Capítulo 52
1125palavras
2023-04-04 08:39
Frédéric Hill
Após chegar ao meu ápice o arrependimento vem com força, que porra eu fiz? Não devia ter deixado a raiva e o ciúmes tomarem conta de mim.
— Me perdoa Raven? — Ela não me responde, está completamente imóvel deitada sobre a cama. — Raven? Me perdoa? — Eu choro arrependido.
Ela continua imóvel sem dizer uma palavra, fico andando pelo quarto passando as mãos na cabeça. Quase meia hora depois a Raven levanta, tento falar com ela, mas ela mal olha na minha cara. Raven vai até o guarda roupa, pega uma roupa aleatória e veste, ela também pega o envelope com as fotos e sai sem me dizer uma palavra.
— Que porra que eu fiz? Merda! — Eu falo sozinho.
Raven Carter
Após sair da minha casa pego um táxi e vou para mansão do meu pai, não sei porque, mas ele foi a única pessoa que me deu vontade de ver nesse momento, vou chorando todo o caminho. O que o táxi para em frente ao portão da entrada da mansão, os seguranças dele me reconhecem e liberam a minha passagem. Assim que o carro para em frente a mansão, desço do carro, o motorista sai em seguida, subo as escadas aos plantos, o meu pai ao me ver chorando vem até mim e me abraça.
Mais calma conto tudo o que aconteceu, meu pai me tranquiliza e diz que vai resolver tudo, ele diz também que tem uma surpresa para mim, fico em êxtase ao ouvir que ele vai cumprir o que me prometeu, finalmente vai tirar aquela lambisgoia do meu caminho. Agora eu só preciso dar um jeito de ir até à casa do Ralf mostrar essas fotos para ele, o Ralf vai ficar com tanto ódio dela, ele vai ficar tão vulnerável e eu vou estar lá para consolá-lo.
Jimmy Ricci
Assim que fico sabendo que o Ralf já está em Los Angeles vou até à casa dele, após pensar bastante decidi afastar-me, eu não posso continuar perto da Tessa, esse sentimento que estou sentindo por ela pode causar uma catástrofe a qualquer momento. Decido dizer ao Ralf que vou mudar-me para a fazenda onde o meu pai Jerry mora. Vou dizer ao Ralf que o meu pai não está mais em condições de manter a fazenda sozinho, devido a sua idade, e eu como único filho não posso deixar de ajudá-lo.
— Jimmy meu amigo. — Ele diz assim que me ver entrar, depois veio dar-me um abraço.
— Tudo bem Ralf? — Eu digo assim que desfazemos o nosso abraço.
— Tá tudo certo. Aceita um pouco de uísque?
— Aceito. — Ralf vai até o bar servir uma dose de uísque para nós dois.
— Preciso conversar sério contigo. — Digo seriamente.
— Aconteceu alguma coisa? — Ele me entrega o copo com uísque.
— Não, tá tudo nos conformes. Essa conversa será sobre mim.
— Sobre você? — Ele me entrega um copo com uma dose de uísque.
— Sim. — Eu pego o copo.
— Desembucha Jimmy?
— O meu pai está muito doente, ele não tá dando conta de cuidar da fazenda, eu preciso ausentar-me.
— Não vem com essa.
— Eu sou o único filho dele Ralf, preciso cuidar do meu pai.
— É mais fácil o seu pai vender aquela fazenda, ele vai viver muito melhor aqui.
— Você sabe que o meu pai não quer fazer isso.
— Porra Jimmy!
— Ralf por favor?
— Que merda! Você sabe o quanto é importante nisso tudo, caralho.
— Eu sei. Sinto muito. Mas não posso abandonar o meu pai, ele é a minha única família.
— Você tem razão. Vai cuidar do seu pai.
— Eu agradeço pela compreensão. Deixei um relatório na sua mesa.
— Ta certo. — Ele fica sério sentado no sofá tomando o seu uísque.
— Tudo de bom pra você. — Coloco a minha mão sobre o seu ombro, depois saio sem olhar para trás.
Na minha casa enquanto estou arrumando a minha bagagem recebo uma ligação da Tessa.
Ligação on
— Oi Tessa?
— Jimmy você não vai vir?
— Desculpa. Não vou conseguir ir.
— Por que Jimmy?
— Estou com um problema familiar, mas não se preocupe, não é nada sério. Boa sorte para você.
— Obrigado Jimmy. Espero que resolva isso logo.
— Eu agradeço. Adeus Tessa.
— Adeus Jimmy.
Ligação off
Encerro a ligação com os olhos marejados, esse sentimento pela Tessa está crescendo cada vez mais, ir embora é sim, a melhor escolha.
Ralf Campbell
Mal acabo de chegar em Los Angeles e já recebo a visita do Jimmy que me disse que vai precisar se ausentar da máfia, devido ao teimoso do seu pai, que insiste em querer manter aquela fazenda de merda dele. Assim que o Jimmy sai pela porta taco o meu copo com uísque na parede, e repito a palavra “ merda “ várias vezes.
— Tá tudo bem senhor Ralf? — Meghe pergunta me olhando assustada.
— Não tá nada bem!
— Posso ajudar em alguma coisa senhor?
— Não! Sai logo daqui! — Ela sai correndo assustada.
Sirvo-me mais uma dose de uísque e tomo de uma vez só. Meia hora depois, vou tomar um banho e me arrumar para ir ver minha mulher receber o prémio merecido dela.
Tessa Bennett
Estou tão nervosa, pensei que discursar para uma plateia era mais fácil.
— Parabéns Tessa, nunca duvidei que você ia ganhar esse prémio.
— Obrigado pela confiança diretora Emma.
— Você merece querida. Agora vai lá e arrasa.
Respiro fundo e entro no palco.
— Boa noite!
— (Boa noite) — A plateia responde.
— Estou honrada de estar aqui hoje, agradeço por receber este prémio. Quando recebi o convite para participar fiquei muito nervosa e animada. Eu gostaria de agradecer todos os meus colegas de trabalho, professores especiais que ensinam crianças especiais, vocês meus amigos ajudaram-me a receber esse prémio incrível. E é através desse amor e apoio que podemos receber esse prémio, então eu sou profundamente grata por isso...
Paro o meu discurso ao ver aquele fantasma acenar para mim, a multidão que me ouvia em completo silêncio começa a falar sem parar, devem estar se perguntando por que estou tão assustada e sem voz. Um zumbido alto toma conta dos meus ouvidos, a voz da multidão some. Não pode ser, aquele é o Derek? Por que ele está aqui se ele morreu a alguns anos atrás? Será que estou tendo uma miragem? Ele acena e sorri mais uma vez... Meu Deus! É o Derek, sua aparência está mais velha, os seus traços estão um pouco diferentes, mas esses detalhes não me impedem de reconhecer o seu rosto.