Capítulo 47
2297palavras
2023-01-13 07:23
Dei a partida e o senti segurar-se com firmeza, parecendo amedrontado.
- Jura que nunca subiu numa moto? – perguntei.
- Juro... Detesto tudo que só tenha duas rodas.

- Curta o passeio e não tenha medo, Heitor. Vou trazer você vivo, juro!
Heitor me apertou ainda mais e senti seu queixo no meu ombro. Não sei se ele estava aproveitando o passeio ou só se preocupava em se esfregar em mim, deliberadamente.
As mãos de repente foram para dentro da minha jaqueta e ele tocou meus seios, fazendo eu estremecer.
Senti o rosto dele se contrair e arrumei o retrovisor, percebendo o sorriso sacana enquanto me encarava no espelho:
- Gosta disso, Bárbara? – perguntou no meu ouvido enquanto alisava-me.
- Sim... – Confessei, sem me dar conta.

O sorriso foi ainda mais lindo agora e nossos olhos se encontravam no espelho.
- Senti saudade... Muita saudade. – Ele mordeu o lóbulo da minha orelha.
- Heitor, você está me distraindo... – falei enquanto saía das ruas secundárias
- Jura? Por que mesmo estando indo em direção a autoestrada? Deve ter medo de ser sequestrado, Bárbara? – beijou meu pescoço, brincando com a língua na pele sensível.

Parei a moto na via de acostamento, a poucos metros da autoestrada.
- O que houve? – ele perguntou.
Eu não saí da moto. Coloquei minhas mãos para trás e o toquei, sentindo que ele estava duro sob a calça.
- Isso... Não vai dar certo, Casanova.
- Só se você não quiser que dê certo... Eu quero fazer dar certo. – Ele disse seriamente, enquanto nos olhávamos pelo espelho.
- Sabe que tem muitos i’s sem pontos, não é mesmo?
- Aceito todos os pontos que você quiser colocar.
Porra, ele era difícil. Não se dava por vencido. Lutava pelo que queria. E eu também era assim. A questão é que ambos queríamos a mesma coisa: um ao outro. Ou ele estava mentindo para mim... Fingindo? Mas... Com qual objetivo? Já tínhamos transado. Ele poderia simplesmente nunca mais me procurar e pronto.
Desci da moto e ele ficou sobre ela, sem eu saber o que passava na sua cabeça.
- Quer... Transar aqui? – me perguntou, debochadamente.
- Tarado, desclassificado.
Ele sentou no banco, deixando os pés no chão. Abriu os braços e me chamou com o dedo:
- Não quero só abraçar... Quero sentir o seu abraço. Me diz que não sentiu saudade de mim... Tanto quanto eu senti de você.
Fui vagarosamente até ele, deixando que os braços fortes me envolvessem. Temerosamente, passei as mãos em volta do seu pescoço, deixando meu corpo junto do dele. Meu coração batia forte e o medo voltava a me assolar.
Eu não sabia receber carinho se não fosse de meus amigos e minha avó. Por muito tempo eu não recebi abraço de homem. Então Sebastian me surpreendeu com seu abraço fraterno e cheio de carinho. E agora Heitor. Claro que ambos os abraços dos CEO’s eram diferentes.
Senti seu cheiro de perfume caro e másculo envolver minhas narinas e fechei os olhos, o apertando.
Não tinha sexo envolvido. Era extremamente... Caloroso e ao mesmo tempo carinhoso.
- Eu... Senti saudade. – Confessei, envergonhada. – Muita. – Era estranho falar aquilo para ele... Justo pra ele.
Ele me apertou ainda mais e alisou meus cabelos.
- Acho que estamos fodidos, “desclassificada”. – falou no meu ouvido.
Eu não respondi. Sabia exatamente ao que ele se referia: sentimentos... Involuntários, que não queríamos sentir, mas que começava a tomar conta de cada parte de nosso ser, até mesmo nos lugares mais íntimos e fechados, como nossos corações.
- Se eu lhe der um beijo corre o risco de eu levar um tapa... Um soco... Ou algo do tipo? – me afastou um pouco, me encarando divertidamente.
Olhei a boca bem desenhada, no rosto perfeito, a barba por fazer, os olhos verdes nos meus, com um brilho intenso de desejo... E talvez paixão.
- Sim... Corre o sério risco... De você ser correspondido, Casanova. – Sorri.
Não precisei quase terminar a frase. Ele desencostou da moto e se apossou dos meus lábios com voracidade. Senti sua língua na minha e imediatamente o fogo tomou conta do meu corpo.
Quando ele me tocava, simplesmente eu não existia mais. Era como se eu pertencesse àquele homem a vida inteira.
Correspondi ao beijo com o mesmo desejo insano que me possuía. Quando percebi, estava tirando a camisa dele de dentro da calça e alisando suas costas fortes e firmes.
