Capítulo 122
2472palavras
2023-02-07 09:37
Os lábios de Heitor encontraram os meus, afoitos, enlouquecidos, parecendo querer me engolir. Sua língua era exigente e eu tentava seguir o mesmo ritmo e compasso, enquanto meu corpo começava a relaxar e ao mesmo tempo ferver.
Jamais passou pela minha cabeça que sexo poderia relaxar. Ou mesmo acontecer desejo em meio ao caos. Mas naquele momento, parecia que tê-lo dentro de mim era essencial.
Heitor era parte do que eu era hoje, o que esperei a vida inteira, tendo que passar pelo caos antes de achar o que me pertencia e estava gravado na minha lápide do destino. Ok, houve um tempo que achei que pudesse ser Bon Jovi minha outra metade. Nesta parte me enganei.
Mas poxa, a vida me presenteou com um homem lindo, rico e maravilhoso. Eu deveria ser grata, muito grata. Meu salvador... Depois de me fazer sofrer como uma condenada horas antes. Talvez fosse hora de ser menos orgulhosa e perdoar algumas coisas, visto que eu mesma já havia feito muitas porras desde que o conheci. E agora eu não estava sozinha. Tinha uma filha. E como sempre imaginei que fosse dele, não seria um teste de DNA que me diria o contrário. Maria Lua seria filha de Heitor Casanova, como sempre deveria ter sido.
Seus lábios macios desceram pelo meu pescoço, onde ele intercalava beijos molhados com lambidas delicadas.
Retirei a camisa com calma, enquanto o sentia brincar com a pele delicada do meu colo. Toquei seu peito endurecido, musculoso, perfeito.
- Adoro quando me toca desta forma... – Ele confessou no meu ouvido, mordendo levemente o lóbulo da minha orelha.
- Heitor... Você acha que... Devemos fazer isso?
Ele parou e me olhou, confuso:
- Por que não deveríamos? Somos adultos... Estamos com vontade... – Levou minha mão até seu membro endurecido sob a calça.
- Maria Lua...
- Ela está dormindo, meu amor. – Sua mão entrou sob a calça folgada, encontrando minha umidade junto da vagina latejante, fazendo-me gemer e abrir as pernas instantaneamente.
- Isso quer dizer que... – o dedo circulou meu clitóris – Nunca mais vamos fazer amor?
- Eu acho que... Podemos... – gemi, apertando a mão dele entre mim com as pernas que se comprimiram – Visto que... Ela está no outro quarto e podemos ser silenciosos, não é mesmo?
- Podemos tentar... – O toque foi intensificado, fazendo-me enlouquecer.
O clitóris seguia sendo estimulado enquanto dois dedos adentraram em mim, fazendo eu dar um gemido mais alto, não conseguindo me conter.
- Se soubesse o quanto você é linda enquanto sente tesão... – Falou no meu ouvido.
- Tira a roupa, desclassificado. – Ordenei, num fio de voz.
- Só depois que você gozar, Bárbara... Vamos... – os dedos afundaram na minha cavidade latente – Quero sentir seu prazer nos meus dedos, me lambuzando... Afundar minha língua dentro de você, sentindo seu gosto, o sabor que me deixa completamente louco. Depois...
Gemi alto, sentindo o orgasmo tomar conta de mim com meia dúzia de palavras e dois dedos habilidosos. Só ele conseguia aquilo de mim... Porque era como se Heitor conhecesse cada pontinho de prazer do corpo de uma mulher.
- Gozou rápido, meu amor. Quero mais... Muito mais de você. Vou fodê-la com força... Até você...
- Gritar? – Falei o que eu sentia vontade de fazer naquele momento.
Ele saiu da cama e abaixou a calça, puxando-me habilidosamente para a lateral da cama, colocando-me de quatro. Desceu a calça larga que me envolvia e eu esperava que ele fosse me penetrar. Mas estava enganada. Ele sempre me surpreendia.
