Capítulo 113
2178palavras
2023-02-08 10:44
O jantar naquela noite foi de comemoração. Estávamos esgotados, mas felizes demais. O fato de Guilherme finalmente estar conosco era simplesmente incrível.
Decidimos sair do tradicional e montamos uma mesa no nosso quintal, ou seja, na beira da praia. Um conjunto de lâmpadas redondas iluminou a mesa bem posta, que vez ou outra tinha algumas coisas derrabadas com o vento.
Brindamos com espumante e também havia vinho. Finalmente nossa família estava unida: eu, Charles, nossas filhas, Gui, minha mãe, Min-ji, Colin e Yuna.
- Do-Yoon adoraria nosso jantar na praia. – Comentei.
- Aposto que sim. Mas ele está aproveitando bastante a lua de mel esta hora. – Min-ji sorriu.
- Eu fiz sobremesa – levantei – Vou buscar.
- Você fez sobremesa? – Charles arqueou a sobrancelha.
- Hum, vou surpreender você, amor.
Levantei e Alice começou a resmungar no carrinho de bebê. Charles a pegou e subi para pegar o doce.
- Eu ajudo você. – Guilherme ofereceu-se, vindo comigo.
Entramos na cozinha e peguei as taças, já prontas. Ele olhou para a bandeja e disse, com a testa enrugada:
- O que é isso?
- Eu fiz chocolate quente... Mas pus na geladeira pra ficar geladinho. E por cima tem chantilly e...
- Marshmellows? – Riu.
- Sim... Para ficar mais colorido.
- Eu nunca comi esta sobremesa não...
- Claro que não. Foi eu que inventei. – Toquei a ponta do nariz dele e pisquei.
- Medy vai gostar do colorido.
- Claro que vai.
Eu entreguei uma bandeja para ele e peguei a outra:
- Não tive muito tempo para fazer algo mais incrementado.
- Achei fofo. – Ele sorriu.
- Obrigada.
Ele me encarou:
- Sabrina, eu quero te dizer uma coisa.
- Quer? – Senti um frio na barriga. Não queria que ele falasse sobre os sentimentos que tinha com relação a mim. Seria bem complicado.
- Eu... Bem...
- Fale, Gui... Se for algo que não vai atrapalhar de forma alguma este momento. – Pedi seriamente.
- Não vai atrapalhar.
- O que é?
- Eu quero lhe dar o dinheiro que falta para comprar o Cálice Efervescente para o meu pai.
- Como assim?
- Sei que você não tem todo o dinheiro ainda. E por mais que ele se esforce compondo, as despesas são altas com as meninas, a casa... Enfim.
- Não é justo me dar o seu dinheiro para isso.
- No fim, é o dinheiro dele e você sabe muito bem disto. A ideia foi da minha mãe, de pedir parte do que ele tinha. Eu só queria magoá-lo. Nunca foi pela grana. Quero devolver... De uma forma que o agrade.
- Tem certeza?
- Sim, eu tenho.
- E como vai arranjar dinheiro para sobreviver aqui em Noriah Norte? Porque sinceramente, se for usar a sua avó financeiramente, isso não é independência. Yuna me ensinou isso... – Sorri, lembrando.
- Quem sabe eu não arranjo um emprego neste bar?
- Você sabe cantar, garoto? – Brinquei.
- Não... Mas sei lavar copos... E posso aprender a servir bebidas.
- Está falando sério?
- Bem... Digamos que não tenho nada mais interessante para fazer. E... Eu não quero ficar longe de vocês.
Apertei meus lábios, respirando fundo para não chorar. Larguei a bandeja e o abracei, mesmo com a dele nas mãos.
Charles parou na porta, com Alice no colo. Os olhos verdes me encararam e não consegui identificar o que ele sentiu.
Afastei-me e disse, limpando a lágrima teimosa que caiu:
- Olá, “el cantante”? Veio ajudar a levar a sobremesa? – Ironizei.
- Está tudo bem por aqui? – Me encarou.
- Sim. – Confirmei.
Charles olhou para Guilherme e depois para mim:
- Não vim ajudar com a sobremesa. Na verdade, vim trocar uma fralda. – Sorriu, olhando para filha.
- Fralda suja e sobremesa não combinam. – Guilherme sorriu.
- Não... – Charles disse sem jeito.
- Relaxa, pai – Guilherme falou – Eu e Sabrina estamos conversando sobre você. Mas não vamos lhe dizer o que é... Porque vai ser uma surpresa. – Piscou para mim.
- Eu... Estou relaxado – tentou se justificar – Só...
- Só veio verificar se eu não estava dando em cima da sua mulher – Guilherme balançou a cabeça, rindo – Acho melhor a gente encerrar isso por aqui. Eu gosto muito de Sabrina... Só eu sei o quanto ela abriu meus olhos, inclusive com relação a você. E vou respeitá-la... Sempre. Ou ao menos enquanto ela for a sua mulher.
