Capítulo 37
2489palavras
2022-12-24 14:55
Eu sabia que todos me observavam. E não tinha certeza se deveria fazer aquilo...
- Para onde? – perguntou a voz conhecida.
- Para onde você quiser. – eu disse na certeza de que se estivesse junto dele, nada mais importava.

Ele me entregou um capacete. Em seguida acelerou e partiu e pela primeira vez eu o senti junto de mim. Lentamente passei meus braços pelo seu abdômen a fim de me segurar. E me apertei ao corpo dele, escorando minha cabeça nas suas costas. Juro que eu tentava entender o que aquele homem fazia comigo, mas eu não conseguia. Era como se ele aparecesse sempre na hora que eu não o esperava... Sendo que meu coração esperava por ele o tempo inteiro.
Eu não sabia nada sobre ele, mal sabia o seu nome. Ainda assim eu deixava tudo por ele, sem me importar com nada.
Encontrá-lo numa moto nunca fez parte dos meus sonhos com relação a ele. Estevan parecia tão doce, meigo e alheio a aventuras. No entanto ele estava ali, me carregando para longe dos meus problemas (ou me levando diretamente a eles, pois Estevan era o meu ponto fraco, o meu maior problema). Tentei relaxar, esquecer tudo e aproveitar cada momento com ele. Observei a noite escura e desejei que ela nunca acabasse. Que fosse eterna.
Ele dirigia habilidosamente. E embora eu nunca na vida tenha andado de moto, era um sonho que eu estava realizando. E mais uma vez ele estava comigo na lista de desejos da princesa de Avalon nos seus cinco meses de liberdade. Foi com ele que eu estava quando o sol nasceu e a noite se foi. E era com ele que eu estava novamente sentindo a liberdade em cima de uma moto.
Afastei meu rosto do corpo dele e deixei o vento balançar meus cabelos. Retirei o capacete e fechei meus olhos. Era uma sensação indescritível. Como eu queria poder fazer aquilo outras vezes... Ouvir o zunido do vento nos meus ouvidos e a força dele no meu rosto. E com a direção do vento nas minhas narinas, sentir o cheiro de Estevan junto de mim.
Ele parou a moto e me ajudou a descer. Tirou o capacete e lá estava ele... Absolutamente lindo e perfeito. Meu coração bateu tão forte que eu conseguia escutá-lo fora do meu corpo. E as palavras morriam na minha garganta. Eu esperava que ele fosse falar algo, mas ele não o fez. Ficamos nos encarando, olhando profundamente nos olhos um do outro. O que você faz comigo que eu não consigo entender, Estevan?

Olhei ao redor. Estávamos na rodovia, numa espécie de ponte. Havia pouca claridade. E não, eu não tive medo de nada. Porque o que quer que ele quisesse fazer comigo, eu não contestaria.
- Eu tinha certeza absoluta que você estaria lá. – ele disse.
- E eu que você me resgataria daquele lugar. – sorri.
Ele jogou o capacete no chão e veio rapidamente até mim, me tomando nos seus braços e me beijando. Ter a boca de Estevan na minha era o que eu mais desejei desde que o conheci. Senti sua língua invadindo a minha boca e me entreguei de corpo e alma. Apertei ele com tanta força quanto eu consegui. Eu queria poder parar o tempo e ficar nos braços dele para sempre. Da mesma forma ele me trouxe com segurança para junto de si. Nossos corpos se uniam num só... Num beijo que parecia de almas que se encontravam depois de muitos e muitos séculos. Eu necessitava de cada parte dele. E não era um beijo comum... Não era um beijo roubado de um guarda desconhecido por uma adolescente que não queria parecer inexperiente a vida inteira. Não era um beijo roubado ou em forma de conseguir algo em troca, como os que eu troquei algumas vezes com Alexander. E não era um beijo cheio de desejo, que deixava minha calcinha molhada e meu corpo enrijecido, como o que eu trocava com Samuel. “Nunca fui beijada”... Era exatamente como no meu filme preferido. Estevan me dava meu primeiro beijo de amor... Sim, se não era amor eu não tinha outra explicação para aquilo.

Mas como eu poderia amar aquele homem que eu mal conhecia? Seria por que os seus olhos estavam nos meus pensamentos durante o dia e as noites? Seria por que ele me deu a única coisa que tinha de valor achando que eu precisava daquilo para sobreviver? Seria por que ele tinha o sorriso mais perfeito e sincero que eu já vi na minha vida? Seria por que a voz dele era doce e ele era extremamente gentil e me tratava como se eu fosse uma princesa sem ao menos me conhecer? Seria por que ele parecia tão perdido e ao mesmo tempo parecia ter encontrado o que procurou a vida inteira, assim como eu? Ou seria porque simplesmente o destino decidiu que Estevan seria o homem que me faria perder todas as certezas que eu tive a minha vida inteira...
Quando nos soltamos, foi porque precisávamos de ar para respirar e sobreviver. Nossos olhos se encontraram novamente, mas nossos corpos ainda se uniam num só. Eu não tinha coragem de soltá-lo... Tinha medo que ele escapasse novamente.
