Capítulo 29
2138palavras
2022-12-24 14:51
Senti os lábios dele subindo no meu pescoço e depois sua língua quente tocou minha orelha e eu me arrepiei. Nunca senti àquilo ao toque de alguém. Eu tinha desejos loucos e pervertidos dentro da minha cabeça. Mas eu era na verdade uma virgem que nunca tinha feito nada a não ser beijar homens sem nenhum tipo de sentimento. Por isso me senti tão violada quando Alexander fez o que fez comigo no meu quarto. Mas eu não queria pensar naquilo novamente. Eu tinha que esquecer o que houve... Nem todos os homens eram como ele.
Virei-me e encontrei os olhos de Samuel Leeter, vendo neles todo o desejo que ele tinha por mim. Ele era a promessa de uma noite perfeita e sem arrependimentos. Também não me parecia o tipo de homem que depois ficasse correndo atrás da mulher ou se apaixonar tão facilmente. Resumindo: ele era o que eu precisava. E eu não tinha sentimentos por ele a não ser de pura luxúria e lascívia e sentir nossos corpos colados só fazia passar pensamentos pervertidos e impuros pela minha cabeça. E eu sequer sabia se aquilo que eu sentia em todo o meu corpo enquanto estava com ele era normal... Ou se eu tinha algum problema comigo.
Enquanto nossos corpos se encostavam, nos olhávamos. Mas eu não suportava mais ver a boca dele sem beijá-la. Aquele joguinho de sedução não combinava comigo. Então tomei os lábios dele num beijo envolvente. Senti suas mãos descendo lentamente pelas minhas costas, fazendo uma espécie de cócega que não me fazia rir, mas descia até a minha vagina, me deixando completamente molhada. A língua dele era exigente e sua boca devorava meus lábios e eu era absolutamente louca com aquilo que ele fazia. Passei minhas mãos em seu pescoço, sentindo os cabelos lisos e finos por entre meus dedos. Éramos dois, mas nossos corpos eram como se fôssemos um só, de tão grudados que estávamos. E tudo isso no meio de tantas pessoas que não conhecíamos. O que você faria comigo se estivéssemos sozinhos, Samuel? Agora entendo a fúria da sua ex-futura namorada sobre mim. Eu não sei se o deixaria escapar tão fácil se fosse meu.
Ele largou meus lábios e disse pegando a minha mão:
- Venha.
Eu o segui enquanto cruzávamos a pista de dança. Depois subimos o degrau que nos tirava dela e seguimos até o outro lado do bar. Ele chamou o barman que era amigo dele, que me trouxe a bebida da outra vez. O homem lhe entregou uma chave e saímos novamente, entre a multidão. Onde ele me levaria? Tomara que me trancasse em algum lugar escuro e fizesse tudo que desejasse comigo. Eu era uma virgem nada romântica. Eu tinha desejos contidos por muito tempo. E também pouco tempo para colocá-los em prática.
Fomos parar embaixo de uma escada que subia a uma espécie de mezanino da casa noturna. Havia uma porta e ele abriu com a chave. Entrei com ele no espaço absolutamente escuro. Se fiquei com medo? Não. Eu tinha menos medo de Samuel que eu não conhecia do que de Alexander que eu cresci vendo na minha casa, fazendo parte da minha vida.
Ele ligou uma luz fraca e observei o lugar a volta. Era pequeno e não tinha absolutamente nada ali a não ser uma peça vazia debaixo da escada de uma boate, fechada à chave.
- É aqui que costuma trazer suas conquistas? – perguntei ironicamente.
- Não sei... Você está conquistada? – ele me olhou nos olhos, se aproximando.
- Devo confessar que ainda não tenho certeza... Então você ainda tem um tempo para tentar me conquistar. – arrisquei sedutoramente.
- Por que você está tão linda hoje?
Eu ri alto:
- Você é hilário.
- Não costuma receber elogios, princesa?
Suspirei e disse:
- Acho que sinceros, não.
- Quem não seria sincero em elogiá-la?
Ele me empurrou levemente até eu encostar na parede atrás de mim, deixando o corpo junto do meu. Colocou as duas mãos na parede enquanto seus belos olhos verdes me encaravam.
- Você é muito jovem para não acreditar em algumas coisas...
- Realmente é difícil você me enganar... – falei.
- Queremos mesmo ter esta conversa?
