Capítulo 60
1924palavras
2022-12-27 10:37
Eu não acreditava que Sean havia feito aquilo. Se eu tinha um pingo de dúvida sobre a lealdade dele a mim, se acabava naquele momento.
Dirigi-me ao carro com Estevan, ainda tentando entender aquele gesto do meu motorista.
- Não seria mais fácil termos ido ao seu apartamento? – perguntei.

- E perdermos a chance de explorar Avalon juntos? – ele sorriu.
Entramos no carro e ele me encarou:
- Para onde?
Porra, eu não tenho a mínima ideia. Eu não conheço nada deste reino, Estevan. E pasme, eu sou a futura rainha dele. E só para constar, em três semanas vou conhecer o meu futuro marido. Será que conto para você e o obrigo a me roubar de meu pai? Ou continuo tentando ajudar o povo do lado de lá, que precisa que Stepjan Beaumont seja definitivamente desmascarado?
- Para onde você quiser. – respondi.
Ele ficou pensando um tempo, olhando para frente até definitivamente decidir e ligar o carro.

Conforme ele foi guiando, percebi que ele dirigia bem... Tão bem quanto Sean.
- Achei que você gostasse de motos... Mas vi que carro também é seu forte. – observei.
- Prefiro motos. – ele me olhou de relance. – Sou completamente apaixonado por elas... Por isso tenho algumas.
- Algumas?

- Algumas. – ele riu.
- E carros?
- Só um.
- Achei que pudesse ter “alguns” também.
- Tenho um carro que uso para correr.
- Correr?
- Sim... Gosto de competições.
- Um piloto de carros?
- Um amante de corridas, podemos dizer.
- E que estuda Ciências Políticas?
Ele me olhou novamente:
- O que tem isso? Um homem que estuda sobre política não pode gostar de viver uma vida com adrenalina?
- Pode... Só estou tentando encaixar tudo... E conhecer você melhor.
- Hum, então você quer me conhecer melhor.
- Quero.
- Também quero conhecê-la melhor. – ele colocou a mão sobre a minha perna, usando só uma no volante.
- Acho melhor você dirigir com as duas mãos. – eu falei um pouco preocupada.
- Relaxa... Eu não faria nada que pudesse colocar sua segurança em risco.
- Espero...
- Este seu carro pode ter algum tipo de rastreador?
Olhei-o confusa. Eu nunca pensei nisso.
- Eu... Não sei.
- Esperamos que não então.
- Sim...
- Provavelmente quem cuida da sua segurança é alguém muito preocupado com você, ou não deixaria um guarda-costas na sua cola o tempo todo. Eu particularmente teria colocado também um rastreador no carro.
- Espero que isso não tenha acontecido.
Pensei que não era de duvidar que Alexander tivesse feito aquilo. E Estevan parecia entender bem sobre isso também.
Estávamos pegando a autoestrada e eu fiquei um pouco tensa:
- Não quero deixar Avalon.
- Não deixará, meu amor.
Coloquei a minha mão sobre a dele, que estava na minha perna. As mãos dele eram quentes e pareciam passar o calor através do tecido da minha calça.
- É bom ter você novamente comigo. – eu disse.
- Sim... Mas sofro de um problema chamado “tempo”.
- Como assim?
- Meu tempo é curto.
- Você... Está doente? – perguntei preocupada.
- Não... – ele riu. – Mas tenho tantos compromissos que você não conseguiria sequer imaginar.
- Eu acho que conseguiria. Também tenho os meus...
- O que uma garota rica e da alta classe teria de compromissos?
- Como sabe isso sobre mim?
- Suas roupas... Depois que você decidiu não tentar mais ser a mendiga, nem a prostituta...
Começamos a rir.
- Bem, suas roupas são caras... Seu perfume é importado. Colocou meu brinco numa gargantilha de ouro... E tem um guarda-costas.
- E por tudo isso acha que eu não tenho compromissos?
- Acho que seu pai monopoliza tudo pra ele.
