Capítulo 33
2145palavras
2022-12-24 14:42
Me virei na cama, ainda sonolento e abri os olhos. Bárbara me encarou. Pisquei repetidas vezes e ela sorriu:
- Sou eu mesma, “tarado desclassificado”.
- Será que que eu bebi demais ontem? Não lembro de você ter vindo parar na minha casa.

- Claro que não vim com você. Eu pedi para Anon me buscar depois que você saiu. Queria fazer uma surpresa. – Ela sorriu e passou os dedos levemente pelo meu peito, fazendo eu me arrepiar.
Olhei para meus braços, confuso e confessei:
- Eu... Nunca fiquei assim com uma mulher.
Ela sentou e vi seus seios nus. Eram tão perfeitos, pequenos, durinhos e as aréolas claras, não contrastando tanto com sua pele delicada.
- O que exatamente eu perdi?
- Não lembra de nada? – ela ficou séria. – É isso que significo para você?

- Não... Eu...
- Fizemos sexo no banheiro... Três vezes. Não lembra de mim ajoelhada, chupando você até gozar? – ela abriu levemente a boca e passou a língua nos lábios.
- Bárbara, você vai me destruir... De todas as maneiras. Eu acho que posso estar... Um pouco viciado em você.
Ela sorriu:

- Bebeu duas doses de uísque e simplesmente me tira da sua vida, desclassificado?
- O que exatamente significa “desclassificado”? – perguntei, curioso.
- Hum... Você ainda não está preparado para saber.
- Um dia vou saber? Você vai me contar?
- Vou... Mas antes... – ela tocou meu pênis, que imediatamente ficou duro.
- Você... Quer de novo? Eu adoro sexo pela manhã. – falei.
- Casanova, eu gosto de sexo a qualquer hora do dia, desde que seja com você.
- Me chame de Heitor, por favor.
- E você, continue a me chamar de Bárbara. Eu gosto... – sorriu travessamente.
- Eu... Quero senti-la... Não sua boca. Quero sentir seu gosto, Bárbara... – toquei sua vagina completamente molhada. – Quero provar cada pedaço do seu corpo... Quero que goze na minha língua...
- Casanova, podemos passar o dia aqui, na sua cama?
- Meu pai vai me matar se eu não for no café da manhã... Mas entre você e seu corpo fabuloso... E as cobranças de meu pai... Eu fico com você, sua louca. – Estava descendo minha boca na direção dela, que me impediu.
- Não, Casanova. – Começou a me bombear lentamente. – Primeiro eu... Quero fazê-lo gozar na minha boca.
Senti meu coração disparar e a respiração ficar ofegante. Enfim, agora eu ia sentir a boca dela no meu pau. Não era um sonho... Nós transamos no banheiro. Enfim ela se ajoelhou para mim... E agora queria de novo. Eu sabia que ela não ia resistir.
- Vou foder sua boca, Bárbara...
- Faça isso, Casanova... Não tenha pena de mim... Quero tudo...
Deitei e senti a boca dela, quente e molhada. Até nisso ela era incrível. Como consegui esquecer a noite que passou? Meus movimentos começaram a se intensificar na boca dela:
- Estou machucando você, Bárbara... Ou está bom assim?
- Bárbara? Você está louco? Quem é Bárbara?
Pisquei os olhos repetidas vezes e encontrei Cindy me encarando, na frente de meu pênis ereto, ainda o segurando.
- Cindy?
- Quem é Bárbara?
Meu pênis foi amolecendo nas mãos dela, que levantou, me apontando o dedo:
- Dividir você com Milena tudo bem... Aquela mosca morta não conta na sua vida. Mas uma segunda mulher? Você teria problemas, Thorzinho. – Ela tocou meu peito. – Não vai me deixar, não é mesmo? – ajoelhou-se aos meus pés, tentando fazer eu funcionar novamente. – Ninguém faz isso melhor do que eu, não é mesmo? Admita.
Olhei no relógio. Já passava das 6 horas:
- Estou atrasado, Cindy. Preciso sair.
- Onde vai? – ela perguntou, ainda ajoelhado no chão, nua.
- Vou tomar banho e ir para casa do meu pai.
- Milena e sua mamãezinha solicitaram você?
- Não... Foi meu pai mesmo.
- O que Allan quer?
- Se eu soubesse, não iria até lá.
Fui para o banho e ela atrás:
- Quem é Bárbara?
- Não devo satisfações para você, Cindy.