- Eu não... Você quer?
Ele me beijou novamente. E eu me entreguei ao beijo voraz dele. Aproveitei para passar as minhas mãos pelas costas dele, sentindo cada músculo do seu corpo, com o desejo tomando conta de mim como um todo. Levantei sua camisa e senti sua pele macia e quente. Ele se afastou e retirou-a rapidamente. Toquei seu abdômen, subi para o peito e parei nos seus ombros largos. Sou uma pervertida virgem, Samuel Leeter. Então, vá devagar comigo. Era isso que eu deveria dizer, mas não foi o que eu fiz. Comecei a beijar o peito dele como se eu tivesse feito aquilo a minha vida inteira. Simplesmente não me contive. Vi seu membro enrijecido e duro fazendo um enorme volume sobre a calça. Isso me deu um pouco de medo. Não que fosse meu desejo perder a virgindade numa cama com rosas vermelhas e brancas, ao lado de um homem fofo e romântico. Mas de pé e debaixo de uma escada na boate também nunca foi o plano. Tarde demais para correr disto, Satini Beaumont. Você viveu dezessete anos para perder a virgindade com o líder da Coroa Quebrada. Literalmente se seu pai sonha, você será morta antes de ter a coroa na sua cabeça.
Ele passou as mãos nas minhas coxas, trazendo meu vestido para cima.
- Você é muito gostosa. – ele falou ofegante.
Ah, e você é muito mais, pode apostar. Não pense que está se aproveitando de mim, Samuel Leeter, pois eu estou aproveitando cada minuto com você. Ele retirou lentamente a minha calcinha enquanto tomava minha boca novamente. Meu coração batia aceleradamente. Senti seus dedos me tocando e foi como se eu absorvesse eletricidade ao toque dele. Todo meu corpo passou a querer mais e mais. Ele me acariciou lentamente, sentindo todo meu desejo por ele naquele lugar. Instintivamente abri a calça dele, abaixando-a junto com a sua cueca. Samuel beijou meu rosto carinhosamente e depois meu queixo, deixando um rastro de fogo por onde passava.
- Tirou seu piercing?
Aquela frase foi como um balde de água fria sobre mim. Foi como se ele dissesse: Estevan não está mais com você? Por que você me fez lembrar dele, Samuel? Eu o afastei com minhas mãos, tentando recuperar o fôlego.
- Satini... O que houve? – ele perguntou confuso e ainda ofegante.
- Me desculpe, Samuel. Mas eu não posso fazer isso.
Achei que ele fosse reclamar ou até mesmo me xingar e fiquei preparada e com mil desculpas para lhe dar.
No entanto ele me abraçou carinhosamente e disse:
- Tudo bem. Não vou fazer nada que você não queira, princesa.
Eu sorri, descansando minha cabeça nos ombros dele. Quem é você, meu querido Samuel? Olhar de predador selvagem, mas ao mesmo tempo um anjo?
- Foi... Algo que eu fiz... Ou disse? – ele perguntou sem me soltar.
- Eu não sei o que houve. – menti.
Ele se afastou e olhou nos meus olhos.
- Vai ser quando você quiser e achar que é a hora.
- Eu... Ficou tão claro para você?
Ele riu:
- Sim... Eu sei que você é virgem.
Eu balancei minha cabeça. Como ele sabia?
Enquanto ele colocava a calça, ainda com seu membro duro, eu levantei minha calcinha e arrumei meu vestido. Peguei a camiseta dele do chão e observei a tatuagem no seu peito e passei a mão nela, delicadamente:
- É linda... – observei. – Uma coroa tão perfeita... E partida ao meio. E no seu coração.
Mas eu realmente achei perfeita. Eu não queria que ele me dissesse nada sobre o lugar onde ele vivia. Sabia que aquilo não lhe agradava.
- Eu não tenho pressa... – ele riu. – Pode me usar se quiser.
Eu ri e dei um tapa leve nele:
- Seu convencido.
Ele colocou a camiseta novamente e me fitou:
- Quer voltar para junto do seu segurança?
- Não... De jeito algum.
- Se eu perguntar uma coisa, você me responde?
- Sim...
- De onde você é?
- Próximo do castelo... – menti. – Minha família é rica...
- Isso eu sei... Se você dissesse o contrário eu não acreditaria. E ao mesmo tempo não entendo como Mia pode ser sua amiga e Alexander, o irmão dela, seu segurança particular.
