Capítulo 45
1935palavras
2023-02-05 08:34
Enfim, prontos, Jungso tirou a foto. Rosé pediu para que ele tirasse apenas mais cinco para garantir, e quando já estavam cansados em apenas uma pose, a mulher pediu por uma selfie, alegando que precisava para atualizar suas redes sociais, e puxou consigo o homem e os adolescentes para uma foto bagunçada e cheia de sorrisos.
Despediram-se da mulher. Jaesun passou para o banco da frente e Ryeon foi para trás. Lucy sentou-se no meio, deixando Ryeon na outra janela e ele não tardou em juntar a mão com a dela e afagá-la com carinhos bobos.
ㅡ Mark já está lá. ㅡ Jaesun falou quando já estavam de volta à estrada. ㅡ Olha só como meu bebê está lindinho.

O garoto virou o celular para os outros que estavam atrás e pode ouvir os suspiros que exalaram. Mark estava num terno cinza e tinha uma gravata borboleta magenta em volta do seu pescoço. O garoto sorria na foto, seu cabelo não estava penteado para o lado como sempre fazia. Mark havia penteado-os para trás, deixando sua testa à mostra e fazendo Jaesun dar muitos suspiros quando voltou a olhar sozinho a foto.
ㅡ Minmin disse que está chegando. ㅡ Kimi também avisou. ㅡ Kuan e Daniel também.
ㅡ Pede para que todos eles esperem por nós na entrada, assim a gente pode ficar juntos. ㅡ pediu Ryeon.
Jaesun e Kimi assentiram juntos, Lucy olhou para a estrada e inconsciente, repousou sobre o ombro de Ryeon.
ㅡ Ainda não perguntei, mas como você está? ㅡ Ryeon perguntou baixo, apenas para que ela ouvisse.
ㅡ Estou feliz.

A resposta foi o suficiente para o Park rir abobalhado. Ele ainda segurava os dedos de Lucy junto aos seus, então ergueu as mãos unidas e levou-as até a boca, beijando o dorso da mão da garota.
O caminho até a escola foi rápido, a festa seria no ginásio que era logo atrás da instituição. Jungso parou em frente e viu a diversidade de jovens ali. Ele também notou os olhares em sua filha quando ela desceu do carro de mãos dadas a Ryeon, enquanto com a mão livre ajeitava a saia de seu vestido.
Ele sentiu, por breves segundos, o medo que sempre abarrotava quando Lucy tinha que sair de perto de si, era tenebroso apenas o pensar de sua filha sofrer com a sujeira do ódio alheio, mas Lucy riu e abraçou os demais amigos que se aproximaram do grupo e perceber que a garota ao menos estava ao lado de amigos bons e que lhe respeitavam por ser quem era, deixava-o um pouco mais tranquilo.
ㅡ Vou indo então. ㅡ o homem anunciou.

Os jovens que haviam chegado ali o cumprimentaram. Noah e Jerry que ainda não o conheciam, se apresentaram devidamente, e Lucy logo foi abraçar seu pai em despedida e agradecê-lo pela carona.
ㅡ Caso precise, me ligue, tudo bem? Independente da hora, eu venho para você. ㅡ ele falou para que ela ouvisse, ainda dentro do abraço.
ㅡ Ficarei bem, pai. Mas obrigada.
O homem soltou a garota e tocou-a sobre a bochecha, apenas num carinho. Olhou para Ryeon antes de ir e apenas juntou dois dedos perto dos olhos e intercalou-os entre si e Ryeon. O garoto se divertiu com aquilo, ergueu ambos os polegares em resposta e recebeu o revirar de olhos e um sorriso breve do homem.
Jungso enfim se foi, com custo e medo, mas deixou com que sua filha fosse livre entre aqueles tantos jovens.
Lucy respirou fundo quando parou de frente a entrada da festa. Viu Jaesun adentrar primeiro com Mark de mãos dadas e logo em seguida Daniel e Kuan ir também. Kimi e Jerry riam alheios e não tinham as mãos unidas, mas pareciam tão em sintonia que era algo fofo de ver. Por fim, Ryeon parou ao lado dela, tocando o dedo mínimo ao dela e rindo baixo quando ela guiou os olhos para baixo ao sentir o toque.