- Ah, não deve? Deve sim, Thor. Não se meta a bobo comigo...
- Está me ameaçando, Cindy? Ouvi direito?
- Entenda como quiser. Não encontrará alguém como eu, Thor. Mato o morro por você e sabe disso. Eu sou um vulcão, prestes a entrar em erupção. Você ainda não viu do que eu sou capaz...
A encarei:
- Numa briga entre vulcão e furacão, quem você acha que destrói mais?
Ela ficou confusa:
- Do que... Está falando? Ficou louco, agora?
Eu comecei a rir. Sabia, sim, do que Cindy era capaz. Mas mal ela sabia que tinha mulheres com temperamento ainda mais explosivo.
- Bárbara... Bárbara... – ela ficou pensativa. – Já sei quem é... A mulher do Bon Jovi no quadro da Babilônia. A louca que invadiu a festa do seu pai.
- Ela não invadiu. Meu pai a convidou.
- Então é ela? “Você” me disse que ela invadiu... Agora não mais? E se não bastasse, a vagabunda ainda está no seu sonho? Imaginou ela fazendo boquete em você? Está louco, por acaso?
- Primeiro: ela não é vagabunda. Segundo: eu sonho com o que e com quem eu quiser. Terceiro...
- Não preciso do terceiro. Vou transformá-la em pó.
Abri o box e olhei-a seriamente:
- Tente.
- Thor, você não está em seu juízo perfeito. Bebeu, isso?
- Saia, Cindy.
- Está me mandando sair da sua casa?
- Não quero cobranças. Eu nunca prometi nada a você.
- Mas... A gente sempre se curtiu... E se gosta. Nos damos bem no sexo, sou a funcionária que mais lhe rende lucros... Você mandou botar um poste de pole dance no seu quarto para eu dançar pra você.
- Isso não significa que temos compromisso... Eu sou noivo de outra mulher.
- E eu a amante fiel.
- Estou cansado, Cindy. Nos falamos depois... Preciso botar a cabeça em ordem.
Ela saiu, furiosa. Terminei meu banho e quando cheguei no quarto ela não estava mais.
Troquei de roupa e olhei no relógio. Teria que correr para chegar a tempo na mansão. Meu pai odiava atrasos.
Antes peguei a caixa no closet e a toquei com os dedos, como se tivesse sentindo a pele de Bárbara.
Quando desci, Nicolete já estava me esperando, com um copo térmico de café sem açúcar. Comecei a tomar enquanto ela arrumava minha gravata.
- Me conte depois o que ele queria. – Me deu um beijo no rosto.
Entreguei a caixa na mão dela, que abriu:
- O que é isso? Joias antigas? Não são da família Casanova.
- Nic, preciso que faça duas coisas para mim, bem importante.
- Fale, querido.
- Primeiro, preciso que mande pintar uma fachada... Imediatamente. Pago o que for preciso, mas tem que ser rápido e por algum profissional de grande porte. Segundo, vou com meu carro. Estas joias você vai entregar para Aron e pedir que ele leve e entregue nas mãos da “senhora Bongiove”. Ele sabe quem é e onde mora. Não deve ser entregue a outra pessoa, somente a ela.
- Ok... – ela falou, confusa.
Estava saindo na porta, quando voltei e abri a caixa. Retirei de dentro um anel em formato de flor com uma pequena pedra dentro e guardei no bolso.
- Este você não vai devolver para a senhora Bongiove? – ela arqueou a sobrancelha.
- Não... Este ela terá que vir pegar pessoalmente. – sorri. – Aqui em casa. afinal, é o mais bonito da caixa toda.
Cheguei na mansão Casanova exatamente no horário combinado com meu pai. Claro que tive que desrespeitar todos os limites de velocidade do percurso.
Cheguei na sala de jantar e eles já estavam à mesa, embora o café da manhã ainda não havia sido servido.
- Pode mandar trazer o café. – Meu pai disse para a governanta assim que passei pela porta.
- Bom dia. – Dei um beijo nele, passando por Celine, que também beijei.
Quando cheguei em Milena, ela virou o rosto e pegou também na sua bochecha.
- Heitor, por que você não apareceu mais aqui? – Celine perguntou. – Milena está reclamando de saudade.
- Sim, morrendo. – Ela pareceu debochada.
A encarei e ela desviou o olhar.
- Estava cheio de trabalho. – Respondi. – O que deseja, pai?
- Celine está preocupada que você e Milena ainda não marcaram a data do casamento.
