Capítulo 9
2540palavras
2022-12-05 11:35
Beijei Charles imediatamente, como desejei desde o primeiro momento que o vi, ali, naquele mesmo lugar, afinando sua guitarra. Senti seus lábios consumindo os meus, o desejo tão forte e intenso quanto o que me atormentava nas últimas horas.
Puxei seu pescoço ainda mais, sentindo sua língua exigente, pedindo passagem em cada canto da minha boca sedenta. Ele tinha um gosto inexplicável de quero mais, com se eu pudesse ficar ali para sempre naquele beijo. As mãos de Charles passeavam pelas minhas costas e nossos corpos estavam tão juntos que mais pareciam um só para quem nos visse de longe.
Nem as palmas e gritos enlouquecidos nos fizeram parar. Aquele era o melhor beijo da minha vida. Minha língua entrou no interior da boca dele, explorando seu gosto, sentindo imediatamente seu membro endurecido dentro da calça.

Eu não queria que aquele momento acabasse nunca. Era uma mistura de sentimentos e sensações que eu jamais havia experimentado antes.
Nos largamos quando estávamos quase sem fôlego, ainda assim enquanto ele andava de costas, segurando minhas mãos, nossos lábios seguiam se tocando, como se separar-se fosse algo impossível.
Descemos quatro degraus laterais, enquanto eu seguia guiada pelas duas mãos dele, tentando em vão caminhar prestando atenção nos passos e não nos repetidos beijos que eu não queria deixar de receber.
Assim que percebi que passaríamos pela porta ao lado do bar, pedi:
- Pode me emprestar um dinheiro para eu pagar o táxi, senhor vocalista? – Pedi, em tom de brincadeira.
Ele me encarou:

- Quer dizer que a garotinha me procurou só para pagar sua conta com o taxista?
- Claro... Dentre tantas pessoas a quem procurar, eu sabia que só você teria o dinheiro para pagar a conta.
Ele riu e falou a um dos barman’s:
- Caio, pague o taxista lá fora, por favor.

- Ok. – O homem concordou.
- Ninguém entra aqui... – falou, pegando a chave do lado de fora da porta e colocando para o de dentro – Nem que pegue fogo neste lugar quero ser interrompido.
- Acho que é mais fácil o fogo vir daí... – O rapaz riu, deixando o bar com as notas de dinheiro, em direção à porta.
Charles entrou e eu o segui, esperando que ele trancasse a porta com a chave. Passamos pelo corredor que continha as garrafas e caixas com bebidas e antes que ele me levasse para outro lugar, o empurrei contra a parede, encarando-o:
- Não consigo ir mais longe... – confessei – Minhas pernas estão trêmulas...
Sim, eu não queria seguir adiante. Eu queria continuar beijando-o ali mesmo, como se não fizesse aquilo naquele momento, pudesse morrer.
- Espero que eu a tenha deixado assim... – Ele alisou meu rosto, descendo pelo pescoço, os olhos fixos nos meus.
- Sim, foi você... – Admiti.
- Esta é a última despedida? Você vai casar em algumas horas, minutos... Ou...
- Eu não vou mais casar. – Falei, como se aquilo não fosse mais uma tragédia e sim o melhor acontecimento da minha vida.
- Como assim?
- Podemos não falar sobre isso agora? – Pedi, enquanto abria a jaqueta dele, deixando a camiseta branca à mostra, descendo-a pelo corpo malhado e perfeito.
- Você... Não fez isso por mim, não é mesmo? – Ele perguntou, confuso.
- Não... Eu fiz por mim mesma. O destino ontem me deixou aqui... E hoje eu decidi dar uma chance ao que ele planejou para mim. – Olhei seu peito com pelos sob a camisa, o membro ainda endurecido debaixo da braguilha da calça.
O cantor mordeu meu lábio inferior e senti todo meu corpo clamar pelo dele.
- Eu irei para o inferno, garotinha! Mas vou fodê-la tanto que não conseguirá andar amanhã... E ainda assim implorará por mais e mais. – A voz dele foi rouca e os dedos tocaram meu colo delicadamente.