- Então “sempre”. – Charles sorriu.
- Sempre. – Confirmei, abraçando o pai da minha filha.
- Obrigado por me acolherem... De uma forma diferente... Como nunca fui antes. – Gui disse com sinceridade.
- Você não tem noção de quanto tempo esperei por você, meu filho. – Charles confessou.
- Então vamos esquecer o passado, pai. Principalmente a parte sobre mim e Sabrina. – Sugeriu.
- Acho difícil esquecer se você não superou, entende? – Charles confessou.
Fiquei ruborizada, mas tentei dar a minha opinião:
- Gui é jovem. E vai encontrar alguém... Que ele ame e o ame da mesma forma. Eu tenho certeza.
- Eu também – garantiu, com um sorriso largo – Desde que não seja como Rachel.
- Deus me livre! – Charles gargalhou – O que é isso? – olhou para minha sobremesa na bandeja.
- Bem, sua digníssima mulher fez chocolate frio de sobremesa. – Guilherme explicou.
- Chocolate frio? Isso existe?
- Bem, acabei de inventar, meu amor! – Respondi, orgulhosa.
Charles suspirou:
- Não era mais fácil nós termos comprado sorvetes?
- Não mesmo... Daí não provariam meus dotes culinários.
- Terei que ser o primeiro a provar? – Brincou.
- Claro que sim.
- Acho que vou trocar esta fralda... – Foi saindo, enquanto ria.
- Pai... Quer ajuda? – Gui ofereceu.
- Já trocou alguma vez uma fralda?
- Não.
- Não acredito! Venha... Vou lhe mostrar o quanto estes bebezinhos podem ser cruéis conosco.
- Ei... E quem me ajuda com a sobremesa? – Perguntei.
- Acho que leva só uma bandeja. Não sei se todos vão querer. – Charles debochou.
Olhei para os meus doces, tão bonitos. Não poderiam julgar pelo nome. Acho que estava bom.
Enfim... Melody amou. Os outros? Bem, comeram um pouquinho, para não me deixar sem graça. No fim, demos muitas risadas, enquanto Medy bebeu tudo que sobrou.
- Achei que iria provar a minha sobremesa. – Falei no ouvido de Charles enquanto subíamos trazendo as coisas que levamos para praia.
- Eu provei... E até guardei para depois.
- Verdade?
- Sim... Vou provar diretamente do seu corpo.
- Isso meio que me deixa com muitas expectativas, “el cantante”.
- Minha garotinha, leite e chocolate... Não sei o que vou comer primeiro. – Sussurrou sem se importar se alguém vinha próximo de nós.
- A garotinha! – Sugeri.
- Vamos lavar esta louça. – Min-ji passou por nós com os pratos.
- Nem pensar... Hoje não. Eu lavo amanhã. Todo mundo para suas casas agora.
- Está nos mandando embora, Sabrina? – Minha mãe perguntou, rindo.
- Bem... Não exatamente.
- É muita louça para você lavar sozinha amanhã, menina. – Min-ji observou.
- Min-ji, você não sabe o que seus filhos fizeram comigo quando fiquei em Noriah Sul. Me obrigavam a lavar louça dia e noite... Foi horrível. – Ironizei.
- Por isso mesmo ela vai lavar tudo amanhã. Ficou simplesmente obcecada, de tanto que gostou. – Yuna deu-me um beijo, descendo em direção à praia.
- Onde vocês vão? – Olhei ela e Colin, de mãos dadas.
- Num lugar só nós dois. – Colin explicou.
- Autoriza? – Yuna debochou.
- Eu... – Fiquei ruborizada.
- Deixa os dois aproveitarem. – Charles me puxou pela mão.
Eu ri:
- É muita evolução destes dois. Será que vão transar na areia?
- Ou só caminhar mesmo. – Min-ji observou.
- Não, Min-ji, acho que sua filha vai transar com o marido. Casais não caminham na praia à noite. – Charles observou.
- Está usando você e Sabrina como parâmetro? – Calissa perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Sinceramente, acho este assunto muito pessoal. – Min-ji trouxe o restante das coisas, fechando a porta.
- E eles vão deixar você aqui, Min? – A abracei.
- Não mesmo... Ela vai comigo para casa. – Calissa avisou.
- Isto já estava planejado? – Fiquei curiosa.
- Não. Mas como eles saíram, ela vai comigo. – Minha mãe confirmou, levando Min-ji.
Chegamos na sala e encontramos Gui e Melody dormindo no sofá.
Nos despedimos delas e olhei para Charles, abraçando-o:
- Não acha linda a cena dos dois irmãos?