- Me chamou aqui para isso? – perguntei, confuso.
- Claro que sim. Acha que este noivado com minha filha vai durar quanto tempo, Heitor? Ou pretende casar dentro de dez anos ainda?
- Nós... Não conversamos sobre isso ainda. – Olhei para Milena, pedindo socorro.
- Então acho que está na hora de sentarmos e acertarmos tudo, não acha, Heitor? – Milena olhou nos meus olhos, seriamente.
- Podemos... Sim, podemos fazer isso. – estranhei a atitude dela, que não queria que aquele casamento acontecesse tanto quanto eu.
- Ok. Então você vai acertar as coisas com Milena e depois quero você no escritório. Precisamos conversar sobre negócios.
Eu sabia que era mais do que a data do maldito casamento. E quando meu pai queria falar de negócios, nos desentendíamos.
- Bárbara foi na entrevista? – ele perguntou, curioso.
- Sim.
- E contrataram ela?
- Bem, eu participei da seleção.
- Você se deu ao trabalho? – ele afastou a xícara. – O que está acontecendo com você? Nunca ficou tanto tempo na North B. Será que posso ter um pingo de esperança de me aposentar e transformar você no CEO responsável que a empresa precisa?
- Era sobre isso a conversa? Vai querer me passar a direção da North B. por completo?
- Depois falamos sobre negócios. Me interessa saber sobre Bárbara. – Insistiu meu pai.
- O que você viu naquela mulher, afinal? – Celine perguntou. – Sem classe, sem cérebro... O que faz uma pessoa encontrar uma carteira e fazer questão de devolver diretamente ao dono, quando pode ligar e mandar buscar? Não tenho dúvidas de que ela fez tudo planejado para vir até a festa de Heitor. Mas quando a vi com você, Allan, fiquei na dúvida se ela estava interessada em você ou Heitor. Este tipo de mulher se joga para qualquer homem. Só quer dinheiro.
- Bárbara é uma pessoa honesta e sincera. Ao mesmo tempo que fala o que vem à sua cabeça, ela é doce e inocente.
- Inocente, sim. Doce, não tanto. – falei. – E ela tem força pra caralho na mão. – toquei meu rosto, lembrando do tapa que fez eu voltar para casa ainda com a marca.
- Que modos são estes, Heitor? – Celine me olhou, arregalando os olhos.
- Sentiu a força dela, Heitor? – Milena me olhou. – Teria sido na sua cara? – começou a rir.
- Não... Não teria motivos para Bárbara me... Bater. – Menti, enquanto minha mente lembrava do tapa e depois a joelhada.
Impossível não lembrar de nós dois no chão... Ela molhada... Sua língua... Suas mãos no botão da minha calça. Por que ela não abriu? Eu ainda conseguia sentir o corpo dela debaixo do meu, seu cheiro, sua respiração...
- Heitor? – Ouvi Milena me chamando.
- O que foi?
- Está tudo bem com você? Parece tão distante...
- Não... Está tudo certo.
Ou não. A desgraçada não sai da minha cabeça.
- Não me falou, Heitor. Ela foi ou não na entrevista? – Meu pai perguntou novamente.
- Sim... Mas tinham outros 4 candidatos. Ela foi a última a apresentar. Acontece que o rapaz que apresentou antes dela começou e Bárbara quis agredi-lo.
- Agredi-lo? Como? – Celine perguntou, interessada.
- Tentou bater nele...
- Meu Deus! Precisamos de distância desta mulher. Da nossa casa, da nossa empresa... Vou avisar os guardas que caso ela apareça, está impedida de entrar. Ela não me passa segurança... Nem confiança. – Celine começou. – Não é da nossa classe, definitivamente.
- Na verdade, ela alega que ele roubou a ideia dela.
- Como assim? – meu pai perguntou.
- Isso mesmo, pai. Ela disse que eles trabalharam em duplas e a ideia foi dela... No fim, ele apresentou o projeto que ela criou.
- E você acreditou em quem, Heitor?
- Eu... Não sei em quem acreditar. Ela não tinha quase nada em mãos para provar que a ideia foi dela. Só alguns rabiscos e impressões da internet. Além do mais, o restante dos candidatos foi contra Bárbara e a favor dele.
- E o que você fez?
- Levei ela para o hospital.
- Como assim? – Milena perguntou.
- Ela passou mal e desmaiou. Alega ter dores e uma tal de... Endometriose. Nunca ouvi falar disto.
- É uma doença sexualmente transmissível. – Celine afirmou.