Sua língua perfeita saboreou cada parte da minha intimidade, de uma extremidade a outra, fazendo-me praticamente enlouquecer, puxando os lençóis da cama até que parte deles se desprendessem da cama. Os movimentos e entra e sai enquanto as mãos firmes apertavam minhas nádegas eram de fazer com que qualquer ser humano normal saísse de si, indo para um mundo completamente depravado, prazeroso, de luxúria e desejo.
Suas mãos alcançaram meus seios e a boca úmida começou a trilhar beijos nas minhas costas, arrepiando meu corpo por inteiro.
- Eu... Gostaria de gritar. – Confessei.
- Agora não... Mas vou fodê-la com força e posso tampar sua boca se quiser.
- Eu quero. As duas coisas... Que me foda com força... Agora e tampe minha boca para que eu não grite.
- Quer... Agora? – Senti seu membro endurecido na minha entrada enquanto ele apertava meus mamilos levemente.
- Sim... Agora... Imediatamente. – Empurrei meu corpo para trás, sentindo sua robustez pronta para me preencher.
- Vou mordê-la e chupá-la por inteiro... Mas não hoje, não agora... Será na sua nova casa, na nossa cama...
- Eu não aguento mais, Heitor. Quero gozar com você dentro de mim desta vez...
- Você é muito gostosa, Bárbara – disse beliscando uma nádega com força moderada – Não imagina tudo que tenho vontade de fazer com você ainda.
- Não imagino, mas pode me mostrar...
Senti a cabeça macia do seu pau esfregar-se sem pressa na minha entrada, passando para o clitóris, e depois voltando, repetidas vezes.
Eu sentia cada parte do meu corpo como se estivesse com ondas de choque, radiando dos pés a cabeça. Não suportava mais a espera angustiante, desejando-o como água no deserto.
Parecendo entender minha necessidade, Heitor me penetrou, profunda e lentamente, as mãos apertando minhas nádegas, comprimindo-as com força, enquanto o vai e vem de seu pau dentro de mim começava sem pressa, fazendo meus olhos revirarem de prazer e o coração parecer querer saltar pela boca.
- Mais rápido, porra. – Ordenei.
Uma risada abafada foi ouvida da parte dele antes de ser obediente, chocando seu corpo com força contra o meu, entrando cada centímetro, de forma precisa e delirante, fazendo-me arder em fogo.
Meu orgasmo estava prestes a chegar, mas eu não queria gozar novamente, sem esperá-lo. Mas foi inútil da minha parte. Gemi alto, sendo contida pela mão forte dele, que foi mais e mais forte, fazendo a cama se mover do lugar, arrastada com a força do corpo dele no meu, ambos se chocando em prazer.
Ouvi os gemidos dele, fracos, contido, enquanto as estocadas seguiam firmes, enlouquecedoras.
A mão soltou minha boca e meu corpo estava no limite, começando a se esgotar. Eu já havia gozado duas vezes e não sei se suportaria uma outra. As pernas estavam trêmulas.
Heitor saiu de mim e virou-me de frente, ajoelhando-se sobre mim e jorrando seu líquido quente entre meus seios, enquanto nossos olhos se fixavam um no outro, sem piscar, como se ver a expressão de prazer que podíamos um proporcionar ao outro fosse imprescindível naquele momento.
Espalhei o líquido viscoso com as mãos pelos seios, lentamente, vendo-o deliciar-se com a visão de seu prazer inundando minha pele. Ele deu um meio sorriso, com o canto da boca, safado, canalha, daquele me derretia mais que sorvete no sol, sem colherinha, tendo que usar da habilidade da língua para não deixar escorrer uma gota sequer daquele sabor perfeito e cremoso... Que era o sorvete, neste caso, pois eu ainda não estava preparada para provar o que ele tanto queria que eu fizesse.
