Capítulo 39
2139palavras
2022-12-24 14:45
O médico me olhou e disse seriamente:
- Sua endometriose está trocando de nível. Pelas dores que sentiu durante o período menstrual e que relata serem “normais”, o que na verdade não é, mais os exames, estamos entrando no estágio de “endometriose profunda”. Certamente você tem isso há um bom tempo. E não tratou... Estou certo?
- Está certo. Iniciei o tratamento há pouco tempo. E começou com remédios para dor. Não resolveram. Então o meu ginecologista receitou medicamentos hormonais. E cogitou... Retirada do útero. – aquela última frase me afetava de alguma forma agora nos últimos dias.
- Doutor, há como impedir isso? – Heitor perguntou.
Olhei-o seriamente:
- Heitor... Eu agradeço sua preocupação, mas não precisa. É... A minha vida.
- Bárbara, não seja tão egoísta. Eu quero ajudar.
- Não preciso de ajuda. Eu tenho dinheiro para custear o tratamento. – olhei para o doutor Telles. – O que eu preciso fazer?
- Sim, seu médico não estava errado. Um dos maiores problemas que pode ter é a retirado do útero. Mas você é jovem... Creio que não tenha filhos, não é mesmo?
- Não.
- Já conversou com seu parceiro sobre... Não esperarem muito tempo, caso queiram engravidar? – ele olhou para Heitor e para mim.
- Nós não somos parceiros. – falamos ao mesmo tempo.
- Está aqui por curiosidade, senhor Casanova? – o médico perguntou, confuso.
- Não, ele é metido mesmo. – olhei para o CEO. – E pode estar me perseguindo, doutor.
- Eu, perseguindo você? – ele me perguntou, irônico. – Quem estava atrás de mim em todos os lugares?
- Heitor, eu estou num consultório médico, num ginecologista, numa clínica chamada “Da Mulher”. Quem persegue quem?
- Eu me preocupo com você, Bárbara.
- Jura? Desde quando?
Ele se moveu na minha direção e disse no meu ouvido:
- Desde quando senti seu sabor no elevador... Da sua boca... Da sua...
- Entendi. – disse rapidamente, corando na mesma hora.
Ok, eu poderia mandá-lo sair dali. Ele não tinha nada a ver com a minha doença. Mas o homem estava me esperando às 5 horas da tarde num consultório feminino. Isso era, no mínimo... Esquisito?
- Continuei, doutor... Por favor. – pedi.
- Eu recomendo uma cirurgia...
- Eu não quero retirar meu útero. – falei na mesma hora, não deixando ele terminar.
Heitor pegou minha mão e olhei para ele, confusa. Deus... O que é isso? Me diz que estou sonhando... Ou tendo um pesadelo. Porque este aqui não é o homem que eu conheci na Babilônia. Tampouco o que mandou me prender.
- Calma, Bárbara. Deixe o médico terminar. – ele disse, apertando a minha mão.
Respirei fundo e tentei me acalmar. E sim, aceitei a mão dele. Ben poderia estar ali, mas não estava. Porque o CEO monopolizou tudo para ele. E Heitor estava sendo um bom companheiro... De consultório médico.
- Bárbara, a cirurgia é um procedimento simples. É feito por videolaparoscopia. Nele podemos retirar todo o tecido endometrial, evitando assim a retirada dos órgãos afetados. Este procedimento é feito para tentarmos manter a sua fertilidade. Mas isto não garante a extinção completa da endometriose. Ela ainda pode retornar e atingir outros órgãos. Então o tratamento precisa ser periódico e permanente.
- Eu... Não sabia desta possibilidade. Embora tenha lido muito sobre isso.
- Poderia ter sido diferente, se tivesse um diagnóstico no início.
- Sim, eu sei. Mas fui omissa comigo mesma... Por uns bons anos da minha vida.
- O que importa é que agora você está aqui. – Heitor me olhou. – E que tudo vai dar certo.
- Obrigada. – tive que dizer a ele... Estava sendo tão sensível comigo.
- Preciso que repita alguns exames de sangue e então podemos marcar o procedimento.
- Ok.
- Vou lhe dar meu número. Qualquer coisa é só me ligar.
- Obrigada, doutor.
Nos levantamos e ele nos encaminhou para a porta. Me despedi e fui pagar a consulta quando a secretária me disse que já estava paga.
Suspirei e abri a porta, me dirigindo ao elevador com Heitor. Ele pegou o celular e ligou para alguém:
- Oi... Estou indo. – falou.
