Capítulo 63
2127palavras
2023-02-06 11:19
Eu fui até ali pedir explicações... Não conversamos nada com nada e minha calcinha já estava encharcada e tudo que meu corpo fazia era clamar por ele. Eu não veria Heitor tão cedo novamente. Não tinha ideia de quanto tempo minha avó levaria para melhorar e nem sequer tinha certeza se voltaria para capital.
Mais uma vez minha vida estava de cabeça para baixo. E justo no momento que eu achei que tudo estava se encaixando: um bom emprego, um possível relacionamento amoroso depois de tanto tempo sozinha...
Heitor me levou até a mesa de vidro e abriu minhas pernas, colocando seu corpo entre elas. Senti sua língua na minha e então percebi o quanto eu estava envolvida e apaixonada por aquele homem e que ele me fez muita falta naqueles míseros dois dias, ou seja, 48 horas. O que seria de mim?
O beijo foi ficando mais quente e intenso e eu sentia isso quando a boca dele parecia querer me devorar e meus lábios não saíam de dentro dela, por inteiro. O cheiro de Heitor acabava com minha sanidade... O perfume caro misturado à toda virilidade que ele carregava.
Quando dei por mim, o desejo falou mais alto que a mente e comecei a abrir a cinta dele, chegando rapidamente no botão da calça.
A mão dele entrou na minha intimidade, sem pedir licença, sentindo a umidade excessiva. Acariciou-me sobre o tecido fino da calcinha, apertando o clitóris até que eu começasse a gemer.
Separei minha boca da dele quando o ar começava a me faltar. Senti meus lábios inchados do beijo selvagem.
Deitei levemente meu corpo, me apoiando sobre a mesa, enquanto ele seguia me estimulando. Nossos olhos se encontraram e ficamos daquela forma, como se escapar da visão um do outro fosse algo completamente fora de questão por toda a nossa vida.
- Por que você me deixa assim... Tão louco? – a voz dele estava baixa.
- E se a mesa quebrar comigo em cima? – perguntei preocupada.
- Não... Não se preocupe. Você não vai quebrar a mesa. Jamais eu faria qualquer coisa que pudesse botá-la em risco, Bárbara – o polegar dele alcançou meus lábios, que ele desenhou com o dedo, deixando-me ainda mais louca de tesão.
- Deita! – ordenou, enquanto descia as alças do meu vestido.
Tentei deitar, mas a mesa estava cheia de coisas por cima, inclusive o celular dele.
Heitor passou os braços por trás do meu corpo e em seguida abriu-os, jogando tudo no chão, fazendo barulho e inclusive quebrando algumas coisas.
- Eu não disse que você me deixa louco? – justificou-se.
- Você também me enlouquece, Casanova... Seu desclassificado.
Deitei sobre a mesa gélida e ele puxou o vestido de uma só vez, deixando-me somente de calcinha.
A calcinha que eu usava não era sexy. Era normal, em lycra preta. E tapava bem tudo que precisava. Claro que eu não imaginei, quando saí de casa, que acabaria transando com Heitor. Tudo indicava que era para ser uma briga... E acho que até poderia ser. Mas só depois dos nossos corpos saciados.
As mãos dele alcançaram meus seios nus, já que eu tinha vindo sem sutiã.
- Eu não me canso de admirar seu corpo... Sua beleza... – ele circulou as aréolas rosadas com os dedos.
- Eu... Posso estar começando a ficar viciada nisto. – Confessei, fechando os olhos e sentindo os dedos macios dele.
- Começando? Estou perdidamente viciado em você, Bárbara!
E eu posso estar loucamente apaixonada, desclassificado. Ou não estaria aqui, neste momento, nua sobre a sua mesa, enquanto ainda me deve satisfações. Mas não sei como será “nós dois” amanhã. Então vou aproveitar o hoje... Seu corpo e tudo que sinto por você, antecipando uma possível despedida.
Ele retirou a calcinha vagarosamente, enrolando-a até chegar aos meus pés, para em seguida tirá-la e dobrar, colocando no bolso.
- Esta história da coleção de calcinhas... Não é sério, não é mesmo?
- Tenho cara de quem brinca de guardar calcinhas?
- Não... – sorri.
- Eu já disse o quão louco sou pelo seu corpo?
- Sim... E eu já disse quão louca sou por você?
- Sob pressão, sim... Algemada.
Peguei a mão dele e coloquei seu dedo médio na minha boca, chupando-o.