As mãos quentes dele me ajudaram, tocando meus seios delicadamente, espalhando sem pressa, descendo por parte da barriga, enquanto começava a secar sobre a minha pele.
- Corro risco que querer ficar trancado com você 24 horas por dia e não querer fazer mais nada da vida a não ser fazer amor com você, Bárbara Novaes.
- Prometo não o fazer enjoar de mim... Nunca.
- Como se isso fosse possível – riu, enquanto levantava – Me diga que o chuveiro é quente...
- O que está pensando, desclassificado? Eu pago a luz, se é isso que quer saber. – Brinquei.
- Bem, é possível fazer amor com um bebê no quarto ao lado. Então, sinceramente, me sinto um pouco mais tranquilo com futuro.
- Confesso que o teste foi feito hoje. No começo achei que não conseguiria.
- Mas conseguiu... Aliás, de forma perfeita. – Os olhos passaram por cada parte do meu corpo, com olhar ordinário.
- Acho que preciso de um banho mais do que você. – Levantei.
- Que tal juntos? Você pode ter dificuldade para se esfregar.
- Não, não tenho – comecei a rir – Alguém precisa ficar atento à Maria Lua.
- Por Deus... E precisa ser eu? Aquela criança entende cada palavra do que eu digo, juro.
Comecei a rir e falei, da porta:
- Vista-se. E vá verificar se ela está bem.
- Ok. – Ele revirou os olhos e suspirou.
Eu não sei ser era realmente resistência ou se Heitor tinha medo de se apegar à criança. Mas eu vi a forma como ele falava com ela um tempinho antes e não percebi nenhum tipo de repúdio ou algo do tipo. Pelo contrário, ele pareceu-me muito à vontade com Maria Lua.
Tomei um banho rápido, como era hábito depois que um bebê apareceu na minha vida. Troquei de roupa enquanto Heitor banhava-se. Maria Lua continuava dormindo.
Fui preparar um café puro e logo ele apareceu na cozinha, com os cabelos úmidos, a roupa amassada, e parecendo ainda mais lindo e atraente do que nunca.
Enquanto eu pegava as xícaras, ele abraçou-me por trás, descansando a cabeça no meu ombro:
- Depois do café, podemos partir? As malas já estão prontas. Não há mais motivos para esperarmos.
- Eu estou preparada. – Apertei as mãos dele entre as minhas.
- Quero acordar com você todos os dias, Bárbara.
- Acordará, Heitor... Para sempre.
Senti seus braços me apertarem de tal forma que quase sufoquei. E nunca um sufoco foi tão perfeito e cheio de amor. Nunca, na vida, me senti tão protegida. Como se nada mais pudesse me atingir a partir daquele momento.
Enfim, eu e minha filha poderíamos ficar juntas, sem medo, sem mentiras, com o pai que no fim não era pai, mas que seria, mesmo sem ser... Opa, isso era muito confuso.
Ele pegou a xícara de café e ligou para Anon. Eu fui organizando mais algumas coisas que conseguiria levar, já que não estava fugindo para outro país agora.
Anon e outro segurança levaram as malas. Peguei Maria Lua no colo e desci, logo atrás deles, com Heitor ao meu lado. Quando estávamos passando do quarto para o terceiro andar, a porta de um dos apartamentos abriu-se e cumprimentei minha vizinha do andar de baixo.
- Seria um bom dia, se eu não tivesse acordado amedrontada de sua cama cair sobre a minha, rompendo o piso e no caso o meu teto. – Ela disse, olhando com cara de poucos amigos para mim, de forma descarada e demonstrando seu descontentamento.
- Imagina seu teto se romper e um homem destes cair sobre a sua cama. – Olhei para Heitor, debochadamente. – Aposto que você estaria me agradecendo neste momento. Detesto gente invejosa e mau-amada.
Ela foi descendo mais devagar, sem palavras, não querendo ficar mais tão próxima de nós.
- Pelo visto a vizinha de baixo vai ficar feliz com sua partida. – Heitor me olhou de relance.