- O que foi isso? – ele me perguntou.
Eu sabia exatamente o que ele queria dizer. Certamente a mente dele também fervilhava como a minha e sim, eu conseguia sentir o coração dele batendo tão próximo e intenso quanto o meu.
- Eu não sei o que foi isso... Mas nunca mais quero parar de sentir. – falei sem pensar duas vezes.
- Vamos embora. – ele disse colocando o capacete em mim. – E não tire... Quero você viva quando chegarmos. – ele sorriu.
Por que o sorriso dele fazia meu estômago borbulhar por dentro? Era um frio que descia pela minha espinha e arrepiava cada parte do meu corpo. E eu sabia que precisava me preocupar com tantas coisas... Mas eu simplesmente não conseguia.
Ele colocou o capacete e voltamos para moto. Eu não sabia onde era o “vamos embora” e muito menos o lugar que chegaríamos. Mas pouco importava.
Voltamos para a rodovia, quase sem movimento. Eu conhecia pouca coisa em Avalon, mas percebi que voltávamos para perto do castelo, pois pude ver o topo dele quando a moto fez uma curva. Em pouco tempo chegamos a parte movimentada e bem frequentada do centro de Avalon. Estevan não era um plebeu... E eu soube disso desde o primeiro momento que o vi.
Ele desceu com a moto até o subsolo de um enorme prédio, chegando a uma garagem. Estacionou e descemos. Retiramos os capacetes, que ele deixou na moto. Eu poderia fazer perguntas, mas não o fiz. Aceitei a mão quente dele na minha e o segui até o elevador. Ele apertou o décimo andar e voltou seus olhos para mim, sem nunca soltar a minha mão.
Quando o elevador chegou, descemos e ele abriu a porta do local para onde me levara. Acho que era o tal loft que ele disse que estava hospedado. A porta dava para uma sala ampla e bem organizada, com sofás em forma de L grandes e requintados, em tom cinza claro. A parede era de tijolos vermelhos, dando aparência casual ao lugar. O chão era de madeira nobre, avermelhada e brilhante. Um enorme tapete cobria a maior parte da sala, tendo no centro uma mesa de vidro. No fundo da sala, os vidros quadriculados grandes deixavam à mostra a cama enorme e bem feita atrás deles. O teto era de madeira rústica e sem pintura, com luzes amareladas e quentes. As luminárias da cama, quadradas e dentro da parede, uma de cada lado, eram vistas da porta de entrada.
- Você mora aqui?
- Não. Estou somente hospedado.
- Por quê?
Ele riu:
- Porque eu precisava me hospedar em algum lugar.
- Por que não ficar na casa de seus pais?
Ele suspirou e disse:
- Privacidade... Um tempo para mim comigo mesmo.
- Sei exatamente o que você quer dizer...
Sim, eu sabia mesmo. Era também o que eu queria. A única diferença era que eu não tinha como alugar um espaço só para mim.
- E seus amigos ficam aqui também?
- No loft ao lado.
- Entendo... – falei andando pelo lugar.
- Fique à vontade. Eu só preciso trocar esta roupa.
Não precisa. Você pode ficar de qualquer maneira. Eu não me importo, acredite. Sentei-me no sofá enquanto ele desaparecia na porta dentro do quarto, que certamente era do banheiro. Havia outra porta ao lado direito, perto da de entrada. Supus que fosse a cozinha. Era o primeiro lugar que eu conhecia que não era o castelo. Embora o local não fosse pequeno, parecia menor que o meu quarto. Mas era aconchegante... E eu me senti a vontade, como ele mandou.
Recostei minha cabeça para trás e ouvi o barulho do chuveiro. Sério que você vai tomar banho e me deixar aqui esperando? Eu tenho tantas coisas para lhe dizer... E tempo é muito precioso e curto para mim.
Aliás, eu deveria estar no Rock Bar. Olhei no relógio. Eram quase dez horas. Será que Alexander diria ao meu pai que eu fui sequestrada? Eu sorri. Meu pai ficaria muito feliz se soubesse disto. Como eu consegui ter coragem de subir na moto dele sem dar satisfações a ninguém? Só Estevan conseguia me fazer perder completamente a noção do certo e do errado. Eu já havia perdido ele por duas vezes... Não deixaria isso acontecer novamente. Nunca mais.
Não sei exatamente quanto tempo esperei por ele, pois não olhei mais no relógio. Eu só queria ver tudo ao meu redor e saber mais sobre ele. Mas era tudo tão organizado e arrumado que não me remetia a nada pessoal.
Ele voltou com os cabelos molhados e desarrumados, usando uma roupa casual e descalço e perguntou:
- Posso lhe oferecer algo para beber... Ou comer?
- Não.