- Faça o que quiser comigo, Heitor. Eu sou sua... Toda sua.
Heitor abriu minhas pernas e percebi seu membro endurecido, apontando na minha direção, sabendo o que me esperava em seguida.
- Tira a camisa! – Pedi, manhosa.
Ele desabotoou rapidamente a camisa, jogando no chão e levantando os pés para tirar a calça.
Virei a cabeça para trás e vi os vidros, mostrando praticamente toda a cidade.
- E se alguém nos ver? – perguntei.
- Como os passarinhos, por exemplo? – ele riu, alisando minhas coxas e se aproximando, enquanto abria minhas pernas.
- Ok, não vou quebrar a mesa de vidro com o peso do meu corpo e ninguém nos verá pelas janelas envidraçadas... Tudo paranoia da minha cabeça, não é mesmo?
- Está segura sobre mesa e se alguém ver eu comendo a minha mulher, foda-se.
- “Minha mulher”? – sorri, sarcasticamente.
- Minha, só minha e de mais ninguém. Eu mato quem tocar em você... Juro.
- Posso fazer o mesmo com quem tocar em você? – falei, debochadamente, enquanto puxava ele na minha direção com as pernas, enrolando-as ao corpo dele.
- Ninguém me tocará... Só você... Para sempre. – Ele me olhou nos olhos.
Fechei meus olhos:
- Diga de novo... – quase chorei naquele momento.
- Só você, Bárbara! Para sempre.
Soltei o ar com dificuldade e o senti esfregando o membro na minha entrada. Meu coração batia com força, tanto pelo contato dele com meu corpo quanto pelo que acabara de dizer. Heitor tinha o dom de me convencer tão facilmente... Justo eu, que sempre fui a mulher mais desconfiada do mundo.
- Eu odeio esta espera por você. – Falei, virando o rosto para o lado enquanto tocava meus próprios seios, convidativamente.
- Eu amo deixá-la completamente louca por mim... – ele se inclinou na minha direção e mordeu levemente um dos mamilos enrijecidos.
Heitor entrou em mim ao mesmo tempo que começou a sugar o seio escolhido com voracidade. Eu não tinha certeza se surtava com a língua quente ou o membro firme, que me estocava com força.
Eu já sabia que no início ele praticamente me fazia implorar por ele. Depois vinha com força, violentamente, fazendo nossos corpos se moverem com agressividade. O gemido dele enquanto se enfiava em mim era bálsamo para os meus ouvidos. E sim, eu poderia ficar ali para sempre, sobre aquela mesa de vidro, com aquele homem ensinando-me sobre os prazeres do corpo.
Cheguei a me pegar imaginando quantas mulheres ele havia comido naquela mesma mesa, já que era a prova de peso e inquebrável. Seria com aquele objetivo?
Porra, Bárbara, manda o ciúme doentio que começa a sentir por este homem embora. Você nunca foi possessiva... Por que com ele tudo é diferente? Só em imaginá-lo se enfiando em outra mulher eu ficava puta, com vontade de esganá-lo... Mas só depois que ele acabasse aquilo que começou comigo.
Heitor pegou meus dois seios entre suas mãos e começou a fazer movimentos circulares com os quadris, me enlouquecendo:
- Assim... Eu vou gozar... Em segundos... – minha voz falhou.
- Pode levar segundos, Bárbara... Ou horas... Eu vou esperar até que goze para eu gozar, ok?
- Me diz que você é real, porra! – apertei os ombros dele com toda minha força.
- Ai! Sim, eu sou real... E sinto dor. – Gemeu.
- Vou amarrar você... Eu juro... – arqueei meu corpo.
- Junto de você? – moveu-se vagarosamente dentro de mim. – Diga que sim.
- Não... Na cama. E me vingarei...
- Adoro vinganças.
Gemi e fechei meus olhos com força, sentindo meu corpo se explodir num orgasmo intenso e louco. E em seguida ele se derramou dentro de mim, seguindo me fodendo por mais algum tempo, mesmo depois de gozar.
Relaxei o corpo, aspirando o ar em abundância para dentro dos meus pulmões.
- Ok, se tiver lenços umedecidos em algum lugar próximo por aqui, eu jogo você pela janela, Heitor... Juro. – Fechei meus olhos.
- Minha vida não corre risco, então. Por que eu teria lenços umedecidos na minha mesa, por exemplo?