Enquanto esperávamos o elevador chegar ao andar, eu disse:
- Não precisava ter pago, Heitor. Eu tenho dinheiro.
- Não me importo de pagar, Bárbara.
- Eu estou trabalhando. Posso pagar minhas coisas... E resolver meus problemas. Eu sempre fiz isso sozinha.
O elevador abriu a porta e eu olhei seriamente para ele:
- Será que é sensato nós dois entrarmos juntos aqui?
Ele riu:
- Está com medo de eu agarrar você?
- Não... Estou com medo que o elevador estrague. Somos expert nisso.
- Hum, então quer dizer que posso agarrar você?
- Claro que não... Tarado desclassificado.
Ele riu e entramos juntos. A porta se fechou e o elevador começou a descer.
- Claro que não estragaria conosco dentro uma terceira vez, não é mesmo? Até porque...
Parei de falar quando o elevador parou. Apertei o botão e nada funcionou. Olhei para ele.
- Desta vez não foi uma coincidência... Nem um acidente. Eu fiz isso. – sorriu.
- Não sei se eu mato você agora... Ou depois.
- Depois... Depois, Bárbara... – ele se aproximou.
- Heitor, eu não acredito que mandou parar um elevador porque queria ficar sozinho comigo.
Ele me empurrou contra a porta e suas mãos tocaram nas minhas costas. Senti um frio no estômago e mil pensamentos tomaram a minha mente. E fiquei tão derretida que nem colherinha me juntaria.
- Por que não foi na seleção, Bárbara? Eu esperei você. – sua voz era fraca e a respiração estava ofegante.
- Eu... Arranjei outro emprego.
- Não pode... Você é minha, Bárbara, só minha. – ele beijou meu pescoço.
- Não sou sua... Sou... De Sebastian... Perrone. – falei fechando meus olhos, completamente envolvida pelo cheiro dele, enquanto me apertava contra seu corpo.
Heitor me soltou imediatamente, se afastando:
- Você o que?
- Estou... Trabalhando na Perrone... Sou a responsável pela parte de Marketing e propaganda da empresa.
- Por que não foi para North B., porra?
- Porque você não acreditou em mim.
- Bárbara... Eu tinha que ter certeza de que não estava sendo injusto.
- E desde quando você se preocupa com injustiça, Heitor?
- Desde que conheci você, porra.
Fiquei quieta, com as palavras entaladas na garganta enquanto meu corpo começou a tremer involuntariamente. Dizer que não gostava dele era mentir para mim mesa...
- Nós... Mal nos conhecemos. – falei, quase sem voz.
- Me deixe conhecê-la melhor então.
- Isso não vai dar certo e você sabe, Heitor.
- Não estou pedindo você em casamento.
- Eu sei... Vai casar com outra. – peguei a mão dele e mostrei a aliança no dedo. – Isso é um sinal de compromisso... A porra de um anel que confirma ao mundo que você tem alguém. Como consegue ser tão cara de pau? Sem contar a loira do meio do pole dance, que se chama “Cindy”. Sempre achei Cindy nome de garota de programa.
Ele riu, com escárnio:
- Você julga até as pessoas pelo nome agora?
- Assim como você fez comigo... Me julgou por nada.
- Sebastian é um mentiroso.
- Sebastian é meu chefe. Eu gosto dele.
Ele se aproximou e pegou meu queixo, olhando nos meus olhos:
- A proíbo de gostar dele.
Comecei a gargalhar:
- Está brincando? Você não manda em mim, Heitor. Não sou sua propriedade. E eu o proíbo de gostar de Cindy.
Ele sorriu com o canto dos lábios:
- Eu não gosto de Cindy. Bárbara... Eu quero você... Muito.
As mãos dele foram descendo dos meus ombros para os braços, vagarosamente, como tochas de fogo me acendendo completamente.
- Eu quero você... Heitor. – fechei meus olhos e o puxei para perto de mim, sentindo o cheiro do seu peito, que ficava na altura do meu rosto..
Ele levantou meu rosto em sua direção e me beijou, devagar, lento, sem pressa. Mas o suficiente para me deixar completamente entregue a ele. Sua língua desvendava cada canto em mim, enquanto implorava pela minha... Que parecia só querer a dele e nada mais na vida inteira.
Enquanto focava no beijo, fui abrindo lentamente os botões da camisa dele, enquanto suas mãos foram retirando o próprio casaco, que caiu no chão.