- Você... Conhece o meu pai?
- Claro que não, Satini... Estou somente pensando alto. E tentando descobrir sobre você.
- Por que um homem que veste roupas e sapatos caros, usa perfume italiano, aluga um loft e não fica num hotel e anda numa moto que vale o preço de uma casa tem um problema chamado tempo? – ironizei. – Ops, ele não tem uma, mas várias motos. E no tempo ocioso ele gosta de dirigir em alta velocidade o seu carro de corrida. Seria Estevan Delacroix um playboy? Um playboy nada famoso, que não existe no Google?
- Hum, este playboy tem muito em comum com uma tal socialite chamada Satini Kane... Não acha? Parece que ela também foge dos holofotes.
Começamos a rir novamente. Falávamos sobre hipóteses, nada concreto. Eu não queria falar sobre mim e parece que ele também não tinha muito interesse em contar exatamente como era a vida dele. E o que aquilo importava para mim naquele momento? Eu só queria ele... Nada mais. Independente do que ele tentava me esconder, em nada o que eu sentia por ele mudaria. E eu esperava que ele também pudesse me entender e me perdoar quando soubesse a verdade sobre mim.
- Você parece conhecer Avalon tão pouco quanto eu. – ele observou.
- Sim...
- Quer falar sobre Samuel? – ele perguntou seriamente.
- Quer falar sobre o “Delacroix”?
- Posso apostar que o Delacroix é menos doloroso.
- Tem certeza de que quer retomar este assunto, “senhor que sofre de um problema chamado tempo”?
- Não... Definitivamente você me fez perceber que eu não quero perder meu precioso tempo falando sobre Samuel. Eu não quero e não vou perder um minuto com você.
- Gostei desta parte. E concordo. – falei virando meu corpo para ele e o observando dirigir.
Como ele conseguia ser tão lindo?
- Posso saber aonde estamos indo?
- Aproveitar cada minuto... Só nós dois. Sem ninguém por perto.
- Pelo tempo que conseguirmos.
- Pelo tempo que conseguirmos. – ele afirmou pousando os olhos nos meus.
Ele parou o carro no acostamento. Estávamos numa estrada secundária e com pouco movimento. Olhei ao redor e fiquei confusa. O fitei procurando uma explicação.
- Não, este não é o nosso destino. – ele sorriu. – Eu só não consigo ficar assim tão próximo de você e não senti-la junto do meu corpo.
- Então paramos para “nos sentirmos”? – perguntei rindo.
- Sim, você faz com que eu pare no meio da rua para tocá-la.
Ele colocou a mão no meu rosto, delicadamente, com seus olhos castanhos claros dentro dos meus.
Levantei e sentei em seu colo, virada para ele. Eu também queria senti-lo... Dentro de mim. Se essa não era a intenção dele, tarde demais.
- No que eu transformei você? – ele perguntou enquanto levava as mãos às minhas nádegas, apertando-as com força.
- Numa mulher que queima como fogo quando o toca...
Nos beijamos com intensidade. Parecia-me que cada beijo que eu trocava com ele era diferente dos outros. Ele sempre tinha uma coisa nova para me mostrar. Enquanto eu envolvia-o em meus braços, senti uma leve dor ao pensar que ele já havia estado com outras mulheres. Não deveria, mas aquilo me incomodava profundamente. Era como se ele tivesse que ser só meu e não ter sido tocada por outra pessoa nunca.
Ele largou meus lábios e desceu a boca pelo meu pescoço, com sua língua quente e úmida fazendo eu me arrepiar a cada toque. Emaranhei meus dedos nos cabelos lisos dele e recostei minha cabeça ali. Ele cheirava maravilhosamente bem. Eu me esfregava em seu membro já ereto sob a calça, mas na intenção de atrasar ao máximo o momento de tê-lo dentro de mim. Eu tinha tantas coisas para fazer com ele...
- Com quantas mulheres você já dormiu? – me vi perguntando no seu ouvido.
