Capítulo 32
1819palavras
2022-12-24 14:41
Ok, eu senti pena dele. Era visível que tinha o acertado de jeito. Ele permaneceu na mesma posição e eu agachei, olhando no rosto dele:
- Me desculpe. Por favor...
Ele me agarrou, beijando-me e acabou caindo por cima de mim no chão. Caralho, diz não, finge que não quer a boca gostosa dele na sua, a língua agora não mais tão calma e sim exigente... A mão passando pela lateral do seu corpo, entrando pela calça, chegando até a calcinha com facilidade... Seus dedos sentindo a intimidade encharcada, ansiosa por ele...

Não, eu não queria parar com aquilo. Quando percebi, estava tentando abrir a calça dele. Sim, eu, uma quase virgem, tentando tocar um homem que eu havia acabado de dar uma joelhada.
- Você é completamente louca, Bárbara. – Ele mordeu o lóbulo da minha orelha. – Quero você... Muito.
Abri as pernas e ele começou a se esfregar em mim. Eu já sentia seu membro endurecido sob o tecido das roupas que nos separavam. As mãos de Heitor levantaram meus braços e as mãos foram imobilizadas.
Ele me encarou:
- Eu vou domar você, Bárbara.
- Não sou égua para ser domada. “Eu” vou domar você, Heitor.

- Pode me domar... Na cama... Você por cima, eu por baixo. Faça de mim o que quiser... Mas me deixe senti-la... Quero fodê-la por horas, até que você implore para que eu pare. Então vou usar minha língua... E quando não aguentar mais, voltarei a enfiar meu pau em você... – uma das mãos seguiu segurando as minhas e a outra veio até minha boca. O polegar passou meus lábios vagarosamente.
Mordi o dedo dele e consegui pegar seu indicador, chupando-o enquanto o olhava firmemente. Ele soltou um gemido e fechou os olhos, me estocando com força, sob as nossas roupas.
- Me chupa, Bárbara. – pediu, com os olhos fechados. – Por Deus...
Empurrei o dedo dele com minha língua:

