Capítulo 114
2199palavras
2023-02-08 10:45
Umedeci os lábios e comecei a passar a língua por toda extensão do seu pau, saboreando o chocolate frio. Meus olhos não se desviavam dos dele, que vez ou outra não resistia e gemia, enlouquecido de prazer.
Quando acabei com o doce, dei atenção especial à sua glande, pois sabia o quanto aquilo o excitava ainda mais. Eu não tinha pressa... Queria satisfazê-lo, ouvi-lo falar meu nome num sussurro, implorando por mais.
Enquanto o bombeava, minha boca o sugava mais profundamente. Charles pôs a mãos na minha boceta encharcada, seguindo o ritmo da minha boca no seu pau, enfiando três dedos.
Fechei os olhos e senti meu coração bater intensamente. O prazer me consumia de forma absurda. E eu iria gozar nos dedos dele.
Afastei-me, enquanto meu corpo estremecia de forma intensa. Charles tocou meus lábios com os dedos, que chupei:
- Consegue sentir o gosto maravilhoso que você tem, garotinha? – Perguntou, exalando luxúria.
Assenti e esperei que meu corpo voltasse a obedecer-me. Seu pau seguia na minha direção, duro como pedra.
- Quero que goze aqui... – Provoquei, mostrando meu colo, próximo dos seios.
Ele sorriu de forma sensual:
- Isso será rápido, meu amor...
Sentei-me sobre minhas pernas, que estavam dobradas e o vi masturbar-se, até jorrar seu gozo esbranquiçado e morno na minha pele.
Deitei-me e esfreguei o líquido viscoso sobre os seios, enquanto mordia meus lábios provocantemente:
- Número dois no banheiro, debaixo do chuveiro? – Propus.
- Dois e três no chuveiro. Quatro na cama.
- E ninguém dorme esta noite? – Sorri, jogando meu corpo na cama.
- Todos dormem, menos nós dois.
- Eu jamais digo não para sexo e você sabe disto.
Ele me pegou no colo, levando-me para o banheiro:
- E é por estas e outras que nos damos tão bem, garotinha. Porque tudo é perfeito entre nós... Absolutamente tudo. – Me beijou, antes de me pôr de pé no box.
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Charles estava com os olhos vendados no carro. Assim que Guilherme estacionou, peguei Alice do bebê conforto e Melody na outra mão.
Gui ajudou o pai a descer, não esquecendo de perguntar:
- Tem certeza de que não está vendo nada?
- Tenho, porra! Eu tenho a sensação que vou cair... Não me deixe cair, Gui...
Ele tentava andar sem tropeçar, levantando os pés mais do que o normal, amedrontado.
- Papai, “porra” é um palavrão. Mamãe vai ficar brava e pôr você de castigo. – Melody criticou.
- Ah, Medy... Eu vou mesmo para o castigo. Mamãe, não seja muito dura comigo, por favor.
- Acho que vou deixar Medy escolher o castigo, papai. Palavrões não são tolerados em nossa casa, não é mesmo, Medy? – Perguntei.
- Então papai não vai ser castigado? Porque não estamos em casa... – Ela me olhou.
- Por que você tem que ser tão esperta, garota? – Comecei a rir.
Assim que chegamos em frente ao Cálice Efervescente, Gui me olhou e sorriu:
- Podemos retirar a venda, senhora Bailey?
- Você sabe que oficialmente não sou a senhora Bailey, não é mesmo? – debochei – Seu pai parece não ter intenção nenhuma de oficializar esta união com duas filhas e um filho – ri.
- Acho que ele talvez pense que você seja como Yuna: anti casamentos. – Gui ironizou.
- Não me digam que estou na frente de uma igreja? Porque eu não estou preparado para isso. – Disse Charles.
- Não? – Arqueei a sobrancelha.
- Claro que não, mamãe. Ele não trouxe roupa.
Começamos a rir.
- Acho que nosso pai vai usar a jaqueta de couro até no casamento, Medy.
- Mamãe gosta da jaqueta. Ela tem uma também. – Medy lembrou.
- Enquanto vocês conversam eu fico aqui? De frente para o altar? – Charles perguntou.
Guilherme desatou a venda e a deixou cair, fazendo com que o pai visse o Cálice Efervescente e sua nova placa luminosa, recém feita: Cálice Efervescente - Direção: Charlie B.
“El cantante” ficou imóvel, cerca de dois minutos, olhando para a placa luminosa rosa pink que brilhava intensamente no início daquela noite de verão.
Percebi as lágrimas escorrendo pelo rosto dele e não consegui conter as minhas. Porque sim, eu havia esquecido que o amor da minha vida se emocionava com tudo... E não sentia vergonha em chorar e demonstrar qualquer tipo de sentimento, independente de qual fosse.
