Ralf Campbell
Puxo o cabelo da maldita com toda a minha força.
— Me responde o que você pretendia com isso sua vagabunda!

— Solta o meu cabelo!
— Escuta aqui sua vagabunda... Eu to sendo bonzinho demais contigo, mas a partir de hoje isso vai mudar, dá próxima vez que você entrar no meu caminho, vou meter um tiro no meio da sua cara! Sua desgraçada maldita!
— Ai me solta!
— Eu devia ter quebrado essa garrafa na sua cara sua desgraçada! — Solto ela. — Tira essa maldita da minha frente!
— Raven é melhor você ir. — Bruce diz decepcionado.
A desgraçada me encara chorando, Bruce acompanha ela até a porta. Vou para o meu quarto, sinto uma vontade enorme de falar com a Tessa, aqui é madrugada lá já deve ser dia, pego o meu celular, mas acabo desistindo de ligar.

Tessa Bennett
Hoje Jimmy me ligou para falar sobre a minha cirurgia, pedi para ele marcar para amanhã as cinco da tarde, vou conversar hoje com a minha mãe. Espero acordada ela voltar do hospital. Minha mãe chega quase três da manhã.
— Está acordada por quê?
— Preciso conversar com você.

— É algo sério? Estou tão cansada.
— Vou fazer a minha cirurgia daqui há dois dias.
— Como assim?
— Isso mesmo que você ouviu mãe.
— E você decide isso assim sem perguntar a minha opinião?
— Eu já decidi mãe, vou fazer a cirurgia.
— Você sabe que vai ficar a sua vida toda em dívida com aquele mafioso né?
— Essa história de novo mãe?
— Você sabe que é verdade.
— Não, isso é mentira.
— Como você sabe?
— Não entendo porque você é contra eu fazer essa cirurgia. Tem algo que você não quer que eu veja?
— Eu não sou contra, Tessa. Foi ele que pôs isso na sua cabeça. Ele está te colocando contra mim.
— O Ralf não tá me colocando contra você mãe, é você que está fazendo isso, o Ralf só quer me proteger, ele sabe que essa cirurgia vai ser o melhor para mim.
— Se ele quisesse realmente te proteger deixaria você em paz.
— Ele me protege sim.
— Eu não sou a favor dessa cirurgia, não sou a favor de nada que venha desse homem.
— Tudo bem mãe, mas a sua opinião não vai me impedir, eu vou fazer essa cirurgia quer você queira ou não.
— Filha ingrata. — Se retira da sala.
Raven Carter
Após sair do apartamento do Bruce em lágrima completamente derrotada, vendo que o meu plano fora por água a baixo vou para o hotel onde estou hospedada. O meu plano não podia ter dado errado, eu estava tão perto de conseguir, que ódio, mas isso não vai ficar assim.
Agora tenho que me livrar dessa gravidez, ela não me serve mais. Decido comprar uma passagem para voltar amanhã mesmo à Los Angeles, lá será mais fácil interromper essa gravidez.
No dia seguinte assim que chego a Los Angeles vou até à clínica, o nervosismo toma conta de mim, sinto medo de morrer, mas no fim da tudo certo, fico aliviada. Volto para a minha casa e assim que entro vejo que o infeliz do Frédéric ainda continua alojado na minha casa.
— O que você ainda está a fazendo aqui?
— Eu não vou embora.
— Claro que vai. — Falo firme.
— Para de resmungar, e vem me dar um abraço? — Ele me abraça.
— Ai não me aperta caramba!
— Aconteceu algo?
— Não. — Vou para o meu quarto. Ele vem atrás de mim.
— Conversa comigo?
— Me deixa em paz Frédéric?
— Conta o que está acontecendo Raven? Você não conversa mais comigo, eu não lhe conheço mais.
— Você nunca me conheceu de verdade Frédéric. Quer saber mesmo o que está a acontecendo?
— Sim, eu quero.
— Eu fui para o Brasil atrás do Ralf.
— Você o quê?
— Você ouviu muito bem.
— Sua vagabunda!
— Para de drama Frédéric, você sabe que eu sou louca pelo Ralf.
— Você não presta! — Dou uma gargalhada.
— Você tem razão. Eu fui atrás do Ralf porque eu tinha um plano, eu ia dopar o Ralf, e fingir no dia seguinte que passamos a noite juntos, ele ia pensar que o filho que eu estava esperando era dele.
— Você está grávida?
— Nada disso importa mais.
— Como assim?
— O plano deu errado!
— Dane-se o seu plano Raven, eu quero saber se esse filho é meu?
— Eu abortei. — Ele me olha com ódio, depois acerta um tapa no meu rosto.
— Por que fez isso? Você nem se importou em pedir a minha opinião!
— Meu corpo minhas regras!
— Isso foi muito errado.
— Há, errado... Você acha mesmo que eu ia cometer a burrice de ter um filho seu Frédéric? Você é um zé-ninguém, não tem capacidade de sustentar a si próprio, imagina um filho.
— O Campbell que é o homem certo. — Diz irónico.
— Ele ainda vai ser o meu homem.— Falo firme.
— Se manca Raven o cara te odeia.
— Sai da minha casa!
— Eu vou sair sim, fica tranquila.
— Seu imprestável.
— Dessa vez você passou dos limites. — Me olha enquanto balança a cabeça negativamente.
— Quem têm limite é município querido Frédéric. — Ele me olha pela última vez e sai.
Imprestável, espero que ele desapareça da minha vida.
Ralf Campbell
No dia seguinte, acordo pensando no que aconteceu na noite de ontem, aquela maldita da Raven com certeza pretendia aprontar alguma para cima de mim, mas ela caiu do cavalo. Após fazer as minhas higienes vou até o meu apartamento ver como está indo a obra, depois vou falar com o síndico do condomínio.
— Bom dia senhor Ralf!
— Bom dia. Quero saber se eu posso deixar o meu amigo Bruce como meu porta-voz?
— Isso não será possível senhor.
— Que merda! Vocês são um pé no saco mesmo.
— No decorrer da obra chegarão alguns papéis que o senhor terá que assinar.
— Está bem.
Saio desanimado e volto para o apartamento do Bruce, quero muito voltar para os braços da minha amada, estou com uma saudade enorme dela, enquanto estou pensativo jogado no sofá meu celular toca.
Ligação on
— Fala Jimmy?
— Tudo bem chefe?
— Tranquilo.
— Liguei para lhe avisar que a cirurgia da Tessa já está agendada.
— Maravilha! Para quando?
— A Tessa pediu para não lhe falar o dia, ela quer fazer surpresa.
— Deixa de enrolar e fala logo.
— Vai ser amanhã às cinco horas da tarde.
— Queria estar ao lado dela.
— Pode ficar tranquilo, vou cuidar dela.
— Cuida bem da minha mulher.
— Pode deixar. Até mais Ralf.
— Até mais Jimmy.
Ligação off