Tessa Bennett
Eu não sabia onde esconder a minha cara, a vergonha era tanta.
— Desculpa mãe?

— Eu não lhe desculpo Tessa. Que pouca-vergonha!
— Eu pensei que fosse demorar...
— Você está se comportando como uma vagabunda!
— Também não precisa falar assim.
— E como você quer que eu fale, após ter pegado você transando no meu sofá!
— Eu não estava transando mãe.

— Essa é a minha casa, eu não aceito essa pouca-vergonha.
— Já lhe pedi desculpa, o que quer que eu faça?
— Para de ver esse homem Tessa. Esse homem vai ser a sua perdição minha filha.
— Mãe eu já falei e vou repetir, não vou deixar de ver o Ralf. E quero que saiba que nós dois estamos namorando.

— Vocês estão o quê?
— Namorando. — Falo firme.
Após dizer isso, sinto o peso das suas mãos por todo o meu corpo, ela estava me estapeando.
— Para com isso mãe!
— Eu não vou deixar você estragar a sua vida de novo! Está me entendendo!
Ela só para quando está sem forças. Assustada e com os olhos cheios de lágrimas, vou para o meu quarto, me deito sobre a minha cama e choro, acabo adormecendo.
Ralf Campbell
Após tomar um banho, pego o meu celular e ligo para a Tessa, que me atende no terceiro toque.
Ligação on
— Oi?
— Oi! Você estava chorando?
— Não.
— Por que está com essa voz de choro?
— Chorei só um pouco.
— Quer vim aqui pra casa? Eu posso ir te buscar.
— Não Ralf. Não se preocupe eu estou bem.
— Certo.
— Vou tomar um banho. Boa noite!
— Boa noite.
Ligação off
Passo o resto da noite preocupado com a Tessa, aquela mãe dela parece ser louca.
Acordo no dia seguinte quase dez horas da manhã, levanto-me escovo os meus dentes e vou tomar café na área da piscina.
De onde estou vejo o Frédéric passar, chamo por ele que vem até mim apressado.
— Bom dia patrão!
— Bom dia! Foi levar a Tessa hoje na escola?
— Eu não sabia que teria que levar a senhorita Tessa hoje, o senhor não me falou nada. — Olho para ele balançando a cabeça negativamente.
— Você está me dizendo que não foi levar a Tessa hoje na escola, é isso mesmo Frédéric? — Bato a minha mão forte sobre a mesa, fazendo algumas coisas caírem no chão.
— Eu pensei que...
— Eu não te pago uma fortuna pra você pensar Frédéric!
— Tem razão senhor.
— Eu quero que você leve e busque a Tessa todos os dias. Entendeu?
— Sim, senhor.
— Agora some da minha frente seu imprestável!
Ele sai novamente apressado.
Tessa Bennett
Hoje de manhã o motorista do Ralf não estava a minha espera, então vou de ônibus, ao chegar na entrada da escola, dou bom dia para o Ethan.
— Bom dia Ethan!
— Bom dia! — Responde de forma seca.
— Ta tudo bem Ethan?
— Sim.
— O Ralf te fez algo?
— Aquele louco me ameaçou com uma arma, e falou que você é propriedade dele. — Cochichou.
— Eu sinto muito Ethan.
— Você devia ter me falado que ele era seu dono.
— Ele não é meu dono.
— Ele pensa que é.
— Me desculpa?
— Tudo bem.
Entro na escola e vou para a minha sala de aula.
No final do meu expediente quando eu estou indo para o ponto de ônibus, sou surpreendida pelo Ralf, que me abraça sem dizer nada.
— Assim você me mata de susto.
— Sei que você sabe que sou eu.
— Só depois do susto. O que você está fazendo aqui?
— Eu vim buscar a minha namorada no emprego dela. — Abro um sorriso largo, mas fecho logo que lembro que ele havia ameaçado o Ethan.
— Você ameaçou o Ethan com uma arma Ralf? — Pergunto séria.
— Por que estamos falando desse cara?
— Me responde Ralf?
— Foi só para assustar ele.
— Meu Deus! Ralf.
— Eu não fiz nada, ele que é frouxo.
— Não faz mais isso por favor?
— Foi divertido a cara que ele fez.
— Para de graça Ralf.
— Acabou com o sermão?
— Você não devia ter feito isso.
— Eu não faço isso nunca mais si...
— Si o quê Ralf?
— Si ele nunca mais mexer com você.
— Tenho certeza que ele não vai chegar perto de mim nunca mais.
— Ótimo. Vem que eu quero te levar de novo no meu lugar favorito, que agora se tornou o nosso lugar favorito.
Após me dar um beijo demorado e gostoso, vamos até o carro dele e seguimos para o lugar onde damos o nosso primeiro beijo.
Ralf Campbell
Antes de trazer a Tessa para o nosso lugar favorito, eu já deixara um tapete bem macio no chão, e algumas almofadas também, antes de ir buscá-la na escola pedi para a Meghe preparar uma cesta de piquenique, passei também na farmácia para comprar algumas camisinhas e uma pílula do dia seguinte, ontem eu e ela não nos prevenimos, e por enquanto não quero ser pai, logo que chegamos, dou a pílula para ela tomar.
— Queria que você pudesse ver como está aqui. — Falo olhando em volta.
— Tenho certeza que está tudo maravilhoso.
— Eu fiz tudo pensando em você.
— Ralf... Você já trouxe alguém aqui além de mim?
— Alguém, você quer dizer outra mulher?
— Isso.
— Anos atrás eu fui vítima de uma emboscada que um inimigo do meu pai preparou para se vingar dele, mas o plano dele de acabar com a minha vida deu errado, não me lembro direito o que aconteceu, mas meu pai me contou que quase morri, eu acordei no hospital confuso sem lembrar nem do meu nome. E aqui foi o primeiro lugar que o meu pai me trouxe depois do acidente, aqui nesse lugar sinto a presença dele.
— Estou me sentindo uma boba.
— Você não é boba.
— Depois que o Frédéric me disse que você trata igualmente todas as suas conquistas, achei que eu era apenas mais uma.
Ah! Frédéric filha da puta! Você me paga.
— Você é a única mulher que eu trouxe aqui, a única que me fez sentir diferente. Não sei explicar, mas o que senti quando lhe vi pela primeira vez, foi muito estranho e bom ao mesmo tempo.
— Eu também me sinto assim Ralf.
— Estou começando a pensar que realmente sou a reencarnação do seu ex.
— Não brinca com isso.
— Você precisa me ver com os seus próprios olhos.
— Isso vai ser difícil, eu não tenho o dinheiro para fazer a cirurgia.
— Eu posso resolver isso.
— Não Ralf.
— Por que não?
— A minha mãe jamais aceitaria.
— Isso é você que tem que decidir, não a sua mãe.
— Eu vou pensar.
— Falando na sua mãe, como foi ontem à conversa com ela, depois que fui embora?
— Ela ficou histérica, me chamou de vagabunda até me bateu.
— Ela te bateu?
— Sim, mas esquece isso, vamos aproveitar o nosso piquenique.
— Eu tenho uma ideia que vai deixar o nosso piquenique delicioso.