Capítulo 78
2539palavras
2022-12-27 10:49
Entrei com ele na primeira porta que encontrei e que por sorte não estava trancada. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele já me recostou nela, me prendendo entre seus braços, fazendo com que suas mãos pousassem sobre a madeira grossa da porta. Como se ele precisasse me prender... Mal sabia Estevan que eu estava presa a ele desde a primeira vez que o vi.
Ele me beijou levemente, de forma doce, gentil, vagarosa. Primeiramente só seus lábios envolviam os meus. Depois sua língua entrou na minha boca, de forma lenta, buscando a minha sem pressa. Eu já disse que cada beijo que eu trocava com ele era diferente dos outros? Minhas mãos envolveram sua cintura, pois os braços dele continuavam no mesmo lugar. Mordi levemente seu lábio inferior. Eu amava senti-lo daquela forma.
- Me diga que não é um sonho. – ele disse baixinho, sem afastar os lábios dos meus.
- Não é um sonho. – falei puxando-o para mais perto de mim, deitando minha cabeça no seu ombro.
Ele pousou suas mãos sobre a minha cintura, deixando que eu pudesse envolvê-lo pelo pescoço. Sentir o cheiro do perfume dele me fazia ter a certeza de que ele realmente estava ali e não era só um sonho ou uma miragem.
Sua boca encontrou meu pescoço, onde ele depositou beijos vagarosos e sensuais. Depois começou a dar leves chupões na minha pele.
- Sua pele me enlouquece... – ele disse enquanto descia lentamente pelo meu colo.
- Será que não deveríamos esperar, Estevan? – perguntei um pouco preocupada.
- Até a lua de mel? Você está louca? Sabe quanto tempo eu esperei por você, Satini Beaumont?
Eu ri:
- Seriam dezessete anos?
- No meu caso, vinte. Mas agora tenho certeza de que temos uma vida inteira para conversar. Então, neste momento, neste local, eu só quero sentir você e matar a saudade que me consumiu desde a última vez que nos vimos.
Eu não quero falar sobre nada a não ser o nosso reencontro.
Ele tinha razão. Tempo não nos faltava. Tínhamos uma vida inteira pela frente. Mas os nossos corpos precisavam ansiosamente um do outro. Só Estevan conseguia apagar meu fogo, meu corpo em ebulição.
Sua língua quente desceu pelo meu colo novamente, voltando de onde ele havia parado.
- Ver meu brinco sempre junto de você faz com que eu a ame ainda mais... Se é que é possível amá-la mais do que já amo.
- Tentei me desfazer dele quando fiquei com raiva de você... Mas não deu muito certo.
- Você teve raiva de mim? – ele perguntou me dando mais beijos.
- Sim... – confessei já ficando ofegante com a forma como ele me tocava com sua boca, descendo até próximo dos meus seios.
- Eu deixei você para casar com você mesma...
- Ainda assim... Me deixaria... – falei fechando meus olhos e tocando seus cabelos curtos e macios.
- Não deixaria... Nunca... Este casamento não aconteceria...
- Não mesmo?
- Não se não fosse você.
Ele voltou a cabeça para cima e me encarou:
- Como se tira este vestido?
- Eu não sei se consigo colocá-lo novamente caso tire... – confessei.
Ele começou a tentar levantar a saia, mas havia tantas camadas que ele olhava confuso:
- Aposto que isso foi planejado. Queria se proteger de seu futuro marido desconhecido.
Eu ri:
- Juro que não...
Ele ajoelhou-se, não desistindo. Eu ri... Aquele era Estevan. Não importava o que acontecesse, nada o impediria de me tocar. E enfim ele chegou ao seu objetivo, quando literalmente entrou debaixo da minha saia.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele puxou minha calcinha e quando vi sua língua já estava na minha intimidade, me fazendo gemer imediatamente. Ele afastou minhas pernas e enquanto lentamente explorava minha região quente e úmida. Casar com aquele homem seria a minha perdição. Uma das mãos dele alcançaram minhas nádegas enquanto com a outra ele usou os dedos para estimular meu ponto de prazer enquanto sua língua entrava e saia dentro de mim com precisão. Porra, aquilo era simplesmente perfeito. Abri ainda mais minhas pernas, não conseguindo evitar os gemidos de prazer que saíam de mim, ecoando pelo espaço vazio em que estávamos.