- Deus não participa destas coisas, Heitor. E não... Eu não vou chupar você. Não sou a loira do pau do meio do pole dance. O dia que eu me ajoelhar a seus pés pode mandar me internar.
Ele me olhou. Sua boca estava voltando para a minha e abri meus lábios, para senti-lo novamente.
Ben apareceu no corredor e nós olhamos para ele. Tentamos levantar, aturdidos, confusos, com tanta demora que nem sei como consegui voltar ao meu estado normal.
- Eu... Posso ter desmaiado. – falei.
- E ele estava fazendo boca a boca? – Ben enrugou a testa. – Só vim pegar uma água, estou morrendo de sede... Sede de água. Mas a sede de vocês pode ser satisfeita na cama... Ou num Motel. Caralho, você é podre de rico. Minha amiga nunca foi num Motel. Não vou deixar você comer ela no chão da nossa casa.
- Ah, porra. Você precisa ir embora, senhor Casanova. – falei.
- Senhor Casanova? – Heitor me olhou, confuso. – Você pode ter sérios problemas de personalidade, Bárbara.
- E quem não tem, Thor? – Ben falou, vindo na nossa direção. – Agora você precisa ir. É muito tarde e minha amiga procura trabalho todos os dias. Aliás, você a contratou? Ou vai comê-la e depois dar o pé na bunda, sem deixá-la sequer empregada?
Ele olhou seriamente para Ben, sem saber o que dizer.
- Olha esta carinha aqui. – Piscou várias vezes para Heitor. – Eu posso matar e morrer pela minha melhor amiga. Se fizer qualquer coisa pra ela, enterro você vivo.
- Eu... Sei. – Heitor disse.
- Ela não é a loira do pau do meio do pole dance... Os cabelos de Babi não são aplique, são naturais. Aliás, tudo nela é natural. E ela dança bem pra caralho... Sem precisar de um pau pra mostrar seus dons.
- Eu posso apostar que ela dança bem no pau também... – ele disse, já abrindo a porta e saindo rapidamente, temendo a minha reação.
Ele saiu e eu tranquei a porta, me recostando sobre ela. Olhei para Ben. Minha respiração estava acelerada e meus cabelos despenteados.
- Amiga... O que foi isso? Deixou Cinderela no chinelo. Vou escrever um livro sobre você e o CEO no chão do apartamento.
Ouvimos duas batidas firmes na porta. Nos encaramos e Ben falou baixinho:
- É ele.
Ben correu para trás da porta e eu abri uma fresta. Heitor continuava ali.
- O que foi? Por acaso vai dormir na minha porta?
- Quer ir para um Motel comigo?
- Meu Deus, você é um tarado desclassificado e cara de pau.
Fui fechar a porta e ele colocou o pé entre ela:
- Só quero dizer que... Eu acredito que a ideia foi sua.
- Do que você está falando?
- Da manhã... Do processo... Da North B.
Fiquei um pouco mais calma:
- Eu não menti. Ele roubou a minha ideia.
- Podemos conversar melhor sobre isso... Outra hora.
- Sim... Que não seja depois da meia noite.
- Quer ir ao Motel?
- Não.
- Posso ficar?
- Não.
- Por quê?
- Heitor, eu não sou as mulheres que você está acostumado.
- Eu não disse que era.
- Não vou dormir com você.
Ele sorriu:
- Não hoje. Boa noite, Bárbara.
- Boa noite... Não vá pelo elevador. Não é seguro.
- Elevador de hoje em diante, só com você. – Sorriu novamente e se foi, descendo pelas escadas.
Fechei a porta e me recostei de novo na porta:
- Acho que eu vou ter que transar com este homem, Ben.
- Se você não fizer isso, juro que eu mesmo faço. Que pegada! E eu já estou apaixonado. Ele não é nada do que você descreveu, sua mentirosa!
POV HEITOR CASANOVA
Desci as escadas tão rápido que cheguei no carro ofegante. Abri a porta e sentei no banco de trás.
- Para casa, senhor? – Anon perguntou, me olhando pelo retrovisor.
Respirei fundo, repetidas vezes, tentando recuperar o ar:
- Casa... Minha casa. – falei, me recostando no banco.
Virei o rosto e vi, mesmo com a pouca iluminação, a pichação do “louca desclassificada” na fachada do prédio dela.
Louca, sim... Desclassificada, sei lá o que diabos isso significava, mas era ruim... Então ela não era.
Fechei meus olhos. Foi um dia cansativo, mesmo ao lado dela. Aquela mulher me sugava todas as energias. Como os amigos conseguiam ficar ao lado dela tanto tempo? Ela era como um furacão, destruindo tudo por onde passava.
Tentei botar meus pensamentos em ordem, mas não conseguia tirar aqueles olhos azuis da minha cabeça... Nem a boca, que beijava bem para caralho.
Peguei meu telefone, para distrair-me e tirar os pensamentos que voltavam para aquela “desclassificada”.
Tinha dez ligações de Cindy e duas do meu pai. Nenhum deles deixou recado.
Liguei para o meu homem de confiança na Babilônia e expliquei que não iria naquela noite. Inventei uma desculpa qualquer.
Cheguei tarde da noite no meu apartamento. Assim que inseri o cartão na porta e entrei, as luzes se acenderam automaticamente. E vi Nicolete deitada no sofá. Ela estava dormindo e a TV ainda ligada.
Sorri e fui até ela, lhe dando um beijo, com o intuito de acordá-la.
Ela abriu os olhos:
- Heitorzinho?
- Oi Nic.
Ela olhou no relógio, levantando:
- Chegou cedo hoje. Não ficou até a Babilônia fechar?
- Não. Não estava lá.
- Quer que eu prepare algo para você comer?
- Não... Estou bem. Não comi praticamente o dia inteiro e estou sem fome. Acabo de tomar um café puro... Puro açúcar. – Riu. – Vou tomar um uísque para tentar dormir.
- Duvido que consiga dormir. – Ela revirou os olhos e apontou para a escada.
- Ela está aqui?
- Sim. – Assentiu.
Suspirei, cansado. Enfrentar Cindy depois de um longo dia não seria nada fácil.
Cantarolei uma música enquanto me dirigia para a escadaria e retirei meu casaco, afrouxando a gravata:
- Vá dormir no seu quarto, Nic. Vai acordar com dores no corpo se pegar no sono neste sofá.
- Heitorzinho... Você está cantarolando?
Parei e olhei para ela, já no segundo degrau:
- Qual problema?
- Não lembro a última vez que você fez isso, querido.
- Tive um dia cheio.
- E pelo visto bom. – Ela sorriu.
- Bem... Não sei se foi bom. Mas posso ter conhecido uma mulher... Que me cansa só de olhar para ela.
Nic veio até mim:
- Outra mulher? Quando você vai parar com isto, Heitorzinho?
- Nic, ela é diferente.
- Diferente?
- Em vários quesitos... Me irrita profundamente. Fala demais e me provoca, não tendo medo de nada. E o pior... Não quis dormir comigo.
- Heitor Casanova rejeitado?
Eu ri:
- Acredita nisto?
- E eu devo acreditar que está gostando, querido?
- Não... Claro que não. Só vou ter mais trabalho para dormir com ela... Só isso.
- Não acredito mais nas mulheres que você encontra pelo caminho. São tantas que vem e vão que nem chego a decorar no nome. Exceto Cindy e Milena. Não acho que você tenha lugar e fôlego para uma terceira.
- Talvez tenha que dispensar uma. – Pisquei.
- Não são todas que aceitam viver uma vida assim, tendo que dividir seu homem sem se importar.
- Digamos que esta mulher, particularmente, não seria das que aceitaria. Creio que nem em troca de conforto e vida boa.
- Já gostei dela.
- Isto é o pior... Eu acho que também gosto desta sinceridade dela, braveza e ao mesmo tempo inocência.
- Seu pai quer você no café da manhã na mansão amanhã.
- Problemas?
- Não sei. Mas ele parecia tranquilo.
- Ele sempre parece tranquilo, mesmo quando está enfurecido.
- Falando em fúria... Você vai enfrentar um dragão enfurecido lá em cima.
- Eu já imagino.
Assim que entrei no meu quarto as luzes se acenderam. Coloquei a iluminação em modo baixo. Cindy estava dormindo na minha cama, só de lingerie.
Fui até o banheiro e retirei a roupa. Liguei o chuveiro no frio, pois ainda sentia o corpo de Bárbara, como se a tivesse tocado segundos atrás. Deixei a água escorrer, fechando meus olhos enquanto me firmava com as mãos na parede úmida e escorregaria. E mesmo de olhos fechados, eu só conseguia encontrar aqueles olhos azuis desafiadores nos meus. Lembrei dela tentando bater no rapaz que ela disse roubar sua ideia e me peguei rindo sozinho. Eu daria qualquer coisa para tê-la ajoelhada na minha frente, me tendo na sua boca. Chegava a ver seus olhos querendo mais, enquanto eu me enfiava na sua boca gostosa. Minha ereção começou instantaneamente.
Me masturbei sentindo-a me chupando. Fui deitar, tentando encontrar um canto na minha própria cama. Coloquei o celular a despertar as seis horas da manhã, para o café da manhã na casa do meu pai. Eu tinha exatamente 4 horas para dormir.