- Em anos morando aqui na primeira pisada de bola ela já vem com pedras na mão... Me poupe.
- Bárbara, como você aguenta subir e descer isso aqui diariamente? – Heitor perguntou, demonstrando cansaço ao chegar no térreo.
- Sinceramente, acho que acostumei, embora sempre reclamei.
- Acho uma boa Sebastian morar aqui. – Ele me provocou, enquanto abria a porta do carro para mim.
- Não fale assim... Coitado do meu irmão.
Entrei no carro e Heitor sentou ao meu lado. Anon tomou a direção e o outro carro seguiu-nos.
- Você chamá-lo de irmão faz doer meu coração.
- Acostume-se... Ele é meu irmãozinho querido.
- E eu?
- O amor da minha vida? – Arqueei a sobrancelha.
Ele colocou o braço sobre meus ombros, puxando-me para perto dele. Olhei no espelho retrovisor e encontrei os olhos de Anon, que sorriu e piscou na minha direção.
- Esqueci minhas sandálias. – Lembrei.
- Devemos voltar, eu acho. Afinal, graças a elas você não partiu. – Ele debochou.
Maria Lua começou a se remexer nos meus braços e foi abrindo os olhos preguiçosamente.
- Bom dia, raio de sol.
- Por que a menina se chama Maria Lua e vocês a chamam de raio de sol?
- Salma cantava para ela a música You are my Sunshine, quando ainda estava na barriga... Acabou que é tão perfeita para ela que a apelidamos assim.
- Detesto apelidos.
- Por isso não me chama de Babi?
- Sim, porque seu nome é Bárbara.
- Bem, podemos dizer que é só você que me chama assim. E eu gosto. – confessei – É tão... Você.
Ele deu um beijo no meu rosto e olhou para Maria Lua.
- É agora que ela chora?
- Não... Ela não chora o tempo todo. – toquei a ponta do nariz dela, carinhosamente. – Veja se não dá vontade de apertá-la...
- Sim, até esmagar.
Olhei para ele, enrugando a testa, surpreendendo-o com um leve sorriso, fixo nela. – No bom sentido. – Explicou.
Quando o carro chegou no estacionamento, Maria Lua já começava a ficar inquieta e eu sabia que era hora da mamadeira.
Chegamos no elevador e Anon nos acompanhou, com as malas.
- Ninguém usa este elevador a não ser nós – Heitor explicou – É privativo, do estacionamento para a cobertura. Tem outro que vem do térreo, que é o elevador social. Aquele é usado por qualquer pessoa. Você só usará este. Sairá sempre no estacionamento do terceiro andar e Anon estará esperando por você. Embora esteja há anos comigo, que nem lembro quando exatamente começou... Vou deixar Anon encarregado da sua segurança... E da bebê. Porque só confio nele para fazer isso.
Olhei para Anon, que disse:
- Será um prazer protegê-las, Senhora Bongiove.
Sorri e bati no braço dele:
- Quem diria que você me jogou para fora da Babilônia, hein Anon, seu desclassificado. Agora vai ter que cuidar para ninguém me botar para fora dos lugares. Quanta virada a vida dá. E não pense que vai ter moleza, bonitão. Eu e Maria Lua podemos dar mais trabalho que o CEO aqui – falei baixo, cochichando, como se alguém pudesse nos escutar, mesmo estando só nós três no elevador – Tem muita gente querendo pegar estes seis quilos de carne com boca e levar de mim. Talvez você tenha que fazer com eles o mesmo que fez com Daniel, se é que me entende. – Cutuquei o braço deke, repetidas vezes.
- O que ordenar, farei, Senhora Bongiove.
- Sério isso? Quem vamos matar primeiro, Anon? Com requintes de crueldade, por favor. – Falei, empolgada.
Ele arregalou os olhos para Heitor, que sorriu divertidamente, balançando a cabeça.