- Nenhuma que eu amasse tanto quanto você... E muito menos que me desse o prazer que você me deu.
- Hum, então acho que posso cobrar pelos meus serviços. – brinquei enquanto mordi seu lóbulo da orelha.
- Eu deveria ter pago a muito tempo. – ele disse tirando a minha blusa e depois me encarando. – Eu sou louco por você, Satini.
- E eu amo você, Estevan seja lá do que for... Não me importo se você não é um Delacroix... Muito menos de onde você vem ou o que você faz... Ainda assim eu seria completamente apaixonada por você.
Ele passou o dedo sobre os meus lábios e disse:
- Não há nada melhor no mundo inteiro do que beijá-la.
Seus dedos desceram delicadamente pelo meu pescoço, passando pela minha gargantilha com o brinco dele, depois entraram dentro do meu sutiã, tirando meus seios para fora.
Eu abri o fecho atrás, retirando-o e jogando para o banco do lado. Ele parou para olhá-los antes de descer seus lábios e sugá-los, um a um, fazendo eu gemer. Enquanto sua boca continuava ali, ele abriu o botão da minha calça, colocando a mão sob o tecido fino, chegando a minha intimidade.
Porra, por que eu não escolhi um vestido naquele dia? Eu não imaginava como eu tiraria aquela calça ali.
Ele iniciou tocando por fora da minha calcinha, depois voltou sua boca para os meus lábios e me tocou por dentro da peça íntima que eu vestia.
- Eu quero uma cama... – falei num fio de voz.
- Não... Hoje eu vou ensiná-la a fazer amor no carro... E na praia.
Senti meu coração bater mais forte. Na praia? Ele me levaria para a praia? Eu não sabia que hora era, muito menos onde eu estava... Mas sim, eu queria fazer amor na praia... E no carro. E em qualquer lugar, desde que fosse com ele.
Habilidosamente ele abriu o botão da própria calça enquanto me estimulava por dentro da calcinha. Eu continuava me esfregando nele, sentindo-me a ponto de ebulição. Não esperei que ele tirasse seu membro para fora... Eu mesma o fiz. E passei a mão nele, estimulando-o com movimentos de cima para baixo, rapidamente.
- Preciso me livrar da minha calça. – falei.
Então eu tive que sair de cima dele para retirar a porra da calça, desajeitadamente.
Um carro passou e buzinou. Fiquei um pouco receosa e o olhei. Ele não pareceu se importar e disse:
- Estamos no carro... Poderia ser pior...
- Como poderia ser pior? – perguntei sentando novamente no colo dele.
- Poderíamos estar na moto... – ele sorriu.
- Você não presta, Estevan.
- Me lembre de fazer amor com você na moto.
- Como faz isso?
- Eu vou te mostrar... Não se preocupe. – ele disse com os olhos sedutores e cheios de desejo.
- Eu quero fazer amor com você em todos os lugares...
- E o tempo todo... – ele completou me beijando novamente.
Eu estava absurdamente quente. Meu corpo transpirava enquanto nossos corpos se grudavam um ao outro, num mesmo ritmo, eu ainda de calcinha. A cada toque minha pele arrepiava num desejo incontrolável. Ele voltou a me estimular sob a calcinha e eu estava completamente molhada.
- Quero você agora... – falei quase implorando.
- Não... Primeiro eu quero sentir você gozar... Quero ter certeza do prazer que eu lhe dei... Quero cada pedaço de você estremecendo ao meu toque...
- Estevan... Não faz isso comigo...
Ele intensificou os movimentos com os dedos, enquanto eu enlaçava com força seus cabelos, arqueando meu corpo com o primeiro orgasmo, umedecendo totalmente minha intimidade e minha calcinha, bem como seus dedos habilidosos e perfeitos.
- Você fica ainda mais absurdamente linda quando goza para mim...
- Porra, de que inferno você saiu?
Ele sorriu:
- Vou levá-la para conhecê-lo...