- Já imploro... De antemão... Mas por favor... Repita o que disse... – Levantei a camiseta branca de tecido fino, tocando seu abdômen bem definido, que pegava fogo, com uma fina camada de pelos que se encaminhava para sua parte íntima, sumindo entre o tecido da calça.
- Eu irei para o inferno...
- Não... Repita a parte que vai “me foder”... Eu gosto deste vocabulário... – Mordi seu lábio inferior, sentindo a maciez de sua pele sensível da boca.
- Sim, eu vou fodê-la, garotinha... De todas as formas, por muito tempo... Como nunca experimentou antes, eu garanto.
- Eu nunca fui “fodida”, cantor... – sorri debochadamente – Será que vou gostar?
Ele pegou meu rosto entre suas mãos quentes e tomou meus lábios com força e sofreguidão. O beijo foi ainda mais intenso e não conseguíamos conter o desejo que tomava conta dos nossos corpos. Mordi sua língua, seus lábios, com força, sentindo o gosto leve de sangue misturar-se à nossa saliva. Eu poderia jantar aquele homem inteiro naquela noite e nunca mais precisar me alimentar na vida.
Charles deixou meus lábios, colocando o dedo na parte inferior, levemente inchada. Um sorriso safado tomou conta do seu rosto e ele me virou de costas, com força, colocando-me contra a parede. As mãos levaram as minhas para o alto, como se estivesse segurando a parede para que ela não caísse sobre nós. Olhei para o alaranjado cafona da pintura e senti minha boceta latejar, a excitação molhando completamente minha calcinha.
Os dedos dele, agora gentis, desceram lentamente pela parte de dentro dos meus braços, fazendo meu corpo arrepiar-se por inteiro, até que ele chegou aos meus seios, tocando-os sob o vestido e o excesso de tecido.
Os lábios começaram a trilhar meu pescoço, onde eu conseguia sentir sua língua quente e úmida:
- Gosta de deixar marcas, garotinha? Saiba que sou expert em marcar também... – Falou, enquanto sugava a pele delicada do meu pescoço.
- Isso... Dói... De forma gostosa. – Confessei, o rosto indo de encontro à parede fria, um sorriso incontrolável que não saia dos meus lábios.
- Vai dizer que nunca... Ganhou um chupão? – Perguntou, enquanto sugava meu ombro desta vez, fazendo eu sentir cada parte do meu corpo exalando desejo por aquele desconhecido perfeito.
- Nunca...
- Nem foi “fodida”... – Empurrou-me com seu corpo contra a parede, fazendo-me sentir seu pau duro de desejo.
- Me foda, por favor, senhor cantor – implorei, num fio de voz, enquanto sentia ele se abaixando, as mãos apertando minha bunda com força – Sua garotinha quer ser fodida...
- Ah, garotinha... Não pensei que você fosse voltar... – ele disse, levantando a saia do vestido, arrancando minha calcinha – E já tinha aceitado que tudo que restaria seria lembranças do que não aconteceu.
- Então agora vamos criar lembranças de verdade, Charles... Só nossas. Eu voltei... Por você. Como se aqui fosse o lugar em que eu sempre deveria estar.
Ele abriu minhas pernas e deixou o vestido desenrolar sobre ele, cobrindo-o por completo. Fechei os olhos ao sentir sua língua na extensão da minha intimidade, enquanto um dedo apertava meu clitóris, fazendo-me gemer alto.
- Me desculpe... – Falei imediatamente.
- Por que desculpas? – a língua saboreou a umidade excessiva da minha boceta. – Só pode desculpar-se por demorar tantas horas para voltar... Por isso pede desculpas? – A língua entrou na minha cavidade profundamente, fazendo-me gemer novamente, sem conseguir conter-me.
- Pelo... Gemido alto... – Falei, a voz quase não saindo.
- Pode gemer o quanto quiser, garotinha. E gritar também... Aqui ninguém nos ouve... E eu confesso que estou a gostar dos seus gemidos... Verdadeiros, intensos.
- Não viu nada... Foram contidos... Por muito tempo. – Me ouvi dizendo.