Ok, eu posso estar “levemente” apaixonada por este homem, admiti para mim mesma. O “completamente” eu retiro, pois prefiro continuar fingindo e apostando no “levemente”, que já é bem difícil para mim.
Comecei a abrir os botões da frente da camisa e ele afastou um pouco os lábios dos meus:
- Ok, acho que podemos transar no meio da rua. Quem se importaria, não é mesmo? Eu não... Você sim?
Me afastei um pouco e comecei a rir:
- Ok, eu não me dei em conta que estávamos aqui.
- Você está louca para estar comigo numa cama... Admita.
- Eu? Claro que não.
- Vai dizer que depois do elevador não imaginou como seria nós dois numa cama. Se foi tão bom daquela maneira, imagine o que podemos fazer num lugar confortável, Bárbara... – piscou.
- Não pensei em nadinha. – Menti.
- Eu pensei. Olhe nos meus olhos e diga que não teve importância para você e que foi só sexo.
Olhei no verde e intenso olhar provocante:
- Eu não faço sexo por fazer, Heitor... Nunca fiz. – Confessei.
- Então há sentimento?
Assenti com a cabeça, incapaz de balbuciar qualquer coisa naquele momento, sendo pega de surpresa com as palavras dele.
- Eu... Não entendo a porra que tem acontecido comigo, desde... Eu não sei se foi desde que eu a vi pela primeira vez naquele corredor escuro da Babilônia, onde ninguém se atreve a pisar... Se foi quando eu vi sua tatuagem ridícula e ao mesmo tempo fofa naquele banheiro feminino... Se foi quando você riscou meu carro... E me ofereceu o próprio rim para pagar... – Riu. – Ou se foi quando minha boca tocou sua pele pela primeira vez, no elevador do meu pai. Eu só sei que você não sai da minha cabeça... O tempo inteiro.
Respirei fundo, com o coração batendo mais do que eu conseguia aguentar e minha respiração ficando ofegante.
Então disse:
- Você chamou minha tatuagem de “ridícula”?
- De tudo que eu falei... Você só ouviu isso, porra? Treinei por horas para conseguir assumir cada palavra do que acabei de dizer...
- Para quantas mulheres você diz isso, Heitor?
- Eu nunca disse para nenhuma, Bárbara. Você é diferente de todas as mulheres que já passaram pela minha vida.
- Eu não sou diferente de nenhuma mulher, Heitor.
- Você é linda, fala o que pensa. Você é “vida”, Bárbara Novaes... Vida que me chama, que me desprende de todos os conceitos e preconceitos... Vida que me cega... Vida que me mata.
- Você... Falou isso mesmo? – estreitei meus olhos, tentando entender o significado daquilo.
- Que porra... Eu... Nem sei o que eu falei. – Passou a mão pelos cabelos, um pouco nervoso.
Me aproximei e o abracei:
- Obrigada, Heitor.
- Pelo que? – Me perguntou.
- Por me trazer de volta... Dos mortos. – Apertei-o com força entre meus braços.
- Volto a dizer, estamos fodidos, Bárbara.
A boca dele foi até meu pescoço e recebi outro chupão.
- Não entendo porque faz isso comigo... – toquei a pele onde ele marcou.
- Porque eu não resisto ao seu corpo... Não resisto a você... – os lábios encontraram os meus novamente.
O beijo de Heitor Casanova era um caminho sem volta, um convite ao sexo. Sua mão foi para minhas nádegas, que ele apertou com força. Imediatamente senti seu membro endurecido no meu ventre. Nós queríamos... Nossos corpos se necessitavam.
- Vamos... Voltar? – perguntei.
- Nem pensar. Se eu chegar na frente daquele apartamento são e salvo, perco a noite perfeita que preparei para nós.
- Como assim? Já preparou? Isso não está certo...
- Sou ansioso.
- Não, eu sou ansiosa. Você deixou bem claro que não era ansioso. – Lembrei.
- Sim, posso ter me empolgado demais... E confesso, preparei algo especial para nós.
- Heitor... Eu... Não sei ao certo o que sinto, mas eu sinto. Não sou imune a você e confesso que tenho medo de me jogar de cabeça e descobrir o que é. Tive um passado ruim...
- Ex? O que morreu?
- Sim... E não, eu não o matei. – Comecei a rir e ele também.
- Eu não duvidaria. Você tem uma boa mão... E um joelho certeiro. – Fez careta.
- A questão é: eu me fechei em mim mesma por muito tempo. E por mais que meu corpo implore pelo seu, jamais eu aceitaria viver como a outra na sua vida, a amante um, dois ou seja lá o número que for.
- Eu não imaginei outra coisa de você, Bárbara.