Lucy enroscou seu dedinho ao de Ryeon e riu outra vez. O park chegou um pouco mais perto dela e beijou-a sobre a bochecha, fazendo-a encolher com o toque, mas rir ainda mais.
ㅡ Vamos? ㅡ ele chamou-a.
Lucy assentiu, não ligando para as poucas pessoas que passavam por si e lhe olhavam de modo descarado como se visse um monstro.
Assim que passaram a entrada, viram a imensidão de pessoas espalhadas. Os amigos ainda estavam no canto conversando, esperavam por eles e assim que se aproximaram, saíram em busca por uma mesa vazia, mesmo que o intuito ali fosse passar a maior parte do tempo de pé. De preferência no centro da pista de dança.
ㅡ Sungwon e a corja estão nos olhando. ㅡ comentou Jaesun ao sentar ao lado do namorado. Lucy ergueu o olhar e logo viu que o garoto e seus amigos olhavam para si, estritamente para si. ㅡ eu juro que um dia quebro a cara desse cara. ㅡ Jaesun rosnou.
ㅡ Eu não permito, agressão não é a solução. ㅡ Mark comentou apertando um beijo na bochecha do outro.
ㅡ Aí a gente tem que conversar, nerdão. Há situações em que um bom tapa na cara ou chute no saco resolve bem mais rápido. ㅡ Comentou Kuan ao lado. ㅡ Eu na boa pelo menos dava uns três socos no nariz dele.
ㅡ Você não dá soco em ninguém, Kuan. ㅡ Daniel comentou sorrindo.
Ryeon puxou sua cadeira para perto de Lucy e beijou sua bochecha em um impulso. A garota desviou os olhos de Sungwon, abaixando-os e sorrindo pequeno quando sentiu Ryeon tocar-lhe outra vez ali.
ㅡ Seu pai me pediu um palmo de distância. ㅡ Ryeon comentou. Lucy olhou-o nos olhos e mediu a distância entre eles. Ao menos dois palmos era o que lhe separavam por completo. ㅡ Mas disse que eu posso te perguntar caso queira me aproximar.
ㅡ Eu acho que ele não disse algo assim. ㅡ Lucy falou sorrindo, voltando os olhos para a face de Ryeon.
ㅡ Bom, eu entendi assim.
No momento a música Ok Not To Be Ok iniciava e a voz melodiosa de Demi Lovato foi o necessário para Jaesun abrir um sorriso grande e puxar o namorado ainda a tropeços para a pista de dança. A música ganhou batida, mas não era tão alta para que Jaesun apenas extravasasse ali. Ele segurava a mão de Mark e ria do modo tímido que o garoto permanecia ao se balançar com leveza.
Kimi fez o mesmo, puxando Jerry até a pista de dança e abraçou-se a ele enquanto ria e beijava-o, sentindo-se perdida com o toque do mais alto em sua cintura, apenas firmando para que os corpo permanecessem juntos, de modo em que se sentissem.
Kuan e Noah foram até a mesa de quitutes, os garotos encheram-se de doces que estavam dispostos ali e levou alguns para os que ainda permaneciam na mesa. Kuan reservou uma porção especial cujo pertencia apenas a Daniel e logo ameaçou quem ousasse tocar nos doces do seu namorado.
Lucy riu, mas aceitou quando Noah entregou-lhe um. O garoto, sorridente, sorriu ainda mais quando ela o buscou e agradeceu. Noah também ofereceu a Ryeon e mesmo que o garoto olhasse de modo desconfiado para o outro, ele aceitou e agradeceu.
Midnight Sky de Miley Cyrus iniciava e Todos já estavam no centro da pista. Lucy tentava não focar no olhar de Sungwon que ainda permanecia em si, e tentava apenas se divertir com seus amigos.