Levantei meu corpo, sentando sobre a mesa:
- Para comer as mulheres na sua sala.
Ele me jogou sua camisa branca:
- Use isso para chegar até o banheiro.
- Não está falando sério.
- Claro que estou. Eu tenho outras aqui no escritório.
- Pode me responder uma coisa?
- Posso.
- Quantas mulheres você já comeu na sua mesa?
Ele riu debochadamente:
- Está mesmo perguntando isso, Bárbara? E acha que eu seria louco de dizer e arriscar minha própria vida?
- Medroso.
- Ciumenta.
- Não é ciúme... É só curiosidade.
- A resposta é “nenhuma”.
Levantei os olhos na direção dele.
- Porque sabe que estou nesta sala há pouco tempo, não é mesmo? – começou a rir.
Levantei e comecei a dar tapas fortes nele, que se defendia com as mãos.
- Parece uma louca, nua, me batendo. – Ele ria.
- Isso é para você aprender a não brincar comigo, seu desclassificado. – Falei, enquanto ia até a porta que imaginei ser o banheiro da sala dele.
Abri a porta e me deparei com o enorme banheiro branco, perfeito, maior que o meu quarto inteiro.
Entrei e ia fechar a porta quando ele me abraçou por trás.
- Confesso que me impressionei com seu banheiro de trabalho, Casanova.
- Fiz assim para poder receber minhas amantes... Dá para transar na mesa e depois no banheiro. E trabalhar que é bom, nada. Sala Motel... O que acha?
Tentei me desvencilhar, mas em vão. Os braços fortes dele me seguravam firmemente:
- É brincadeira, sua desclassificada... – fez uma trilha de beijos pelo meu pescoço, arrepiando-me.
- Eu... Preciso ir, Heitor.
- Pra onde? Seu único compromisso é comigo... Só comigo. – Descansou o queixo no meu ombro.
Deus, o que este homem quer fazer comigo?
Ele levantou meus cabelos e começou a beijar a minha tatuagem, fazendo-me sentir sua língua quente e molhada. Fechei meus olhos, entorpecida.
- Odeio o nome dele tatuado aqui. – falou.
- Não parece... Já que você o beija sempre. – Comecei a rir.
- Venero o corpo que o leva, só isso. E me lembra nosso encontro no banheiro.
Virei para ele:
- Foi casual... Você errou o banheiro, não é mesmo?
Ele gargalhou:
- Claro que não.
- Você... Foi até lá me irritar de propósito?
- Claro que sim.
- Agora sai, Heitor. Preciso me organizar por aqui... E voltar para o hospital.
- Não... Não vai.
Empurrei ele com meu corpo e fechei a porta. Me vi recostada sobre ela, sorrindo. Acho que eu começava a ficar fora de mim.
Fui até o box e liguei o chuveiro. Tomei um rápido banho quente e só então lembrei que mais uma vez transamos sem camisinha. O que está acontecendo comigo? Onde havia ido parar minha sanidade e responsabilidade? A possibilidade de não ter um filho não significava que eu poderia sair por aí transando com todo mundo sem usar preservativo.
Coloquei meu vestido e abri a porta. Ele já estava de roupa.
- Me deixa ver suas camisas. – Pedi.
Ele começou a rir, me levando até uma das paredes, onde abriu e tinha uma espécie de armário e dentro dele cabides com várias camisas, a maioria delas brancas e algumas com cores pastéis: azuis, rosa, verdes. Retirei a rosa e olhei o nome da marca na etiqueta:
- Feita especialmente para você? – perguntei, irônica, lembrando do blazer.
- Mais ou menos.
- Queria ver você de rosa.
- Agora?
- Não... Mas um dia, talvez.
- Ok, prometo.
As portas se abriam na própria parede, como se os cabides ficassem num fundo falso. Tudo ali era tão diferente e interessante que acho que se passasse a tarde ainda teria coisas pra eu descobrir naquele espaço.
- Era do seu pai esta sala?
- O espaço sim. Mas eu reformei toda quando comecei aqui... Depois fiquei um tempo fora. Mas o que importa é que voltei.
- E como estão as coisas com seu pai?
- Tudo certo. A questão é que ele quer que eu assuma a North B. e deixe a Babilônia. E isso eu não vou fazer.
- Sei como é... E a importância que a Babilônia tem para você.
- E o que você vai fazer? Com relação à sua avó?
- Eu... Vou morar lá, com ela.
- Como assim?