Ele me olhou e depois os olhos foram na direção do filho:
- Vocês fizeram isso?
- Sim, meu amor! Eu tinha metade do dinheiro, da venda da minha casa... E Gui deu o restante.
- Na verdade, era o seu dinheiro mesmo – Gui observou – Digamos que peguei para guardar pra você. – Riu.
Charles me abraçou e automaticamente Alice estava conosco naquele ato de carinho. Puxei Medy, sentindo suas mãozinhas em torno de nós e Charles puxou o filho, que aceitou acolher a todos nos com seus braços finos e longos.
Sim, éramos uma família agora. Daquelas que se amava profundamente, independe das brigas. E que se protegia... Em qualquer situação.
- Então, “el cantante”... Já tem um projeto em vista? – Perguntei.
Ele foi indo em direção ao Bar:
- Muito... Inúmeros. E todos envolvem vocês... Minha família... A razão de tudo.
Deus! Só nós sabíamos o quanto foi difícil chegar ali, naquele momento, juntos, felizes e sem medo. Merecíamos tudo que estávamos vivendo.
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Naquela tarde, Colin me ligou.
- Olá, Colin! Boas notícias ou desligue. – Falei enquanto preparava o chocolate quente de Melody.
- Nossa, com você é dócil!
- Sabe que hoje estou lotada de coisas. Em horas o Cálice Efervescente inaugura e estou como? Fazendo chocolate quente.
- Que horas vai para lá?
- Em torno das 19 horas. Mamãe vai ficar com as meninas. Mas claro que depois vou ter que encontrar uma solução, não é mesmo?
- Bem, se alguém denunciar você e Charles por leva-las ao bar, sabe que tem um bom advogado. – Riu.
- Bem, isso eu sei. O melhor do país inteiro.
- Tão bom que adivinha? O prédio da J.R Recording foi vendido.
- Não... Jura? – Senti meu coração bater descompassadamente.
- Sim. Me ligaram hoje para confirmar. Querem rapidez no processo de compra e venda.
- Parece mentira. Mas o que vão fazer lá? Outra gravadora? É um prédio de dez andares... Enorme.
- Sabe aquela Construtora que vem crescendo incrivelmente em Noriah Norte?
- Construtora Partenon?
- Exato. O espaço que eles têm não comporta mais a empresa, que está tomando conta de todos os terrenos com bom potencial no país.
- Mas será que eles vão destruir o prédio?
- Não. Vão trazer a matriz para o prédio da J.R Recording. A localidade é ótima e o Senhor Archambault Chalamet tem dinheiro de sobra para a reforma, afinal, é dono de uma construtora.
Suspirei:
- Fico feliz que não botar o prédio abaixo. É relativamente novo para isso.
- Se vendeu, não tem mais poder sobre ele. Sabe disso, não é mesmo?
- Sim, claro que sei. E Mariane? Você já deu a notícia à ela?
- Dei. Mas a notícia dela não foi muito boa.
- Não? – Fiquei curiosa.
- A Justiça decidiu que a parte dela será dada como quitação da dívida ao Estado.
- Não acredito!
- Acredite.
- Deus existe, Colin. E agora eu creio Nele.
Ouvi a risada dele do outro lado da linha:
- Você não existe, Sabrina.
- Eu existo sim, Colin.
- Sabrina... Eu queria lhe dizer uma coisa.
- Diga.
- Eu conversei com Mariane um tempo. E tirei algumas dúvidas sobre o passado.
- Que tipo de dúvidas, Colin? – Senti meu coração acelerar.
- Eu... Não dormi com ela.
- Como... Assim?
Ouvi a respiração dele pesada do outro lado:
- Ela foi para a Babilônia sabendo que eu estava lá. Sabia que eu havia bebido demais... E confirmou que eu estava tão bêbado que não consegui... Bem... Não consegui...
- Ficar duro para ela?
- Sim.
- Mas... Você disse que eu era melhor de cama do que ela... Confirmou isso... Então... Eu achei...
- Eu menti... Faria qualquer coisa pra tê-la de volta. Acordei nu ao lado de Mariane, com marcas dela no meu corpo. O que você queria que eu pensasse?
- Colin... Eu cheguei a imaginar que ela pudesse ter mentido, conforme percebi o tipo de pessoa que ela era: má, cruel e interesseira.
- Eu jamais teria traído você, Sabrina. Porque sempre a amei.
- Colin, eu sinto muito pelo que aconteceu. Mas...
- Mas... Eu amo mais Yuna – ele riu – Me desculpe pela verdade.
Gargalhei, sentindo-me menos tensa:
- Acho que tudo aconteceu exatamente como deveria ter sido... Não acha?
