Capítulo 53
1111palavras
2023-04-04 08:40
De repente volto a ouvir a voz da multidão, tudo à minha volta começa a girar, vou ficando tonta, as minhas vistas voltam a ficar escura como a noite, e logo em seguida eu desabo no chão. Acordo com aquele fantasma me olhando preocupado acariciando o meu rosto.
— Derek? Derek? — Eu digo repetidas vezes, enquanto passo as minhas mãos no rosto dele.
Ralf Campbell

Assim que chego na escola onde está acontecendo o evento, ouço a voz da minha mulher do lado de fora, ela já deve estar a discursar, nunca duvidei que esse prémio seria dela. Entro com as minhas duas mãos no bolso, vejo a minha mulher extremamente linda em cima do palco, assim que ela me vê eu aceno, ela para com o discurso e continua me encarando, aceno novamente e dou um sorriso, logo o público começa um falatório sem fim, olho para a Tessa que está branca feito papel, corro até ela quando a vejo cair no chão. Apoio uma parte do seu corpo nos meus braços e chamo por ela. Tessa desperta toda desnorteada.
— Derek? Derek? — Ela fala enquanto passa as suas mãos no meu rosto.
— Tessa, sou eu, o Ralf.
— Não, você é o Derek. — Ela diz chorando.
— Não meu amor, sou eu, o Ralf.
A mãe dela se aproxima de nós dois preocupada.

— Filha você está bem meu amor?
— Mãe é o Derek. — Sua mãe fica em silêncio.
Somos tirados do palco. A Tessa é levada até uma sala que deduzo ser a sala dos professores, ela é colocada deitada sobre um sofá pequeno que tem ali.
— Tem certeza que você está bem Tessa? — A diretora pergunta.

— Estou bem, não se preocupe diretora Emma.
— Tá bem! Eu vou voltar ao palco e tentar acalmar a todos. — Tessa assente com a cabeça.
A diretora sai da sala deixando somente eu a Tessa, e a mãe dela.
— Me explica isso por favor? — Tessa pergunta encarando à mim e a mãe dela.
— Eu não estou entendendo nada. — Eu falo confuso.
— Eu te falei do Derek várias vezes, por que você nunca me disse nada? — Tessa diz com os olhos marejados me encarando.
— Eu não sou esse Derek.
— Claro que é.
— Eu explico. — Tessa e eu encaramos ela.
— Então explica. — Tessa diz seriamente.
— O Ralf não sabe que ele é o Derek, por que ele perdeu a memória no acidente de avião que vocês sofreram.
— O quê? Do que você está falando? — Eu falo indignado.
— O acidente que eu tinha te falado, que supostamente tinha te matado, e que para você era apenas um sonho. — Tessa diz me olhando com os olhos marejados.
— Que merda é essa?
— No dia que vocês sofreram o acidente eu conheci o seu pai Derek...
— Me chame de Ralf. — Eu interrompo ela.
— Como eu estava dizendo, eu conheci o seu pai no dia que vocês sofreram o acidente de avião, ele me falou que a Tessa perdera a visão, e que você perdera a memória, então ele propôs, dizer à minha filha que você não tinha sobrevivido ao acidente, o seu pai te levou para o Brasil e lá ele mudou os seus documentos, e como a sua memória nunca voltou você nunca se lembrou da Tessa.
— Eu não acredito que você fez isso mãe. — Tessa diz com os olhos marejados.
— Eu vou embora. — Falo indignado caminhando em direção à porta.
Tessa Bennett
Ao ver o Ralf sair sem me olhar nos olhos após saber a barbaridade que a minha mãe e o pai dele fizeram, senti um medo enorme de perdê-lo.
— Ralf espera? — Ele para os seus passos, me aproximo dele. — Vamos conversar?
— Te espero na minha casa, lá conversamos. — Dou um abraço apertado e demorado nele.
Nos encaramos e damos um selinho, e logo depois ele vai embora. Encaro a minha mãe novamente.
— Por que fez isso mãe? — Algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto.
— Para te proteger.
— Me proteger de quê? — Pergunto chorando.
— O Ralf nunca foi homem para você Tessa.
— O Ralf nunca me machucou como você está me machucando hoje, contando essa monstruosidade que você fez mãe. Como foi capaz?
— Me perdoa filha? — Ela se ajoelha na minha frente.
— Para com isso. Levanta daí.
— Por favor não me odeie minha filha. — Ela pede implorando.
— Não imagina o quanto estou decepcionada mãe, a pessoa que eu mais amo nessa vida mentiu e me fez de trouxa, enganou-me. Era de você que eu tinha que ser protegida. Você que me fez mau.
— Me perdoa filha? — Ela pede chorando.
— Não sei se consigo fazer isso agora. — Eu encaro ela com os olhos marejados.
Ficamos em silêncio nos encarando e chorando muito, de repente a diretora Emma entra na sala desesperada.
— A escola está pegando fogo!
— O que? Como assim? — Pergunto confusa.
— Como assim? — A minha mãe diz se levantando.
— Eu não sei direito, mas precisamos sair rápido daqui!
Logo uma grande quantidade de fumaça toma conta da sala onde estamos.
Seguimos a diretora Emma até a saída de emergência, haviam muitas pessoas correndo desesperadas, na direção da saída, alguns eram pisoteados. A minha mãe me segura forte pela mão enquanto vamos a correr até a saída. Assim que conseguimos sair a minha mãe que sai na frente é acertada por um tiro.
— Não! — Eu falo desesperada.
Raven Carter
Entro no banco de trás do carro com o meu pai, depois o motorista dele nos leva até a minha casa, logo atrás vem mais um carro com os homens do meu pai, eles vão incendiar a escola onde aquela maldita lambisgoia está.
Assim que entro na minha casa o idiota do Frédéric se ajoelha aos meus pés e me pede perdão, ele se levanta rapidamente quando vê o meu pai entrar em seguida.
— Esse é o Verme?
— Sim. — Eu encaro o Frédéric.
O meu pai tira a sua arma da cintura, Frédéric me encara assustado.
— Você quer que eu acabe com a vida dele ou você mesma vai fazer isso? — o meu pai me pergunta me oferecendo a arma.
— Raven por favor não faz isso? — Frédéric diz implorando.
— Você me ouviu quando eu pedi pra parar?
— Por favor... Me perdoa?
— Responde!
— Não. — Ele responde parecendo um pobre coitado.