Ryeon sempre dançava de modo exagerado em sua frente, talvez numa tentativa de que fizesse sua garota sorrir e estava funcionando bem. Ele e Jaesun pareciam se combinar quanto a danças extravagantes. Lucy sentiu seu corpo ser puxado para perto e outra vez teve seu corpo preso ao de Ryeon. Não havia um palmo de distância naquela hora. Sorriram cúmplices e beijaram-se enquanto ainda ouvia o som da música. Esperavam a parte final quando os olhares se conectaram e assim que a batida do refrão final veio, ambos pularam juntos.
O riso alto de Lucy preencheu Ryeon, ele não sabia descrever como aquilo lhe fazia bem. Ele se sentia nas nuvens com o som.
A batida alta deu lugar ao toque baixo, a voz da mulher indo com o fim da melodia e quando enfim a música cessou dando lugar a outra, Ryeon e Lucy estavam ofegantes e unidos.
Tocava Monster de Shawn Mendes e Justin Bieber quando Lucy puxou Ryeon em direção a mesa de bebidas.
A música não era tão dançante, os jovens ao redor pareciam curti-la de modo mais calmo. Lucy buscou dois refrigerantes, entregando um a Ryeon e parou ao lado, olhando ao redor. A letra da música era forte para si, tocava-lhe de modo dolorido e Lucy não sabia porque fazia-lhe lembrar da relação que tinha com Sun-ha. Com certeza a música não tinha nada a ver com sua vida, cantava de modo notório as dores e vivências dos cantores, mas era a refrão. O refrão era o que lhe fazia sentir-se angustiada.
"But what if I, what if I trip? What if I, what if I fall? Then am I the monster?" "... And what if I, what if I sin? And what if I, what if I break? Yeah. Then am I the monster?"
"Mas e se eu, e se eu tropeçar? E se eu, e se eu cair? Então eu serei o monstro?""... E se eu, e se eu pecar? E se eu, e se eu desmoronar? Pois é. Então eu serei o monstro?"
Talvez fosse apenas a frase "Monstro" que lhe fizesse arrepiar, Lucy sabia que sua mãe lhe enxergava daquele modo, mas era como se ela ainda quisesse perguntar e enfim, se magoar de uma vez.
Ela suspirou quando desviou os pensamentos para Longe e tentou outra vez apenas focar nas pessoas. Ela riu quando seus olhos pousaram em seus amigos. Estavam juntos, tinham uma própria sintonia. Ela olhou para Ryeon e viu sua própria sintonia ali também.
Lucy apenas tentou voltar e se divertir com os outros, era sua última noite com as pessoas da escola, e mesmo que ela nem sequer tivesse criado laços além do seu real grupo de amizade, ela ainda sentia que era uma grande despedida. Talvez nem fosse mais ver aquelas pessoas, mas também não era como se fosse mudar algo em sua vida.
Continuaram dançando, se divertindo, comendo e bebendo em grupo. Passava das onze quando sentaram para de fato descansar. Todos pareciam alegres e eufóricos. A festa estava sendo boa.
Alguns conversavam em grupo. Os assuntos não eram tão interessantes para que Lucy prendesse-se em um. Ela bebia outro refrigerante agora, parecia ser de uva, o gosto não era tão bom. Havia alguns quitutes a frente sobre a mesa, mas ela não parecia ter interesse de comer algo a mais. Sua mão pousou sobre a bochecha e ela pôs-se alheia a tudo, sua mente pensava em diversas coisas ao mesmo tempo que parecia não pensar em algo.
Ela viu a mão de Ryeon passar devagar sobre a frente de seus olhos e assim ela olhou-o, depositando toda a sua atenção nela.
ㅡ O que você tanto pensa, uh?
ㅡ Em nada na verdade... ㅡ Lucy falou sorrindo.
ㅡ Quer ir a um lugar comigo? ㅡ Ryeon perguntou com seu sorriso travesso.
Lucy sabia que talvez não fosse algo permitido, a julgar pelo semblante que o Park tinha, com certeza era algo proibido. Mas ela assentiu, queria talvez sentir um pouco de adrenalina ali, então apenas se pôs de pé junto a ele e sentiu sua mão ser puxada em direção ao corredor.