- Não acho. Tenho certeza. Inclusive a parte de Mariane ter ficado sem nada.
- Eu não quero mais vê-la... Se a vir na rua, juro que troco de calçada para não cruzar com minha irmã.
- Ela alugou um apartamento numa região suburbana. Não sei o que vai fazer para ganhar dinheiro. Será que sua mãe não vai ampará-la?
- Eu não duvido... Mamãe sempre foi fraca, especialmente com vinganças. Já achei demais ela ter acusado meu pai pelo que ele lhe fazia.
- Infelizmente você não pode intervir nisso.
- Não... Ela é mãe. E apesar do ódio que sinto por Mariane e minha intenção de fingir que nunca tivemos uma relação familiar, sou mãe também. E faria qualquer coisa por minhas filhas. Calissa não foi omissa comigo. Esteve por trás da grana para minha faculdade... E acompanhou tudo que vivi em Noriah Sul.
- Como diz Charles: cada um tem o que merece no fim.
- Exatamente. Mas uma vingancinha nem sempre é ruim, não é mesmo, Colin?
- Eu me senti feliz por saber que não aconteceu nada comigo e Mariane. Senti tanta raiva de mim mesmo, por tantos anos, pelo que fui capaz de fazer com você.
- Colin, me desculpe... Por não ter acreditado em você.
- Nem eu acreditei em mim, Sabrina. E agora... Bem, o que acha que botarmos uma pedra sobre este assunto e todo nosso passado?
- Tenho várias aqui no pátio de casa... – Brinquei.
Ele riu:
- Não vou até aí buscar... Longe demais.
- Eu já pus a pedra, Colin. Quando você me pôs num avião particular em direção à Noriah Sul e me deixou dinheiro, mesmo eu negando.
- Você tem um lugar especial no meu coração, Sabrina.
- E você no meu, Colin.
- E serei eternamente grato por você ter me feito conhecer Yuna. Ela é o amor da minha vida.
- Este agradecimento tem que ser para Medy. Eu lembro que ela já decidiu que vocês dois seriam um casal na primeira vez que o viu.
- Lembro disso... Garota esperta. E com visão do futuro.
Alice começou a chorar no tapete.
- Colin, preciso atender Alice. Nos falamos melhor no seu escritório esta semana?
- Sim. Você precisa assinar a documentação junto do senhor Archambault Chalamet.
- Que nome estranho!
- Ele é estranho.
- Imagino um senhor alto, magro, moreno, apessoado.
Colin gargalhou:
- Ele é baixo, nada atlético e fala gritando. Eu não trabalharia para ele.
- Bem, então o prédio da J.R Recording segue sendo comandado por um ditador?
- Creio que sim. Muda o nome, mas não o tipo de pessoa que segue na linha de frente.
- Tchau, Colin. Alice está chorando... Agora de verdade.
- Boa noite. Nos vemos em seguida.
Desliguei a ligação. Peguei Alice no colo. Melody estava sentada no sofá, com fone de ouvido, assistindo televisão.
Estava indo colocar meu telefone para carregar quando recebi outra ligação. Droga! Pensei em não atender. Mas era número desconhecido. Poderia ser algo importante.
- Alô!
- Boa tarde. Gostaria de falar com Sabrina Rockfeller.
- É ela.
- Sou da Faculdade de Ciências Exatas de Noriah Norte. Recebemos um currículo seu há um tempinho atrás.
- Sim, realmente enviei. É para a vaga de Professora, mas ainda não terminei o Mestrado.
- Nossa proposta é você concluir seu Mestrado na nossa universidade enquanto trabalha num projeto de pesquisa para nós. Gostamos muito das suas ideias de projetos voltados para aprendizagem da Matemática de lúdica na Infância. Podemos fechar uma parceria para uma futura contratação.
- A resposta é sim, eu aceito. – Falei imediatamente.
- Ok, então deixamos marcado sua entrevista para amanhã, à tarde. Pode ser?
- Pode ser... Com certeza.
Desliguei o telefone sem conseguir acreditar. Melody retirou os fones e me olhou:
- Mamãe, meu chocolate está pronto?
Senti o cheiro de queimado na cozinha e saí correndo com Alice no meu colo.
Suspirei e olhei para minha bebê:
- Ok, agora eu preciso providenciar alguém para cuidar de você. Melody vai para a escola durante o dia, eu trabalho... Será que vai ser de dia ou de noite? E se for de dia? Então que horas eu e seu pai nos encontraremos?
- Papa...
- Meu Deus! Você falou papai... Espero que este dia não acabe nunca mais...
Rodei com ela, agarrando-a com força nos meus braços, enquanto ria sozinha.