Dei beijos leves no seu peito, sentindo sua pele perfeita na minha boca. Lambi, sentindo seu gosto... Deus, eu nunca lambi um homem... Fui descendo os beijos molhados, até chegar no cós da calça completamente alinhada ao corpo. Abri sua cinta e tirei, jogando no chão.
Ele me puxou novamente sua direção e desceu minha blusa pelos ombros, tocando minha pele do colo com os dedos, delicadamente, enquanto me encarava com os olhos completamente entregues. O verde brilhava intensamente, de uma forma que eu até então não tinha visto.
Logo eu estava com a blusa na região do abdômen e ele retirou o sutiã.
- Heitor... Tem câmeras aqui? – perguntei, olhando para cima, preocupada.
- Desligadas. – Senti sua língua próxima do seio e me arrepiei.
- E... Se o elevador volta funcionar?
- Eu estou no comando dele, Bárbara... E você no meu... – me fitou novamente.
Seus olhos desceram aos meus pequenos seios, que ele tocou um por um, acariciando. Depois sua boca foi direto a um deles, mordendo sem causar dor.
Fechei meus olhos e gemi.
- Dói, Bárbara?
- Não... Não dói... Continua, Heitor. Não tenha pena de mim. – Segui com os olhos fechados. – Faça seu melhor trabalho.
- Farei o melhor que já fiz na vida, Bárbara. – sugou o bico do meu seio com força, como se fosse a coisa mais saborosa que já provou.
Meu corpo não estava mais só arrepiado. Ele queimava feito fogo. Eu já nem sabia mais quem eu era ou de onde vim... A única certeza que eu tinha era que minha bolsa estaria ali ao final de tudo, porque ele não roubaria. O resto? Não sei como seria... Mas nunca estive tão decidida a fazer uma coisa na vida inteira.
Ele se ajoelhou aos meus pés e nossos olhos se encontraram. Respirei fundo e senti meu sangue circulando tão rápido que tive medo de ter um desmaio... De prazer e tesão.
Ele levou minha minúscula calcinha branca de renda até os pés. Ergui para que ele pudesse retirar. Ele guardou no bolso.
- O que vai fazer com minha calcinha... Seu desclassificado?
- Vou vender... Para me vingar do blazer que foi parar no brechó.
- Ninguém vai querer... – abri as pernas, esperando por ele.
- Eu vou querer, Bárbara... Eu vou comprar sua calcinha... Todas as vezes que tiver você nos meus braços.
- Eu... Posso querer falir você, CEO.
- Estou disposto a pagar... – ele afastou minhas pernas ainda mais. – Você vale cada centavo da minha falência...
- E se ao final de tudo, não valer a pena? – perguntei, recostando a cabeça na porta e fechando os olhos.
- Vai valer, Bárbara... Vai valer, eu sei que vai.
Ele lambeu toda minha extensão antes de afundar a língua na parte mais íntima do meu corpo. E não foi como o prostituto... Porque... Porra, eu tinha sentimentos por ele. Não era só tesão... Não era sobre gozar... Não era “sexo é sexo”. Eu tinha Heitor Casanova ajoelhado aos meus pés... O homem que não chupava, que só era chupado.
Ele entrava e saia dentro de mim com habilidade, com vontade, como se fosse a coisa mais importante que fazia na vida. Cheguei a contorcer-me de tanto tesão que sentia com os toques. E nunca foi tão fácil gozar na minha vida, enquanto puxava com força os cabelos dele, empurrando sua boca quase para dentro de mim.
Ele me olhou, com a boca brilhante, mas ainda desejoso:
- Gozou, Bárbara?
Assenti, sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Meu coração batia intensamente, meu corpo estava trêmulo e devia estar passando dos 40 graus ali dentro.
- Pode... Soltar os meus cabelos? – estreitou os olhos, parecendo sentir dor.
- Me... Desculpe. – falei, tentando recuperar a voz e o fôlego.
- Você tem o gosto que eu imaginei...
- Você... Imaginou isso alguma vez?
- Muitas vezes... – seu dedo circulou meu clitóris. – Você não?
- Sim... – confessei. – Imaginei você me fodendo no elevador, Heitor.
Ele sorriu e levantou:
- Muitas e muitas vezes... Até não aguentarmos mais. Eu estou louco por você, Bárbara. – falou voltando para os meus lábios, fazendo meu coração quase se estraçalhar dentro de mim.
Eu também estou completamente louca por você, Heitor. Mas jamais lhe direi isso.
Ok, Deus... Obrigada pela minha insanidade momentânea! Certamente será o melhor sexo da minha vida.