- A visão daqui de baixo é perfeita, garotinha. Eu poderia morar por aqui... – Mordeu levemente minha bunda.
- Charles... Você está me enlouquecendo... – Falei, arranhando com as unhas a parede em alvenaria.
- Enlouqueça, Sabrina... Quero que enlouqueça como fez comigo... Numa noite em que não dormi, vendo somente você na minha frente...
Me vi sorrindo, sentindo o coração dar saltos dentro do peito. Charles enfiou sua língua profundamente e meu gemido incontido o fez fazer movimentos de entra e sai, literalmente me fodendo com sua língua perfeita.
Aquilo me proporcionava um prazer sem igual. Sim, eu já havia recebido sexo oral, mas jamais Colin usou a língua para me foder daquela forma.
Desde sempre, meu fogo foi maior que o de meu ex-noivo, quase marido. Fogo este que ele não queria ou não dava conta de apagar. Eu tentava prolongar o prazer e não gozar com a língua de Charles me penetrando de forma pecaminosa e inescrupulosa. Mas não consegui. Cheguei ao orgasmo em minutos, grunhindo um gemido mais parecido com um grito, que não me fez ficar envergonhada. Eu não compararia mais Colin e Charles porque simplesmente era impossível. Era como se eu beijasse e fizesse sexo pela primeira vez na vida. E sabia que aquilo era apenas o começo.
Quando ele saiu de dentro da minha saia gigantesca, os lábios brilhantes do meu gozo, olhei nos seus olhos, sentindo o coração descompassado e as pernas completamente amolecidas. Minhas mãos caíram ao longo do corpo, sem forças para qualquer outro movimento.
- Me beija, Charles... – Pedi, semicerrando os olhos, ofegante.
Imediatamente ele grudou os lábios nos meus, apossando-me da minha língua, como se fosse o dono de cada parte de mim. Nosso beijo era tão entrosado e sincronizado que parecia que havíamos feito um ensaio para aquilo sair tão perfeito.
Fui retirando a camisa dele, que auxiliou, levantando os braços. Mas a falta de vontade de deixarmos nossas bocas separadas deixou o tecido branco enrolado no pescoço de Charles, esperando pela oportunidade de ser deixado de lado.
Desta vez fui eu quem senti seus dentes mordendo meu lábio inferior, enquanto as mãos deslizam pelas minhas costas, sob o vestido delicado.
Charles encerrou nosso beijo, pegando-me gentilmente pelos cabelos, enquanto os enrolava em torno de sua mão, posicionando-me do outro lado do corredor, sobre duas caixas altas, certamente cheias de alguma bebida alcoólica.
Senti minha saia sendo levantada com ansiedade, auxiliando enquanto segurava os tules que impediam nossos corpos de se tocarem. Ao perceber que ele abriria o zíper, virei rapidamente:
- Quero fazer isso... – Olhei nos seus olhos.
Ele ajudou-me a levantar e retirou a camiseta que estava enrolada em seu pescoço. Abri o botão de metal do jeans surrado e desgastado com leves rasgões. Lentamente desci o zíper, me deparando com a cueca preta boxer, com o volume iminente. Encarei-o e o ouvi perguntando:
- Você é virgem, Sabrina?
- Não. – Falei imediatamente.
Ele passou o dedo polegar sobre meus lábios enquanto o verde intenso seguia naquela direção. Percebi ele morder o lábio inferior ao dizer, rouco:
- Jamais deixarei que alguém toque sua boca novamente, Sabrina.
- Mas você pode tocá-la... – beijei o dedo dele – Com seus lábios, seus dedos ou... – Olhei para seu membro, descendo a calça dele devagar.
- Você vai acabar comigo, garotinha.
- Quero que “você” acabe comigo, Charles... Ainda mais. – Sorri.
Charles virou-me novamente de costas e pegou meus cabelos. Passou a mão pela minha intimidade e disse:
- Completamente molhada para mim...
- Cumpra sua promessa, cantor... E me foda. – Ordenei, num fio de voz, quase não suportando mais a ansiedade de tê-lo dentro de mim.
