltou 15 dias depois, de preto. Lamentou a perca, disse que Bianca pediu pra eles terem um pouco mais de paciência, que ela e a mãe decidiram juntas passar o luto nos Estados Unidos e que em breve ela voltaria para assumir o escritório.
Seu afastamento durou 1 ano e dois meses. E quando ela voltou, sem aviso e com um acessor a tiracolo, ninguém a reconheceu...