- Estevan... – eu comecei a gritar num fio de voz.
Claro que eu gozei intensamente. Ainda assim eu precisava dele dentro de mim ou morreria ali, naquele momento. Era possível morrer por tesão? Naquele minuto, eu achava que sim.
Quando ele saiu debaixo da minha saia, eu implorei:
- Entre em mim, Estevan... Agora...
Ele tentou levantar a saia, mas não conseguia chegar ao meu corpo.
- Que porra de vestido... – ele disse furioso.
Seria engraçado, não fosse o fato que eu tremia meu corpo implorando pelo dele. Ele me virou de costas e seguiu puxando cada camada, até chegar a minha nádega nua. Puxei as camadas de tule para frente enquanto ele abaixava a calça ansiosamente. Segundos depois ele se afundou dentro de mim, onde eu o esperava completamente molhada, tanto por seus lábios, quando pelo tesão, misturados ao gozo anterior. Ele dava estocadas profundas, enquanto suas mãos seguravam meus ombros, tentando não me machucar. Pode me machucar, Estevan... Não importo com as marcas que você deixa no meu corpo quando fazemos amor. Pelo contrário, elas me fazem lembrar que estivemos juntos, completamente extasiados com o prazer que proporcionamos um ao outro.
- Goze, minha princesa de Avalon... – ele dizia enquanto adentrava cada vez mais rápido.
- Me preencha inteiramente, meu futuro marido... – falei rindo, num fio de voz, chegando ao meu êxtase.
Estevan pegou meus cabelos curtos e enlaçou entre seus dedos, logo se derramando dentro de mim, sem parar os movimentos.
Quando ele se afastou eu não pude evitar o riso. Nós éramos completamente loucos. Sempre me achei fora dos padrões para uma princesa... Mas meu futuro marido, um quase rei, também parecia fora dos padrões. Virei-me de frente para ele, tentando arrumar minha saia enquanto o via fechar sua calça.
- Me lembre que nossa lua de mel durará um mês. – ele disse me fitando, ainda ofegante.
- Onde está o príncipe tímido que eu conheci?
Ele riu:
- Ele não era tímido... Só não queria assustá-la.
- Confesse que você que se assustou.
- Confesso. – ele disse levantando as mãos. – Sim, você me assustou no início.
Eu fui até ele e o abracei, recebendo seus braços em volta do meu corpo, me apertando com força contra ele.
- Vou dormir com você no seu quarto hoje. – ele disse.
- Estevan, isso não pode. – eu comecei a rir.
- Isso vai acontecer... Nem que eu tenha que matar todos os guardas para chegar até lá.
- Você não faria isso.
- Você não me conhece, Satini. Eu faria isso... Por você eu faço qualquer coisa.
- Então comece encontrando minha calcinha, príncipe corajoso.
Ouvimos uma batida na porta, ficando surpresos. Abri, um pouco tensa. Era Beatrice.
- Alteza, precisam voltar. Já estão sentindo a falta de vocês.
- Estamos indo... – falei acompanhando-a.
Estevan pegou minha mão e Beatrice foi na frente.
- Achou minha calcinha? – perguntei no seu ouvido.
- Não...
- Estevan!
- Fique preparada para a parte dois. – ele disse ironicamente, arrumando os cabelos com a mão. – E entenda a não devolução da calcinha como castigo por estar com este vestido que mais parece uma armadura. A propósito, já disse que amei seu cabelo novo?
- Não...
- Pensei que você não conseguiria ficar mais linda, mas consegue.