Levantei, sentindo meu corpo em chamas. Eu não tinha a mínima ideia do que fazer naquele momento que eu esperei tanto. Dei uma volta tocando em tudo até que ele se aproximou e me colocou contra a parede fria. Senti o corpo dele junto do meu e aquilo era tudo que eu queria. Estevan tomou meus lábios e eu me entreguei no nosso segundo beijo tão intensamente como se fosse o primeiro. Era o melhor beijo da minha vida novamente. Ele colocou uma mão na parede e com a outra tocava levemente minhas costas. Sua língua pedia passagem ferozmente dentro da minha boca... E eu o deixava explorar cada canto. Nunca troquei tanta intimidade com alguém como naquele beijo. E parecia que o tempo havia literalmente parado. Mordi o lábio inferior dele e ele gemeu. Ah, Estevan, você também não é imune a mim. Será que sente tão intensamente como eu tudo que estamos fazendo? Ele parou repentinamente e me encarou. Eu queimava como fogo e as bochechas dele estavam rosadas. Então ele retirou a camisa e pegou minhas pernas, fazendo-me enrolá-las na sua cintura, me levando dali com vários beijos sem intervalo.
Fui levada até a cama, onde ele me depositou cuidadosamente sobre o colchão macio e confortável. Era tudo absolutamente limpo e organizado naquele lugar. Estevan colocou dois travesseiros sobre a minha cabeça e ficou me observando, ofegante. Por que tínhamos esta necessidade de pararmos tudo e nos olharmos profundamente, como que querendo gravar nas nossas mentes cada momento?
Senti o peso do seu corpo sobre o meu quando ele voltou a me beijar. Minhas mãos alcançaram seus ombros, puxando-o para ainda mais junto de mim, sentindo sua pele quente e macia sob meus dedos. Depois deslizei por suas costas, vagarosamente, ouvindo outro gemido dele abafado no meu beijo. Ele era seguro em cada movimento e tinha um poder absolutamente extremo sobre mim.
Ele envolveu uma mão sob a minha cabeça, intensificando sua língua dentro da minha boca e a outra alcançou minhas coxas internamente, subindo vagarosamente até a minha calça, que ele desabotoou sem precisar da outra mão ocupada. Ajudei-o a retirar minha calça, sempre com seus olhos procurando os meus. Ele passou dois dedos novamente pela minha coxa, subindo até minha calcinha. A sensação dos dedos dele na minha pele me deixava completamente desnorteada e entregue. Sua mão passou por dentro da peça íntima para depois novamente me acariciar pelo lado de fora, onde certamente ele conseguia sentir minha umidade. E então, pela primeira vez, eu gemi de prazer ao toque de um homem.
- Você é absolutamente perfeita... – ele falou com voz fraca. – E está completamente molhada para mim...
Ouvi-lo me elogiar era como música para os meus ouvidos. Eu teria a minha primeira vez. E seria com o homem que eu escolhi, que meu coração desejou e que minha alma procurou a vida inteira.
Ele retirou minha calcinha com habilidade, como se tivesse nascido para fazer aquilo, em segundos. Eu nunca imaginei que fosse me sentir tão a vontade como eu me sentia naquele momento. Eu não tinha vergonha de Estevan... Eu queria ser tocada por ele... De todas as formas como um homem toca uma mulher. Ele retirou sua calça, ficando com a cueca branca exposta. Eu não conseguia observar seu corpo por inteiro, somente os ombros largos e lisos, assim como seu peito e abdômen. Ele tinha a pele bem clara, assim como seu rosto, emoldurado pelos cabelos castanho claros com toques de dourado, que caíam desarrumados por seu rosto.
Ele tocou no meu seio, sobre a blusa e meu corpo arrepiou-se. Ele sorriu e retirou minha blusa, sem presa, observando atentamente cada parte do meu corpo.
- Imaginei este momento inúmeras vezes na minha cabeça... – ele falou.
- Eu também... Mas agora apenas continue. – murmurei sedenta pelo que ainda tinha por vir.
Ele deu um meio sorriso, que o deixava ainda mais sexy e passou o dedo pela minha intimidade, deixando seus dedos sentirem a umidade que tomava conta de mim. Depois começou a acariciar meus grandes e pequenos lábios, fazendo-me gemer novamente. Eu nunca havia sido tocada por ninguém daquela forma. Um dedo entrou em mim, vagarosamente, enquanto o outro acariciava meu clitóris. Arqueei meu corpo involuntariamente com a sensação de prazer jamais sentida antes... E era completamente perfeita e indescritível.
Vendo que eu estava completamente rendida, ele deslizou outro dedo. Ele sabia exatamente o que fazia e como me dar prazer. Conforme ele entrava em mim, eu sentia prazer e ao mesmo tempo uma pequena dor.
- Tudo bem? – ele perguntou parando momentaneamente.
- Sim... – falei quase sem fôlego.
- Você parece... Estar sentindo dor...
- Um pouco... Mas quero que continue. – falei me sentindo um pouco tensa.
Ele me olhou ternamente e continuou os movimentos, agora de forma ainda mais lenta, o que fazia eu sentir ainda mais a sensação de prazer extremo.