Capítulo 145
2294palavras
2023-02-07 09:50
Arrumei meu vestido uma última vez antes de entrar na igreja. Maria Lua não parava quieta e temi que a dama de honra não chegasse até o altar, podendo fugir ou sair correndo com as alianças para qualquer lugar, nem que fosse atrás de Be, o gato que estava de gravata, perdido pelo grande salão, repleto de pessoas que eu mal conhecia.
Mandy ajeitou meu vestido atrás e disse:
- Eu acho que você escolheu um vestido muito justo, querida. Tomara que não rasgue enquanto estiver andando ao som da marcha nupcial.
- Vire esta boca para lá, vó... Seria uma vergonha.
- Mandy, querida, se isso acontecer eu corto o pescoço da sua neta. – Ben falou, abanando-se com a mão – Estou tão nervoso! Acho que vou ter um ataque, juro!
- Olha para mim, Ben – peguei o rosto dele com as duas mãos e encarei seus olhos brilhantes, como duas pedras preciosas na pele limpa e completamente perfeita e bem cuidada – Você merece cada segundo disso... Aproveite o seu dia, amor da minha vida.
Ele deu um beijo nos meus lábios e começamos a rir instantaneamente.
- Acho que foi nosso último beijo, amiga. Porque se Anon ver essa cena, eu estou fodido.
- Estou louca para Heitor ver... E eu estar fodida.
- Por Deus, vocês não valem nada! Ainda falam isso na frente da menina. – Mandy criticou.
- Neste caso, atrás, Mandy. Estamos falando atrás dela. – Ben corrigiu.
- Ora, seus desclassificados. Não aguento vocês dois. Vou sentar no meu lugar. E rezar para minha neta chegar com o vestido inteiro no altar.
- Vó, você precisa tentar encontrar o Be... Tenho medo de Malu ver ele e sair do corredor. Então Ben ficará sem dama de honra e alianças.
- Daí eu mato o gato. – Ben falou com a voz grossa, fazendo nós olharmos para ele, inclusive Maria Lua. – Ah, eu não sou de ferro, meninas – ele ficou mais delicado.
- Maria, se comporte agora. Vamos entrar em alguns segundos. – Pedi.
- E o Be? – ela colocou as mãos para cima, perguntando pelo gato sumido.
- Se eu soubesse que o Be ia causar este estrago, tinha deixado ele em casa. – Falei.
- Não! – Ela me olhou rapidamente.
A marcha nupcial começou a tocar e arrumei a camisa branca de Ben, em tecido fino, com algumas lantejoulas. Ele adorava cores, mas para seu casamento preferiu uma camisa branca com calça da mesma cor. Os sapatos eram azuis, se destacando no look. Ele era um conhecedor de moda, então quem era eu para contestar? Amei o cabelo novo dele, que cortou curto. Embora eu o conhecesse com cabelos longos e ele os mantivesse no mesmo comprimento por anos, resolveu inovar para aquele momento. A aposta dele era de que Anon ficaria surpreso e amasse o resultado.
A mestre de cerimônias nos arrumou no corredor. Sorri quando todos levantaram e os olhares se voltaram para nós. Sentia meu coração bater forte de emoção pelo grande momento do meu amigo e amor da minha vida.
- Poderia ter vindo com uma fenda menor, não é mesmo, princesa? – Ben me disse entredentes, enquanto dava a mão para mim e dávamos os primeiros passos em direção ao altar.
- Meu marido gosta assim! – Dei de ombros, avistando o desclassificado mor no primeiro banco, vestido elegantemente num terno cinza claro que eu fiz questão de escolher para aquele momento. Claro que minha calcinha molhou imediatamente.
Porra, a família de Anon era grande pra caramba. O cara conseguia ter seis irmãos, pai e mãe vivos, tios, tias, primos, sobrinhos e por aí adiante.
Ben fez questão que eu entrasse com ele, lado a lado na igreja. Isso porque ele não tinha pai, mas acho que a nossa relação ia muito além dos sentimentos mais fortes que poderiam existir. Nosso vínculo era mais que de sangue. O maior exemplo disso é que estávamos com a filha de Salma naquele momento, o nosso raio de sol, o tesouro que minha amiga nos deixou.
- Estou nervoso pra caralho. – Ben confessou, num cochicho ao pé do meu ouvido.
- E eu também. Não é por nada não, mas parece que nossa combinação vermelho e branco não combinou muito bem. Sinto ar de reprovação nos olhos das pessoas.
- Ah, foda-se. Quem tem que se sentir bem somos nós.
Vi Anon vestido de branco no altar e sorri. Ele também parecia nervoso, as mãos uma envolvendo a outra, o peito subindo e descendo com sua respiração. Sim, era um casal de branco, nada tradicional.
E um dos noivos estava sendo conduzido ao altar pela melhor amiga, usando um vestido vermelho. A dama de honra em vez de olhar para frente, observava entre os bancos, atentamente, procurando um gato de gravata fujão.