- Há coisas que eu não posso explicar, Samuel. Desculpe-me.
- Eu sei exatamente como é, princesa. Também há coisas que eu não posso lhe explicar sobre mim e o meu mundo.
- Por que me chama de princesa?
Ele riu, me encantando ainda mais:
- Não é por mal, acredite. É como um elogio.
- E por que você acha que princesa é um elogio? O que é uma princesa para você?
Ele pensou:
- Acho que é só um clichê, não é mesmo?
- Sim... Muito.
- Até porque se pensar melhor, acho que eu estaria até ofendendo você chamando-a assim, se tiver como base a princesa do nosso reino.
- Por que você acha isso? A conhece?
- Não... E nem quero. Duvido que ela esteja em Avalon. Certamente o rei a levou para bem longe. Jamais ele a quereria no poder.
- Você acha? – perguntei impressionada.
- Tenho quase certeza. A não ser que você saiba algo que eu não sei.
Eu sorri:
- E se eu disser que meu pai tem contato direto com o rei Stepjan e eu já estive no castelo?
Ele me olhou curioso:
- Se fosse outra pessoa me dizendo eu não acreditaria, mas vindo de você, eu acredito.
- Por que acredita tanto em mim?
- Porque você vem de próximo da realeza. Eu vejo isso no seu jeito de andar, de se vestir... Pelo menos hoje, que você está como você mesma... Não com aquele vestido de couro horrível.
Eu ri e ele também começou a rir.
- Aquilo foi coisa de Mia, acredite.
- Entendo... Julgaram as garotas do rock mal.
- Acho que sim...
- O seu perfume a difere de todas as mulheres que eu já conheci... E eu não nego que tenho uma vasta lista.
- Imagino... – revirei meus olhos em desagrado.
- Mas eu só tenho olhos para você.
Eu ri alto:
- Como você consegue ser assim, Samuel?
- Pode me chamar de Sam... Todos me chamam assim. Pelo menos os íntimos.
- Obrigada por me colocar na lista de intimidade, mas depois que eu vi sua ex-futura namorada chamando você assim, eu me recuso.
- Ciúme?
- Eu? Imagina... – menti.
- Está com ciúme sim... – ele veio até mim e beijou meu pescoço. – Não precisa ter ciúme de mim. Posso ser só seu... Basta você querer.
Não é assim, Samuel. Você não sabe nada sobre mim. Eu sou uma mentirosa. E só quero me aproveitar de você e do seu belo corpo.
- Eu... Conheço a princesa. – falei.
Ele me olhou confuso:
- Você quer mesmo falar sobre a princesa de Avalon?
- Eu acho que sim. Talvez eu poderia ajudar você de alguma forma.
- De que forma? – ele me olhou curioso.
- Da que você quiser. Tenho acesso ao castelo... E ao rei.
- E por que isso me interessaria?
- Por você ser da Coroa Quebrada?
Ele cruzou os braços e se recostou na parede oposta à minha, olhando nos meus olhos:
- O que você quer, princesa? Qual sua proposta?
- Bem, eu posso ajudá-lo, trazendo informações de dentro do castelo. E a começar, garanto que a princesa mora em Avalon e é quase uma prisioneira dentro do castelo.
- Interessante... Continue.
- Meu pai... É da corte.
Ele balançou a cabeça:
- E sua mãe dama de honra da rainha? – ele perguntou ironicamente. – Ou você vai me dizer que é a melhor amiga dela?
- Minha mãe morreu quando eu nasci.
Ele me olhou ternamente:
- Eu sinto muito.
- Tudo bem... Voltando ao assunto, eu não sou amiga da princesa. Mas conheço pessoas que são.
Como eu conseguia ser tão mentirosa?
- E por que eu quereria estas informações de dentro do castelo?
- Porque você não tem ninguém infiltrado lá dentro.
- Como você sabe disso? – ele questionou seriamente.
- Porque como eu disse, meu pai é da corte. E amigo pessoal do rei. Então eu sei que ninguém... E quando eu digo ninguém é ninguém mesmo, tem acesso a nada sobre o reino a não ser pessoas de confiança do rei Stepjan.
- E o que você quereria em troca pelas informações, Satini?
- Eu quero conhecer a Coroa Quebrada.