Capítulo 13
1102palavras
2023-01-12 01:39
Tessa Bennett
Acho que acabei chateando o Ralf, por ter chamado ele de Derek, mas não foi por mal, é que eles se parecem demais.
— Tchau! — Falo assim que abro a porta do carro. Sinto a mão do Ralf sobre a minha.
— Vai embora sem me dar um beijo?
— Pensei que...
— Desculpa, eu fui um babaca? — Disse me interrompendo.
— Quem tem que se desculpar aqui sou eu Ralf.
— Vamos esquecer esse assunto. — Ralf me da um selinho, e faz um leve carinho no meu rosto.
— É melhor eu ir.
— Dorme essa noite comigo?
— Eu não posso.
— Quero acordar ao seu lado.
— Outro dia.
— Está bem.
— Você é bipolar sabia?
— Sabia. — Ele ri.
— Preciso ir, vou ter que acordar cedo amanhã.
— Tá bem moça.
Os seus lábios tocam levemente os meus, e com a boca um pouco aberta ele faz uma suave pressão, resultando num beijo delicado e gentil, que logo vai se tornando molhado, com as nossas bocas bem aberta, as nossas línguas brigam com movimentos intensos. Corro com as mãos até a sua nuca e faço movimentos e carícias. Ralf acaricia os meus lábios e chupa levemente. Ao final, ele toca no canto da minha boca com os dedos.
— Boa noite moça.
— Boa noite.
Desço do carro e vou para a minha casa.
Lince Bennett
Estou em casa morta de preocupação com a Tessa. Vejo a porta se abrir e logo em seguida ela entra tranquilamente.
— Onde você estava mocinha? — Falo me aproximando dela.
— Boa noite pra você também.
— Não brinca comigo Tessa Bennett, eu estava aqui quase tendo um enfarto de tanta preocupação.
— Quanto drama mãe. Eu só saí um pouco.
— Saiu com quem?
— Com a Juni.
— Não mente pra mim Tessa, quando cheguei em casa e não te encontrei fui até a casa da Juni, e a Mel disse que ela estava com o namorado. Tessa por favor, me diz que você não estava com aquele homem.
— Sinto muito mãe, não vou mentir para você, eu estava sim, com o Ralf.
— O que pensa que está fazendo Tessa? Esse homem é perigoso minha filha. Quantas vezes vou ter que repetir isso para você?
— Mãe o Ralf não é esse monstro que você diz, ele me trata bem.
— Minha filha, me escuta por favor, não se encontre mais com esse homem.
— Não posso te prometer isso mãe. — Ela vai saindo, mas eu a seguro pelo braço.
— Você sabe onde isso vai te levar.
— Não sou mais aquela garotinha boba mãe, eu sou uma mulher agora, sei tomar as minhas próprias decisões.
— Eu não quero que você se machuque de novo. — Falo chorosa.
— Mãe, eu agradeço a preocupação, sei que só quer o meu bem, mas já estou bem grandinha, posso lidar com as minhas escolhas, seja elas boas ou ruins.
Fico em silêncio encarando ela, e por conhecer muito bem a minha filha percebo que algo estava lhe incomodando.
— Aconteceu algo filha? — Acaricio o seu rosto.
— Não aconteceu nada. Está tudo bem.
— Não minta para mim filha, eu sei que tem algo lhe incomodando. Me fala o que está acontecendo?
— Você tem razão, está acontecendo algo sim.
— Então me conte?
Seguro no seu braço e levo ela para o sofá, onde nos sentamos uma ao lado da outra.
— Mãe, já conheceu uma pessoa que se parecesse tanto com alguém, que te fez pensar que talvez sejam a mesma pessoa? — Arregalo os meus olhos.
— Que papo de doido é esse Tessa?
— Juro que não estou louca mãe, o Ralf, ele se parece muito com o Derek. — O meu coração gela na hora, fico super nervosa, mas tento disfarçar ao máximo.
— Como sabe que ele parece com o Derek se você nunca viu o rosto dele?
— Eu sei, parece loucura, e seria impossível ele ser o Derek, mas o Ralf e o Derek se parecem no jeito de ser. O Ralf lembra bastante o Derek no seu jeito e nos seus gestos, e isso tá me deixando completamente confusa.— Diz com lágrimas nos olhos.
— Não chore filha. — Seco as poucas lágrimas que escorrem pelo seu rosto. — Esse é um sinal, esse homem não vai ser bom para você.
— Não fale assim.
— Somente você que não vê.
— Eu toquei o rosto dele na esperança de encontrar alguma semelhança entre os dois, mas não encontrei nenhuma... eu não me lembro do rosto do Derek mãe, eu não me lembro mais de como ele era, eu esqueci mãe. — Disse chorosa.
— Não fique assim filha, não se culpe por não lembrar do rosto dele, já fazem muitos anos. — Lhe dou um abraço apertado.
Tessa Bennett
Acordo com o despertador tocando, desligo o mesmo me levanto e vou me arrumar para dar início a mais um dia de trabalho na escola. Antes de ir tomo café da manhã, ao sair ouço uma voz já conhecida.
— Bom dia senhorita!
— Bom dia! Pois não?
— Eu sou Frédéric, o motorista do senhor Ralf. Lembra de mim?
— Sim, claro!
— Muito prazer Frédéric, eu sou a Tessa. — Estendo a mão para ele.
— O prazer é todo meu, senhorita Tessa. — Aperta a minha mão.
— O senhor Ralf me pediu para ficar as suas ordens hoje. Onde posso levá-la agora?
— Preciso ir para a Middle School.
— Certo senhorita é para já.
Frédéric me ajuda a entrar no carro e me leva para escola.
Final da tarde...
Estou na sala de aula arrumando o meu material para ir embora, os meus alunos já haviam saído da sala só restava eu.
Ouço uma batida na porta, em seguida a voz da Clara, a vice-diretora.
— Com licença Tessa?
— Pois não Clara?
— A diretora Emma está lhe chamando.
— Já estou indo. Obrigada Clara.
Fico preocupada, nunca fui chamada antes pela Emma para conversarmos sós, e ela costuma chamar os funcionários para puxar a orelha ou até demiti-los. Espero que não seja nada disso. Saio da sala de aula e vou até à diretoria com o coração na mão.
— Pode entrar Tessa. — Emma diz tranquila.
— Com licença Emma, a senhora mandou chamar-me? — Digo apreensiva.
— Sim Tessa. Sente-se. — Sinto as suas mãos sobre a minha, depois ela me guia até a cadeira me ajudando a sentar-me.