Quando estávamos quase chegando ao altar, a alguns passos de completar o trajeto que parecia interminável, eis que o gato Be passou correndo, atravessando o corredor, de um lado para o outro. Seria cômico, se não fosse trágico. Neste momento perdemos a dama de honra, que saiu correndo com seu vestido de mangas bufantes e saia rodada, gritando:
- Be... Seu “cassificado”.
Botei a mão no coração, orgulhosa:
- Ben, você ouviu o que eu ouvi? Ela chamou o gato de desclassificado.
- Babi, se controla... Olha a cara de bravo do padre. – Ben disse, entredentes.
Enfim, chegamos ao altar. Anon estendeu a mão para Ben. Antes de entrega-lo, finalmente, eu disse:
- Você prometeu que cuidará dele e o fará feliz. Sabe que se não fizer isso, Anon, eu...
- Não, a senhora não sabe usar uma arma, senhora Bongiove. – Ele debochou.
- Mais respeito, Anon. Ou não entrego meu melhor amigo à você.
Anon sorriu na minha direção e depois olhou nos olhos de Ben:
- Você caiu de paraquedas na minha vida... Mas eu nunca fui tão feliz.
- Ah, eu amo você, Anonzinho. – disse Ben, apertando a bochecha dele.
- E eu amo você, Ben... Para sempre.
Para sempre... Limpei uma lágrima boba que caía pela minha face. Heitor veio até mim, retirando-me do altar. Eu quase tentava monopolizar meu amigo.
Acompanhei Heitor até o banco, na primeira fila, enquanto pegava sua mão, assistindo a cerimônia.
- Tem certeza de que não quer um momento assim, Bárbara? - ele perguntou no meu ouvido.
Olhei na sua direção e sorri:
- Tenho. Eu sou completamente feliz. Não preciso andar de novo por este corredor para confirmar isso. Bastou acompanhar Ben.
- Eu... Já disse o quanto você está linda? – Ele novamente falou de forma suave, fazendo eu me arrepiar com o seu hálito quente na minha orelha.
- Não lembro se disse... Mas pode dizer de novo.
- Está usando calcinha? Sua bunda está perfeita neste vestido.
- Claro que sim... Minúscula. Espero que você a tire, com a boca. – Sorri, olhando na direção dele.
O padre olhou na nossa direção, com o semblante sério. Apertei a mão de Heitor e disse, entredentes:
- Acho que o padre quer que a gente pare de falar, desclassificado.
- Então vamos obedecer... Ou não. – Ele provocou, tocando meu braço internamente com os dedos.
- Tarado.
- Louca.
Ouvimos um estrondo do outro lado da igreja e todos viraram para a parte lateral, onde uma imagem de santo estava no chão, Nicolete com as faces ruborizadas e Maria Lua com seu gato Be finalmente no colo:
- Fujão! – A palavra dela ecoou pelo ambiente.
- Por Deus! – sai correndo em direção à elas, as pernas abrindo demais para o tecido justo, fazendo a fenda rasgar uns 10 centímetros, fazendo os olhares de crítica para Malu voltarem-se para mim.
Parei, a mão tentando tapar a fenda, voltando-me demais para frente enquanto o zíper se abria atrás. Suspirei, devagar, para não ficar sem vestido.
Senti o blazer de Heitor sobre mim, cobrindo-me:
- Sigam a cerimônia, por favor. Vou tirar minhas mulheres daqui para que o casamento possa ocorrer normalmente. – Ele disse em voz alta, um sorriso sem graça.
Fechei o blazer, vendo Nicolete retirar Maria Lua pela porta lateral. Acenei para Allan, que retribuiu o gesto, sorrindo e balançando a cabeça, junto de Anon 2.
- Eu cuido dela. – Nicolete falou quando nos aproximamos – Vou leva-la para brincar um pouco com o gato aqui na rua. Ela não consegue se concentrar aqui dentro.
- Preciso ir ao banheiro e ver como resolvo a questão deste vestido.
- Acho que vocês precisam levar esta menina mais vezes à igreja. Talvez ela entenda o que é... – Nic nos repreendeu.
- Nic, vou acompanhar minha esposa ao banheiro. Preste atenção em Malu, por favor. Não a deixe voltar para o interior da igreja, ou o padre nos expulsa. – Heitor disse.
Heitor pegou minha mão e seguimos pela lateral, junto dos vidros quadriculados e coloridos, subindo por uma escadaria estreita, até chegarmos num mezanino. Vimos a placa explicativa sobre a localização do banheiro.
- Eu juro que não entendo... Quando provei o vestido ele não ficava tão justo assim... Mas o tecido encolheu. – Me defendi.
- Claro que encolheu... O cardápio italiano diário certamente não é culpado de nada, não é mesmo?