Senti seu pau entrando de forma rápida e precisa, me preenchendo por completo. Ele não era grande, nem pequeno. Era exatamente do meu tamanho, feito sob medida para mim. Soltei um gemido imediatamente, enquanto pedi:
- Forte, Charles.
Senti meus cabelos sendo puxados enquanto ele começou a me foder com força, meu corpo apoiando-se nas caixas. Sorri, sentindo meu coração e meu corpo vivos, como nunca estiveram antes.
Eu sempre fui uma garota centrada, fiz tudo que esperavam de mim e agia de forma correta, mesmo quando ninguém estava olhando, simplesmente porque obedecia a regras e acreditava que elas, assim como as leis, foram feitas para serem cumpridas.
Naquele momento, eu estava livre de todos os pensamentos, medos e valores que me acompanharam por dezoito anos, aproximadamente seis mil e seiscentos dias. Eu fazia o que eu realmente queria: estar com aquele homem, naquele lugar.
Eu fazia sexo no corredor de um bar de beira de estrada, com um desconhecido, que dizia que me “foderia” até eu não aguentar mais. E eu não tinha medo dele. Era como se nos conhecêssemos a vida inteira.
Afinal, as pessoas que conheci a vida toda haviam sido muito cruéis comigo naquela noite. Mas não ele. A forma como aquele homem me “comia” naquele momento era tudo que desejei nos meus sonhos mais secretos, nunca compartilhados com ninguém, temerosos até mesmo de serem sentidos.
Me peguei gemendo incontrolavelmente, sentindo o corpo dele se chocar contra o meu, ouvindo seu murmúrio e palavras que eu não ousava sequer abstrair, mas que faziam uma cachoeira descer pela minha boceta.
- Quer... Que eu vá mais devagar? Estou machucando você? – Ele diminuiu o ritmo.
- Não... Quero assim, Charles... Exatamente assim...
Ele parou de repente e virei meu rosto, acompanhando-o pegar no bolso da calça a carteira, retirando um preservativo de dentro. Habilidosamente o colocou e pegou meus ombros, enfiando-se novamente em mim.
- Quero que goze comigo, garotinha... Que não esqueça este momento...
- Jamais... – falei, quase sem fôlego, sentindo os seus dedos com força na minha pele dos ombros – Jamais vou esquecer.
As estocadas firmes e os sons dos nossos corpos se chocando me deixaram ainda mais excitada. Senti minha boceta retraindo-se, ficando prestes a gozar, o calor tomando conta de mim, o suor misturando-se à minha pele, descendo pelo pescoço e sendo amparado pelo bojo do vestido.
- Eu... Vou gozar... – Falei, alto, quase num grito.
- Você goza... E então eu gozo, garotinha...
Apertei seu pau com minha boceta sentindo uma onda de prazer misturado com eletricidade consumir meu corpo. Segundos, de um orgasmo tão intenso, que fazia eu sentir cada parte de mim estremecer.
As estocadas foram ficando cada vez mais espaçadas e eu ouvia os gemidos dele tão intensos quanto os meus, segundos atrás. Senti a camisinha se encher, com ele dentro de mim, descansando o corpo sobre o meu, nossos suores misturados, corações batendo intensamente, pulmões quase sem ar.
Charles retirou seu corpo que estava sobre o meu e ajudou-me a virar e erguer-me novamente, recompondo-me, mesmo que o coração continuasse preste a enfartar.
Me encarou e deu um beijo na ponta do meu nariz, de forma gentil:
- Vem comigo?
- Para onde? – Perguntei, confusa e curiosa.
- Para qualquer lugar... Só nós dois.
Foi então que, naquela noite que nada saiu como o esperado, eu disse:
- Sim.
Aquele “sim” foi o início da mudança de toda a minha vida. Foi através dele que assinei minha sentença para deixar de ser uma Rockfeller... E virei somente Sabrina.
Um segundo em que eu não pensei e só agi de acordo com meus sentimentos e desejos. Um segundo em que eu fui contra tudo que sempre acreditei: planos a longo prazo e decisões focadas de acordo com meus princípio e valores. Um segundo... Que mudou uma vida, ou melhor, duas. Seria exagero dizer quatro vidas?