Eu ri e ouvi Beatrice dizendo enquanto andava firmemente, sem olhar para nós:
- Ah, fala sério. De onde você saiu, Alteza?
- Dos contos de fadas. – eu respondi. – Mas não se engane, Beatrice. ele é o logo mau.
Ela gargalhou.
- Você... Estava nos ouvindo? – ele perguntou um pouco confuso.
- Sim, Alteza. – ela disse sem conter o riso. – Ouvi desde a parte da calcinha perdida. Agora, se recomponham antes de sairmos ou todos perceberão o que houve no tempo que estiveram fora.
Ele arrumou os cabelos com as mãos novamente e depois passou os dedos nos meus. Limpou meu batom borrado e levantou o bojo do meu vestido. Eu passei as mãos pela calça dele, desamassando um pouco e arrumei seu casaco que estava torto.
- Prontos? – perguntou Beatrice.
- Sim. – dissemos enlaçando nossos dedos.
Ela abriu a porta e novamente voltamos para o burburinho e aglomeração de pessoas. Sean e Alexander estavam um de cada lado da porta, conforme haviam dito que ficariam. Passamos por eles e pisquei para Sean, assentindo que estava tudo certo.
Antes que chegássemos a pista de dança, Stepjan e Estefano vieram até nós.
- Eu poderia apostar que vocês dois já se conheciam. – disse Stepjan.
- Não. – falei antes de Estevan dizer qualquer coisa. – Não mesmo. Mas me agrado de sua escolha, meu pai.
Ele apertou a minha mão.
- Fico feliz que eu e o rei Stepjan tenhamos acertado. – disse o rei Estefano. – Será uma longa aliança, principalmente agora que Estevan será rei de Alpemburg.
- Se pudesse escolher, teria sido ela minha escolha, pai. – disse Estevan olhando para mim.
- Sinto pela perda recente de vocês, Majestade. – falei me referindo ao filho mais velho.
- Obrigada, querida. Quero que sinta-se muito bem vinda à família D’Auvergne Bretonne.
Deus, será que eles me aceitariam ao saberem que eu não era uma Beaumont?
Deise chegou até nós, colocando a mão sobre meu ombro e sugerindo:
- Acho que deveríamos brindar a esta união.
- Claro, com certeza. – disse Stepjan solicitando um espumante.
Foram trazidas as taças e um espumante caro, de acordo com o que era comemorado. O brinde foi feito por Stepjan, Beatrice, Deise, Estefano, Estevan e eu. Bebi um gole e não pude deixar de procurar meu pai. Os olhos dele estavam sobre mim, ternos e cheios de carinho.
- Assim eu posso ficar com ciúme de Sean. – disse Estevan no meu ouvido, acompanhando meu olhar.
- Não falei isso... Ele é especial para mim... Como um pai.
- Depois do que ele fez por nós, também é especial para mim.
Sean cumprimentou-nos com um aceno de cabeça, que Estevan retribuiu com uma mão levantada. Logo o assunto voltou-se novamente para os negócios entre os reis e Deise começou a perguntar à Beatrice sobre o bebê. Estevan passou a mão numa taça cheia e me puxou.
- Aonde vamos?
O segui saindo novamente da pista de dança e fiquei impressionada quando ele me levou até Sean e entregou uma taça cheia ao meu pai.
- Eu não posso, Alteza. – disse Sean.
- Eu faço questão, Sean.
- Não é correto.
- Faça o brinde conosco, por favor. É importante para minha futura esposa. E tudo que é importante para ela, é para mim também.
- Ninguém está prestando atenção, Sean. – eu disse.
- Alteza, todas as atenções estão sobre vocês esta noite. – ele alegou pegando a taça e aceitando tilintar os copos conosco.
Encarei meu pai, sentindo uma vontade imensa de abraçá-lo e dizer o quanto eu estava feliz. Mas eu tinha certeza de que ele sabia o quanto eu estava satisfeita por ser Estevan.
- Que vocês sejam muito felizes e nada nem ninguém os impeçam de reinarem plenamente, por uma sociedade justa e igualitária onde quer que seja. – disse meu pai.