- Sou “eu” ou “eu” na sua vida. Não aceito divisão... Tampouco migalhas. Já vivi de sobras por muitos anos. Hoje me dou o valor que realmente tenho. E quero alguém que saiba me valorizar... Do jeito que eu sou: uma louca... Fiel ao meu relacionamento, ao que acredito e a mim mesma.
- Bárbara, me dê um tempo. Eu prometo reorganizar a minha vida. Então estarei pronto pra você.
- Antes disso?
- Continuo sendo seu... Só seu. Cindy não é um compromisso na minha vida. Também nunca foi uma amante... Fixa, como você está sugerindo.
- Todo mundo sabe sobre ela e você, Heitor. Ela mesma já me confrontou, na mansão Casanova, no seu aniversário.
- Cindy é possessiva.
- E deveria, se vocês não têm nada?
- Quero dizer que meu compromisso com Milena vai além... É um noivado de aparências, organizado por Celine. Eu... Fui um idiota com ela, é verdade. Mas Milena nunca me amou. Eu nunca a amei.
- Eu sei disto.
- Como assim?
- Eu não quero falar disso agora. Mas sim, retomaremos sobre esta questão em breve. Só quero a sua garantia de que elas sairão da sua vida. O mais rápido possível.
Ele pegou meu rosto entre seus dedos e me encarou:
- Elas sairão da minha vida. Eu só quero você, Bárbara. E serei somente seu, como já sou. – Sorriu.
Eu jamais imaginei que ele diria tão rapidamente que largaria elas por mim. E eu vi sinceridade nos olhos dele, embora eu tentasse o tempo inteiro perceber qualquer deslize dele.
Heitor tentou se aproximar e eu me afastei.
- Já é noite.
- Sim... Agora ninguém nos vê aqui. – Ele sorriu ironicamente.
- Você vai dirigir... E eu vou atrás.
- Não! – ele me olhou em pânico. – Eu não sei dirigir esta coisa. Nós vamos cair.
- Deixa de ser medroso. É fácil e você vai gostar, eu garanto.
- Não...
Cheguei perto dele e o puxei para baixo, falando no seu ouvido:
- Eu vou fazer algo que você vai gostar... – passei os língua nos lábios e olhei para o membro dele imediatamente.
- Vai se ajoelhar e me chupar? – perguntou, confuso.
- Claro que não, tarado desclassificado. Eu vou... – virei de costas. – Ora, deixa para lá.
Ele pegou minha mão:
- Ok, vou dirigir esta coisa. Mas porque você prometeu que não vou me arrepender. Quero você... Me tocando.
- Concordo, Casanova. E eu quero você guiando. – Sorri, travessamente.
- Eu começo a pensar que você está querendo ficar viúva antes do tempo. – Ele subiu na moto, completamente desajeitado.
- Hum, está pensando em botar o seguro no meu nome? – brinquei.
- Claro... Em nome de quem eu botaria a não ser no da louca que roubou meu coração?
Eu ri:
- Você é hilário, Heitor.
Mostrei para ele como acelerar e frear. Não era difícil. Eu aposto que era mais fácil do que dirigir a máquina potente que ele tinha, que era a Maserati.
Me acomodei atrás dele e o abracei quando ele ligou a moto e começou a fazer o reconhecimento de todos os passos que eu havia lhe ensinado.
Heitor conseguiu sair bem do acostamento e quando percebi estava guiando tranquilamente.
Percebi que ele estava entrando na autoestrada e adverti:
- Melhor dar a volta, Heitor. Não é bom nos embrenharmos na autoestrada...
- Confia em mim, Bárbara. Está tudo certo. Quero lhe mostrar um lugar.
- Gostei disso... Confiança. – Sorri, enquanto me segurava firme com o joelho ao corpo dele e retirava minha jaqueta.
Coloquei a jaqueta em couro preto entre nossos corpos e o abracei novamente, fechando meus olhos recostada às costas dele. “Momento fofo antes da putaria”, pensei comigo.
Foi quando peguei a jaqueta e abri sobre as pernas dele, fechando as mangas para a parte das costas. Grudei no corpo dele e abri o botão da calça, descendo o zíper lentamente.
Conseguia sentir o coração dele batendo nas costas, junto do meu. Achei que ele pudesse dizer algo, mas não. Ficou calado, completamente mudo, sem sequer respirar eu acho.
Minha mão entrou dentro da cueca dele enquanto seguíamos na autoestrada bastante movimentada em função do horário.
Ele foi para a pista lateral e andava devagar.
Senti seu membro pulsante e novamente minha cabeça recostou-se nele enquanto comecei a brincar deliciosamente com as mãos nele, que imediatamente endureceu, fazendo com que eu retirasse seu pau para fora. Comecei a bombeá-lo e senti minha calcinha umedecer imediatamente.
- Porra... – ele gritou, se remexendo ansioso no banco.
- Eu disse que seria bom... – falei no ouvido dele.