Gui abriu o sofá e deitou para o lado de fora, enquanto Medy dormia no braço dele, a mãozinha sobre seu rosto.
Retirei os calçados dela, tentando não acordá-la. Charles fez o mesmo no filho.
Quando chegamos próximo da escada, Charles me pegou no colo. Comecei a rir, tentando me controlar para não fazer ruídos.
- Adoro quando você faz isso. – Confessei, enquanto me segurava nele com meus braços.
- Adoro fazer isso. – Os olhos verdes fixaram nos meus.
- Acha que Alice vai acordar muito esta noite?
- Acho que não. Combinei com ela de acordar só uma vez. – Piscou, com um sorriso debochado no canto da boca.
Assim que entrou no quarto, ele trancou a porta e me pôs sobre a cama. Foi até a porta e abriu-a, deixando o vento entrar no quarto, a cortina seguir seu sopro, dançando com a brisa.
Charles veio até mim, deitando ao meu lado, a cabeça descansando na mão, o cotovelo apoiado no colchão. Quando ele me olhava daquele jeito, o mundo todo parava e não existia nada mais, só nós dois e o amor intenso que nos ligava.
- Enfim, sós. Foi um dia cheio. E uma noite louca.
- Senti medo de você não sair... E ficar lá, preso, por muito tempo.
- Era um risco que eu correria.
- Eu ficaria lá... O tempo que fosse... Por você.
O polegar dele passou pelos meus lábios, enquanto o olhar acompanhou o trajeto, descendo pelo meu pescoço, fazendo o contorno do vestido.
- Você achou que eu pudesse trair você com Gui? – Perguntei seriamente.
- Não... Não achei.
- Mas...
- Eu só fui trocar a fralda de Alice. Quando o vi abraçada a ele... Eu não sei direito o que senti.
Toquei seu rosto, sentindo a barba fina:
- Para mim não existe outra pessoa a não ser você.
- Amo você, garotinha... E nossa família. Amo até... A sua sobremesa horrível.
Começamos a rir. Dobrei as pernas, involuntariamente. Foi o suficiente para ele pôr a mão, sentindo minha intimidade, que já começou a latejar.
- Sempre pronta! – Sorriu sensualmente.
- Sempre... Lembre-se que tem uma dívida comigo.
- Vou cumprir... E aproveitar para “matar” umas atrasadas.
Arqueei meu quadril, sentindo seu toque ainda mais. Charles puxou a calcinha rendada para o lado, passando a mão na minha boceta molhada. Os olhos seguiam me encarando.
Mordi o lábio inferior quando ele enfiou dois dedos dentro de mim, fazendo meu corpo queimar.
- Sabe que sou fraca, “el cantante”.
- Adoro sua fraqueza... Pois goza inúmeras vezes. – O terceiro dedo começou a trabalhar junto dos outros.
- Você me enlouquece, Charles...
Ele retirou minha calcinha para depois preocupar-se com o vestido. Fiquei completamente nua, esperando por ser possuída por ele, apagando o fogo que ardia dentro de mim.
No entanto Charles foi até o aparador e pegou uma taça de sobremesa.
Comecei a rir:
- Vai mesmo fazer isso?
- Certamente... Vou comer tudo... Absolutamente tudo.
Sentei na cama e disse:
- Aceito... Desde que eu possa provar também... Em você.
- Hum, eu faço questão, garotinha.
- Então tira logo esta roupa, “el cantante”.
Ele retirou a jaqueta de couro, que simplesmente era a coisa mais perfeita do mundo no corpo dele. Depois a camiseta justa, branca, sem detalhes. A calça jeans clara, com vários rasgos foi retirada depois do coturno preto. Então lá estava ele, o corpo atlético, os pelos cobrindo o peito e abdômen, fazendo uma trilha em direção ao seu pau. A cueca boxer branca o deixava ainda mais sexy, se é que era possível ficar mais do que já era.
Claro que seu pau, completamente duro, já apontava na minha direção.
- Vou comer a sobremesa primeiro. – Afirmei, ajoelhando-me na cama, puxando-o pela cueca.
- Garotinha levada... Vai ficar sem sobremesa... – Falou, retirando a cueca vagarosamente.
Peguei a taça da sobremesa e pus o dedo primeiro, lambendo o chocolate, que não estava tão ruim. Depois afundei novamente no creme marrom, pondo o dedo indicar na boca dele, que sugou o doce.
Havia ficado um pouco nos lábios dele. Levantei o corpo, ainda ajoelhada, e lambi, sentindo seu pau contra meu corpo. Charles tentou me beijar, mas escapei, abaixando-me novamente, virando parte do líquido da taça no seu pau:
- Esperei muito pela sobremesa, “el cantante”.