Ele devolveu a taça, sem provar a bebida. Eu peguei da mão dele.
- Alpemburg é justa e igualitária, Sean. Posso garantir que não se parece em nada com Avalon. Lembre-se que conheci um pouco deste reino enquanto estive aqui, justamente com este propósito.
- Fico feliz em saber isso, Alteza.
- E tem lugar para você em Alpemburg, caso seja desejo de minha futura esposa.
Olhei para ele, sentindo meu coração batendo mais forte:
- Você está falando sério?
- Claro, meu amor. Eu quero que você seja feliz, com as pessoas que a fazem feliz.
- Posso levar Léia também?
- Pode levar quem você quiser... Menos Alexander. – ele disse olhando seriamente na direção do futuro capitão da guarda.
- Posso apostar que Alexander não entraria na lista, Alteza. – disse Sean sorrindo.
Vimos os olhos de Stepjan sobre nós e convidei Estevan para nos retirarmos.
- O que acontece com o rei de Avalon? – perguntou Estevan.
- Como você mesmo disse, conheceu este reino, então deve ter percebido, como futuro rei, que as coisas não andam muito bem por aqui.
- Claro que percebi... Logo que cheguei. Nunca foi minha intenção me envolver com as questões políticas de Avalon, afinal já tenho um reino para me preocupar. Mas sempre foi claro os problemas existentes aqui.
- E ficam cada vez piores... Por isso eu queria falar com você sobre isso. Estevan, eu fiz uma coisa...
- O quê? – ele perguntou curioso.
- Alteza, os reis de Alpemburg e Avalon o convidam para discutir assuntos do seu interesse. – disse Edward vindo até nós, olhando diretamente para Estevan.
- Vá, Estevan. Eu vou ficar aqui, esperando por você... O tempo que for necessário. Depois conversamos sobre isso. Como você mesmo disse, temos tempo. – eu sorri.
Ele me deu um beijo nos lábios e saiu, me olhando incerto sobre ir ou não.
Fui para perto da escada e fiquei ali, observando-o enquanto ele ia ao encontro de Stepjan e Estefano. Enquanto ele falava e gesticulava com os reis, vez ou outra olhava na minha direção.
Parecia mentira que ele estava ali, na minha casa. Eu só precisava contar a verdade sobre eu não ser uma princesa na verdade e o que realmente acontecia naquele lugar. Não poderia mais mentir.
- Se não a conhecesse, eu diria que está apaixonada.
Olhei para Alexander parado ao meu lado, com os braços para trás.
- Então você não me conhece, Alexander.
- Digamos que já vi você assim com Samuel Leeter. Era o mesmo olhar, a mesma voz lânguida. O mesmo apelo sexual na voz...
- Vamos começar tudo de novo? – suspirei.
- Desculpe.
Eu gargalhei e olhei nos olhos dele:
- Nem sei o que dizer-lhe, Alexander.
Continuei observando a conversa entre os reis, pouco me importando com os comentários de Alexander.
Mesmo sabendo o que aconteceria, eu tentei pensar que não daria certo. E tinha até esquecido os planos, tamanha felicidade que preenchia o meu coração.
Mas a Coroa Quebrada cumpriu o combinado e em pouco tempo o baile real foi tomado. Começaram a aparecer pessoas de preto e encapuzadas por todos os lugares. Alexander me puxou, tentando me proteger, mas antes que ele conseguisse me levar dali, dois homens o renderam.
A guarda real praticamente inteira se armou, protegendo os reis, deixando-os num círculo triplo absolutamente seguro.
Senti uma arma apontada para minha cabeça e o braço forte segurando meu pescoço sem pressioná-lo. Eu poderia dizer que qualquer um poderia estar ali, mas eu sabia exatamente a altura de Sam e o perfume que ele usava.
- Vamos desistir disso! – falei baixo para que só ele me ouvisse. – Não podemos levar o plano adiante.