- Claro que não, Heitor. Eu malho diariamente e você sabe disso.
- Você malha? Desde quando? Bárbara, você é muito cara de pau.
- Acha que correr atrás de Malu o dia inteiro não é malhação, marido? Pensa que é fácil?
Heitor abriu a porta do banheiro e entrei. Ele seguiu atrás de mim e eu perguntei:
- Não tinha escrito “Banheiro Feminino” ali na porta?
- Não mesmo. Eu posso ter lido PRIVADO.
- Jura?
Ele trancou a porta com a chave.
- Heitor, estamos na igreja. – Fiz o sinal da cruz.
- Eu não resisto, Bárbara... – ele retirou o blazer que me cobria, analisando meu corpo milimetricamente, um sorriso avassalador e destrutivo surgindo.
Enlacei minhas mãos na sua nuca, encarando-o:
- Sou louca por você, desclassificado!
- Você acaba comigo deste jeito, mulher!
- Trouxe colherinhas? Acho que preciso.
- Não trouxe... Se você derreter, quero apará-la na minha boca, sua gostosa. – A mão dele entrou pela fenda, chegando facilmente à minha intimidade completamente encharcada.
- Talvez então eu nunca mais precise de colherinhas? – Mordi o lóbulo da orelha dele.
Heitor me virou de costas pra ele, fazendo-me ver nossa imagem refletida no espelho. Descansou o queixo no meu ombro e encarou-me no nosso reflexo à frente:
- Obrigado por ter cruzado meu caminho, Bárbara.
- Obrigada por não ter aceitado o meu rim quando risquei seu carro.
- Você nunca leva nada à sério? – Ele riu.
- Eu levo... Você e a nossa família e tudo que construímos juntos.
Heitor levantou meus cabelos, analisando minha tatuagem. Senti seu hálito quente na pele, próxima do desenho colorido:
- Eu amo isso... É tão você! – Ele confessou.
- Beije-a, por favor... – Empinei a bunda pra trás, provocando-o.
- Caralho, sua bunda ficou ainda maior e mais gostosa... – ele mordeu levemente a tatuagem abaixo da minha nuca. – Vou mandar a cozinheira fazer suas refeições a base de macarrão e pizzas. – Apertou minhas nádegas com força.
Levantei o vestido com dificuldade, deixando à mostra a minúscula calcinha vermelha em renda.
- Esta vai para minha coleção... – Ele abaixou-se, retirando a calcinha sem pressa, como se fosse algo valioso.
- Pode transar com ela à noite? E depois gozar em mim? – Pedi com a voz baixa, sentindo o sangue fervendo enquanto circulava no corpo.
- Posso transar com você e gozar nela?
- Como preferir...
Ele guardou a calcinha no bolso e abriu minhas pernas levemente, ajoelhando-se no chão.
- Não acredito... Que vai...
- Sim, eu vou... Vou fodê-la com a minha língua, sua desclassificada.
Levei meu corpo para frente, amparando-me na pedra em mármore gelado que abrigava as cubas das pias e torneiras. Ele passou o dedo na minha boceta latejante e completamente molhada antes de dizer:
- Preparada para mim, como sempre.
- Você faz eu umedecer com um olhar e gozar com uma simples chupada, seu tarado desclassificado.
Ele lambeu minha extensão sem pressa, fazendo-me gemer. Vi minha imagem refletida no espelho enquanto o tesão aumentava a um ponto que eu quase não conseguia me controlar.
Quando a língua de Heitor entrou fundo na minha boceta, deixei os gemidos virem mais fortes, olhando meu próprio rosto se contrair em desejo e luxúria.
- Eu amo o seu gosto, Bárbara... E ainda mais o seu gozo... Goza na minha língua, sua doida...
Revirei meus olhos, sentindo o ápice chegar tão profundo quanto a língua dele freneticamente dentro de mim.
Seu pau entrou com facilidade, me preenchendo até o fundo, fazendo eu me aprontar para o próximo orgasmo, sempre mais intenso com ele dentro de mim. As estocadas eram fortes e rápidas. Meu rosto quase encostou no espelho, enquanto deitei o tronco sobre o mármore, os seios comprimidos na pedra gélida.
As mãos dele foram para meus ombros, que ele puxava para baixo enquanto me fodia com força e sem pressa. Ouvia os gemidos dele e me ver gozando era absurdamente excitante.
Senti seu jato quente me preencher junto do último gemido incontrolável dele.
- Segue... Segue que ainda não gozei, desclassificado... – gritei.
As estocadas seguiram enquanto o líquido viscoso começava a escorrer de dentro de mim, a volúpia se transformando em um orgasmo incontrolável, que me fez estremecer veementemente, observando cada reação no meu rosto.
- Você ainda vai me matar, Bárbara Casanova. – Ele disse, enquanto fechava a calça ofegante.
- Só se for de prazer, desclassificado.